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Abril Marrom: cuidados e prevenção com a saúde ocular de cães e gatos

Abril Marrom: cuidados e prevenção com a saúde ocular de cães e gatos

⠀⠀⠀Por Pauline Machado

⠀⠀⠀No último dia 7 de abril, comemoramos o Dia Mundial da Saúde e, neste mês de abril, temos também a Campanha Abril Marrom, que fala sobre a importância da realização de exames oftalmológicos regulares, não somente pelas pessoas, mas, nos cães e gatos também.
⠀⠀⠀Para conversar sobre o assunto, convidamos a Médica Veterinária, Thayane Cristine Santos Vieira, , professora, doutora em Oftalmologia Veterinária e mestre em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Paraná e portadora do CRMV: 11093/PR
⠀⠀⠀Acompanhe!

Pet Med – Qual é o significado e a importância da Campanha Abril Marrom?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – Abril é o mês da conscientização e prevenção da cegueira tanto em humanos quanto em animais. O mês foi escolhido em função do dia 8 de abril ser comemorado o Dia Nacional do Sistema Braille e a cor marrom, por ser a cor da íris mais comum nos olhos dos brasileiros.

Pet Med – Neste cenário, quais são os problemas oculares mais comuns em cães?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – Alterações oculares em cães são diversas, mas no grupo que pode levar a cegueira inclui doenças como catarata, glaucoma e alterações na retina.

Pet Med – E nos gatos?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – Em gatos vemos com mais frequência o glaucoma, embora catarata e alterações de retina também possam acontecer. E diferente do cão, o gato apresenta mais glaucoma por inflamações nos olhos por diversas causas, mas principalmente lesões virais e infecciosas.

Pet Med – Pensando na predisposição de algumas raças de cães e de gatos, quais são as mais suscetíveis a terem problemas oculares?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – Normalmente são os pets que apresentam maior exposição dos olhos, os que chamamos de Exoftálmicos, aqueles  que têm “olhos para fora”, como por exemplo os braquicefálicos. Eles apresentam alterações nas estruturas ao redor e no próprio olho. Alterações essas que podem os predispor a mais acidentes e alterações envolvendo os olhos que os demais. Então podemos citar os Persas, Pug, Bulldog Francês, Boston Terrier e Shih Tzu.

Pet Med – Por favor, detalhe como os animais podem ser acometidos por doenças oculares e quais são as possíveis formas de tratamentos mais indicadas?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – Existe uma gama muito grande de alterações envolvendo as raças citadas acima, mas pela maior exposição, podemos pensar em traumas e acidentes que podem levar a lesões na córnea, que é a parte transparente do olho, as ceratites ulcerativas ou popularmente chamadas de “úlceras de córnea” e até proptose do olho, que é quando realmente  o olho realmente sai e fica fora da órbita.
⠀⠀⠀Para cada nível de alteração temos um nível de tratamento, desde tratamento clínico à base de colírios até correções cirúrgicas como auto enxertos e medicações sistêmicas. Tudo depende da gravidade. No caso de uma proptose do olho, por exemplo, precisamos avaliar se a estrutura está viável para reposicionar, pois, às vezes o olho está tão lesionado e infeccionado que somente sua remoção vai levar ao bem-estar novamente.

Pet Med – Quais são os sinais clínicos de um cão ou um gato com doenças oculares?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – Os sinais dependem da alteração mas entre eles o tutor irá notar aumento ou redução do tamanho do olho, olho vermelho, pupila de tamanho diferente (dilatada ou contraída), mancha branca ou avermelhada no olho, dificuldade para localizar objetos, como os brinquedos, lacrimejamento, secreção diferente do habitual, o animal pode fugir da luz, demonstrando incômodo com ela, piscar com mais frequência ou pressionar as pálpebras com força, pressionar a face em objetos ou patinhas e até mudanças de comportamento, se escondendo, tornando-se mais agressivo ou apresentando redução do apetite, por exemplo.

Pet Med – Pensando na prevenção, quais são suas recomendações para que cães e gatos evitem desencadear tais problemas oculares?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – Pacientes que apresentam maior exposição dos olhos têm recomendação de acompanhar desde cedo com o oftalmologista de forma anual. Existem algumas raças predispostas a cegueira desde muito jovens  pelo glaucoma (Samoyeda, Chow-Chow, Husky), também recomendamos acompanhamento desde cedo. Já os outros pets recomendamos após os seis anos de idade quando se começa o envelhecimento visitas anuais também.

Pet Med – A limpeza ocular dos cães e gatos em casa pelos seus familiares é recomendada ou não?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – É recomendada para remoção de restos de lágrima que ficam ao redor dos olhos principalmente na presença de dobras na face, para evitar o acúmulo de lágrima ali predispondo a dermatite úmida local.

Pet Med – Se for recomendada, como deve ser feita essa limpeza, com colírio específico, com água, com soro fisiológico?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – Depende da demanda. Existem pacientes com obstrução das vias lacrimais, portanto apresentam acúmulo de lágrima na face. Existe tratamento para isso, então, é importante conversar com o oftalmologista que acompanha seu pet.
⠀⠀⠀Por outro lado, há pacientes que apresentam “síndrome do olho seco” que tendem a acumular uma lágrima mais concentrada nas pálpebras, nessas situações recomenda-se a limpeza diária com solução fisiológica e auxílio de gaze ou algodão. Não há necessidade de colocar a solução fisiológica dentro do olho. Caso o paciente apresente alguma alteração que o oftalmologista recomende o uso de colírios diários, ele irá recomendar qual é o mais adequado e sua frequência. Não recomendo aplicar colírios, mesmo que lubrificantes sem recomendação médica. Os lubrificantes são diferentes e com objetivos diferentes, não são todos iguais.

Pet Med – Por fim, em casa, quais cuidados os tutores devem ter, no dia a dia, para manter a qualidade de vida de um cão ou gato com algum problema de visão?
⠀⠀⠀Thayane Vieira – O mais importante é acompanhar com o oftalmologista de forma anual, pois mesmo que o paciente apresente perda de visão e tiver a estrutura do olho presente, ele pode sentir dor e desconforto.
⠀⠀⠀É importante entender qual alteração o paciente apresenta para conseguir se adaptar à nova vida dele. Existem doenças que levam a cegueira que são graduais e progressivas, assim pode ser adaptada a casa de acordo com a evolução do paciente. Criar rotinas, adaptação com sons e odores diferentes também é muito importante.

Março Azul-Marinho: cuidados e prevenção de verminoses em cães e gatos

Março Azul-Marinho: cuidados e prevenção de verminoses em cães e gatos

Por Pauline Machado
⠀⠀⠀O mês de março foi escolhido para intensificar a campanha de prevenção ao câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal por englobar tumores no intestino grosso e no ânus.
⠀⠀⠀Como medidas de prevenção, estão os cuidados e prevenção das verminoses em cães e gatos.
⠀⠀⠀E, para nos explicar detalhadamente todos esses pontos, conversamos com a Médica Veterinária Ana Carolina Rodrigues Benvenho, formada em 2004 pela Universidade Estadual de Londrina, portadora do CRMV/PR: 6568.
⠀⠀⠀Enquanto acadêmica, fez estágio em Endoscopia e Gastroenterologia na Texas A&M University em 2008.
⠀⠀⠀Em 2012, já como profissional, recebeu o título de Mestre em Cirurgia pela UFMVZ/USP e atualmente é idealizadora do VetPlace Coworking veterinário e proprietária do IGEV – Instituto de Gastroenterologia e Endoscopia Veterinário de 2020 até os dias atuais.
⠀⠀⠀A entrevista está imperdível! Acompanhe.

Pet Med – Qual é o significado e a importância da Campanha Março Azul – Marinho Pet? 
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – A campanha Março Azul Marinho Pet é uma iniciativa dedicada a aumentar a conscientização sobre a prevenção e o tratamento de verminoses em cães e gatos. O termo “Março Azul Marinho” faz referência à cor azul, que é associada à saúde e ao bem-estar dos animais de estimação, enquanto “Marinho” destaca a importância dos cuidados com a saúde intestinal desses animais.
⠀⠀⠀A importância dessa campanha reside na necessidade de conscientizar os tutores de animais de estimação sobre os riscos das verminoses e a importância de medidas preventivas, como a desparasitação em casos de exames positivos e a adoção de hábitos de higiene adequados. As verminoses podem afetar negativamente a saúde dos animais, causando uma série de problemas, desde desconforto gastrointestinal até complicações graves e mesmo a morte em casos mais graves.
⠀⠀⠀Além disso, ao prevenir e tratar as verminoses em cães e gatos, também estamos protegendo a saúde pública, uma vez que algumas dessas parasitoses podem ser transmitidas aos humanos. Portanto, a campanha Março Azul Marinho Pet desempenha um papel crucial na promoção da saúde e do bem-estar, tanto dos animais de estimação quanto de seus tutores, destacando a importância da prevenção e do tratamento adequado das verminoses.

Pet Med – Neste sentido, qual é o impacto da presença de verminoses para a saúde dos cães e dos gatos?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – As verminoses têm um ciclo de vida complexo e este ciclopode causar vários impactos negativos na saúde dos cães e dos gatos, afetando seu bem-estar geral e qualidade de vida, como por exemplo:

  1. Problemas gastrointestinais: Os parasitas intestinais, como vermes e protozoários, podem causar uma variedade de problemas gastrointestinais, incluindo diarréia, vômitos, perda de apetite, dor abdominal e flatulência. Esses sintomas podem levar a desconforto e debilitação nos animais.
  2. Anemia: Em casos de infestações severas, certos tipos de vermes intestinais, como ancilostomídeos, podem se alimentar do sangue dos animais, causando anemia. A anemia resultante pode levar a fadiga, fraqueza, letargia e outros problemas de saúde.
  3. Atraso no crescimento e desenvolvimento: Em filhotes e animais jovens, a presença de verminoses pode interferir no crescimento e desenvolvimento adequados. Isso pode levar a atrasos no ganho de peso, retardo no desenvolvimento físico e até mesmo comprometimento do sistema imunológico, tornando os animais mais suscetíveis a outras doenças.
  4. Complicações graves: Em casos graves e prolongados de infestação por parasitas, os cães e gatos podem desenvolver complicações mais graves, como obstrução intestinal, perfuração intestinal, danos aos órgãos internos e até mesmo a morte, especialmente em animais mais jovens, idosos ou debilitados.
  5. Transmissão para humanos: Alguns parasitas intestinais comuns em cães e gatos, como o verme redondo (Toxocara spp.) e o ancilostomo (Ancylostoma spp.), podem ser transmitidos aos seres humanos, representando um risco à saúde pública. Isso é especialmente preocupante em lares com crianças, idosos ou pessoas imunocomprometidas.

⠀⠀⠀Portanto, é fundamental para a saúde e bem-estar dos cães e gatos a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz das verminoses. Isso inclui a desparasitação conforme orientação veterinária, a manutenção de boas práticas de higiene e o acompanhamento veterinário periódico para identificar e tratar qualquer infestação parasitária.

Pet Med – Quais são as verminoses encontradas com maior frequência em cães e gatos?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – Existem várias verminoses que são comumente encontradas em cães e gatos. Dentre as mais frequentes estão:

  1. Verminoses intestinais:
    Ancilostomídeos (ancilostomose ou amarelão): São vermes intestinais que se alimentam de sangue, causando anemia, diarreia, perda de peso e fraqueza.
    Toxocara spp. (ascaridíase): Verme redondo que pode causar problemas gastrointestinais, além de complicações mais graves, como problemas respiratórios e até mesmo danos aos órgãos internos em casos graves.
    Trichuris spp. (tricuríase): Causa diarreia crônica, perda de peso e fraqueza.
  2. Verminoses cardíacas:
    Dirofilaria immitis (dirofilariose ou verme do coração): Um parasita transmitido por mosquitos que pode se alojar no coração e nos pulmões dos animais, causando insuficiência cardíaca, tosse, dificuldade respiratória e até mesmo a morte.
  3. Verminoses cutâneas:
    Dipylidium caninum (teníase): Uma tênia que pode infectar cães e gatos através da ingestão de pulgas contaminadas, causando coceira anal, irritação e, em casos graves, obstrução intestinal.
  4. Protozoários:
    Coccidia: Protozoários que podem causar diarreia e desidratação em filhotes e animais imunocomprometidos.
    Giardia spp. (giardíase): Protozoário que pode causar diarreia intermitente, vômitos e perda de peso.
    Tritrichomonas foetus: Protozoário que pode causar diarreia crônica em gatos.

⠀⠀⠀É importante ressaltar que a prevenção e o tratamento das verminoses devem ser realizados com orientação veterinária, incluindo exames regulares de fezes, desparasitação adequada e medidas de controle de pulgas e mosquitos para prevenir a infestação por vermes do coração.

Pet Med – De que forma é possível prevenir que cães e gatos sejam contaminados por essas verminoses?

  1. Desparasitação: É fundamental seguir um programa de desparasitação recomendado pelo veterinário, que pode incluir o uso de medicamentos antiparasitários para tratar infestações por vermes intestinais, bem como para prevenir a dirofilariose em áreas endêmicas.
  2. Higiene ambiental: Manter o ambiente onde os animais vivem limpo e higienizado pode ajudar a reduzir a contaminação por ovos e larvas de parasitas. Isso inclui a remoção regular de fezes do ambiente, a limpeza de comedouros e bebedouros, a lavagem frequente de camas e cobertores, e o controle de pulgas e carrapatos no ambiente.
  3. Controle de pulgas e carrapatos: Pulgas e carrapatos podem servir como hospedeiros intermediários para alguns parasitas, como Dipylidium caninum e Dirofilaria immitis. Portanto, é importante adotar medidas de controle de pulgas e carrapatos, como o uso de produtos antipulgas e carrapaticidas adequados e a manutenção de um ambiente limpo e livre de infestações.
  4. Alimentação segura: Evitar que os animais consumam carne crua ou caça pode ajudar a reduzir o risco de infestação por alguns parasitas, como Toxoplasma gondii em gatos. Além disso, fornecer uma alimentação balanceada e de qualidade pode fortalecer o sistema imunológico dos animais, tornando-os mais resistentes às infecções parasitárias.
  5. Evitar o contato com animais desconhecidos: Limitar o contato dos animais com animais desconhecidos ou com fezes de outros animais pode ajudar a reduzir o risco de infecção por parasitas transmitidos entre animais.
  6. Exames regulares: Realizar exames de fezes regularmente, conforme orientação veterinária, pode ajudar a detectar infestações parasitárias precocemente e permitir o tratamento adequado antes que a infestação se torne grave.

⠀⠀⠀Ao adotar essas medidas de prevenção, os tutores podem ajudar a proteger seus cães e gatos contra as verminoses e promover sua saúde e bem-estar geral.

Pet Med – E, quanto aos problemas intestinais mais comuns em cães e gatos?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – Os problemas intestinais são comuns em cães e gatos e podem ser causados por uma variedade de fatores, incluindo infecções, dieta inadequada, intolerâncias alimentares, estresse e condições médicas subjacentes. Aqui estão alguns dos problemas intestinais mais comuns em ambas as espécies:

  1. Diarreia: A diarreia é caracterizada por fezes moles ou líquidas e pode ser causada por infecções virais, bacterianas ou parasitárias, mudanças na dieta, estresse, medicamentos, intolerâncias alimentares ou doenças gastrointestinais subjacentes.
  2. Vômitos: Os vômitos podem ser causados por uma variedade de razões, incluindo infecções, intoxicação, obstrução intestinal, doenças pancreáticas, gastrite, úlceras, doenças renais, entre outros.
  3. Constipação: A constipação ocorre quando um animal tem dificuldade em evacuar fezes, resultando em movimentos intestinais infrequentes ou difíceis. Pode ser causada por dieta pobre em fibras, desidratação, obstrução intestinal, dor, problemas neurológicos ou problemas médicos subjacentes.
  4. Síndrome do Intestino Irritável (SII): Assim como em humanos, os cães e gatos também podem desenvolver SII, uma condição crônica caracterizada por sintomas como diarreia, vômitos, dor abdominal e flatulência sem uma causa identificável.
  5. Doença Inflamatória Intestinal (DII): A DII é uma condição crônica na qual o intestino do animal fica inflamado devido a uma resposta imunológica anormal. Isso pode levar a sintomas como diarreia crônica, perda de peso, vômitos e falta de apetite.
  6. Intolerâncias alimentares: Alguns cães e gatos podem desenvolver intolerâncias ou alergias a certos ingredientes alimentares, o que pode levar a problemas intestinais como diarreia, vômitos e coceira.
  7. Parasitoses intestinais: Infestações por vermes intestinais e protozoários podem causar uma variedade de sintomas gastrointestinais, incluindo diarréia, vômitos, perda de peso e desconforto abdominal.

⠀⠀⠀É importante observar atentamente os sinais de problemas intestinais em cães e gatos e consultar um veterinário se houver preocupações. O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais para garantir a saúde gastrointestinal dos animais de estimação.

Pet Med – Nesses casos, é possível afirmar que existe alguma relação da doença com a presença de verminoses? Por quais motivos?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – Sim, em alguns casos, pode haver uma relação entre certas doenças gastrointestinais e a presença de verminoses. Aqui estão alguns exemplos de como as verminoses podem contribuir para problemas intestinais:

  1. Inflamação e irritação intestinal: Alguns parasitas intestinais, como os ancilostomídeos e os vermes redondos, podem causar danos à mucosa intestinal, resultando em inflamação e irritação. Isso pode levar a sintomas como diarreia, vômitos e dor abdominal.
  2. Obstrução intestinal: Em casos graves de infestação por vermes intestinais, pode ocorrer obstrução intestinal, especialmente em filhotes ou em animais com uma carga parasitária muito alta. A obstrução intestinal pode causar sintomas como vômitos, dor abdominal e constipação.
  3. Intolerâncias alimentares: Alguns parasitas intestinais, como Giardia spp., podem causar danos à mucosa intestinal, tornando-a mais sensível e predispondo o animal a desenvolver intolerâncias alimentares ou sensibilidades alimentares.
  4. Imunossupressão: Em casos de infestação parasitária prolongada e severa, o sistema imunológico do animal pode ser comprometido, tornando-o mais suscetível a infecções bacterianas e virais, que por sua vez podem causar problemas gastrointestinais.
  5. Interferência na absorção de nutrientes: Algumas verminoses, como a ancilostomose, podem se alimentar do sangue do animal, causando anemia e interferindo na absorção adequada de nutrientes pelo intestino. Isso pode levar a deficiências nutricionais e sintomas como fraqueza, perda de peso e falta de energia.

⠀⠀⠀No entanto, é importante ressaltar que nem todos os problemas intestinais em cães e gatos são causados por verminoses, e outras causas devem ser consideradas e investigadas pelo veterinário. No entanto, em muitos casos, a presença de verminoses pode contribuir para sintomas gastrointestinais e complicações em animais de estimação. Portanto a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz das verminoses são importantes para garantir a saúde gastrointestinal dos animais.

Pet Med – Ainda neste aspecto, qual é a importância da vermifugação dos cães e gatos na prevenção de problemas gastrointestinais e na saúde dos cães e gatos?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – A vermifugação é essencial quando um cão ou gato é diagnosticado com parasitas intestinais. Infestações por vermes intestinais, como ancilostomídeos, Toxocara spp., Trichuris spp. e outros parasitas gastrointestinais comuns podem causar uma variedade de problemas gastrointestinais.
⠀⠀⠀É importante seguir o cronograma de vermifugação recomendado pelo veterinário e utilizar produtos antiparasitários seguros e eficazes para garantir a saúde intestinal dos animais de estimação.

Pet Med – E problemas mais graves, como o câncer colorretal, por exemplo?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – Os problemas mais graves relacionados ao trato gastrointestinal incluem condições como câncer, infecções por bactérias resistentes, fungos, algas e inflamações mais severas.
⠀⠀⠀O câncer colorretal é um tipo de câncer que afeta o cólon (intestino grosso) e o reto. Ele se desenvolve a partir de crescimentos anormais de células no revestimento interno do cólon ou do reto.

Pet Med – De que forma este tipo de câncer pode surgir e quais são suas implicações para a saúde dos cães e dos gatos?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – O câncer colorretal em cães e gatos é uma condição relativamente rara, mais comum em cães do que em gatos. Assim como nos seres humanos o câncer colorretal em animais pode surgir de várias maneiras. Os fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer colorretal em animais de estimação podem incluir predisposição genética, idade avançada, dieta e outros fatores ambientais.
⠀⠀⠀O câncer colorretal em cães e gatos pode representar uma condição séria e potencialmente fatal. A detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para melhorar as chances de sucesso e para garantir o bem-estar do animal.

Pet Med – Quais são os sinais clínicos de um animal com câncer colorretal?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – Os sinais clínicos do câncer colorretal em cães e gatos variam, mas podem incluir sinais como diarreia persistente ou constipação, presença de sangue nas fezes, dor para defecar, perda de peso inexplicada, dor abdominal, fraqueza, diminuição do apetite e mudanças nos hábitos intestinais.

Pet Med – E quanto ao diagnóstico, como é identificado?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – O diagnóstico do câncer colorretal geralmente envolve uma combinação de exames clínicos, exames de imagem e biópsias. A colonoscopia, assim como para os seres humanos, é um exame muito importante para a detecção do câncer colorretal. Além da identificação do câncer este exame proporciona a coleta de biópsia e em alguns casos a retirada do tumor através da polipectomia.
⠀⠀⠀A confirmação do câncer se dá através da análise histopatológica obtida pela biópsia. Neste exame um patologista identifica microscopicamente células cancerígenas.

Pet Med – Quais são os possíveis tratamentos para cães e gatos diagnosticados com doença intestinal ou câncer colorretal?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – O tratamento pode variar dependendo do estágio do câncer e das características individuais do animal, mas pode incluir cirurgia para remover o tumor, quimioterapia, radioterapia e outras terapias de suporte.
⠀⠀⠀O objetivo da cirurgia é remover completamente o tumor e quaisquer áreas circundantes afetadas, garantindo margens de segurança para reduzir o risco de recorrência.
⠀⠀⠀Já a quimioterapia envolve o uso de medicamentos anticancerígenos para destruir as células cancerosas ou impedir sua divisão e crescimento. A quimioterapia pode ser administrada antes da cirurgia (neoadjuvante) para reduzir o tamanho do tumor, após a cirurgia (adjuvante) para reduzir o risco de recorrência, ou como tratamento paliativo em casos avançados.
⠀⠀⠀Enquanto a radioterapia pode ser usada para tratar câncer colorretal em cães e gatos, especialmente em casos em que a cirurgia não é possível ou quando o tumor é inoperável. A radioterapia envolve o uso de radiação ionizante para destruir as células cancerosas ou impedir seu crescimento. Pode ser administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor, após a cirurgia para destruir células cancerosas remanescentes, ou como tratamento paliativo para aliviar sintomas.
⠀⠀⠀Além dos tratamentos direcionados ao câncer em si, os cães e gatos diagnosticados com doença intestinal ou câncer colorretal podem necessitar de terapia de suporte para gerenciar sintomas e manter a saúde geral. Isso pode incluir medicamentos para aliviar a dor, controlar vômitos e diarreia, promover a cicatrização e prevenir infecções. Além disso, a nutrição adequada e o suporte emocional também são importantes para o bem-estar do animal durante o tratamento.

Pet Med – Pensando no papel da família, que hábitos devem ser evitados no dia a dia com o pet, como dar comida, docinhos e até sobre a possível ingestão de corpo estranho? De que forma podem resultar em doenças do trato intestinal nos cães e nos gatos?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – Dar alimentos inadequados aos cães e gatos, como restos de comida humana, alimentos processados, alimentos ricos em gordura, ossos cozidos, chocolate, cebola, alho e alimentos tóxicos para animais de estimação pode levar a distúrbios gastrointestinais, incluindo diarreia, vômitos e pancreatite.
⠀⠀⠀Oferecer doces, chocolates, balas ou outros alimentos açucarados aos cães e gatos pode causar problemas gastrointestinais, além de contribuir para o desenvolvimento de obesidade, diabetes e outros problemas de saúde.
⠀⠀⠀Os cães e gatos têm uma tendência natural a investigar e mastigar objetos estranhos, como pedaços de brinquedos, meias, pedras, plástico e outros itens não comestíveis. A ingestão desses objetos pode levar a obstruções intestinais graves, que podem requerer cirurgia para remoção.
⠀⠀⠀Deixar alimentos estragados ou contaminados ao alcance dos cães e gatos, ou permitir que eles consumam água estagnada ou contaminada, pode levar a infecções gastrointestinais por bactérias, vírus, parasitas ou toxinas.
⠀⠀⠀Alterações súbitas na dieta dos cães e gatos, sem uma transição adequada, podem causar distúrbios gastrointestinais, como diarreia e vômitos. É importante fazer mudanças na dieta gradualmente, ao longo de vários dias, para permitir que o sistema digestivo do animal se ajuste.

Pet Med – Que outras medidas de prevenção devem ser adotadas no dia a dia dos pets pelos seus familiares?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – Para prevenir doenças do trato intestinal em cães e gatos, é importante fornecer uma dieta equilibrada e adequada às necessidades nutricionais do animal. Evitar oferecer alimentos ou objetos não seguros, manter a área onde o animal vive limpa e higienizada, e estar atento a quaisquer sinais de problemas gastrointestinais para buscar atendimento veterinário oportuno. Além disso, consulte regularmente um veterinário para exames de saúde preventivos e orientações sobre nutrição e cuidados adequados para seu animal de estimação.

Pet Med – Por fim, o que mais você considera importante abordar sobre o tema?
⠀⠀⠀Ana Carolina Benvenho – É importante reforçar que os vermífugos são projetados para eliminar parasitas intestinais, como vermes redondos, vermes chatos e protozoários, e geralmente são seguros quando administrados corretamente de acordo com as instruções do veterinário. No entanto, alguns vermífugos podem afetar indiretamente a flora intestinal normal do animal devido à sua ação de eliminar parasitas, o que pode causar um desequilíbrio temporário na microbiota intestinal.
⠀⠀⠀Além disso, a resposta individual dos cães e gatos aos vermífugos pode variar, e alguns animais podem ser mais suscetíveis a desenvolver disbiose intestinal como resultado do uso desses medicamentos. No entanto, é importante ressaltar que a maioria dos animais não apresentará efeitos colaterais significativos com o uso adequado de vermífugos.
⠀⠀⠀Para minimizar o risco de disbiose intestinal ao administrar vermífugos a cães e gatos, é importante seguir as recomendações do veterinário quanto à dosagem e frequência de administração, utilizar produtos antiparasitários seguros e eficazes, e considerar o uso de probióticos ou prebióticos para promover a saúde intestinal durante e após o tratamento com vermífugos, especialmente em animais sensíveis ou propensos a problemas gastrointestinais. Sempre consulte um veterinário para obter orientações específicas sobre o uso de vermífugos em seus animais de estimação.

Dia da Felicidade: por que o convívio com os animais traz felicidade para o dia a dia das pessoas?

Dia da Felicidade: por que o convívio com os animais traz felicidade para o dia a dia das pessoas?

⠀⠀⠀Por Pauline Machado

⠀⠀⠀Dia 20 de março, data que comemora-se internacionalmente o Dia da Felicidade, trouxemos aquela velha reflexão, mas de difícil ou fácil resposta: o que é a felicidade? O que nos faz felizes?
⠀⠀⠀Dentre as mais diversas respostas, eles sempre estão presentes: os animais e o convívio com eles. Para se ter uma ideia, um recente estudo realizado pela Associação Americana de Psiquiatria revelou que 86% dos tutores sentem que seus animais de estimação têm um impacto positivo em sua saúde mental e que cerca de 90% consideram o animal como um membro da família.
⠀⠀⠀Mas, por que será que o convívio com os animais traz felicidade para o dia a dia das pessoas?
⠀⠀⠀Para responder essa e outras questões sobre a relação da felicidade com o convívio com os animais, conversamos com exclusividade com a Mirian Nauck Dei Ricardi, Psicóloga com Formação em Terapia Sistêmica e Especialização em Gestão de Pessoas.
⠀⠀⠀Portadora do CRP 08/16853, Mirian é também palestrante, professora e facilitadora de treinamentos e desenvolve trabalhos voltados à Saúde Mental e Orientação Profissional desde 2014, em parceria com empresas, instituições de ensino e em seu consultório.
⠀⠀⠀Acompanhe!

Pet Med – O que podemos entender por felicidade?
⠀⠀⠀Mirian Nauck Dei Ricardi – Gosto de dizer que a Felicidade pode ser entendida como uma “trajetória”, na qual valorizamos nossas conquistas, o que temos e o que somos. Considero arriscado atribuir à Felicidade “um fim em si”, por exemplo: “serei feliz quando eu tiver adquirido determinado carro”. É fato que alguns benefícios poderão vir com este novo bem, mas não estaremos isentos de incômodos, como problemas mecânicos ou gastos com manutenção em geral.
⠀⠀⠀O dicionário nos diz que Felicidade, entre outros significados, quer dizer “Sensação real de satisfação plena; bem-estar; estado de contentamento, de satisfação; júbilo. Condição da pessoa feliz, satisfeita, alegre, contente; alegria.”
Fato é que o que nos torna felizes é diferente para cada um de nós. Se estivéssemos num grupo com cinco pessoas e lançássemos essa pergunta, cada um poderia responder diferentemente.
⠀⠀⠀As pessoas se sentem felizes quando fazem algo que apreciam, quando recebem e demonstram afeto, quando se reúnem com outras pessoas, quando dançam ao som de uma música que gostam, quando viajam e conhecem lugares, quando assistem a um filme que aborda conteúdos agradáveis para ela.
⠀⠀⠀Circunstâncias tristes todos teremos que enfrentar, o que é diferente de viver infeliz, daí a importância de olharmos com apreço ao nosso redor.

Pet Med – Qual é a relevância em termos um dia específico para mundialmente celebrarmos a felicidade, como o dia 20 de março?
⠀⠀⠀Mirian Nauck Dei Ricardi – Acredito que é importante, pois nos convida a lançar um olhar para pensarmos e refletirmos sobre isso: felicidade.
⠀⠀⠀Atualmente, vários meses do ano recebem “cores diferentes” sobre determinado tema, o que acaba por promover ações de conscientização e cuidado.
⠀⠀⠀Sabe-se que, por exemplo, que no “Outubro Rosa” observa-se um aumento na procura pelos exames de mama, o que pode diagnosticar um câncer precocemente e, consequentemente, aumentará as chances de cura.
⠀⠀⠀Olhar para a “Felicidade” não é diferente, tem igual importância: é um convite para pararmos e pensarmos sobre o que nos faz bem, o que nos faz felizes, como temos nos sentido e como podemos nos sentir melhores.

Pet Med – E a importância da felicidade no dia a dia das pessoas?
⠀⠀⠀Mirian Nauck Dei Ricardi – No dia a dia, a felicidade poderá tornar as pessoas mais acolhidas e compreensivas – consigo mesmas e com os demais ao seu redor – em relação às dificuldades que enfrentam. Um abraço, um sorriso, uma mensagem de apoio, podem tornar o dia de uma pessoa mais feliz e isso é possível de colocarmos em prática.
⠀⠀⠀Pessoas felizes tornam o ambiente mais leve e compreendem melhor as circunstâncias da vida, transmitindo isso a quem é do seu convívio.

Mirian Nauck Dei Ricardi, Psicóloga com Formação em Terapia Sistêmica e Especialização em Gestão de Pessoas.

⠀Pet Med – Embora seja muito abstrato pontuarmos o que faz as pessoas felizes, já é comprovado cientificamente que para grande parte das pessoas o convívio ou mesmo estar na presença dos animais, ainda que momentaneamente, deixa as pessoas mais felizes. Por quais motivos isso acontece?
⠀⠀⠀Mirian Nauck Dei Ricardi – Quando estamos em contato com pessoas que convivem com seus pets, eles são unânimes em dizer que seus animais de estimação lhe proporcionam companhia e, a partir daí, uma relação de afeto é construída. 
⠀⠀⠀Já dizia a um trecho da música de Roberto Carlos “Meu cachorro me sorriu latindo”; não importa o seu humor, eles virão ao seu encontro, vão querer brincar, dar e receber atenção.
⠀⠀⠀É uma troca genuína, uma relação sem julgamento, que faz com que os animais se tornem parte integrante da família. As pessoas se sentem únicas quando estão com eles e isso faz com que elas se sintam felizes.
⠀⠀⠀Nos últimos anos, várias práticas terapêuticas passaram a inserir animais no tratamento de pacientes, o que inclui, por exemplo, desde visitas hospitalares a sessões de Equoterapia, cuidados esses que trazem resultados positivos na vida dos pacientes.

Pet Med – No comparativo, quais são os diferenciais na vida de quem vive mais feliz das pessoas que não sentem felicidade dentro de si?
⠀⠀⠀Mirian Nauck Dei Ricardi – Os motivos podem ser os mais diversos, desde perdas importantes, seja de um ente querido, perdas financeiras ou de um cargo que ocupava, até a conflitos familiares, profissionais ou conjugais, entre outros.
⠀⠀⠀As pessoas que não se sentem felizes, normalmente, demonstram pessimismo diante da vida, podem apresentar desde reclamações ou desavenças constantes a uma apatia diante das situações que a vida nos traz.

⠀Pet Med – Por fim, como psicóloga, há de se ter o hábito de observar, então, neste sentido, o que a gente consegue observar, ver de diferente, tanto na fala, no olhar, na expressão facial, no jeito de viver das pessoas que convivem com os animais e são felizes por isso?
⠀⠀⠀Mirian Nauck Dei Ricardi – Podemos observar que as pessoas que estão em convívio com animais tendem a mudar o tom de voz, seja para aproximá-los ou repreendê-los; tendem a mudar a expressão facial para interagir com eles e sorriem quando brincam ou passeiam com seus animais. Também, em casos de perda, por morte ou furtos, por exemplo, a expressão será de dor, angústia, choro e tristeza.

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Comportamento: você sabe identificar se o seu pet é ou está estressado?

Comportamento: você sabe identificar se o seu pet é ou está estressado?

⠀⠀⠀Por Pauline Machado

⠀⠀⠀O estresse cada dia mais vem fazendo parte do nosso dia a dia, seja nas pequenas coisas ou nas mais preocupantes.
Mas, será que o estresse é realmente nocivo à nossa saúde? E para a saúde dos cães e dos gatos? Eles também ficam estressados? Se ficam, como os familiares podem identificar se seus animais de estimação estão ou são estressados?
⠀⠀⠀Para esclarecer todas essas dúvidas conversamos, com exclusividade, com a Msc Professora Simone Moreira Bergamini, Médica Veterinária Comportamentalista diplomada pelo Colégio Latino Americano de Bem-Estar e Comportamento, no México, e portadora do CRMV/RJ:4.589.
⠀⠀⠀Acompanhe!

Pet Med – Primeiramente, o que podemos entender por comportamento animal?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Quando a  gente fala sobre o estudo do comportamento animal, temos que avaliar vários fatores. E esses fatores têm evoluído muito nos últimos anos devido às pesquisas e ao maior interesse que os pesquisadores estão tendo nessa área.
⠀⠀⠀Antigamente se dizia que o comportamento animal era inato, ou seja, que o animal age por instinto. Era como se ele já nascesse com um projeto daquilo que ele vai ser durante toda a vida dele. Hoje, devido aos estudos em relação à capacidade cognitiva e emocional do animal, em relação aos períodos de desenvolvimento comportamental dele, já se sabe que existem alguns comportamentos que são inatos, ou seja, que vão fazer o animal ter tendência a ter determinados comportamentos, como por exemplo um filhotinho que nasce e já vai procurar a mama da mamãe para se alimentar. No entanto, existem muitos outros fatores que vão interferir no comportamento do animal, como os genéticos, que podem influenciar, inclusive já com pesquisas feitas em ratos, que alterações que ocorrem com a mãe, como as de estresse que a mãe pode passar durante a gestação, podem já alterar o comportamento do filhote que ainda é um feto dentro da barriga da mãe. Então, a gente tem que considerar a relação com o ambiente que é muito importante, devido à influência nesse comportamento.
⠀⠀⠀Então, quando a gente pergunta o que é o comportamento animal, podemos dizer que é o conjunto de vários fatores: fatores genéticos, relacionados à espécies, fatores ambientais, fatores de desenvolvimento desse animal, das experiências de vida que esse animal teve, porque tudo isso contribui. Logo, a gente não consegue dizer que comportamento de uma pessoa, de um animal, é simplesmente causado por isso ou por aquilo.

Pet Med – E sobre o estresse?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Já o conceito de estresse, ele está relacionado às alterações que ocorrem em nosso organismo referente à alguma situação que tira esse organismo do equilíbrio. No entanto, é importante ressaltar que o conceito de estresse é muito usado como se fosse somente uma coisa patológica, como se fosse um estresse negativo. Mas, quando a gente fala em estresse, realmente, ele tem um conceito muito mais amplo do que isso, porque ninguém fica ou vive sem estresse o tempo todo.
⠀⠀⠀O nosso organismo, durante o dia, sofre variações para cima e para baixo, positivas e negativas, e ele vai tentando encontrar o equilíbrio, então, quando falamos sobre o conceito geral de estresse, nós temos estressores, agentes que causam estresse externos e internos, como a fome, por exemplo. Diante de um estado de fome, o organismo vai sinalizar, vai tentar criar mecanismos para equilibrar aquela situação, para a fome passar e ele poder voltar ao equilíbrio. Então, quando eu falo que nós temos flutuações de estresse diário, é o estresse que a gente pode considerar estresse normal.
⠀⠀⠀Agora, existe o que as pessoas utilizam com a terminologia de estresse negativo, é o que a gente chama de distresse, que com o tempo, vai levar o organismo à sofrer alterações. O estresse crônico causa problemas de saúde, mentais, estado de ansiedade, transtornos psiquiátricos, enfim, todos os problemas relacionados ao cortisol elevado que observamos nos pacientes com estresse crônico. Tudo isso a gente vai observar nesse distresse.
⠀⠀⠀E, quando a gente fala sobre estresse, esse estresse pode ser positivo, também. Por exemplo: se você recebe uma mensagem que você acabou de ganhar 200 milhões na loteria, você vai ter taquicardia e o seu organismo vai responder a uma situação de estresse momentânea. Você vai começar a suar, a gritar de alegria, então é uma situação de estresse também, mas só que positivo.
⠀⠀⠀Por isso, a gente tem que tomar muito cuidado, pois, apesar do termo estresse estar muito generalizado, é preciso entender  que tipo de estresse estamos nos referindo.

Pet Med –  Neste caso, de que modo o estresse afeta a qualidade de vida e a saúde dos pets? Quais são os malefícios do estresse para o dia a dia dos cães e para os gatos?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Como eu disse, quando a gente fala sobre estresse  negativo, temos que avaliar vários fatores. Primeiro, para avaliar o comportamento do animal precisamos considerar o estilo de vida dele até agora. O que esse animal vivenciou? Que experiências esse animal teve até aquele determinado momento? Pois, quando a gente fala de estresse, essa percepção de estresse negativo vai variar muito de animal para animal e de acordo com a bagagem de experiência de vida que esse animal tem. ⠀⠀⠀Então, se é um animal que desde filhote sai para passear na rua, ele vê bicicleta, ele está acostumado com barulho, ele tem uma experiência de vida ampla e rica, e, portanto, terá muito mais capacidade para se adaptar ao estresse porque algumas situações podem não causar estresse para ele. Um cão que está acostumado a viajar, a ir para praia, a passar por um carro, por uma motocicleta, quando sair na rua, não terá estresse. Diferente dos cães que ficam em casa, que nunca saem e nunca tiveram essa experiência de vida. Quando eles tiverem contato com esses barulhos, para eles, aquilo será um fator estressante.
⠀⠀⠀Além disso, vai variar muito como cada indivíduo lida com o estresse, como essas situações que vão alterar o seu equilíbrio. Um animal que tem uma bagagem maior, a gente diz que ele vai ter mais estratégias de coping, que é uma capacidade para encontrar soluções para um problema. Então, um animal que tem uma experiência muito ampla, ele pode se afastar do problema e tudo bem. Ele sabe lidar com uma situação estressante mais facilmente. Um outro animal que tem pouca experiência na vida, ele vai ter poucas estratégias de coping, então, esse mesmo estresse pode ser muito maior, muito mais difícil de lidar, e esse animal possivelmente vai desenvolver problemas relacionados ao estresse crônico. Ele vai viver situações que se repetem, pois, ele não consegue resolver o problema, porque ele não tem uma plasticidade grande cerebral, mental, e, portanto, continuará preso no problema, no estresse a longo prazo e que pode levar a doenças. Se for, gato, por exemplo, poderá ter doenças urinárias, doenças autoimunes, então, tem uma série de doenças que podem vir do estresse.
⠀⠀⠀Além das doenças clínicas e orgânicas, nós temos, ainda, alterações mentais devido ao estresse. Logo, o animal pode ter problemas compulsivos, estereotipias, viver numa crise de ansiedade, e, aí, desencadeia uma série de alterações psíquicas e também orgânicas.

Simone Moreira Bergamini
Médica Veterinária Comportamentalista

Pet Med – Pensando nas Cinco Liberdades dos animais:
●     1- Livre de fome e sede.
●     2- Livre de desconforto.
●     3- Livre de dor, ferimentos e doenças.
●     4- Liberdade para expressar comportamento normal.
●     5- Livre de medo e angústia.

Pet Med –  Que tipo de situações podem configurar maléficas por provocar estresse aos cães e aos gatos? Por quais motivos?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Quando a gente fala sobre as Cinco Liberdades, estamos falando no mínimo que devemos oferecer para a gente garantir o bem-estar dos animais. Em relação a elas, todos os fatores: dor, capacidade de promover o comportamento normal, nutrição adequada, como eu falei anteriormente, se a família não oferecer pode ser causa de estresse. Se o animal não tem uma alimentação adequada, sente dor, é limitado e não pode exibir o comportamento natural dele, então, isso tudo pode fazer, a longo prazo, com que ele tenha aquelas alterações explicadas anteriormente.

Pet Med –  Neste aspecto, de que forma os familiares em casa podem, no dia a dia, identificar se os pets estão estressados ou não?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Não é fácil perceber o estresse do animal, até porque normalmente os tutores não têm muita ideia sobre o comportamento normal do animal, o que seria o ideal esperado para aquela espécie. Há pessoas, inclusive, que vão achar que o comportamento normal é se comportar como ela mesma se comporta, então é difícil as pessoas terem a capacidade para identificar.
⠀⠀⠀Quando as pessoas conseguem identificar, normalmente, são porque os comportamentos já estão em estágios bem avançados ou quando esses comportamentos estão trazendo problemas para as pessoas. Por exemplo: quando o animal late muito, não come muito ou come muito, quando um animal é muito medroso, quando não quer sair de casa, um animal que seja muito grudado no tutor, quando o gato faz xixi fora da caixa higiênica, quando o animal está ou é agressivo, que está mordendo as pessoas ou outros animais, são vários sinais. Realmente é difícil, principalmente quando a gente fala de estresse crônico. Podemos ter ainda, até feridas que não cicatrizam como deveriam, gatos com cistites recorrentes, ou seja, várias doenças clínicas podem estar relacionadas ao estresse negativo.

Pet Med –  De modo geral, quais são os tipos de tratamento de cães e gatos que sofrem com o estresse em sua rotina diária?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – O tratamento do estresse depende da causa, então, primeiramente a gente tem que identificar essa causa. Para tanto, esse animal deve ser atendido por um Médico Veterinário Comportamentalista, para que possa ser avaliado o estilo de vida desse animal, assim como para identificar os fatores estressantes, melhorar a qualidade de vida dele e trabalhar no enriquecimento ambiental, se for o caso. Dependendo do nível de problema que esse animal tiver, a gente tem que trabalhar com uma terapia comportamental e às vezes, com uma terapia que inclua fármacos, com remédios específicos para animais ansiosos, por exemplo, que já apresentem algum tipo de estereotipia ou um comportamento compulsivo devido ao estresse.

Pet Med –  Por fim, quais são as formas de prevenção do estresse para cães e gatos?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – O mais importante é não deixar a situação chegar nesse ponto, é trabalhar na prevenção, e para trabalhar na prevenção, a pessoa responsável pelo animal deve buscar sempre informações prévias sobre o que aquele animal necessita, ou seja, quais são as necessidades básicas para aquela espécie, tanto para o cão, quanto para o gato e começar a trabalhar isso da melhor forma possível para não deixar chegar ao ponto em que a qualidade de vida não seja mais ideal para aquele animal e ele começar a apresentar uma série de sinais de estresse negativo.


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Fevereiro Roxo: saiba como prevenir doenças crônicas e degenerativas em animais idosos

Fevereiro Roxo: saiba como prevenir doenças crônicas e degenerativas em animais idosos

Por Pauline Machado

⠀⠀⠀Para fechar o mês de fevereiro com chave de ouro, ou melhor, com chave roxa, convidamos o Dr.Mário Henrique Corrêa, Médico Veterinário portador do CRMV/PR: 8.818, com especialização em Neurologia Veterinária pela Anclivepa – SP, para um bate-papo sobre a Campanha Fevereiro Roxo, cujo objetivo é trazer informação para  conscientizar os tutores referente aos cuidados de saúde dos cães e gatos idosos, além de reforçar a importância da prevenção de doenças neurodegenerativas.
⠀⠀⠀Acompanhe!

Pet Med – Qual é o significado e a importância da Campanha Fevereiro Roxo?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – A Campanha  Fevereiro Roxo vem nos lembrar da importância do cuidado e da promoção da saúde com a prevenção e tratamento de doenças degenerativas que atualmente não têm cura, que evoluem com o passar do tempo e retiram a qualidade de vida dos pacientes e tutores. Na medicina humana a campanha leva em conta doenças como Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus, extrapolando para a medicina podemos usar o mês como campanha para conscientização para a identificação, tratamento e acompanhamento da Síndrome de Disfunção Cognitiva, que é semelhante ao Alzheimer, e até outras condições degenerativas.

Pet Med – Neste cenário, os animais também são passíveis de terem doenças crônicas e neurodegenerativas?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Sim, de modo geral doenças crônicas se referem a um comportamento de uma patologia que tem uma evolução num período de tempo, que geralmente pode ser controlada ou ter seu curso de desenvolvimento controlado. Como mencionei anteriormente, a Síndrome de Disfunção Cognitiva (SDC), é  observada em cães idosos, pelo acúmulo progressivo de uma substância neurotóxica, chamada beta – amilóide, que  forma placas neuríticas diminuindo a interação dos neurônios. Como  nossos pacientes têm experimentado maior longevidade, estão mais sujeitos aos processos naturais  de envelhecimento celular e perda funcional. Também existem outras condições neurológicas degenerativas que podem estar relacionadas com a idade, a raça (hereditárias), porte do paciente, comorbidades, ambiente em que o paciente vive e biotipo.

Pet Med – Qual é a idade média em que os cães e gatos podem ser acometidos por doenças crônicas e/ou neurodegenerativas?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – A idade pode variar de acordo com a doença neurodegenerativa que acomete o paciente. Não se pode pensar em doença degenerativa como doença de um paciente de meia idade ou idoso. Doença de Acúmulo Lisossomal acomete pacientes nas primeiras semanas de vida, a SDC pode acometer cães com mais de 9 anos e gatos com mais de 12 anos, e outras doenças que acometem o paciente jovem.

Pet Med – Quais são as doenças neurodegenerativas mais comuns em cães e gatos?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – As mais frequentes são a Síndrome de Disfunção Cognitiva, Doença Degenerativa do Disco Intervertebral, Espondilomielopatia Cervical, Mielopatia Degenerativa, Paralisia laríngea entre outras.

Pet Med – Por favor, detalhe como os animais podem ser acometidos por cada uma das doenças citadas acima e quais são as respectivas formas de tratamentos mais indicadas para cada uma delas.
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Na Síndrome de Disfunção Cognitiva, geralmente associada ao cão e gato idoso, acontecem alterações comportamentais, queda de aprendizado, mudanças de hábito como, sono, higiene, quando passam a errar o local de fezes e urina, alterações nos hábitos alimentares, andar compulsivo, desorientação e vocalização. A terapia geralmente envolve medicamentos que melhoram as alterações comportamentais do paciente, mas o manejo e enriquecimento ambiental são importantes  para manter a atividade física e mental.
⠀⠀⠀Na Doença Degenerativa do Disco Intervertebral e Espondilomielopatia Cervical, o paciente pode apresentar dor em coluna com dificuldade em andar, chegando a parar de andar completamente por desenvolver quadro de fraqueza nos membros. Geralmente o tratamento dessas condições envolve cirurgia, assim como ocorre na Mielopatia Degenerativa. No entanto, na Mielopatia não há presença de dor e não há tratamento clínico ou cirúrgico. Nesses casos há recomendação de reabilitação fisioterápica.
⠀⠀⠀Já a Paralisia de Laringe ocorre por duas formas, tanto hereditária em cães jovens e adquirida em animais mais velhos. Geralmente o tratamento é cirúrgico e consiste no reposicionamento da cartilagem aritenóide. Não há tratamento clínico para a condição.

Pet Med – Quais são os sinais clínicos de um cão ou um gato com doença crônica e/ou neurodegenerativa?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Os sinais clínicos dependem da condição em questão. Dor, mudanças de comportamento, dificuldade em andar, apatia, desorientação, diminuição de aprendizado, compulsão, são os mais comuns.

Pet Med – Pensando na prevenção, quais são suas recomendações para que cães e gatos entrem na terceira idade com saúde e tenham maior longevidade com qualidade de vida?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Para um envelhecimento saudável devemos manter nossos amigos ativos, dar atividades em que se exija um raciocínio para execução de tarefas e recebimento de recompensas. Devemos ter cuidado com a dieta, manter o enriquecimento ambiental e atividade física como passeios dentro dos limites de cada um.

Pet Med – Quais cuidados os tutores devem ter em casa, no dia a dia, para manter a qualidade de vida de um cão ou gato com doença neurodegenerativa?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Colocar tapetes antiderrapantes, elevar potes de água e comida à altura do peito, evitar mudanças dos itens utilizados pelos pacientes na casa, manter a rotina, cuidar com quedas de cama e sofá e bloquear acesso a escadas.

Pet Med – Por fim, e quanto às perspectivas? O que podemos – tutores e Médicos Veterinários, esperar da ciência e tecnologia para a área da medicina veterinária preventiva sobretudo quando falamos sobre doenças crônicas e neurodegenerativas?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Acredito que as perspectivas são as melhores sobretudo para doenças que podem ser tratadas como modelo experimentais de doenças de humanos, sendo beneficiados tanto humanos como os pets.

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Fevereiro Laranja: conheça os cuidados que as famílias devem ter no dia a dia com o gatinho com FeLV em casa

Fevereiro Laranja: conheça os cuidados que as famílias devem ter no dia a dia com o gatinho com FeLV em casa

Por Pauline Machado

⠀⠀⠀Fevereiro não é apenas o mês do carnaval. O segundo mês do ano traz com ele várias ações visando a conscientização da prevenção contra a Leucemia nos humanos e nos animais, neste caso, com ênfase nos gatos.
Para conversar sobre o tema e nos esclarecer detalhes de como esta doença pode acometer os felinos, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária, Mayara Tammi Bansho, portadora do CRMV:9205/PR e especializada em Medicina Felina.
⠀⠀⠀Acompanhe!

Pet Med – Qual é o significado e a importância da Campanha Fevereiro Laranja?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A Campanha Fevereiro Laranja visa a conscientização sobre a leucemia, um tipo de câncer que acomete a medula óssea levando a proliferação de células anormais de maneira desordenada. O principal objetivo é instruir a população a reconhecer os sintomas, pois o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. Além disso, a campanha também tem um importante papel ao incentivar as pessoas a se tornarem doadoras de medula óssea, pois o transplante de medula pode fazer parte do tratamento em humanos. Na medicina veterinária, a leucemia é comumente associada aos gatos portadores da FeLV, mas apesar de cães não serem acometidos pela FeLV, eles também podem desenvolver leucemia, embora seja rara.

Pet Med – Neste cenário, de que forma os animais também são passíveis de terem leucemia?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – Como dito anteriormente, a maioria dos casos de leucemia em gatos está associada às infecções por FeLV. Cães não são acometidos pela FeLV, mas também podem desenvolver leucemia, no entanto, sua etiologia ainda permanece incerta. A leucemia pode ser classificada em mielóide ou linfóide, aguda ou crônica.

Pet Med – No caso dos gatos, a leucemia seria a FeLV? Por quê?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A FeLV certamente é a maior causadora de leucemia em gatos. No entanto, nem todo gato que desenvolve leucemia tem FeLV, assim como nem todo gato portador do vírus da FeLV desenvolverá leucemia, embora seja a manifestação que dá nome a esta doença viral.

Pet Med – O que é a FeLV? A doença tem cura?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A FeLV ,também conhecida como leucemia viral felina, é uma enfermidade causada por um retrovírus, capaz de se replicar em tecidos como a medula óssea, tecido linfóide, o epitélio respiratório e as glândulas salivares, que causa sinais clínicos como imunossupressão, anemia e neoplasias, principalmente linfomas e leucemia, muitas vezes levando o gato a óbito.
⠀Os tipos de infecção incluem:
⠀⠀⠀-Abortiva: o gato tem contato com cargas virais baixas e não desenvolve viremia, desenvolvendo uma boa resposta imune contra o agente. Neste caso todos os testes serão negativos.
⠀⠀⠀-Regressiva: os anticorpos controlam a viremia após algumas semanas e o vírus passa a não ser detectado no sangue periférico, embora o DNA proviral esteja presente nas células.
⠀⠀⠀-Progressiva: há uma falha na resposta imune inicial. O vírus se replica nos tecidos linfóides e após a viremia, multiplica-se na medula óssea e tecidos glandulares, sendo eliminados em grande quantidade na saliva. Gatos com a infecção progressiva geralmente adoecem entre 1 a 3 anos após a exposição.
⠀⠀⠀-Focal ou Atípica: o vírus se replica apenas em algum tecido ou órgão. Gatos com infecção focal terão resultados negativos nos vários tipos de teste, mas com presença de DNA proviral em alguns órgãos como olhos, glândula mamária e baço.
 ⠀⠀⠀Infelizmente ainda não existe cura para a FeLV.

Mayara Tammi Bansho
Médica Veterinária

Pet Med – De que modo é FeLV é transmitida?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A transmissão ocorre entre gatos através do contato com secreções (saliva, urina fezes, leite materno, sangue) de um animal FeLV positivo. A forma mais comum é quando um gato lambe o outro. Também pode ocorrer durante a gestação por via transplacentária e durante a amamentação pelo leite materno.  O compartilhamento de potes de água, comida e caixa de areia também pode servir como fonte de contaminação.  A FeLV é mais frequente em gatos que têm acesso à rua e vivem em ambientes superpopulosos e os gatos jovens são mais suscetíveis.

Pet Med – Quais são os sintomas de um gato com FeLV?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – O gato FeLV positivo pode apresentar diversos sinais clínicos isolados ou associados como apatia, perda de peso, redução do apetite, febre recorrente, uveíte, anemia, imunossupressão, dermatopatias, infecções respiratórias de difícil resolução e/ou recorrentes, infecções urinárias, alterações neurológicas e neoplasias. A manifestação clínica varia em cada paciente e pode mudar de acordo com o subtipo viral atuante.

Pet Med –  Para um gato já contaminado, quais são os possíveis tratamentos?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – Infelizmente, ainda não existe um tratamento específico e efetivo. O tratamento é sintomático e de suporte, de acordo com cada caso. Pode ser necessário uso de antibióticos, antiparasitários, antifúngicos, imunomoduladores e antirretrovirais.  Em casos de anemia grave recomenda-se a transfusão de sangue.

Pet Med – E como medidas de prevenção, quais devem ser adotadas?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A melhor forma de prevenir é separar os gatos positivos de negativos, vacinar com a vacina quíntupla os negativos, castrar e evitar que seu gato tenha acesso à rua/quintal, onde possa ter contato com outros gatos. Além disso, recomenda-se sempre oferecer alimentação de boa qualidade, água fervida ou filtrada e boas condições de higiene.

Pet Med – Em que consiste o teste para FeLV e quais as diferenças entre o teste rápido e o PCR?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – O teste rápido (ELISA ou imunocromatografia) é realizado através da detecção da proteína viral p27. É um exame realizado com algumas gotas de sangue e seu resultado sai em 10 minutos. O PCR é uma técnica molecular mais específica e sensível, podendo detectar RNA ou DNA próviral, mas que leva alguns dias para sair o resultado. Apesar disso, o PCR pode detectar uma infecção viral de maneira mais precoce, já que ele pode positivar em torno de 15 dias após a infecção. Já o teste rápido precisa de pelo menos um intervalo de 60 dias da possível infecção ou contato com um gato positivo para detectar a proteína viral.

Pet Med – Em que casos cada tipo de teste deve ser adotado pelo tutor?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – O teste rápido é o exame de triagem de todos os gatos no momento em que são adquiridos pela primeira vez, antes da vacinação inicial contra FeLV, após exposição potencial a gatos infectados, ou se o gato apresentar sinais clínicos de doença.
⠀⠀⠀Quando um gato tem um teste rápido positivo, recomenda-se realizar o PCR para confirmar. Também é indicado realizar o PCR em caso de gatos com resultado negativo no teste rápido mas que ainda há suspeita que possa ser um positivo regressor. Outra indicação do uso do PCR é para monitorar a doença, avaliando a carga viral, com PCR quantitativo, que quantifica o número de cópias virais presentes.

Pet Med – E, quanto ao protocolo vacinal, existe para prevenção da FeLV?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – Existe sim. Recomenda-se testar os gatos para FeLV e os gatos negativos  devem receber a vacina quíntupla (V5). Na primovacinação será necessário pelo menos uma dose de reforço em 21 a 28 dias para garantir a imunização. O protocolo vacinal deve ser individualizado, de acordo com a faixa etária e condição de cada paciente.

Pet Med – Quais cuidados os tutores devem ter em casa para manter a qualidade de vida de um animal gatinho com FeLV?
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – Os principais cuidados são: manter uma boa alimentação, oferecer apenas água fervida ou filtrada, não permitir que seu gato tenha acesso à rua, pois, além de ficar exposto a outras infecções, o gato positivo também pode transmitir a doença para outros gatos que tenha contato. É importante manter as vacinas em dia, desde que o paciente esteja assintomático e apto a ser vacinado, assim como o vermífugo e antipulgas.  Indica-se realizar acompanhamento veterinário periódico, realizar exames de exames de sangue, ultrassonografia abdominal e radiografia de tórax e sempre que seu gato apresentar qualquer alteração, levá-lo o quanto antes para consulta.

Pet Med – Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista.
⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – É importante ressaltar o papel do médico veterinário na conscientização da necessidade de testar todos os gatos para FeLV,  vacinar os gatos negativos e separar dos gatos positivos. Somente assim iremos reduzir a incidência desta doença na população felina.
⠀⠀⠀Embora o diagnóstico da FeLV seja muito triste para o seu tutor, com os devidos cuidados, muitos gatos podem ter uma vida normal por muitos anos. Por isso, um teste positivo não deve ser uma sentença.


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