Muitas pessoas repensam a possibilidade de adoção de um cão ou de um gato quando já existe na família um animalzinho. O receio é, praticamente, sempre o mesmo: “será que eles vão se adaptar?”
Essa dúvida é bastante corriqueira, sobretudo quando se trata de convivência entre cães e gatos.
Diante disso, convidamos a Médica Veterinária, Flavia Gill Ricco, especializada em Medicina Integrativa e Medicina de Felinos, para nos orientar e esclarecer as dúvidas mais comuns nesses casos.
Acompanhe!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique se é mito ou verdade que cães e gatos não se dão e por quais motivos.
Flavia Gill Ricco – É um mito que cães e gatos não se dão. A convivência entre eles não é algo totalmente impossível. Tudo depende da personalidade individual de cada espécie, socialização e manejo oferecido pelos tutores. Esse mito surgiu devido a comportamentos típicos de ambas as espécies, que podem parecer incompatíveis de início, como linguagem corporal, instinto e territorialidade.
Um cão abanando o rabo, por exemplo, demonstra alegria, mas para um gato, esse mesmo rabo que se move rapidamente pode ser um sinal de irritação ou ameaça e isso pode gerar desentendimentos na adaptação. Assim como, algumas raças de cães podem enxergar o gato como uma presa em potencial, o que pode levar a perseguições e talvez algum conflito. Além disso, tanto os cães quanto os gatos podem ser territorialistas, e, se sentirem invadidos, podem apresentar comportamentos defensivos ou agressivos.
No entanto, quando apresentados corretamente e respeitando seus limites, cães e gatos podem conviver de forma harmoniosa e até formar laços de amizade. Há inúmeros casos em que essas espécies criam uma relação de parceria, brincam juntas e até compartilham o mesmo espaço de descanso.
Pet Med – Por que em algumas casas cães e gatos precisam ficar em ambientes distintos e em outras ambas as espécies convivem naturalmente e em harmonia?
Flavia Gill Ricco – A necessidade de separação ou a convivência harmoniosa entre cães e gatos está relacionada a alguns fatores, como:
Personalidade: Assim como os seres humanos, cada animal tem sua própria personalidade. Como disse, alguns cães são mais calmos e tolerantes, outros podem ser territorialistas ou hiperativos, e pode acarretar em um convívio mais difícil com gatos. Da mesma forma, gatos que são mais medrosos ou territorialistas podem evitar o contato com cães;
Experiências anteriores: Um animal que já teve uma experiência traumática com outro, como um gato que foi atacado por um cão ou um cão que foi arranhado por um gato, por exemplo, pode carregar esse trauma, dificultando a convivência. Animais que são acostumados desde filhotes com a presença da outra espécie têm mais chances de interagir de forma tranquila;
Ambiente físico: Casas maiores, com espaços amplos, permitem que cada espécie tenha seu território e evite conflitos. Em ambientes menores, a proximidade é constante, e pode gerar tensões, principalmente se o gato não tiver um local de refúgio;
Manejo: Tutores que sabem introduzir os animais de forma gradual e promovem interações positivas geralmente conseguem que haja harmonia na convivência entre eles. A introdução brusca ou o reforço de comportamentos indesejados como gritar ou separar de forma agressiva pode dificultar a convivência entre cães e gatos.
Pet Med – Quais são as orientações para as famílias que precisam integrar um novo cão na casa que já mora um gato?
Flavia Gill Ricco – Para uma convivência saudável, o processo de introdução deve ser gradual e respeitar os limites de cada animal. Para tanto, trago algumas sugestões:
No início, mantenha os animais em ambientes separados. Isso permite que o gato se acostume com o cheiro e os sons do cão antes de vê-lo diretamente;
Antes do contato visual, troque objetos como cobertores ou brinquedos, entre eles para que se acostumem com o cheiro um do outro;
Utilize portões de segurança ou caixas de transporte para permitir que eles se vejam de forma segura. Isso reduz o risco de ataques ou sustos durante os primeiros encontros;
Durante os primeiros contatos diretos, supervisione o comportamento de ambos. Mantenha o cão na guia para evitar reações inesperadas e permita que o gato se aproxime no seu próprio tempo;
Gatos precisam de lugares altos ou espaços onde possam se refugiar se sentirem necessidade. Esses locais devem estar fora do alcance do cão;
Recompense ambos com petiscos e/ou carinhos sempre que apresentarem comportamentos calmos e tranquilos na presença um do outro.
É fundamental que haja paciência durante todo esse processo. Forçar as interações pode gerar medo ou agressividade, dificultando a adaptação.
Pet Med – E no caso contrário, em que o cão já mora na casa e um gatinho passa a fazer parte da família?
Flavia Gill Ricco – Nesse caso, o processo de introdução deve ser semelhante, mas com atenção especial ao comportamento do cão:
Mantenha o gatinho em um cômodo seguro, com todos os recursos necessários, como água, comida, caixa de areia, e permita que ele explore a nova casa gradualmente;
Mostre ao cão itens do gatinho, como a cama ou brinquedos, para que ele se familiarize com o cheiro antes de conhecê-lo pessoalmente;
No primeiro contato visual, mantenha o cão na guia para evitar que ele avance ou tente perseguir o gato. Observe se ele apresenta comportamentos calmos, curiosos ou agressivos;
Gatos filhotes são mais frágeis e podem se assustar facilmente. Certifique-se de que ele tenha acesso a locais altos ou espaços seguros, evitando que ele tenha trauma no início, dificultando a adaptação entre eles;
Nos primeiros dias, mantenha as interações curtas e supervisionadas. Se o cão demonstrar sinais de agitação ou excitação, redirecione sua atenção com um comando ou brinquedo.
Esse processo pode levar tempo, mas com paciência e consistência, a maioria dos cães e gatos consegue se adaptar e conviver bem.
Pet Med – E nos casos em que ambas as espécies já convivem no mesmo ambiente, mas não vivem em harmonia, o que os familiares devem ou podem fazer para que vivam em harmonia e em segurança?
Flavia Gill Ricco – Quando eles já convivem no mesmo ambiente, mas há conflitos, algumas dicas podem ajudar:
Trate a convivência como se fosse a primeira vez. Separe-os temporariamente e reintroduza-os de forma controlada e positiva;
Forneça brinquedos, arranhadores, prateleiras para o gato e atividades para o cão. Isso reduz o tédio e o estresse, que podem ser causas de conflitos;
Garanta que cada animal tenha seu próprio espaço, como camas separadas, tigelas de comida em locais distintos e áreas de descanso exclusivas;
Se os conflitos persistirem, considere consultar um especialista em comportamento animal para avaliar o caso e sugerir estratégias personalizadas.
Pet Med – A gente escuta muito: “meu cão não aceita gatos. Meu cão não aceita outros cães”. Existe alguma forma de reverter essa situação?
Flavia Gill Ricco – Sim, na maioria dos casos, é possível reverter essa situação, mas exige paciência, consistência e, talvez, uma ajuda profissional. Quando um cão “não aceita” gatos ou outros cães, isso pode estar relacionado a alguns fatores:
O cão pode não estar acostumado a conviver com outros animais, geralmente porque ele não foi exposto a diferentes espécies durante a fase de socialização que se dá entre 3 e 14 semanas de idade;
Algumas raças têm instintos de caça mais aguçados e podem enxergar o gato como uma presa;
Cães que foram atacados por outros cães ou tiveram interações ruins com gatos podem ficar mais reativos;
Muitos cães têm dificuldade em dividir seu espaço ou seus tutores com outros animais.
Para reverter esses traumas, é importante:
Expor o cão à presença do outro animal de forma gradual, em situações controladas, e recompensá-lo por comportamentos calmos;
Associe a presença do gato ou do outro cão a coisas boas, como petiscos, carinhos e/ou brincadeiras. Isso ajuda a criar uma associação positiva;
Use guias e barreiras físicas nos primeiros encontros para evitar conflitos e proteger todos os envolvidos;
Adestradores ou especialistas em comportamento animal podem criar um plano específico para o caso.
É importante lembrar que cada animal tem seu ritmo, e alguns casos mais graves podem levar semanas ou meses para melhorar.
Pet Med – Existe um tempo médio de tentativas para que cães e gatos vivam em harmonia na mesma casa?
Flavia Gill Ricco – Não existe um tempo exato, pois cada caso é único e depende de fatores como a personalidade dos animais; suas experiências anteriores, e não menos importante, a consistência dos tutores.
De forma geral, algumas famílias observam melhorias em poucos dias ou semanas, enquanto outras podem levar meses para atingir uma convivência harmônica. O mais importante é não apressar o processo e respeitar o ritmo dos animais.
Pet Med – Quais são os malefícios para a saúde dos cães e dos gatos que vivem em ambientes rodeados de estresse pela falta de harmonia entre eles?
Flavia Gill Ricco – Viver em um ambiente estressante o tempo todo pode causar diversos problemas de saúde física e emocional. Eles podem se tornar agressivos, desenvolver comportamentos destrutivos ou apresentar medo excessivo, como se esconder ou evitar interações. O estresse prolongado enfraquece o sistema imunológico, tornando os animais mais suscetíveis a doenças infecciosas.
Em cães, os problemas mais comuns são gastrointestinais, como vômitos e diarreia; dermatites por lambedura excessiva ou coceira. Em gatos, são as doenças urinárias, como cistite idiopática felina, que é diretamente ligada ao estresse; perda de apetite; alopecia por lambedura excessiva, perda de peso, anorexia.
O estresse contínuo impacta o bem-estar geral dos animais, afetando sono, alimentação e interação social, por isso, proporcionar um ambiente calmo, enriquecido e seguro é essencial para evitar esses problemas e garantir a saúde física e mental de ambos.
Pet Med – Quais são as suas orientações finais para as famílias que estão vivendo essa situação, em que cães e gatos não convivem em harmonia na mesma casa?
Flavia Gill Ricco – Para as famílias que enfrentam dificuldades na convivência entre cães e gatos, o mais importante é lembrar que é possível reverter a situação com paciência e dedicação. Mas, é preciso considerar que nem sempre os animais vão se dar bem logo de início, o que não significa que a convivência harmoniosa seja impossível. Basta respeitar o ritmo de cada um.
Separe espaços e recursos, como tigelas, camas e caixas de areia para reduzir possíveis disputas. Ofereça reforços positivos para comportamentos tranquilos e evite situações que possam gerar conflitos entre eles.
Proporcione enriquecimento ambiental incluindo brinquedos, prateleiras para o gato, passeios regulares para o cão e momentos de interação individual com cada animal. Tudo isso reduz o tédio e o estresse, contribuindo para uma convivência mais pacífica. Se os conflitos persistirem ou forem muito graves, um especialista em comportamento animal pode avaliar a situação e sugerir soluções personalizadas.
Volto a dizer que a convivência harmoniosa é um processo que exige esforço, mas, que com o tempo, a maioria das famílias consegue alcançar um ambiente tranquilo para todos os membros – humanos e peludos.
Lembre-se: o bem-estar dos animais deve ser sempre a prioridade. Proporcionar um ambiente seguro e acolhedor faz toda a diferença.
Para isso é importante compreender que a convivência entre cães e gatos é um tema que vai além de apenas apresentá-los um ao outro.
Por fim, é fundamental lembrar que os tutores têm um papel muito importante nesse processo.
É importante que os tutores saibam que cães e gatos se sentem mais seguros quando têm uma rotina estabelecida. Alterações bruscas nos horários de alimentação, passeios e momentos de descanso podem gerar ansiedade, dificultando a adaptação mútua;
Aprender a reconhecer os sinais de desconforto ou relaxamento em cães e gatos é essencial, como por exemplo, um gato com orelhas abaixadas e cauda eriçada está se sentindo ameaçado e um cão que fixa o olhar no gato sem piscar e fica tenso pode estar prestes a perseguir ou reagir de forma agressiva.
Além de brinquedos e áreas de descanso, é interessante que os tutores ofereçam estímulos sensoriais, como cheiros – difusores com feromônios ou ervas como Catnip, Matatabi, e sons, como as músicas relaxantes para animais. Esses elementos ajudam a reduzir o estresse;
É importante, ainda, que os tutores sejam sempre calmos e coerentes ao lidar com conflitos. Se houver brigas ou tensões, nunca use punições físicas ou gritos, pois isso pode intensificar o medo ou a agressividade.
Por fim, lembrar que cada animal é único e que o objetivo da convivência harmoniosa não é forçar uma amizade, mas criar um ambiente onde ambos possam viver com conforto e segurança, tanto para famílias que estão começando essa jornada ou para aquelas que enfrentam desafios, o amor, a paciência e o conhecimento são os maiores aliados.
O que mais a gente vê nas ruas hoje em dia são os cães passeando com seus familiares. Desde os pequenininhos, quanto os cães de grande porte precisam e devem passear, além dos idosinhos.
A médica veterinária Lily Vater, profissional com especialização em Etologia clínica, Cannabis medicinal, Fisiatria e reabilitação, conversou conosco com exclusividade e detalhou a importância dos passeios para a saúde física e cognitiva dos cães.
De acordo com ela, os passeios também são uma excelente oportunidade de aproximação e da criação do vínculo entre o tutor e seu cão.
A entrevista está muito interessante. Acompanhe!
Pet Med –Para começar, por favor, nos explique, de modo geral, como é o comportamento nato dos cães na vida livre.
Lily Vater – O comportamento deles tem influência de muitos fatores, como genéticos e experiências ao longo da vida individual, como por exemplo comportamentos naturais da espécie: farejar, explorar ambientes, caminhadas, estímulos físicos, mentais e cognitivos constante, que são pontos positivos, e traumas, como agressões e doenças, que são os pontos negativos. Por esses cães receberem diversos estímulos o tempo inteiro – sonoros, olfativos e visuais, precisam ir se adaptando e moldando o seu comportamento constantemente.
Pet Med –De que forma a mudança para moradias em apartamentos ou em casa afeta este comportamento nato dos cães?
Lily Vater – A mudança pode levar a quadros de estresse e ansiedade, pois essa mudança pode levar a uma sensação de insegurança, já que estarão “abandonando” o que eles já entendiam como o seu território, locais que eram referências para eles, onde tinham cheiros conhecidos, sons conhecidos, e indo pra um ambiente totalmente novo e com pessoas estranhas para eles. No entanto essa adaptação ao novo pode ser bem simples, além de todo amor e carinho que passará a receber.
Pet Med –Na vida livre quanto em média o cão caminha?
Lily Vater – Na vida livre os cães são capazes de caminhar longas distâncias, mas não há uma resposta técnica para o quanto um cão anda por dia.
Pet Med –Neste aspecto, como os familiares devem adaptar suas rotinas às necessidades de caminhar do cão?
Lily Vater – Os familiares devem se programar em uma regra geral para caminhadas de 30 minutos a 1 hora por dia com o seu cão. Esse tempo pode ser dividido em 2 ou mais caminhadas. A caminhada é uma atividade benéfica tanto o tutor quanto para o cão, mas o tempo de caminhada deve-se levar sempre em consideração alguns fatores, como raça, idade, nível de energia do animal e condição de saúde.
Não podemos esquecer que sempre devemos evitar passeios em horários mais quentes do dia procurando então passear pela manhã e à noite.
Pet Med –Sabemos que os passeios devem ser feitos sempre até às10h e após às 16h nos dias quentes. Que outras recomendações importantes referentes aos passeios, você daria para os pais e mães de doguinhos?
Lily Vater – Sempre usar coleiras e guias adequadas. Sempre que possível fazer passeios onde o cão tenha contato com a natureza proporcionando bem-estar e alegria. Esses passeios devem ser um tempo de qualidade, entre tutor e o cão, permitindo que o cão explore o ambiente, fareje, desde que sempre esteja sob a supervisão do responsável.
Pet Med – E nos dias frios ou em localidades em que o frio chega com maior intensidade, como na região sul do Brasil, por exemplo?
Lily Vater – Neste caso devem ser evitados horários mais frios do dia como a manhã e à noite. Naqueles animais que aceitam, podemos usar roupinhas para protegê-los do frio. Para evitar ressecamento dos coxins, podemos hidratar com óleo de côco por exemplo, assim como estimular a ingestão de água nos dias mais frios. Caso esteja muito frio podemos gastar energia dos cães dentro de casa através de um bom enriquecimento ambiental.
Pet Med –Além dos benefícios para a saúde física, quais são os outros aspectos positivos para o cão que passeia diariamente?
Lily Vater – Fortalecimento do vínculo entre tutor e o animal. Nesses momentos ele aprende a confiar em você, passa a se sentir seguro ao seu lado. Durante os momentos de passeio é uma ótima oportunidade para treinos e reforços de comandos básicos, assim contribuindo no fortalecimento do vínculo e na harmonia entre tutor e cão.
Estímulos mentais, pois os passeios são ótimas oportunidades dos cães explorarem o ambiente, sentirem novos cheiros, novos barulhos, interagirem com outros animais e pessoas.
Melhora no comportamento, evitando, por exemplo, comportamentos destrutivos, reduzindo o estresse e a ansiedade, e ainda ajudam na socialização, no aumento da confiança e autoestima, promovendo um estilo de vida saudável.
Pet Med –Pensando nos cães filhotes, quais são suas orientações para passear com eles de forma segura e saudável?
Lily Vater – O cão já nasce aprendendo, sendo assim devemos aproveitar a janela de aprendizado, que é entre 20 a 90 dias de vida, onde é formado o comportamento do cão através da exposição a estímulos externos. As caminhadas devem ser feitas de forma controlada e gradativa – e depois de ter finalizado o protocolo vacinal. Esses estímulos externos são, por exemplo, sons, texturas, pisos. Evite carinho de pessoas estranhas e sem nenhum contato com animais não vacinados e desconhecidos. Leve seu filhote para passear e explorar o mundo, mas faça isso de maneira segura e correta como de carro ou no colo ou em caixa de transporte. Nunca coloque o animal em contato com o chão da rua e junto de outros animais até que esteja completamente vacinado. Busque sempre fazer associações positivas. Sempre que algum estímulo novo for apresentado, como barulho de moto, caminhão, ônibus, crianças gritando, pessoas com capacete, fogos, trovão, pessoas correndo, entre muitos estímulos, bonifique. Caso o seu filhote fique com medo, não forçe. O objetivo é que seja momentos de alegria e de diversão e que o filhote crie memórias positivas. Priorize sempre a saúde mental do filhote. Aí sim, quando o protocolo vacinal tiver terminado, o seu filhote estará livre para socializar com outros animais e pessoas e aproveitar todos os benefícios do passeio. Lembrando deve ser sempre com coleira e guia.
Pet Med –E para os cães adultos?
Lily Vater – Nunca esquecer de usar coleira e guia, e de passear somente nos horários mais frescos do dia. É fundamental deixá-lo curtir o passeio com comportamentos bioapropriados da espécie, como farejar, cavar, rolar, brincar, entre outros). Aproveite o passeio para fortalecer o vínculo com seu cão.
Pet Med –E as particularidades para os passeios com os cães idosos?
Lily Vater – Respeite sempre o limite do cão, as suas condições físicas, o seu ritmo e evitar forçá-lo. Os passeios devem ser mais curtos e lentos. Lembrando que a caminhada diária é recomendada para todos os cães, inclusive para os idosos. É essencial para a sua saúde e bem-estar. É importante manter os cães mais velhos em movimento, pois, é um ótimo estímulo mental. Conheça o seu cão, ouça o seu cão, eles dão sinais quando é hora de parar.
Pet Med –Para os cães que não enxerguem, os passeios também são importantes?
Lily Vater – Os passeios são importantes para a saúde e qualidade de vida dos cães e com os cães cegos, não seria diferente. Indispensável coleira e guia e se possível sinalizar que é um cão cego. Mantê-lo próximo a você durante o passeio. Existe coleira para cão cego que irá facilitar a locomoção do pet. Cachorro com deficiência, seja ela qual for, necessita ter a vida mais normal possível dentro das suas limitações. Os passeios vão ajudar a se sentir mais confiante e feliz. No dia a dia, vai contribuir para que melhore outros sentidos como olfato e audição para compensar a falta de visão. Prefira locais mais abertos como parques e praias para que possa se locomover com mais liberdade. Evite ruas estreitas e com muita movimentação de pessoas.
Pet Med – Para finalizar, por favor, pontue os maiores benefícios dos passeios para o bem-estar e qualidade de vida dos cães.
Lily Vater – O passeio diário vai contribuir para o equilíbrio físico, mental e social do cão, além de diminuir o estresse e ansiedade e contribuir para o gasto de energia. Vai auxiliar, ainda, na socialização e sociabilização que é muito importante para a saúde emocional e comportamental dos cães. O passeio possibilita ao cão conhecer e aproveitar diversos estímulos, como o faro, cheiros, barulhos e texturas, e, não só o deixa mais feliz, como também contribui para o bem-estar geral e a longevidade desses animais.
Vale ressaltar, ainda, que o exercício físico regular é essencial para manter uma boa saúde física. O sedentarismo pode levar a diversos problemas de saúde, como obesidade e doenças cardiovasculares. O passeio diário vai promover felicidade, bem estar e qualidade de vida para o cão.
Durante o mês de fevereiro as atenções se voltam para as medidas de prevenção contra algumas doenças, muitas delas que afetam o dia a dia e a qualidade de vida dos idosos, assim como dos cães e gatos a partir dos 7 anos, quando começam a entrar na terceira idade.
Para conversar conosco sobre a importância da Campanha Fevereiro Roxo, convidamos o Médico Veterinário, Adolfo Carlos Barreto Santos, que também é professor e coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera.
As informações são muito importantes não apenas para prevenir, mas, também, para dar mais qualidade de vida para eles. Acompanhe!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique o que abrange a Campanha Fevereiro Roxo pensando nos cães e gatos?
Adolfo Carlos Barreto Santos – A campanha Fevereiro Roxo para cães e gatos busca conscientizar tutores sobre doenças crônicas e incuráveis primordialmente em animais idosos, como a Leishmaniose, insuficiência renal e artrite. Inspirada no Fevereiro Roxo humano, que alerta para o Alzheimer, lúpus e fibromialgia, essa iniciativa veterinária incentiva o diagnóstico precoce, cuidados paliativos e melhora na qualidade de vida dos animais.
Pet Med – A partir de que idades os cães e gatos são reconhecidos como animais idosos?
Adolfo Carlos Barreto Santos – A média geral para cães e gatos é 7 anos.
Pet Med – No caso dos cães, há interferência de acordo com o porte? Se sim, de que forma?
Adolfo Carlos Barreto Santos – Sim, os cães de porte pequeno e médio são considerados idosos os animais a partir de 7 anos e nos casos de cães de grande porte, alguns apresentam sinais de senilidade já a partir de 5 anos. Os gatos, a partir de 7 anos são considerados idosos.
Pet Med – Quais são as doenças mais comuns nos cães e gatos idosos? Por quais motivos elas se desencadeiam nesta faixa etária?
Adolfo Carlos Barreto Santos – Na grande maioria dos casos as doenças crônicas são as mais comuns devido ao envelhecimento natural do organismo, tendo como exemplo asdoenças articulares, as insuficiências cardíacas e renais assim como diabetes, câncer e doenças dentárias.
Pet Med – Ao longo da vida dos animais, como é possível prevenir tais doenças nesta etapa da vida?
Adolfo Carlos Barreto Santos – A prevenção é importante a partir da alimentação balanceada, consultas veterinárias regulares (anualmente), atividade física, ambiente adequado e estimulação mental.
Pet Med – De que forma os familiares podem identificar ou pelo menos suspeitar de que seu cão ou gato está começando a ter alguma dessas doenças da terceira idade, ou até mesmo se já está em caso avançado?
Adolfo Carlos Barreto Santos – Principal alteração do animal em casa é a mudança brusca e repentina de comportamento e condição física desse animal como perda de peso, halitose, dificuldades de locomoção, alteração de urina e fezes e tosse contínua.
Pet Med – As doenças da terceira idade em pets têm tratamento?
Adolfo Carlos Barreto Santos – Isso pode variar de acordo com a doença, mas sendo doenças crônicas a cura não acontece, mas os tratamentos são eficientes para melhor qualidade de vida do animal.
Pet Med – Pensando não somente na saúde mental e cognitiva dos pacientes idosos, quais outras doenças, dessa vez, físicas eles ficam mais suscetíveis?
Adolfo Carlos Barreto Santos – Alterações articulares promovem quadros de dor durante a locomoção e rigidez dos membros assim como os quadros de câncer que são bastante comuns para os animais idosos.
Pet Med – Neste caso, como tratar ou possibilitar melhor qualidade de vida para os próximos anos de vida desses pacientes?
Adolfo Carlos Barreto Santos – A visita constante ao Médico Veterinário trará melhor qualidade de vida a esses animais devido às ações de manejo, além do uso contínuo de medicamento que promovam alívio da dor, caso haja.
Pet Med – Para os casos físicos, qual é a importância do uso de suportes que ajudem a reduzir os impactos nas articulações, como os protetores de membros da Pet Med?
Adolfo Carlos Barreto Santos – A utilização de protetores de membros é muito útil para cuidados paliativos principalmente em cães idosos. No entanto, é importante que sua utilização sempre seja recomendada por um Médico Veterinário.
Pet Med – E, por fim, para os casos de disfunções neurológicas, de que forma o Calm Pet ajudaria?
Adolfo Carlos Barreto Santos – Na maioria das vezes, animais com disfunção neurológica necessitam de cuidados especiais relacionados à atenção, e a utilização do Calm Pettraz uma sensação de “abraço”, proporcionando mais conforto ao animal principalmente em momentos de crise.
Na medicina humana os profissionais da saúde ressaltam, neste mês de fevereiro a Campanha Fevereiro Laranja, que trata das questões sobre a leucemia. Por isso, trouxemos este mesmo tema, voltado para os gatos.
Quando pensamos nos gatinhos, muitas pessoas já têm em mente fazer o teste para ver se eles são portadores do vírus da Fiv e/ou da FeLV, que é a leucemia felina. No entanto, ainda há muitas pessoas que não sabem o que é a FeLV, doença a qual falaremos hoje, muito menos quais são as medidas de transmissão e prevenção.
Então, para nos explicar todas as questões relacionadas à FeLV, tivemos o prazer em conversar com a Médica veterinária, Cibelle Cunha dos Santos , que é especializada em clínica e psiquiatria de felinos.
Essa entrevista é fundamental para você que tem um ou mais gatinhos em casa. Acompanhe!
Pet Med –Para começar, por favor, nos explique o que podemos entender por Leucemia felina?
Cibelle Cunha dos Santos – A leucemia felina (FeLV) é uma doença viral altamente contagiosa que afeta os gatos, sendo causada pelo vírus da leucemia felina (FeLV). Essa doença não tem cura e pode comprometer o sistema imunológico do animal, tornando-o mais vulnerável a infecções, além de estar associada ao desenvolvimento de câncer e outras complicações graves.
Pet Med –De que forma um gato pode vir a ter FeLV? Quais são os meios de transmissão?
Cibelle Cunha dos Santos – A principal forma de transmissão do FeLV ocorre por meio de gatos infectados, que podem liberar até um milhão de partículas virais por mililitro de saliva. Dessa forma, o próximo contato entre felinos e o compartilhamento de recipientes de água e comida representam as principais vias de contágio. Além disso, o vírus pode ser passado para os filhotes durante a gestação, através do leite materno ou pelo contato direto com a mãe. A transfusão de sangue também é um meio relevante de transmissão, tornando fundamental a testagem do doador antes do procedimento. Embora menos comuns, outras formas de propagação incluem a inalação de partículas no ar, bem como o contato com urina, fezes e superfícies contaminadas. No entanto, o FeLV tem baixa resistência no ambiente e não sobrevive por longos períodos fora do órgão.
Pet Med –Quais são os sinais clínicos que o gato pode apresentar quando for portador do vírus da FeLV?
Cibelle Cunha dos Santos – Os sintomas do FeLV variam de acordo com os órgãos afetados e as alterações causadas pelo vírus. Alguns gatos podem transmitir o vírus sem apresentar nenhum sinal de doença, parecendo saudável no dia a dia e até em exames veterinários. Quando há sintomas, eles podem ser mais gerais, como perda de peso, cansaço, falta de apetite, vômitos, inflamação na boca e diarreia, ou mais graves, como anemia e tipos de câncer no sangue (linfomas e leucemias).
O vírus enfraquece o sistema imunológico, facilitando o surgimento de outras infecções. Também pode afetar a respiração, causando dificuldade para respirar devido ao acúmulo de líquido no peito (efusão pleural em decorrência de linfoma mediastinal). Além disso, pode atingir o cérebro e os olhos, resultando em mudanças de comportamento, problemas de visão, falta de coordenação e dificuldade para se mover.
Como a doença pode não apresentar sintomas por muito tempo, é fundamental que o tutor observe o gato com atenção e leve ao veterinário
Pet Med – A partir de que idade a FeLV pode acometer os gatos?
Cibelle Cunha dos Santos – Os gatinhos podem adquirir FeLV da mãe por via transplacentária ou até se contaminarem quando filhotes.
Pet Med –Quais são as fases da feLV e de que forma elas atuam no sistema imunológico do gato?
Cibelle Cunha dos Santos –
1. Fase Aguda (Primária)
• O que acontece: Esta fase ocorre logo após a infecção, geralmente de 2 a 4 semanas após a exposição ao vírus. Durante este período, o vírus se replica rapidamente nos linfócitos e outras células do sistema imunológico do gato.
• Impacto no sistema imunológico: O sistema imunológico tenta combater a infecção, mas o vírus pode suprimir a resposta imune. O gato pode apresentar sintomas leves, como febre, perda de apetite, linfadenopatia (gânglios linfáticos inchados) e cansaço. Em alguns casos, a infecção pode ser controlada pelo sistema imunológico e o gato pode eliminar o vírus completamente.
2. Fase de Viremia Crônica
• O que acontece: Se o sistema imunológico não conseguir controlar completamente a infecção na fase aguda, o vírus entra em uma fase crônica, onde ele permanece no organismo do gato. A viremia persistente significa que o vírus continua circulando no sangue.
• Impacto no sistema imunológico: A longo prazo, o vírus enfraquece gradualmente a capacidade do sistema imunológico de combater infecções. O gato se torna mais vulnerável a outras doenças infecciosas e pode sofrer de condições secundárias, como infecções respiratórias ou urinárias. Os gatos podem não apresentar sinais evidentes nesta fase, mas o sistema imunológico está em declínio contínuo.
3. Fase Imunossupressora
• O que acontece: Nessa fase, o vírus começa a afetar diretamente as células do sistema imunológico, como os linfócitos T e B. O vírus se instala nas células de várias partes do corpo, incluindo a medula óssea e os tecidos linfóides, que são essenciais para a produção de células imunes.
• Impacto no sistema imunológico: Com o enfraquecimento progressivo do sistema imunológico, o gato fica extremamente suscetível a infecções oportunistas, como abscessos, doenças respiratórias graves, toxoplasmose, entre outras. Além disso, o gato pode desenvolver anemia, câncer (como linfoma) ou doenças autoimunes devido à falha do sistema imunológico em controlar essas condições.
4. Fase Terminal (Doença Neoplásica ou Imunossupressão Grave)
• O que acontece: Quando o sistema imunológico está muito comprometido, o gato pode desenvolver doenças graves, como linfoma (um tipo de câncer) ou outras complicações fatais.
• Impacto no sistema imunológico: A capacidade do gato de responder a infecções é praticamente inexistente. O gato pode ficar muito fraco, perder peso rapidamente e sofrer com múltiplas infecções simultâneas. Nesta fase, o animal pode precisar de tratamento paliativo e, eventualmente, o quadro pode evoluir para a morte.
Pet Med – Embora a FeLV não tenha cura, quais são as formas de proporcionar melhor qualidade de vida aos gatinhos felvinhos?
Cibelle Cunha dos Santos – É importante manter sempre o check up em dia desses pacientes (que deve ser feito semestralmente ou trimestralmente) onde o médico veterinário irá avaliar a necessidade de suplementação ou medicação retroviral de uso contínuo.
Ademais, é importante manter esse gatinho em um ambiente livre de estresse – uma vez que o estresse pode gerar importantes quedas de imunidade, e com uma alimentação balanceada além de vermifugação e vacinação atualizadas.
Pet Med – Ao longo da vida dos gatos, como é possível prevenir a FeLV?
Cibelle Cunha dos Santos – A imunização contra a FeLV é fundamental para prevenir a infecção, sendo particularmente importante para gatos jovens ou que estão em risco de exposição ao vírus. Antes de iniciar a vacinação, é crucial realizar um teste para garantir que o animal não esteja infectado. O esquema vacinal consiste em duas doses iniciais, com reforços anuais subsequentes. Além disso, é recomendado castrar o gato, evitar o contato com animais contaminados, criar um ambiente seguro e realizar exames veterinários periódicos para monitorar a saúde do animal.
Pet Med –Neste aspecto do protocolo vacinal, qual é a importância de realizar o teste para FeLV antes de vacinar um gato?
Cibelle Cunha dos Santos – O teste é importante para que não haja o risco de vacinarmos um paciente Felv positivo com a vacina de FeLV, já que não há benefício nenhum nesse caso.
Pet Med – A partir de que idade podemos vacinar um filhote contra a FeLV?
Cibelle Cunha dos Santos – Entre 45-60 dias.
Pet Med –Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista.
Cibelle Cunha dos Santos – Mesmo gatos que vivem dentro de casa, onde o risco de contato com gatos infectados é menor, podem se beneficiar da imunização, pois existem outras formas de transmissão, como a interação com visitantes que podem carregar o vírus. Ao vacinar todos os gatinhos, inclusive aqueles que não têm acesso ao ambiente externo, estamos criando uma “barreira” de proteção e evitando a propagação da doença, além de diminuir o risco de complicações graves no futuro.
Portanto, vacinar todos os gatinhos contra a FeLV não é apenas uma questão de cuidado individual, mas também de responsabilidade coletiva. Ao garantir que cada gato esteja protegido, contribuímos para a saúde pública animal, prevenindo surtos de doenças e promovendo uma vida longa e saudável para os felinos.
🐾💙 Seu pet é único e merece todo cuidado e carinho! 💙🐾
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O verão 2025 chegou com temperaturas muito acima da média dos anos anteriores, e, por isso os cuidados com a saúde dos pets devem ser redobrados.
É preciso cuidar da hidratação, da alimentação, com os locais para dormir, caminhar, e, sobretudo com os horários para passear, uma vez que a exposição aos raios solares pode resultar em doenças dermatológicas.
Para nos orientar sobre quais cuidados devemos ter com a pele dos cães e gatos no Verão, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária, Dermatologia e Alergologia, Camila Algauer e Silva.
Excelentes esclarecimentos. Acompanhe!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique como os cães e gatos reagem, lidam com as altas temperaturas.
Camila Algauer – Animais não costumam ter facilidade com a termoregulação como os humanos, aumentando os índices de hipertermia nessas espécies. Esses animais tendem a fazer a troca de calor através da língua e patas, ficando mais ofegantes conforme aumenta a temperatura corporal. A apatia, ofegância, inquietação são sinais frequentes de aumento de temperatura corporal.
Pet Med – Os animais precisam pegar sol? Por quais motivos?
Camila Algauer – É necessário que animais tenham exposição a luz solar para estimular a termoregulação e regulação do ciclo circadiano dos animais que é responsável pela produção de alguns hormônios, regulação do sono e outras funções biológicas. No entanto, a exposição ao sol deve ser realizada com cautela, priorizando os horários de menor incidência solar.
Pet Med – Em que casos a exposição ao sol não é recomendada aos pets?
Camila Algauer – Animais não devem ser expostos ao sol em horários correspondentes ao pico do sol, geralmente entre 10 horas e 16 horas. Esse intervalo apresenta um aumento de temperatura significativo, aumentando os índices de hipertermia, queimaduras e outros.
Animais sem ou com pouco pelos também não devem ter exposição prolongada e devem seguir uma maior rotina de cuidados.
Pet Med – Pensando na pele dos cães e gatos, quais devem ser os maiores cuidados que os tutores devem ter durante o Verão?
Camila Algauer – Durante o verão devemos manter sempre os animais abrigados da exposição solar direta, utilizando protetor solar e ou roupinhas com proteção UV. Devem sempre estar a sua disposição métodos de hidratação com água fresca, gelos saborizados, sachês gelados. Também deve-se evitar que o animal fique em ambiente fechado com baixa ventilação como carros, canis fechados, casinhas expostas ao sol.
Pet Med – Ao ficarem expostos aos raios solares, seja no quintal de casa, na praia, na beira da piscina é obrigatório o uso de protetor solar?
Camila Algauer – Sim, é necessário o uso de protetor solar sempre que houver exposição solar mesmo que seja na varanda ou até dentro de casa. Os raios solares podem causar diversos problemas na pele do animal como dermatites e neoplasias.
Pet Med –Neste caso, como escolher o protetor solar ideal para os cães e para os gatos?
Camila Algauer – Já existe diversas opções no mercado que podemos utilizar em cães e gatos, procure sempre optar por marcas hipoalergênicas e com pelo menos 30 FPS.
Pet Med –Como o protetor solar deve ser administrado nos pets? Antes de sair de casa, na hora em que for exposto ao sol?
Camila Algauer – Com a pele do animal livre de sujidades como areia e água, aplique nas regiões de menos pelo, 15 minutos antes da exposição solar e reaplique o produto a cada 2 ou 3 horas para maior prevenção.
Pet Med –E depois, é preciso tomar banho para tirar o produto?
Camila Algauer – Sempre que usamos um protetor solar adequado para animais não é necessário a retirada do produto, entretanto, caso seu animal apresente alguma alteração dermatológica deve ser conversado com seu médico veterinário de confiança.
Pet Med – Quanto aos banhos, qual deve ser a periodicidade?
Camila Algauer – Animais de pele e pelagem saudáveis devem ter seus banhos mais espaçados por volta de 21 a 30 dias. Quando falamos de banhos terapêuticos a frequência deve seguir a prescrição do médico veterinário e realizado com uma intensa frequência.
Pet Med –Que outros cuidados com a pele dos pets os familiares devem ter durante o Verão?
Camila Algauer – O uso de produtos ectoparasiticidas para prevenção de pulgas e carrapatos, ingestão hídrica abundante, escovação frequente para retirar sujidades e sempre que necessário realizar o banho do animal, são fundamentais para manter a pele dos cães e dos gatos saudável.
Pet Med –Por fim, quais são as suas considerações finais sobre os cuidados com a pele dos pets durante o verão.
Camila Algauer – A exposição solar intensa induz doenças dermatológicas e cancerígenas e principalmente hipertermia em cães. Em diversos dos casos podemos ter doenças com intensos agravantes. Por isso, sempre que houver risco de hipertermia deve ser procurado atendimento veterinário imediato para redução gradual de temperatura corporal do animal.
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O verão é a estação do ano em que as famílias geralmente saem para viajar, passam mais tempo fora de casa com seus pets, seja nos passeios na rua, nos parques, nas praias, nos clubes ou nas creches.
No entanto, embora seja uma época do ano em que muitos aproveitam para relaxar, é preciso ter atenção às doenças mais comuns neste período e que podem acometer cães e gatos.
Para nos explicar quais são essas doenças, assim como preveni-las e tratá-las, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária, Fabiana Volkweis, professora de Medicina Veterinária do CEUB – Centro Universitário de Brasília.
Acompanhe a entrevista!
Pet Med –Para começar, por favor, nos explique, de modo geral, por que o verão é uma estação propícia para o desenvolvimento de doenças em cães e gatos?
Fabiana Volkweis – Vários fatores contribuem para o aumento de doenças nos pets durante o verão. Em primeiro lugar, a elevação da temperatura favorece a proliferação de vetores como pulgas, carrapatos e mosquitos, que transmitem diversas enfermidades. Além disso, mudanças na rotina, como viagens, variações alimentares e maior exposição ao ambiente, podem impactar a saúde dos animais. Em locais como praias, os pets ficam expostos ao sol intenso, calor excessivo, restrição de água potável e até à ingestão de água salgada, fatores que podem comprometer seu bem-estar.
Pet Med –Quais são as doenças mais comuns nesta época do ano e de que modo são transmitidas aos cães e aos gatos?
Fabiana Volkweis – No verão, os pets ficam mais vulneráveis a diversas doenças, causadas por diferentes agentes e fatores de risco, tais como:
Aumento de pulgas e carrapatos, uma vez que a picada do carrapato pode transmitir doenças graves para a corrente sanguínea, causando anemias severas, distúrbios sistêmicos e problemas de coagulação. As pulgas, por sua vez, podem transmitir bactérias e verminoses.
Doenças de pele, alterações como coceira, feridas e queda de pelos podem ser provocadas por alergias alimentares, parasitas e exposição a ambientes como lagoas, praias e piscinas, que favorecem infecções cutâneas.
As intoxicações alimentares, decorrentes de mudanças na alimentação podem levar a distúrbios gastrointestinais. Além disso, alimentos mal armazenados ou inapropriados, como restos de churrasco, comidas gordurosas e chocolates, podem causar pancreatite e intoxicações graves.
Desidratação e hipertermia devido a exercícios físicos sem reposição adequada de líquidos e exposição ao sol intenso, entre 10h e 16h, podem resultar em desidratação e hipertermia, uma condição grave e potencialmente fatal.
Além das doenças transmitidas por mosquitos, que podem transmitir a Dirofilariose, uma doença causada por um verme que afeta o coração e pode ser fatal se não tratada. Assim como a Leishmaniose, transmitida pelo mosquito-palha, uma doença crônica e altamente debilitante, sem cura parasitária.
Pet Med –Qual é o risco de disseminação dessas doenças para outros animais e pessoas, especialmente durante as férias na praia?
Fabiana Volkweis – A contaminação pode ocorrer pelo contato com água imprópria para consumo, como poças d’água e fontes não filtradas. Excretas de outros animais também são fontes de transmissão de viroses, parasitas intestinais como giárdia e verminoses. Portanto, é essencial evitar que os pets consumam água de procedência duvidosa e tenham contato com fezes de outros animais.
Pet Med –Uma vez diagnosticada alguma das doenças típicas do verão, como deve ser o tratamento?
Fabiana Volkweis – No caso de intoxicação alimentar e desidratação leve, a oferta de água fresca e reposição hídrica são essenciais. No entanto, se os sintomas persistirem, é fundamental procurar um médico veterinário para um diagnóstico preciso e tratamento adequado.
Pet Med –Quais são os sinais clínicos característicos das doenças típicas do verão?
Fabiana Volkweis – Os sinais clínicos variam de acordo com a doença, mas podem manifestar episódios de vômito e diarreia, por alimentação inadequada, desidratação, parasitoses intestinais; lesões de pele e coceira, por alergias, dermatites causadas por parasitas, fungos e bactérias e febre, apatia, anemia e sangramentos (doenças transmitidas por carrapatos).
Pet Med –Quais medidas preventivas devem ser adotadas para proteger os pets?
Fabiana Volkweis – Para evitar doenças nos cães e gatos durante o verão, é recomendado alguns cuidados:
Evitar mudanças bruscas na alimentação;
Aumentar a oferta de líquidos para manter a hidratação;
Proteger os pets do sol forte, evitando a exposição entre 10h e 16h;
Consultar um veterinário antes de viajar para atualizar vacinas e prescrever medidas de controle de parasitas;
Utilizar coleiras e medicações específicas para prevenção de pulgas, carrapatos e mosquitos.
Pet Med –Os cuidados devem ser adotados apenas no verão ou ao longo do ano?
Fabiana Volkweis – Os cuidados com a saúde dos pets devem ser constantes, independentemente da estação do ano. Portanto, alimentação balanceada, controle de parasitas externos e vacinação em dia são medidas preventivas fundamentais que devem ser mantidas o ano inteiro para garantir o bem-estar dos animais.
Pet Med – Por fim, que outros cuidados são importantes para manter os pets saudáveis e seguros durante o verão?
Fabiana Volkweis – É importante estar atento a outras situações que também podem representar riscos para os pets, como:
Afogamentos, e por isso é importante monitorar os animais perto de piscinas, lagos e praias para evitar acidentes;
Atropelamentos, logo, durante passeios, é imprescindível manter os pets na coleira para evitar fugas e atropelamentos;
E as brigas com outros animais, portanto, deve evitar deixar os pets soltos em ambientes desconhecidos, prevenindo conflitos.
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