Dezembro está quase acabando e arrisco a dizer que essa é a pior época do ano para os animais, seja pelo aumento do número de abandono, seja pelo alto nível de estresse causado a eles pelo barulho de fogos de artifícios.
Para amenizar esse estresse é importante começar desde já a pensar no que pode ser feito para reduzir os efeitos nocivos deste estresse nos cães e nos gatos. Por isso, conversamos com a Médica Veterinária, Jaque Padovan, especializada em Clínica Médica e Comportamento Animal pela Faculdade Qualittas.
As orientações são muito importantes. Boa leitura!
Pet Med –Para iniciar, por favor, nos explique porque os cães e gatos sofrem tanto com o barulho dos fogos de artifícios?
Jaque Padovan – O ouvido dos animais domésticos tem uma capacidade de perceber uma frequência maior de sons. Por esse motivo o barulho da queima de fogos pode ser um momento de desespero para os Pets.
Pet Med –Neste aspecto, quais são os riscos para a saúde dos cães e gatos diante desse estresse devido ao barulho dos fogos de artifícios?
Jaque Padovan – Risco de problemas físicos e emocionais. Problemas emocionais como medo ou fobia, deixando o estado emocional do animal abalado. Já nos casos físicos podemos citar a fuga do animal e consequentemente, acidentes, como um atropelamento. Ambos são problemas graves que precisam ser pensados pelos tutores dos animais.
Pet Med –O que pode ser feito pelos familiares para reduzir o estresse dos cães e gatos nos dias de maior intensidade dos fogos, como no Natal e no Ano Novo?
Jaque Padovan – Antecipação é a palavra chave. Comece a expor o animal de forma lenta e gradual a barulhos de fogos, assim ele vai acostumando com o barulho. E também, é importante preparar um ambiente acolhedor que o animal se sinta confortável e seguro.
Pet Med –A partir de quando os familiares devem iniciar o planejamento para a redução do estresse durante o final do ano?
Jaque Padovan – Quanto antes melhor. Quanto mais cedo você começar a exposição a barulhos e deixar um ambiente seguro para ele, mais confortável e seguro ele vai ficar nesse momento.
Pet Med –Em que casos deve-se fazer uso de medicamentos para amenizar o estresse por medo de fogos de artifícios?
Jaque Padovan – Medicações controladas devem ser passadas por um Médico Veterinário Comportamentalista após uma avaliação. Porém, pode ser ultilizado feromônios sintéticos, como Adapti para cães e Feliway Optmum ou Classic para gatos, no ambiente.
Pet Med –E em que casos os cães e gatos não devem fazer uso de medicamentos para evitar o estresse?
Jaque Padovan – Os feromônios sintéticos podem ser utilizados sempre. No entanto, a escolha de alguma medicação por uso contínuo ou pontual vai depender da avaliação do Médico Veterinário Comportamentalista. Ele vai poder decidir a melhor escolha para seu Pet.
Pet Med –Outro ponto importante durante as festas de final de ano é quanto às festas em casas das famílias multiespécies. Neste cenário, quais devem ser os cuidados da família para que a música alta, a aglomeração de pessoas, junto com a queima de fogos não estresse os animais da casa?
Jaque Padovan – O importante é entender o limite dos nossos animais. Alguns animais são mais sociáveis que permitem uma interação maior, como um contato físico maior e uma movimentação de pessoas e barulhos na casa. Por outro lado, temos os animais que não gostam dessa interação e não tem problema. O importante é respeitar esse limite e não forçar nenhuma interação indesejada. Se o seu animal quer ficar em um ambiente específico sem participar daquele momento de festa, apenas deixe-o. Promova naquele ambiente em que ele se sinta seguro, algo que ele goste, como coberta, sache, brinquedos, para ele ficar o mais confortável possível.
Pet Med – Na sua opinião, onde os pets devem ficar para não serem estressados durante as festas em sua casa?
Jaque Padovan – Promova um espaço seguro de acordo com a preferência do pet. Pode ser e seu pet. Pode ser um cômodo, um quarto, por exemplo, um objeto como uma cama. O importante é mantê-lo em contato com coisas que ele goste nesse local de escolha dele, para deixar o ambiente bem agradável, como a caminha dele, sachê, água, ração seca, um brinquedo ou até a presença do tutor. Tudo que for deixar ele confortável e seguro.
Pet Med –Para os cães que ficam no quintal e têm medo de fogos, esses também podem e devem ficar em um cômodo em que se sinta mais seguro?
Jaque Padovan – Sim, pode ser um cômodo fora da casa, como a lavanderia e nesse lugar ofertar tudo aquilo que ele gosta e está acostumado. É muito importante oferecer um lugar seguro para que o estrese desse animal seja o menor possível, para lhe dar qualidade física e emocional.
Pet Med – Pensando em todos esses aspectos, a Pet Med desenvolveu o Colete Calm Pet, que através de seu design com duas faixas que quando unidas na lateral fazem uma compressão suave, trazendo uma sensação de abraço e conforto. É indicado para acalmar os cães em momentos de ansiedade e estresse, como em situações de visitas ao veterinário, dias de chuvas com trovões, festividades com fogos de artifícios, viagens, ou em qualquer situação que ele se sinta ansioso. Qual é a importância e quais são os benefícios desses acessórios, como o Colete Calm Pet, para a saúde e o bem-estar nos animais, inclusive nesse período de alto estresse para cães e gatos?
Jaque Padovan – O Colete Calm Pet tem uma importância relevante, pois é uma forma de deixar o animal mais acolhido promovendo tranquilidade para ele. E é isso que nós queremos proporcionar aos nossos pets, que eles fiquem os mais relaxados possíveis!
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Estamos entrando no processo de final de mais um ano, e nesta época é comum fazermos aquela reflexão sobre tudo o que vivemos ao longo dos 12 meses já passados. Fazendo essa nossa retrospectiva, nos deparamos com tantos conhecimentos enriquecedores que compartilhamos aqui em nosso Portal através das entrevistas com renomados Médicos Veterinários de várias partes do País.
Além dos assuntos técnicos da medicina veterinária, falamos também sobre como o convívio com os animais nos faz mais feliz e como pode ajudar nos transtornos de saúde humana, como no caso da terapêutica do Transtorno do Espectro Autista. Trouxemos temas que nos levam a refletir sobre adoção consciente, sobre os animais não serem presentes, sobre não abandono e como não poderia deixar, em setembro dedicamos nossa homenagem aos Médicos Veterinários pelo mês dos profissionais desta área.
E, agora, ao final de mais uma jornada juntos, viemos aqui, para mais uma vez agradecer a todos vocês por nos concederem tempo e dedicação para contribuir com nosso trabalho, nos informando e compartilhando informações importantes para que as famílias multiespécies vivam cada vez mais em harmonia, com saúde e qualidade de vida.
Nossos sinceros agradecimentos aos Médicos Veterinários e todos os profissionais que estiveram por aqui, por toda a parceria ao longo de 2024. Um abraço e até 2025.
Equipe Pet Med.
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Odontologia Veterinária : Mau hálito e gengiva inflamada? Saiba como a doença periodontal afeta a saúde do seu cão ou gato e previna problemas com a ajuda da veterinária Mara Rubia Mayorka.
Por Pauline Machado
Sabemos o quanto é importante realizar o check-up anual dos cães e dos gatos como medida de prevenção e assim garantir a qualidade de vida deles. No entanto, um aspecto nem sempre está incluído neste check-up: a avaliação odontológica.
O que nem todos sabem é que problemas odontológicos podem causar sérios problemas à saúde dos cães e gatos.
Para nos orientar quanto aos riscos de não tratar a doença periodontal, conversamos exclusivamente com a Médica Veterinária, Mara Rubia Mayorka, especialista em Odontologia Veterinária pela Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – ANCLIVEPA –SP.
A entrevista, além de excelente, traz informações muito importantes. Acompanhe!
Pet Med –Para começar, por favor, nos explique o que podemos entender por doença periodontal?
Mara Rubia Mayorka – São doenças queafetam os tecidos que sustentam os dentes, o que inclui as gengivas, os ligamentos periodontais, o osso alveolar e o cemento dental, que recobre a raiz dos dentes.
As doenças periodontais geralmente se apresentam em dois estágios:
No estágio 1, por exemplo, afetam somente a gengiva provocando inflamação, vermelhidão, inchaço e sangramento. Quando a gengivite não é tratada, ela avança para o estágio 2, tornando-se uma periodontite, por avançar para os tecidos periodontais que sustentam os dentes, o que torna-se mais preocupante, pois, nesses casos podemos ter perda óssea, recessão gengival e mobilidade dentária.
Pet Med – O que causa a doença periodontal em cães e gatos?
Mara Rubia Mayorka – Basicamente, são causadas pela falta de higiene bucal, mas, também podem ter outros agentes causadores, como a predisposição racial, sobretudo dos cães de porte pequeno, que apresentam menor estrutura anatômica e, consequentemente, maior proximidade dos dentes.
A idade e a alimentação de alimentos que aderem aos dentes também contribuem para a formação de placa bacteriana que levam à presença de cálculos dentários.
Pet Med –Toda doença periodontal coloca em risco a vida dos cães e gatos?
Mara Rubia Mayorka – Não, nem todas colocam a vida dos animais em risco. No entanto, quando não são tratadas podem, sim, comprometer a saúde geral dos cães e gatos, pois, tornam-se portas de entrada para bactérias que podem se espalhar para outras partes do corpo via corrente sanguínea, podendo levar os animais a infecções sistêmicas.
Pet Med –De que modo os familiares podem suspeitar ou identificar sinais de que o cão ou gato pode estar com alguma doença periodontal?
Mara Rubia Mayorka – É muito importante que os familiares tenham ou criem o hábito de levantar o lábio do seu cãozinho ou do gatinho para verem como estão os aspectos da gengiva e dos dentes deles.
Eles devem observar se o cão ou o gato tem aquele bafinho, se há placa amarela nos dentes, se tem vermelhidão ou sangramento na gengiva, se ele apresenta sinais de irritabilidade, dor, agressividade, mobilidade dentária, se está com dificuldade para mastigar ou mudança na forma de morder, se está evitando brinquedos que antes mordia, se fica esfregando a pata no focinho ou esfregando o focinho no chão com frequência e se há excesso de salivação.
Na presença de qualquer um desses sinais é importante buscar ajuda do dentista veterinário o mais rapidamente possível.
Pet Med – Neste aspecto, qual é a importância de levar os cães e gatos ao dentista veterinário?
Mara Rubia Mayorka – A avaliação odontológica deve estar incluída no check-up geral anual dos cães e dos gatos, pois como vimos, problemas odontológicos podem causar muitos problemas clínicos e nem sempre são identificados como oriundos de problemas periodontais, enquanto a doença periodontal pode causar sérios riscos à saúde dos cães e gatos.
Pet Med – No dia a dia, de que modo é possível prevenir a doença periodontal nos cães e nos gatos?
Mara Rubia Mayorka – como medida de prevenção, o mais recomendado é fazer a escovação dos dentes regularmente. Mas, sabemos que nem sempre os familiares conseguem seja por falta de tempo, seja por não saberem fazer ou pelos pets não deixarem fazer a escovação.
Para esses casos e, paralelamente à escovação, os familiares podem oferecer os petiscos próprios para ajudar na limpeza dos dentes, assim como cenoura, maçã, fazer uso de enxaguantes bucais próprios para pets, que são diluídos na água, que também ajudam a reduzir a formação de placa bacteriana, assim como realizar avaliação odontológica regularmente, pois, ao identificar os primeiros sinais de placa bacteriana é possível fazer limpeza, como prevenção da doença periodontal que precisa de procedimentos mais invasivos para tratamento.
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Presentes materiais são passageiros, o amor por um animal é para sempre. Pense antes de presentear!
Dezembro é um dos meses do ano em que temos o costume de presentear amigos e familiares. No entanto, é importante ressaltar que nem tudo que é bonito, fofo, encantador deve ser visto como um presente. Um exemplo disso são os animais. Recentemente o Código Civil brasileiro foi alterado para incluir o conceito de que os animais não são mais considerados “bens móveis”, mas sim seres sencientes, ou seja, eles também têm a capacidade de sentir. Essas mudanças refletem o entendimento atual de que os animais têm direitos e, além de precisarem e terem proteção legal específica, não são mais vistos como até então, de que seriam meros objetos de propriedade, mas sim, que são integrantes, parte das famílias multiespécies. Desta forma, não devem servir como objeto para presentearmos uma pessoa querida.
A intenção pode ser boa, pois, sabemos o quanto maravilhoso é compartilhar nosso dia a dia com os animais. No entanto, nem todas as pessoas estão preparadas para esse momento. Muitas vezes pode não dispor de tempo, de condições financeiras, de espaço, de afeição e até mesmo de condições emocionais para se responsabilizar por cuidar de um animal de estimação. Nestes casos, ao invés de fazer bem a eles, os deixará em condições vulneráveis.
Devemos sempre lembrar que os animais, assim como nós humanos, precisam de companhia, de interação, de brincadeiras e passeios, de cuidados médicos, de comida, de carinho e atenção, de aconchego, de mimo, de banho, de comida, de respeito e de amor, então, na dúvida, seja em qualquer época do ano, o melhor presente é não presentear alguém querido com um animal.
Bom final de ano a todos!
Presentes passam, o compromisso com um animal não. Adote com responsabilidade, não presenteie com vidas!
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Hoje em dia é muito comum vermos grupos para as pessoas falarem e trabalharem a convivência com o luto seja de uma pessoa querida, um amigo, um familiar e, também de um pet.
No entanto, nos perguntamos se os cães e gatos também vivenciam o luto após perderem a convivência com outro animal de companhia ou com um ente da família.
Para nos explicar essas e outras questões relacionadas a como os animais lidam com a perda, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária Rita Ericson, formada em 1994 pela Universidade Federal Fluminense, pós graduada em Etologia Clínica pelo Instituto Qualittas, no Rio de Janeiro e Mestre em Comportamento animal pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Além de autora do site www.bichosaudavel.com e dos livros Latidos de Sabedoria e Miados de Sabedoria, Rita apresenta boletins diários sobre saúde e comportamento de cães e gatos na Rádio JB FM, no Rio de Janeiro, foi consultora de veterinária do Programa Encontro com Fátima Bernardes, de 2014 até 2021, e do podcast Bichos na Escuta do G1/Fantástico e desenvolveu uma websérie para o GShow, com 19 episódios sobre cães e gatos.
É também, membro e fundadora do TanatoVet – um grupo de veterinárias e psicólogas, que estuda a finitude, a comunicação de más notícias e o luto na Medicina Veterinária, e certificada no Programa Fear Free, criado por especialistas em comportamento e medicina veterinária, focado em minimizar o medo, a ansiedade e o estresse dos animais durante visitas ao pet shop e procedimentos veterinários.
Na área acadêmica, Rita é professora de comportamento animal no curso de pós-graduação da Universidade Tuiuti do Paraná e professora de pós-graduação PainCare da Escola Brasileira de Medicina Veterinária – Ebramev.
As considerações da especialista são muito importantes, acompanhe!
Pet Med – Muito falamos sobre a dor que as pessoas sentem quando perdem seus animais de estimação. No entanto, gostaríamos de saber como os próprios animais sentem a perda de um familiar mais próximo ou de um outro pet que tenha sido seu companheiro dentro da família. Cães e gatos sentem a dor do luto?
Rita Ericson – Os dois trabalhos mais importantes que a gente tem publicados sobre isso – estamos falando sobre ciência, e não sobre o que a gente percebe no dia a dia – sendo um focado em cães e outro é focado em gatos, mostram que os humanos que responderam aos questionários sobre a mudança de comportamento dos seus animais após a perda de outro animal – porque os dois estudos foram feitos com a perda de um animal da mesma espécie que ele – mostram que eles sentem, que eles percebem alterações comportamentais, especialmente relacionadas a brincar menos, comer menos, redução de atividade, aumento da busca por atenção dos humanos e aumento da sonolência. Isso é o mais perceptível. No entanto, a gente precisa destacar questões que os dois trabalhos levantam, que é, se isso tudo não é muito interpretado pelos humanos que também estão enlutados. E, aí o que os trabalhos mostram também é que se esses animais tinham uma relação afiliativa, ou seja, se eram amigos, ou eram da mesma família, se eles tinham uma relação próxima, esses comportamentos alterados são mais facilmente percebidos do que quando os animais não têm uma relação afiliativa entre eles. E, também, sobre o tempo de convivência, eles perceberam que quando os animais tinham mais tempo de convivência as mudanças de comportamento ficam mais evidentes.
Pet Med – Como os familiares podem identificar se o(s) pet(s) da família pode(m) estar sofrendo com a perda de um familiar ou de um companheiro pet?
Rita Ericson – Observando de perto o seu comportamento. Conhecendo bem o seu animal, qual é o padrão dele de brincadeira, de alimentação, de atividade, de sono, a gente percebe quando isso está alterado. Os animais se beneficiam muito de rotina, então, quando existe uma rotina e essa rotina é saudável e se repete, a gente percebe quando ela sai do padrão.
Pet Med – Diante dessa constatação, quais devem ser os cuidados com esse pet para que ele não viva triste ou desenvolva quadro de depressão ou outro tipo de problema de saúde?
Rita Ericson – Essa é uma questão importante, porque muitas vezes pode-se fazer uma confusão entre comportamentos parecidos com o do luto e o da depressão, e na verdade o animal está doente, então a gente tem que tomar muito cuidado para não considerar que é luto sem fazer um check-up de saúde. E aí, o que a gente pode fazer, considerando que o animal está saudável, que ele está triste, sentindo a falta do outro, é tentar melhorar a qualidade de vida dele o máximo que a gente puder, oferecendo sensações prazerosas, emoções positivas, sempre respeitando o espaço dele.
Pet Med – Muitas famílias tentam resolver essa ausência com a adoção de um novo cão ou gato para fazer companhia ao pet que ficou. Essa solução é uma boa opção?
Rita Ericson – Essa questão é complexa, inclusive por conta do luto da família. Se a família está enlutada, muitas vezes a decisão de adotar um outro animal, naquele momento pode não ser muito boa e a mesma coisa vale para o pet. Às vezes é um pet idoso, e ele pode até estar sentindo a falta do outro que faleceu, mas pensar em conviver com um filhote cheio de energia e animado, por exemplo, pode ser muito pior do que ele se adaptar à nova realidade de não ter outro pet para conviver com ele.
Pet Med – E quando a falta é de um ente da família, o que pode ser feito para diminuir ou ajudar o animal a lidar com essa perda?
Rita Ericson – Como a gente não tem nenhuma pesquisa falando sobre o luto dos animais com relação à perda dos humanos, mas, a gente tem depoimentos e percepções de pessoas que convivem com os pets dizendo que o animal fica diferente, é mais ou menos a mesma estratégia da perda de um pet. É tentar fazer a vida de esse animal ficar boa, ser boa ou ser melhor do que era. Eu, pessoalmente, sem ter embasamento científico, porque eu nunca fiz uma pesquisa sobre isso, costumo recomendar que se evite ficar repetindo muito o nome da pessoa ou o nome do pet que não está mais presente, porque o que a gente sabe sobre a capacidade cognitiva dos animais, nos mostra que eles não têm o conceito da morte como um acontecimento. Eles não sabem que aquele animal ou aquela pessoa sumiu porque morreu, e sim, porque ele não está mais ali. O conceito da morte para os humanos, ele é muito profundo, porque a gente sabe que é definitivo. A gente tem esse conceito de que a morte é uma interrupção de um vínculo real, presencial e que a partir do momento em que o indivíduo morre você não terá mais essa possibilidade de convivência. Esse conceito de morte, os animais não têm, então, quando ele sente falta, ele está sentindo falta da companhia daquele animal ou daquela pessoa ali do lado dele.
Pet Med – Quais são as consequências para os animais quando sofrem esse tipo de perda, se essa dor não for levada em consideração e com atenção pelos familiares?
Rita Ericson – Eu acho que o maior risco é do animal estar doente e a pessoa considerar que ele está enlutado, porque se o animal realmente está enlutado, e a qualidade de vida dele estiver boa, ele provavelmente vai ficar normal, voltar para o comportamento dele normal dentro de algum tempo. O que a gente chama de luto complicado nos seres humanos, a gente não tem registro nos animais, nem existe registro de comportamentos semelhantes ao luto em cães selvagens, por exemplo. Em outras espécies a gente vê, nos elefantes, nos primatas, por exemplo, a gente vê, inclusive, alguns estudos e comportamentos diferentes depois que o animal morre, mas, nos cães selvagens não há esse tipo de comprovação.
Pet Med – Para finalizar, que outras informações você entende como importantes e que não tenham sido abordadas durante a entrevista?
Rita Ericson – É muito importante ressaltar que os dois estudos recentes, esse sobre os gatos, de 2024 – Is companion animal loss cat-astrophic? Responses of domestic cats to the loss of another companion animal, e sobrecães, de 2022, Domestic dogs (Canis familiaris) grieve over the loss of a conspecifc,mostram que é muito difícil separar o que essa família está interpretando no comportamento desse animal através do seu luto, porque essa família também está enlutada, e o que esse pet pode estar percebendo de diferente neste ambiente familiar em que ele vive por causa do luto dos humanos e não por causa do luto dele. Por exemplo: um animal que se aproxima do ser humano quando ele está inseguro. Nesse momento, esse ser humano é a segurança dele, ele se aproxima de você para te pedir ajuda, se você ser humano, está inseguro, não está bem, está com raiva, triste ou vivendo uma emoção negativa, esse pet pode não se sentir seguro em pedir ajuda para uma pessoa que está assim, então, tem todas essas percepções que podem ser interpretadas pelos humanos que estão enlutados, e que transformam essa nossa percepção para com os animais. Isso tudo é importante considerar.
Os cães e gatos também podem ser acometidos pelo câncer de próstata, assim como os homens. Por isso, a Campanha Novembro Azul também é muito importante para os pets e, embora a quimioterapia para os pets não tragam tantos malefícios quanto para os humanos, a prevenção ainda é a melhor opção.
Para conversar conosco sobre todas essas questões, convidamos o Biólogo e Médico Veterinário, Carlos Eduardo Rocha, Mestre em Biologia Comparada, com especialização em Oncologia Clínica e Cirúrgica e diretor do HOVET WEST FARM, em Limeira, São Paulo.
Kadu Rocha, como é conhecido, é também, mentor e professor da pós-graduação em Oncologia Clínica e Cirúrgica da Faculdade Qualittas, sócio honorário da Sociedad Argentina de Oncologia Veterinária – SAOV, patrono da Oncologia pela ABVET, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e Reconstrutiva Veterinária e autor livro Oncologia em Pequenos Animais e Pets Exóticos do Diagnóstico ao Tratamento, publicado pela Editora Medvep 2022.
Acompanhe a entrevista.
Pet Med –Para começar, o que podemos entender pela Campanha Novembro Azul voltada para os pets?
Carlos Eduardo Rocha – Assim como a Campanha Outubro Rosa Pet que tem por objetivo a prevenção ao câncer de mama em cadelas e gatas, o objetivo do Novembro Azul é alertar e conscientizar sobre o Câncer Prostático que é uma enfermidade mais diagnosticada em cães. Em gatos os relatos, e consequentemente a literatura, são bastante escassos. Os adenocarcinomas são reportados acometendo gatos idosos castrados.
Pet Med – O que leva os cães e gatos a desenvolverem câncer de próstata?
Carlos Eduardo Rocha – Entre as várias alterações que podem ocorrer na glândula prostática, as principais são: hiperplasia/hipertrofia prostática benigna, prostatites (aguda ou crônica), abcessos prostáticos, cistos prostáticos e paraprostáticos e neoplasias.
É importante dizer que não há qualquer correlação hormonal com o desenvolvimento do câncer. Machos castrados ou não podem desenvolver essa neoplasia
Geralmente é diagnosticada em cães idosos entre 8 e 13 anos. As metásteses são comuns o que torna essa enfermidade de prognóstico desfavorável.
Os tumores prostáticos podem se originar do tecido epitelial (carcinomas, adenocarcinomas, células transicionais e uroteliais), do tecido muscular (leiomiossarcoma) ou de estrututuas vasculares endoteliais (hemangiossarcoma).
Pet Med –No dia a dia, quais são os sinais que os familiares devem ficar atentos, ou seja, como saber se os machos podem ter desenvolvido câncer de próstata?
Carlos Eduardo Rocha – Os sinais clínicos variam com o tipo e a gravidade da afecção prostática, podendo em alguns casos passar despercebida aos olhos dos tutores. A prostatite aguda muitas vezes é a afecção relacionada a sinais mais evidentes.
Com a progressão da enfermidade neoplásica podemos observar: Tenesmo (dificuldade para defecar), Disúria, Poliúria, Polidipsia ,Hematúria, Corrimento uretral e Sintomas sistêmicos, como perda de peso, intensa algia, alteração da postura e marcha.
Pet Med –Quais devem ser os primeiros passos dos familiares ao observarem a possibilidade de os cães e os gatos estarem desenvolvendo câncer de próstata?
Carlos Eduardo Rocha – Procurar imediatamente ajuda do profissional Médico Veterinário e evitar o uso de qualquer medicação sem orientação profissional.
Pet Med –Quais são os meios de diagnosticar o câncer de próstata nos animais?
Carlos Eduardo Rocha – O diagnóstico deve iniciar por um histórico clínico bem feito. Exame físico, laboratoriais, imagens e coleta de material para citologia e biópsia complementam a base de um correto diagnóstico.
Pet Med –A partir da confirmação do diagnóstico, quais são os possíveis tratamentos do câncer de próstata oferecidos atualmente pela Medicina Veterinária?
Carlos Eduardo Rocha – Infelizmente não há tratamento eficaz para os casos de neoplasias prostáticas. Tratamentos paliativos e adjuvantes podem e devem ser utilizados.
A técnica cirúrgica de prostatectomia, mesmo quando realizada por mãos habilitadas dos cirurgiões tem pouco eficácia terapêutica. A Radioterapia deve ser empregada como terapia de escolha e pode ser associada a quimioterapia quando há evidência de doença metastática.
Terapias adjuvantes para o controle da dor, uso de laxantes e terapias integrativas oferecem ao paciente uma melhor qualidade de vida, mesmo que seja esta por breve tempo.
Pet Med –Para os machos que passam por quimioterapia, por favor, nos explique como é realizado este tratamento e como é a recuperação do animal?
Carlos Eduardo Rocha – Todo protocolo quimioterápico deve ser prescrito por um Profissional Medico Veterinário Oncologista.
Os tratamentos são estabelecidos através do Estadiamento da Enfermidade e das condições clínicas do paciente. Geralmente são sessões a cada 21 dias, podendo ou não ser alterada de acordo com a resposta clínica de cada paciente.
Diferentemente da comparação com os tratamentos em seres humanos, as reações negativas em Pets não é tão observada. A quimioterapia, quando indicada deve ser sempre empregada, pois traz benefícios e não malefícios.
Pet Med –De modo geral qual é o prognóstico para o câncer de próstata nos pets?
Carlos Eduardo Rocha – Desfavorável
Pet Med –Neste aspecto, como prevenir, o que pode ser feito pelos familiares, a fim de evitar que o cão ou o gato venha a desenvolver câncer de próstata?
Carlos Eduardo Rocha – Prevenção é a palavra chave!!!
Avaliações periódicas principalmente para os Pets machos a partir dos 6 anos de idade, toque retal e exames de imagem, devem fazer parte da rotina .
Pet Med –Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista.
Carlos Eduardo Rocha – Estamos acostumados e fomos educados academicamente falando para o tratamento das enfermidades. Está na hora de mudarmos a chave e focar nossos conhecimentos na prevenção.
Quando conseguimos conscientizar e trabalhar com nossos pacientes e seus tutores desde as primeiras vacinas sobre a importância da prevenção, dos exames periódicos e da visita regular ao profissional veterinário, criamos uma cultura de zelo e de amor ao Pet.