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Terapia com animais para auxiliar no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Por Pauline Machado

Sabemos o quanto o convívio com os animais faz bem para a saúde e o bem-estar dos humanos. Mas, os benefícios não param nesta relação do dia a dia.

As terapias com animais estão aí para comprovar o quanto os animais ajudam a melhorar a vida das pessoas, inclusive na terapêutica do Transtorno do Espectro Autista.

Para conversar conosco sobre esse tema, convidamos a Pedagoga, Letícia Pereira Marba Erran, que atua no Instituto TEA.

Letícia é psicomotricista, neuropsicopedagoga, pet terapeuta e equoterapeuta, aplicadora ABA (análise do comportamento aplicada) e pós-graduanda em Intervenção ABA para Autismo e Deficiência Intelectual.

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Acompanhe!

Pet Med – O que podemos entender por Transtorno do Espectro do Autista (TEA)?

Letícia Pereira Marba Erran – Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento. Pessoas com TEA apresentam um desenvolvimento atípico e o espectro é muito abrangente, portanto, cada indivíduo é único e com características únicas. 

Pet Med – Quais são os sintomas, as características de uma pessoa, seja criança, adulto ou idoso, com TEA?

Letícia Pereira Marba Erran – Como dito anteriormente, pessoas dentro do espectro podem possuir características diferentes uma da outra, porém, as mais “comuns” são: dificuldades em habilidades sociais, dificuldades em comunicação, sistema sensorial com alterações, atrasos ou desenvolvimento motor atípico, ecolalias, estereotipias, rigidez cognitiva ou rigidez comportamental, entre outras. 

Pet Med – Nesta mesma linha, o que podemos entender por Intervenção Assistida por Animais (IAA)?

Letícia Pereira Marba Erran – As Intervenções assistidas por animais se dividem em três diferentes abordagens: a TAA Terapia assistida por animais, ou pet terapia, é uma abordagem que utiliza os animais como co-terapeutas para auxiliar no desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional de pessoas com deficiência, contendo planejamento e atendimento individualizado; a Educação assistida por animais tem como principal alicerce também o uso dos animais como facilitadores no processo educacional dos indivíduos, é geralmente utilizada em ambientes escolares e é realizada em grupo; a Intervenção assistida por animais é  também utilizada nos processos de reabilitação tanto em ambientes hospitalares quanto em ambientes clínicos e escolares mas não possui um planejamento individualizado ou mesmo pensado para o grupo específico, essa abordagem acaba tendo como maior foco o contato em si com os animais, sem demandas específicas.

Pet Med – Neste sentido, qual é a importância da aplicabilidade da Intervenção Assistida por Animais (IAA) para casos de TEA?

Letícia Pereira Marba Erran – Mesmo sendo uma abordagem que surgiu no meio psicanalítico, está sendo possível e se mostrando cada vez mais evidente sua eficácia dentro da área comportamental. No ABA a TAA está sendo utilizada em sua essência, ou seja, com os animais como facilitadores. Muitos dos treinos dentro do ABA, por mais lúdicos que sejam, acabam ficando “cansativos” para um perfil de pacientes, sem falar na carga horária e rotina terapêutica que as nossas crianças precisam. Acrescentar uma hora ou mais por semana de TAA faz uma quebra nessa rotina clínica e muitas das vezes os pacientes nem ao menos percebem que aquele também é um momento terapêutico e que estão sendo feitos os treinos para as habilidades que eles precisam adquirir. Um dos pontos de maior ênfase da TAA no TEA é no que diz respeitos às habilidades sociais.   

Um estudo conduzido na Universidade Estadual de Washington demonstrou que os cães podem chamar a atenção das crianças autistas. O estudo foi conduzido por François Martin e sua equipe, com a gravação em vídeo de três condições com as crianças: um terapeuta com uma bola, outro com um animal de pelúcia e o último com um cão. Foram 45 sessões em 15 semanas. As crianças olhavam o cão e conversavam com ele por maior período de tempo do que com as outras duas situações.  

Pet Med – De que forma a IAA acontece na prática durante o tratamento?

Letícia Pereira Marba Erran – A prática vai variar conforme o ambiente, o paciente e a abordagem que o terapeuta optar por mais viável, levando em consideração todo o contexto. No meu caso, eu atuo diretamente com a TAA em ambiente clínico e dentro da Análise do comportamento aplicada, o ABA; 

Pet Med – Em que casos a IAA é recomendada para o tratamento de TEA? 

Letícia Pereira Marba Erran – A TAA é muito abrangente e pode ser recomendada para diversos casos, a depender da formação do profissional e da avaliação realizada por ele. Por exemplo: eu, como psicomotricista, posso aplicar os treinos da psicomotricidade dentro da pet terapia. Os casos mais comuns de serem indicados para a TAA são: casos de medo, pacientes com alterações sensoriais (profissional deve tomar muito cuidado com esse quesito e atuar sempre em conjunto com a T.O), pacientes com seletividade alimentar, pacientes com dificuldade em habilidades sociais, pacientes que demonstrem pouca intenção comunicativa, mas que tenham interesse por animais, entre outros.

Pet Med – E, em que casos a IAA não é recomendada? 

Letícia Pereira Marba Erran – Casos de fobia, onde o terapeuta perceba que a exposição não será saudável, alergias graves e não acompanhadas, problemas respiratórios que possam ser agravados com o contato com os animais e agressividade extrema.

Pet Med – Quais são os resultados esperados e os geralmente alcançados a partir da IAA no tratamento de TEA?

Letícia Pereira Marba Erran – Os resultados esperados são um maior envolvimento do paciente com a terapia, facilitação na criação de vínculo, desenvolvimento das habilidades necessárias de forma lúdica, melhora nas habilidades de interação e comunicação, melhora na autoestima, melhora nas habilidades de autocuidado e independência. 

Pet Med – Por quais motivos esses resultados são alcançados, ou seja, como os animais podem ajudar na terapêutica do Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

Letícia Pereira Marba Erran – O contato em si com os animais já causa liberações e regulações hormonais, como por exemplo, reduz os níveis de cortisol e aumenta os de dopamina. Atuar com reforçadores de alta magnitude e de forma lúdica, naturalística, transforma o ambiente de TAA rico em oportunidades de aprendizagem.

Pet Med – Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista.

Letícia Pereira Marba Erran – Viso como importante atuar com multiespécies e não apenas o cão, que é mais comum no Brasil, pois se queremos trabalhar habilidades tão abrangentes e com algo que seja prazeroso para o paciente é imprescindível que esse paciente tenha oportunidade de escolha, até porque, nem sempre o paciente irá gostar do cachorro, talvez uma Barata de Madagascar seja mais eficaz neste caso.

Essa variação também é importante para o bem-estar do animal em si, visto que em momento algum é forçada a interação de forma que cause desconforto para o animal e quando o mesmo demonstrar não “estar afim” nós também o respeitamos. Para fazer o bem é preciso estar bem também, portanto a saúde e o bem-estar dos animais estão em primeiro lugar para um tratamento eficaz em TAA.

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