Probióticos, Prebióticos e Simbióticos para Pets: Saúde Intestinal em Foco
Cuidar da saúde gastrointestinal dos cães e dos gatos é fator primordial, pois, quando não há esta atenção, é possível que a saúde geral do pet seja afetada.
Por isso, alguns cuidados são fundamentais, como, por exemplo, manter o equilíbrio da microbiota intestinal – onde habitam micro organismos como as bactérias boas, que, além de terem a função de proteger o sistema digestivo, auxiliam na produção de vitaminas, no processo de digestão e no equilíbrio e regularidade do sistema imunológico.
Para conversar conosco sobre o tema, convidamos a Médica Veterinária, Raquel Teixeira Ferreira, graduada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mestre e doutora em Fisiologia e Farmacologia, pela mesma instituição de ensino.
Portadora do CRMV-RJ 10116, Raquel é também docente da Faculdade Estácio de Sá nas disciplinas de Bacteriologia e Micologia Veterinária, Virologia e Imunologia Veterinária, Farmacologia e Toxicologia Veterinária, Fisiologia Animal e Semiologia Veterinária.
Acompanhe a entrevista!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique o que podemos entender sobre probióticos.
Raquel Teixeira Ferreira – Podemos decifrar a palavra PRO-BIÓTICO como “a favor (pró) da vida (bio)”. Os probióticos são, portanto, feitos de diversas cepas de microrganismos vivos que podem repopular a microbiota (flora) gastrointestinal no caso de um desbalanço da flora, favorecendo assim a manutenção da vida bacteriana principalmente no intestino.
Pet Med – E, o que são os prebióticos?
Raquel Teixeira Ferreira – Quando analisamos a palavra PRE-BIÓTICO pensamos em algo que vem “antes (pré) da vida (bio)”. Portanto, os prebióticos são alimentos ou suplementos alimentares que favorecem a vida dos microrganismos benéficos no organismo animal. Os prebióticos mais conhecidos para cães e gatos são derivados de carboidratos como MOS (mananoligossacarídeos), FOS (frutooligossacarídeos) e GOS (galactooligossacarídeos), e geralmente estão presentes em rações de boa qualidade.
Pet Med – E, quanto aos simbióticos?
Raquel Teixeira Ferreira – Os simbióticos são uma combinação de pré e probióticos. Portanto, eles fornecem tanto microrganismos “prontos” quanto o ambiente favorável para o seu crescimento.
Pet Med – Podemos entender que os probióticos, os prebióticos e os simbióticos são medicamentos?
Raquel Teixeira Ferreira – Embora não existam receptores celulares específicos para estes produtos, podemos, sim, considerar os probióticos, prebióticos e simbióticos como medicamentos. Isso porque a definição de medicamento é toda substância que possa prevenir, curar doenças ou aliviar sintomas. Quando favorecemos o crescimento e manutenção da flora microbiana, podemos entender que estamos agindo tanto na prevenção quanto na cura de algumas doenças, além de aliviar sintomas como as diarreias, por exemplo.
Pet Med – Qual é a importância deles, como eles podem ajudar a melhorar a saúde gastrointestinal dos cães e gatos?
Raquel Teixeira Ferreira – Enquanto os probióticos fornecem microrganismos vivos para “repopular” a microbiota do trato gastrointestinal (TGI), os probióticos, por não serem digeridos pelas enzimas do TGI, fornecem condições importantes para que os microrganismos da microbiota (ou flora) intestinal se desenvolva de maneira saudável. Já os simbióticos, por fornecerem tanto microrganismos comensais (“bons”) quanto ingredientes que favorecem o crescimento desses microrganismos, modulam de maneira mais efetiva a saúde do trato gastrointestinal de animais. Assim, juntamente com o sistema imunológico, essa microbiota poderá defender o organismo da invasão de microrganismos potencialmente patogênicos.
Pet Med – Em quais situações devemos administrar os probióticos, os prebióticos e os simbióticos no dia a dia dos cães e dos gatos?
Raquel Teixeira Ferreira – Os probióticos podem ser utilizados em situações que ocorra um desbalanço na quantidade de microrganismos do trato gastrointestinal. Portanto, em casos de diarreias e também no uso prolongado de antibióticos temos a indicação para a administração dos probióticos. Isso reforça a imunidade natural (inata) do animal.
Os prebióticos são interessantes no uso diário, pois favorecem a proliferação de bactérias da microbiota natural. Situações simples como estresse no dia a dia, principalmente nos animais idosos ou aqueles muito jovens, podem gerar queda na imunidade, o que pode ser amenizado com o uso dos prebióticos. Sobretudo nos casos de doença, os prebióticos são ainda mais benéficos, auxiliando o organismo a manter a imunidade e favorecer a manutenção da microbiota.
Os simbióticos unem esses dois efeitos, auxiliando no aproveitamento dos nutrientes e aumentando a sua absorção pelos animais. Portanto, animais em fase de convalescência de diversas enfermidades são os que mais se beneficiam do uso dos simbióticos.
Pet Med – De modo geral, quais doenças podem ser evitadas ou tratadas com o uso desses suplementos?
Raquel Teixeira Ferreira – Estes produtos podem ter grande utilidade principalmente nas doenças infecciosas ou não, que afetem o trato gastrointestinal. Por outro lado, como existem microrganismos benéficos em outras partes do corpo que não somente no intestino, a saúde da pele, por exemplo, pode também ser beneficiada. Portanto, alterações da barreira da pele e mucosas, como nas dermatopatias, também podem ser amenizadas pelo uso destes medicamentos.
Pet Med – De que maneira os familiares podem, no dia a dia, suspeitar desses problemas gastrointestinais?
Raquel Teixeira Ferreira – Os principais sinais de problemas gastrointestinais nos cães e gatos são vômitos e diarréias. O fato de o animal comer menos, ou até mesmo parar de comer, também pode ser um sinal de desconforto na região gastrointestinal, e também é um alerta para procurar atendimento médico veterinário.
Pet Med – Neste aspecto, a partir de que idade os cães e os gatos tornam-se mais suscetíveis a desenvolver doenças gastrointestinais?
Raquel Teixeira Ferreira – Tanto na fase inicial quanto final da vida as doenças gastrointestinais são mais prevalentes. No caso dos animais jovens, o sistema imunológico ainda está se consolidando, e a microbiota ainda não está totalmente formada. No caso dos idosos, devido à redução natural do metabolismo, a multiplicação dos microrganismos que compõem a microbiota também é reduzida, deixando esses indivíduos mais susceptíveis a doenças gastrointestinais.
Pet Med – Por fim, de que modo é possível prevenir as doenças do trato gastrointestinal nos cães e nos gatos?
Raquel Teixeira Ferreira – A prevenção de doenças gastrointestinais pode ser feita com algumas medidas básicas:
1. Fornecendo alimentos de qualidade, formulados especificamente para essas espécies, pois serão mais completos tanto do ponto de vista de nutrientes quanto para a manutenção da microbiota;
2. Vacinar os animais anualmente contra as principais doenças da espécie. Desta forma a imunidade do animal será estimulada e a saúde geral é garantida. Isso favorece, inclusive, a manutenção de uma microbiota saudável;
3. Evitar o estresse no ambiente que o animal vive, sempre que possível, visto que o estresse é uma das causas de queda de imunidade, comprometendo a saúde do animal como um todo;
4. Manter o ambiente sempre limpo e evitar contato com animais de rua. Assim, evitamos a exposição desnecessária dos cães e gatos a diversos agentes patogênicos que podem gerar doenças importantes e, consequentemente, um desequilíbrio da microbiota intestinal;
É importante que, como toda medicação, o uso dos prebióticos e probióticos seja indicado por um médico veterinário após a avaliação clínica do paciente. Somente o médico veterinário pode prescrever com segurança medicações para animais, visto que elas podem ter também efeitos adversos que podem piorar o estado de saúde destes pacientes.
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A chegada de um bebê algumas vezes é muito esperada, outras repentina, mas, em ambas as situações, a família tem de se preparar para a nova rotina.
E no caso das famílias multiespécies que, além dos humanos, têm cães e gatos como integrantes?
Assim como nós, os animais também terão alterações no seu dia a dia, e, por isso, é importante fazer com que essa mudança aconteça de modo positivo para todos os envolvidos.
Mas, na prática, como os familiares devem preparar a casa e o pet para a chegada do bebê?
Para conversar conosco sobre esse tema, convidamos oMédico Veterinário, Felipe dos Santos Muniz, professor do Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
A entrevista está imperdível, acompanhe!
Pet Med – Para começar, nos explique: os animais têm sentimentos?
Felipe Muniz – Sim, eles têm e demonstram sentimentos. A expressão é que acaba sendo diferente. A gente verbaliza e os animais vão ter essa demonstração de sentimentos através de comportamento. Então, um comportamento arredio, um comportamento mais próximo, uma carência.
Pet Med – Neste sentido, os cães e os gatos podem sentir ciúmes dos seus familiares?
Felipe Muniz – Sim, os animais também sentem ciúmes dos familiares. Isso pode acontecer, principalmente quando se tem uma rotina.
Quando a gente tem uma família, se o cão ou o gato passeia diversas vezes ao dia, ele tem toda rotina dele pronta, e se isso acaba se modificando de uma maneira muito brusca, esse animal vai sentir essa mudança de rotina e a gente vai ter essa interpretação de que poderia ser um ciúmes. A mudança do comportamento dos familiares, da rotina, eles vão perceber e podem expressar comportamentos de ciúmes.
Então, o principal que a gente tem que levar em consideração é essa mudança da rotina que acontece. Quando a agente tem essa mudança mais brusca, o animal vai sentir.
Essa mudança pode variar muito de animal para animal e a gente pode ter dois extremos. Ele pode se isolar, ele fica mais quieto no canto, isolado, sem interação com a família, mas, também, pode acontecer o inverso. Um animal que comece a apresentar comportamentos para chamar atenção, como roer ou destruir alguns objetos. Tudo isso são mecanismos para chamar atenção e de demonstrar que ele está insatisfeito com alguma mudança. Então, esse é o ponto que deve ser observado.
Pet Med –No caso da chegada do bebê na casa que tem um cão e/ou um gato como integrante da família, como adaptar o ambiente da sua casa para garantir a segurança de todos antes da chegada do bebê?
Felipe Muniz – Tudo que envolve a chegada de um bebê numa casa que já tem animais deve ser aos poucos introduzido. Eu coloco até uma experiência pessoal.
Eu tenho uma filha recém-nascida, ela está com quatro meses e essa também era uma preocupação nossa com a nossa cachorrinha. Então, uma das primeiras coisas que a gente fez, foi ir introduzindo o cheiro do bebê. Ainda na maternidade, a gente pegou alguns panos, algumas roupinhas que a bebê tinha usado e levou para casa para a cachorrinha já ir sentindo o cheiro e ir se acostumando.
Pet Med –E quando for a hora de apresentar o bebê para o cão ou para o gato, quais cuidados devem ser tomados? Como os familiares devem agir?
Felipe Muniz – Os familiares devem ter a consciência de que é uma adaptação, e por isso, deve ser um processo progressivo e devem permitir que o animal da casa participe dessa chegada do bebê.
Quando o bebê chegar, é importante deixar o gatinho ou o cachorrinho chegar perto, sentir o cheiro, ir se aproximando, demonstrar que está tudo bem, que faz parte da família, que vai ser uma aceitação natural.
É natural a gente ficar com receio também, e, por isso, às vezes a gente fica querendo evitar um contato muito grande, e ai acabamos afastando o animal desse bebê – e, é exatamente o ponto que a gente cria de separação. É o que a gente não pode fazer, então, o que deve ser feito é aos pouquinhos ir introduzindo, é deixando cheirar, é envolver também, o animal na rotina com o bebê. Então, passeios que forem feitos, brincadeiras em conjunto, deixa o animal participar, deixa o animal estar junto.
Quanto mais a gente separar, quanto mais a gente mudar a rotina da casa daquele animal que já morava ali, mais ele vai sentir, mais ele vai ficar isolado ou vai criar esse comportamento arredio, e é exatamente o que a gente não quer. A gente quer que ele mantenha a rotina e que ele seja incluído nessa chegada do bebê.
Pet Med –E no caso dos lares com mais de um cão ou mais de um gato, as medidas devem ser as mesmas já sugeridas?
Felipe Muniz – Quando a gente fala em um lar que tem mais de um animal, a mudança pode acabar sendo até um pouco mais sutil, porque o animal tem a companhia dos outros animais e a chegada do bebê acaba não tendo uma influencia tão grande no dia a dia dele, mas, o processo deve ser o mesmo. É introduzindo o bebê dentro da rotina familiar. É deixando os animais que se sentirem à vontade, irem se aproximando, cheirando, participando, e tornando isso uma rotina natural e não uma coisa diferente.
Tudo muito gradual, tudo dentro do limite de cada animal. Esses são os processos que a gente tem que ir realizando com um ou mais animais em casa.
Pet Med –Nesses casos, é importante procurar ajuda de um veterinário especialista em comportamento animal?
Felipe Muniz – Hoje os especialistas em comportamento animal auxiliam em diversas situações, então, sim, podem e devem ser consultados, porque eles vão ter orientações específicas sobre aquele animal, sobre aquela determinada situação, daquela casa, daquela rotina, sobre como ele pode ajudar a ir facilitando essa introdução, o que pode ser um ponto fundamental a nosso favor.
Pet Med –Para finalizar, e quanto aos animais, para não se sentirem excluídos, quais são os cuidados a serem tomados?
Felipe Muniz – Eu acho que o ponto principal dessa introdução, para a gente não ter uma quebra, é exatamente manter a rotina, tentar fazer a inclusão desses animais junto com os cuidados com o bebê. Isso é o mais importante.
Acaba que quando chega um bebê as atenções mudam muito. São muitas preocupações, são muitas demandas, é uma rotina que já muda por si só, não tem jeito de não mudar e se a gente não se preocupar em preservar os animais, eles sentem muito e acabam se sentindo excluídos. Então, reforço, a necessidade de tentar incorporar eles dentro da rotina com o bebê.
Em sua grande maioria, os animais são curiosos, eles querem ver, cheirar, entender o que está ali, quem esta chorando, o que quer dizer aqueles novos sons que ele está ouvindo, então permita que isso aconteça. Faça com que esses sejam momentos agradáveis e não de tirar o animal, inibir ele de vivenciar a sua curiosidade, não o afaste, não brigue. Ao contrário, faça reforços positivos para que ele mantenha essa vontade de estar ali, porque serão melhores amigos em alguns momentos, principalmente o cão – o gato também, mas, durante a fase da alimentação alimentar, nessa hora eles viram sombra das crianças. Então, essa hora da chegada é muito importante para que a gente já comece a criar um laço entre eles, sempre respeitando o tempo de cada um, mas, também, sempre incluindo todos, dentro dessa chegada e dessa mudança de rotina que vai acontecer para todos, mas que a gente tenta fazer de uma maneira muito suave.
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Check-up Cardíaco em Cães e Gatos : Prevenção e tratamentos de doenças cardíacas para seu pet.
Assim como para nós, seres humanos, manter a saúde dos cães e dos gatos em dia requer um acompanhamento regular com consultas médicas, exames de sangue, e, em alguns casos, exames de imagens ou específicos de acordo com a especialidade clínica, como por exemplo, os exames que mostram como está a saúde do coração dos pets.
Mas, será que os familiares responsáveis pelos animais sabem qual é a importância dos exames cardiológicos no check-up dos cães e dos gatos? Quais as prevenções e tratamento de doenças cardíacas para seu pet?
Para responder essa e outras dúvidas relacionadas ao tema, conversamos com a Médica Veterinária, Ana Carolina Kolarevic Pires.
Portadora do CRMV 26.869, Ana Carolina tem pós-graduação em Cardiologia de Cães e Gatos pela Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – Anclivepa, e pós-graduação em Pneumologia de Cães e Gatos pela UFAPE Intercursos, ambas em São Paulo.
Acompanhe!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique quais são as doenças cardíacas mais frequentes nos cães e nos gatos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – A predominância das doenças cardíacas varia entre as espécies e raças. Em cães de porte pequeno como Yorkshire, Spitz Alemão, Maltês, Cavalier King Charles, por exemplo, é comum a degeneração da valva mitral que causa um não fechamento completo dessa válvula, desenvolvendo insuficiência valvar. Já cães de porte grande como Golden, Dog Alemão e São Bernardo, por exemplo, são mais acometidos pela cardiomiopatia dilatada, em que ocorre uma fraqueza do músculo cardíaco reduzindo a sua capacidade de contração.
Quando pensamos sobre arritmias também observamos variações. Cães de raças terriers como Yorkshire, West Higland White Terrier, Scottish Terrier, entre outros, têm predisposição às bradicardias secundárias aos bloqueios atrioventriculares; no entanto, cães de porte grande como Golden, Labrador e Boxer, por exemplo, são mais acometidos pelas arritmias ventriculares.
Agora, quando falamos sobre os gatos sabemos que as cardiomiopatias são muito prevalentes, sendo alterações que acometem a musculatura cardíaca. A doença mais relatada é a cardiomiopatia hipertrófica, inclusive com predisposição em algumas raças como o Ragdoll, o Maine Coon, o Persa e o Sphynx, por exemplo.
A espécie felina também pode desenvolver as outras formas de cardiomiopatias fenótipos restritivo, dilatado, não especificado, e menos comum, a arritmogênica do ventrículo direito.
A dirofilariose, popularmente conhecida como verme do coração, também é uma doença prevalente no mundo todo, e muitas vezes esquecida na rotina clínica.
Pet Med –Todo problema cardíaco coloca a vida dos animais em risco? Por quais motivos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – A doença cardíaca representa um risco à vida do animal dependendo da fase em que a observamos. Por exemplo, pensando na doença valvar mitral temos estágios de A a D, sendo o estágio A apenas um paciente predisposto à doença e estágio D um paciente com importante repercussão na função cardíaca, se tornando refratário ao tratamento. As cardiomiopatias felinas também têm essa classificação que remete à gravidade de evolução da doença. Assim, entendemos que um paciente sem repercussão da lesão inicial não tem risco de evolução ao óbito, entretanto um paciente com quadro agudo com edema pulmonar cardiogênico, efusão pleural ou tromboembolismo por exemplo, tem um risco iminente de óbito.
As arritmias também apresentam graus de malignidade. Um bloqueio atrioventricular de primeiro grau, em que há apenas um retardo na propagação do estímulo elétrico, não prejudica a função cardíaca, e assim, não representa um risco à vida do paciente; porém, um paciente com bloqueio atrioventricular de 3° grau, em que não há mais correlação dos estímulos elétricos atriais e ventriculares, causando uma redução drástica da frequência cardíaca, tem um alto risco de mortalidade.
A cardiomiopatias felinas também têm fases de evolução, e assim como em cães, quanto pior for o remodelamento do coração, maiores serão as chances de um desfecho desfavorável. As arritmias ventriculares na sua maioria representam um risco à vida dos animais, com alta porcentagem de morte súbita.
Pet Med –Quais doenças do coração podem causar riscos para a saúde dos animais? Por quais motivos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Todas as cardiopatias em cães e gatos podem causar danos à saúde do animal, dependendo da fase de cada uma delas.
Sempre observamos um prejuízo da hemodinâmica do paciente, isto é, da capacidade do coração bombear o volume adequado de sangue e em frequência cardíaca ideal. Quando esse órgão entra em falência há uma redução do volume de sangue entregue aos demais órgãos e tecidos favorecendo o desenvolvimento de lesões por hipoxemia, que é a redução de oxigenação tecidual. Nesses casos outras doenças podem se desenvolver, como por exemplo, a doença renal crônica.
Além disso, o próprio coração entra em sofrimento tentando trabalhar mais para suprir as necessidades de oxigênio. Não conseguindo estabilizar os parâmetros hemodinâmicos, podem ocorrer quadros de congestão, como edema pulmonar cardiogênico, efusão pleural e pericárdica, hipertensão pulmonar, etc.
Pet Med –De que modo os familiares podem suspeitar ou identificar sinais de que o cão ou gato podem estar com algum desses problemas cardíacos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Nas fases iniciais das cardiopatias os animais são assintomáticos, isto é, não demonstram nenhuma alteração da doença em curso. Com a evolução dos quadros os animais podem apresentar cansaço fácil, intolerância ao exercício e/ou ao passeio, redução de atividades, cianose, que é a lingua roxa, tosse, desmaio e até sintomas mais graves e agudos de dispneia, que é a dificuldade respiratória e paralisia de membros no caso de gatos com tromboembolismo.
Pet Med –Neste aspecto, a partir de que idade os cães e os gatos tornam-se mais suscetíveis a desenvolver doenças cardíacas?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Novamente há variação racial no caso dos cães. A doença valvar mitral acomete cães de meia idade a idosos, sendo indicado realizar exames cardiológicos específicos a partir dos 7 anos de vida, exceto os Cavalier King que são acometidos mais novos e há indicação de avaliação desde os 2 anos de idade.
Já os cães de grande porte envelhecem mais precocemente, então, indicamos iniciar os exames de controle a partir dos 4 anos de idade para raças gigantes e 5 anos para raças grandes.
Os gatos podem ser acometidos a partir da meia-idade, Porém, como se mantêm
assintomáticos por muitos anos, há recomendação de serem acompanhados a partir de 1 ano de vida.
Pet Med –Neste aspecto, qual é a importância dos exames cardiológicos no check-up dos pets?
Ana Carolina Kolarevic Pires – É de extrema importância para o diagnóstico precoce das doenças cardíacas e instituição do tratamento indicado objetivando melhora da qualidade de vida do paciente, retardo da evolução da doença e prolongamento da sobrevida.
Pet Med –Quais são os exames mais comuns solicitados no check-up de cães e gatos e que tipo de doenças eles ajudam a diagnosticar?
Ana Carolina Kolarevic Pires – O Ecocardiograma é um exame muito comum na rotina clínica cardiológica. Através dele conseguimos diagnosticar as caridomiopatias felinas, bem como as doenças valvares e a cardiomiopatia dilatada. Esse exame também é fundamental na avaliação de doenças congênitas, as de má formação do coração.
Quanto ao diagnóstico das arritmias o exame inicial é o eletrocardiograma tanto para cães quanto para gatos, e, em alguns casos, também complementamos essa avaliação com Holter.
Não podemos nos esquecer da importância da mensuração de pressão arterial sistêmica dos cães e gatos a fim de acompanhar possíveis quadros de hipertensão ao longo da vida.
Pet Med –No dia a dia, de que modo é possível prevenir as doenças do coração nos cães e nos gatos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Com a realização dos check-ups cardiológicos inicialmente anuais, e com o avançar da idade, semestrais.
Já a prevenção da dirofilariose se faz através da administração de preventivos contra o parasita que podem ser administrados via oral ou spot on mensalmente, ou via subcutânea anualmente.
Pet Med –O que podemos esperar sobre novas tecnologias e inovações tão importantes para a rotina da clínica cardíaca de cães e gatos, como por exemplo, o Colete Cardio Pet, desenvolvido e fabricado pela Pet Med?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Com o desenvolvimento de novas tecnologias esperamos conseguir diagnósticos mais precoces das doenças cardíacas, bem como, possibilidade de correção cirúrgica em algumas doenças. Além disso, novas tecnologias tornarão mais confortáveis as realizações dos exames cardiológicos; o colete Cardio Pet é um exemplo excelente desse conforto, visto que não necessita a bandagem do paciente para a realização do Holter, tornando indolor a retirada do equipamento após a monitoração.
Pet Med – Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista.
Ana Carolina Kolarevic Pires – É fundamental conhecer as particularidades de cada espécie e cada raça frente à predisposição de doenças cardíacas a fim de iniciar precocemente uma rotina de check- up regular. Assim, conseguimos diminuir os casos frequentes de diagnósticos de cardiopatias em fases avançadas quando o paciente é atendido em emergência, o que representa um risco iminente de óbito, e se sobreviver, de redução de qualidade de vida e de tempo de vida.
Lembrando que mesmo que um paciente não seja de raça predisposta, ou seja um cão ou gato sem raça definida (SRD) ele pode sim, desenvolver doenças cardíacas e precisa ser acompanhado rotineiramente.
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O Diabetes mellitus (DM) é uma das doenças endócrinas mais comuns nos cães e nos gatos. Mas, você saberia dizer, de que modo o Diabetes pode afetar a saúde dos pets?
Para nos tirar essa e outras dúvidas, convidamos o Médico Veterinário, Rodrigo Brum Lopes, formado pela Universidade Federal Fluminense e Mestre em Ciências da Saúde, com ênfase em Endocrinologia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Boa leitura!
Pet Med – O que podemos entender como diabetes?
Rodrigo Brum Lopes – Diabetes é um grupo heterogêneo de doença, de várias etiologias, que é caracterizada por um quadro de hiperglicemia secundário a uma ação ineficaz de insulina; uma produção ineficaz ou ambas situações.
Pet Med – Quais são os tipos de diabetes que acometem cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Quanto a nomenclatura, a mais atual é nos referirmos como Diabetes Mellitus insulino-deficiente e Diabetes Mellitus insulino-resistente. A primeira acometendo principalmente cães, enquanto a segunda, os gatos.
Pet Med – O que diferencia uma da outra?
Rodrigo Brum Lopes – Basicamente saber como anda a produção de insulina. Na insulino-deficiente temos redução na produção de insulina por diversos motivos, distúrbios que de certa forma atingem seu local de produção, as células beta. Na forma insulino-resistente o que temos é a identificação de fatores de resistência a ação da insulina; ou seja, ela continua sendo produzida, viabilizada, mas sua ação está comprometida.
Pet Med – De que modo o diabetes pode afetar a saúde dos cães e dos gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Como toda doença de caráter sistêmico, ela pode causar danos em diversos órgãos e tecidos. Insulina é o hormônio que promove a “alimentação celular”, ajuda a levar o principal alimento pra dentro da célula: a glicose. Sem conseguir se “alimentar” direito, a célula tende a entrar em falência. Mas não sem antes disparar uma série de medidas metabólicas pra não entrar em inanição. E é justamente aí, nesse gatilho ativado, que ocorre a produção de uma série de compostos em larga escala que sobrecarregam o organismo.
Além disso, há todo um comprometimento imunológico em ambientes hiperglicêmicos, a atividade dos neutrófilos fica comprometida, a imunidade humoral também, predispondo aos quadros de infecções nos nossos pacientes.
Pet Med – Quais são os sinais clínicos que os cães e os gatos podem manifestar e que os familiares devem ficar atentos em casa no dia a dia?
Rodrigo Brum Lopes –Não é difícil suspeitarmos sobre a possibilidade de diabetes acontecendo porque os sinais clínicos são muito expressivos. Os animais começam a beber mais água, urinar mais, têm aumento do apetite mas sobretudo, começam a perder peso. Alguns podem apresentar cegueira súbita por conta do desenvolvimento de catarata.
Pet Med – De que forma encontra-se o diagnóstico para o diabetes em cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Para diagnóstico é preciso aliar a presença de sinais clínicos, hiperglicemia (glicemia em jejum geralmente maior que 200 mg/dL em cães, e maior que 270 mg/dL em gatos) e presença de glicose na urina.
Pet Med – Quais são as formas de tratamento do diabetes nos cães?
Rodrigo Brum Lopes – Costumo falar em pilares de tratamento, sendo o principal deles, a necessidade de insulina. Além disso, ajustar uma dieta de acordo com a nova condição deste paciente.
Pet Med – E nos gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Nos gatos ainda falamos sobre a necessidade de iniciar tratamento com insulina, além do ajuste a uma dieta direcionada ao tratamento do diabetes. No entanto, hoje, algumas outras formas de tratamento vêm sendo propostas. Novos fármacos, como os inibidores de SGLT2 estão sendo utilizados e discutidos. É uma medicação oral. Particularmente ainda prefiro esperar novas publicações e acompanhamentos já que este é um protocolo bem recente.
Pet Med – Quais são os riscos para a vida dos animais se o diabetes não for tratado?
Rodrigo Brum Lopes – A diabetes não tratada ou pobremente controlada inevitavelmente evolui pra complicações. Uma delas é a Cetoacidose diabética, uma complicação potencialmente fatal.
Pet Med – Quais são as formas de prevenção para cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Evitar os principais fatores de risco é a nossa melhor prevenção. Obesidade, por exemplo, é o principal fator de risco ao desenvolvimento de diabetes nos gatos, e o número de pacientes felinos obesos é assustador.
Além do combate a obesidade, é importante a orientação quanto ao uso indiscriminado de algumas medicações como os glicocorticoides, principalmente em cães; evitar o uso de contraceptivos em cadelas (as famosas medicações anticio); evitar os quadros de pancreatite, e, ainda, tratar outras doenças hormonais que possam contribuir com o desenvolvimento do diabetes como o Hipercortisolismo, Hipertireoidismo.
Pet Med – Para finalizarmos, quais são os cuidados que os familiares devem ter quando se tem um cão ou um gato diabético em casa?
Rodrigo Brum Lopes – Principalmente entender que a vida do diabético se baseia em uma rotina. É preciso entender a necessidade de uma dieta adequada, a necessidade de aplicação de insulina nesses pacientes, se atentar a possíveis sinais de hipoglicemia (glicemias muito baixas), e fazer revisões e exames regulares junto ao Médico Veterinário. Sobretudo, qualquer emergência, levar este animal a clínica mais próxima, sem deixar para depois!
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Descubra os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul na saúde de animais e pessoas. Especialistas em veterinária discutem os desafios do pós-enchente, doenças, resgates e a importância da saúde única.
Por Pauline Machado
Além dos impactos emocionais e psicológicos, em virtude da catástrofe que acometeu o estado do Rio Grande do Sul nos últimos meses, grandes são as preocupações com a saúde da população e dos animais. Uma das principais situações de alerta são as doenças infecciosas, haja vista a grande diversidade de doenças que, através da água, das condições de aglomeração e vulnerabilidade em que as pessoas e os animais se encontram, apresentam maior facilidade de propagação.
Passados quase três meses da tragédia, os desafios continuam e, por isso, fizemos uma mesa redonda para nos explicar os grandes desafios do período pós-enchente e como está a situação dos animais atualmente.
Para compor a nossa conversa, convidamos a Médica Veterinária Luciana Salini Abrahão Pires e o Médico Veterinário André Reis, ambos professores do Centro Universitário UniBrasil, e contamos, ainda, com a participação do Médico Veterinário, Álvaro Cezar de Abreu, diretor regional Sul da Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários – ABHV, que nos atualizou sobre as condições atuais dos animais.
Acompanhe!
Pet Med –Diante da situação em que se encontra o estado do Rio Grande do Sul, por favor, nos explique quais são os maiores riscos para a saúde de humanos e animais que estão em localidades acometidas pelas enchentes.
Luciana Pires – Além das doenças infecciosas, tanto animais como os seres humanos estão sujeitos a uma diversidade de traumas e ferimentos, expostos a descargas elétricas levando a choques, e também sujeitos à hipotermia.
A saúde e bem-estar dos animais, dos seres humanos e do meio ambiente está intimamente relacionada, sendo que o desequilíbrio de uma das partes acarreta o desequilíbrio das outras. Diante disto, é importante que tenhamos uma visão ampla das medidas de controle, vigilância, políticas públicas para a manutenção da saúde e bem-estar de todas estas partes adotando a abordagem da Saúde Única. Para que esta abordagem seja eficaz é essencial que existam profissionais de diversas áreas trabalhando juntos na promoção do cuidado com animais, com as pessoas e com o meio ambiente.
Pet Med –Quais são as doenças mais comuns provenientes de enchentes?
André Reis – Em situações como esta, a água presente nos esgotos se mistura à água e à lama formada, se espalhando por todos os lugares e levando junto uma grande variedade de agentes infecciosos. Microrganismos como bactérias, protozoários e vírus podem encontrar condições propícias para a sua manutenção no ambiente e também são mais facilmente disseminados. Doenças como a leptospirose, doenças diarreicas agudas, cólera, difteria, Hepatite A, toxoplasmose, infecções respiratórias e de pele, verminoses, além de acidentes com animais peçonhentos (cobras, aranhas, escorpiões, etc), a Raiva e o tétano estão entre as principais doenças nestes casos. Doenças transmitidas por mosquitos, como por exemplo, a Dengue, a Febre Amarela também aumentam o risco durante o período de chuvas por favorecerem o desenvolvimento dos mosquitos transmissores.
Pet Med –E no caso dos animais? Quais são as doenças transmissíveis a eles em casos de enchentes?
Luciana Pires – Os animais também são expostos a diversos agentes infecciosos como a leptospirose, a toxoplasmose, a esporotricose, giardíase, verminoses, tétano, doenças de pele, além de doenças infecciosas virais.
Algumas doenças possuem ciclos de transmissão entre animais da fauna silvestre, ou entre animais da área rural, no entanto, nestas condições de enchentes temos o deslocamento dos animais, propiciando uma transmissão de diversas doenças entre as espécies.
Os animais também estão mais sujeitos a doenças transmitidas por mosquitos, uma vez que as condições ambientais se tornam favoráveis ao desenvolvimento e procriação de mosquitos transmissores.
Devido às condições de abrigo com grandes quantidades de animais, também devem ser tomados cuidados com parasitos externos como pulgas, piolhos e carrapatos que podem causar grandes infestações ambientais, além de serem causadoras de diversas doenças internas aos animais. Ácaros causadores de sarnas também podem aumentar a casuística, uma vez que são transmistidas pelo contato direto com os animais ou através das camas que podem alojar estes microrganismos. A escabiose é uma sarna que acomete animais e também os seres humanos.
Pet Med – Por favor, nos explique quais são as medidas preventivas dessas doenças e formas de tratamentos tanto para os humanos quanto para os animais.
André Reis – Algumas destas doenças são prevenidas com administração de vacinas, como é o caso da Raiva para cães e gatos e da leptospirose para cães.
Os gatos são acometidos pelo vírus da Leucemia Viral Felina, uma doença que leva o animal à queda da imunidade ficando vulnerável a outras doenças, e que também pode ser previnida com vacina específica.
Os animais que são mantidos em ambientes seguros e higienizados, que recebem alimentação adequada e que possuem um acompanhamento veterinário frequente têm maiores chances de combaterem os agentes infecciosos em um primeiro momento.
A leptospirose é uma das doenças de grande preocupação pois é transmitida pelo contato com a urina do rato, que no momento da enchente, se mistura com a água e a lama. Tanto os seres humanos quanto os animais podem contrair a doença se a água contaminada entrar em contato com algum ferimento na pele. Desta forma, deve-se evitar ao máximo o contato direto com a água das enchentes.
O consumo de alimentos e água também deve ser feito com todo o cuidado, evitando possíveis doenças transmitidas pela ingestão de água e alimentos contaminados.
Pet Med – Quais são os principais cuidados para proteger e salvar os pequenos animais (cães, gatos) em casos de chuvas fortes e possíveis enchentes?
Luciana Pires – Proteger e salvar pequenos animais como cães, gatos e coelhos durante chuvas fortes e possíveis enchentes requer planejamento, mas com intervenção rápida. Algumas ações precisam ser tomadas de forma antecipada e preventiva como por exemplo, ter os animais com vacinação em dia; ddispor de um plano de evacuação, com coleiras e caixas de transporte; ter dispositivos de identificação dos animais (placas em coleiras ou microchipagem) e ter kits de alimentos e medicamentos sempre de fácil acesso.
No momento da evacuação lembrar que a vida dos animais depende das pessoas, logo, deixá-los presos ou amarrados é condená-los à morte.
Pet Med – Uma vez resgatados e salvos vem a etapa do pós-resgate em que os animais estão longe dos seus familiares, em estado de estresse elevado e com a saúde debilitada. Quais são os principais procedimentos médicos possíveis a serem feitos para reestabelecer e manter a vida desses animais que passaram por situações como a do cavalo no telhado, por exemplo?
André Reis – As medidas iniciais visam a manutenção da segurança e da estabilização de condições vitais. É importante que as pessoas envolvidas nos resgates utilizem de dispositivos de proteção para evitar acidentes como mordidas e arranhões no momento das capturas.
Os animais precisam ser avaliados quanto à presença de ferimentos visíveis que necessitem de intervenções imediadas, identificação de estados de desidratação ou de estados de maior vulnerabilidade como o caso de animais filhotes ou idosos.
Na sequência, precisam ser examinados para a investigação de possíveis doenças infecciosas que possam colocar o animal em risco e também afim de evitar a proliferação de doenças a outros animais e aos seres humanos.
Ao mesmo tempo em que as equipes de trabalho atuam nesta etapa de triagem e estabilização, é necessário que haja a busca paralela pela identificação de possíveis lares provisórios para os animais.
Pet Med – Neste cenário, qual é a importância e o papel do Médico Veterinário?
Luciana Pires – O Médico Veterinário tem um papel fundamental nestas condições, pois é o profissional que detém o conhecimento para atuar diretamente no processo de triagem e cuidado aos animais, assegurando as condições de bem-estar e saúde dos mesmos. Nestes casos, o profissional estará apto a identificar situações de riscos e doenças, realizar os procedimentos para estabilização e tratamento e indicar as principais medidas de prevenção e controle para evitar contaminações dos animais e também prevenir a contaminação do meio ambiente e dos seres humanos.
Vale ressaltar que situações de catástrofes podem ter os efeitos minimizados se forem adotadas medidas preventivas. Para isto, é importante lembrar que a educação ambiental deve ser constante, informando e alertando a população sobre os riscos e medidas de prevenção de doenças animais e também de possíveis doenças zoonóticas.
É importante atentar-se, também, à exposição dos alimentos à água da enchente. Como citado acima, há uma grande contaminação da água que pode contaminar os alimentos – preparados ou não e, por isso, é extremamente importante monitorar se os alimentos foram expostos à água antes de prepará- los e ofertá-los. Nos casos de contaminação, devem ser descartados e não devem ser consumidos nem por animais, pois estes também podem adoecer.
Mesmo após o abaixamento da água o ambiente permanece sujo e contaminado. É extremamente importante realizar a limpeza e desinfecção das áreas para que possam servir como locais seguros para preparo e armazenamento de alimentos.
Recomenda-se que seja adotada a abordagem de Saúde Única, incluindo um planejamento multiprofissional para as ações de educação, vigilância e criação de política.
Ações de solidariedade
Com a palavra, Dr. Álvaro Cezar de Abreu, diretor regional Sul da Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários – ABHV.
“Os efeitos do que passamos do início de maio até aqui foram complicadíssimos. Com relação aos animais, eles foram diretamente impactados assim como as pessoas. Nós tivemos em torno de 15 mil cães e gatos desabrigados, desalojados, que foram recolhidos e depois foram para abrigos, para algumas universidades, foram divididos em algumas clinicas e hospitais particulares também que acabaram acolhendo esses animais para ajudar na demanda.
Na sequência, foi preciso pedir ajuda para esses animais. Aí que entraram as campanhas todas feitas no Brasil todo e a ABHV foi uma das associações que esteve presente desde o início, acompanhando com voluntários, com médicos veterinários do Brasil inteiro que vieram para o Rio Grande do Sul para nos ajudar.
Foi muito importante, foi determinante porque esses animais começaram a chegar de forma desorganizada e de uma forma intensa e de acúmulo nos abrigos, chegando ao ponto de alguns abrigos sem estrutura alguma estarem acolhendo 2 mil, 3mil animais. Então, foi uma situação bem complicada, como uma situação de guerra, o início desse processo todo.
Nós precisávamos de insumos, medicamentos, alimentação, abrigo, roupas, porque além da chuva, tínhamos o problema do frio também. A ABHV, junto com o Hospital de Campanha de São Paulo, montou uma estrutura e um local onde conseguiu armazenar esses insumos recebidos do Brasil todo. A ABHV também intermediu as doações, que vieram muitas, então, isso fez com que esses animais, em nenhum momento ficassem desassistidos. Esses animais tiveram acolhimento, tratamento, foram medicados, passaram por cirurgias, foram feitos testes de várias patologias e receberam roupas, camas e ração. Dessa forma, conseguiram ficar em uma condição de sobrevivência razoável, dentro das condições que se tinha ali naquele momento”.
Doações
“Falando em doações específicas da ABHV, a Pet Med foi uma das parcerias nossas nesse projeto e a ABHV liderou as doações do Brasil inteiro. Para se ter uma ideia ainda temos doações chegando, ainda tem doações em alguns afiliados do Brasil aguardando transporte para ir para o Rio Grande do Sul, então, somos muito gratos ao povo brasileiro, aos colegas, às empresas, às empresas parceiras da ABHV que não mediram esforços para mandar profissionais e doações de insumos para a gente ter uma condição mínima de trabalho no Rio Grande do Sul”.
Cenário atual
“Hoje, passados três meses, muitos animais foram adotados ou devolvidos para suas famílias, mas, alguns abrigos ainda estão com animais. A gente sabe que há uma dificuldade grande que é a questão da adoção dos animais que continuam nos abrigos, por vários motivos. São animais que não têm dono ou que tiveram alguma doença, ou são animais com algum tipo de problema de comportamento, ou em função do tamanho, da idade, e tudo mais.
Então, as prefeituras, através do Governo do Estado, como parceria, estão começando a absorver esses animais e direcionando eles para algum abrigo ou lar temporário até que se consiga dar um destino definitivo a esses animais.
Por fim, do ponto de vista das doações, nesse momento, a gente esta com as doações relativamente tranquilas, na medida em que o poder público está assumindo um pouco esses animais, então eles começam a ter a tutela do estado, do governo federal, resultando em uma situação mais tranquila do que há dois, três meses atrás”.
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A pele do seu pet é um reflexo da sua saúde. Cuide dela com a Dermatologia Veterinária!
Por Pauline Machado O inverno chegou e com ele vem também aquela temporada de clima frio e seco que tanto afeta a saúde dos humanos e, também dos animais. Por isso, hoje, a nossa convidada especial é a Médica Veterinária, Marcia Elizabeth Keim Magheli Lima, portadora do CRMV-RJ:5217. Profª. Marcia Lima, como gosta de ser chamada, é Mestre em Ciência Animal, com ênfase em Dermatite Atópica Canina, e atua nas áreas de Dermatologia, Alergologia, Cosmiatria e Otologia de Cães e Gatos. Além da rotina na área clínica, também é palestrante e conferencista internacional, consultora e mentora para médicos veterinários e da pós-gradução de Dermatologia Veterinária na Faculdade Qualittas. É, ainda, autora dos livros digitais e dos cursos práticos Descomplicando a Citologia na rotina Vet Dermato e Descomplicando o Tricograma na rotina Vet Dermato, todos para Médicos Veterinários. A entrevista está imperdível. Acompanhe!
Pet Med – O que podemos entender por saúde dermatológica dos cães e dos gatos? Marcia Lima – A pele, juntamente com a pelagem do cão e do gato, necessita de nutrientes abundantes, vindos do sangue. Qualquer alteração na nutrição ou que afete a circulação do sangue, como por exemplo, processos inflamatórios do corpo, podem comprometer o bom funcionamento da pele. A gente consegue perceber, desde uma leve perda de brilho nos pelos, a descamação ou lesões maiores. Uma pele saudável sinaliza que a saúde do corpo também, portanto, buscar a saúde dermatológica faz parte de cuidar bem e desejar a saúde como um todo, tanto do cão, quanto do gato.
Pet Med – Quais são os tipos mais comuns de problemas dermatológicos nos cães? Marcia Lima – A primeira coisa que acontece, quando a pele do cão adoece, costuma ser a descamação. No cão, se a descamação permanece muitos dias, é comum mudar o pH da superfície da pele. Esse desequilíbrio acaba causando a mudança dos micro-organismos que habitam a pele, favorecendo que as infecções oportunistas aconteçam. Nesse caso, a pele fica avermelhada, mais quente, com crostas amarelas, com falhas na pelagem e a coceira pode fazer o animal se ferir, com os dentes, a língua ou as unhas.
Pet Med – E nos gatos? Marcia Lima – A primeira coisa que acontece, quando a pele do gato adoece, costuma ser a descamação. Se permanecer alterada assim por alguns dias, além da caspa, você vai notar falhas na pelagem, sem vermelhidão. Com menor frequência, comparando com o cão, a pele alterada, do gato, evolui da caspa para a inflamação, tornando-se avermelhada e quente, e pode incomodar bastante, com dor ou coceira. Esse desconforto pode fazer o animal se ferir bastante, com os dentes, a língua ou as unhas.
Pet Med – De maneira geral, o que pode ocasionar tais problemas na pele dos cães e dos gatos? Marcia Lima – As causas mais comuns de problemas de pele em cães e gatos são as alergias, as parasitoses, como picadas de pulgas, carrapatos e mosquitos, e os erros na alimentação.
Pet Med – De que modo o clima frio, durante o inverno, pode afetar a saúde dermatológica dos pets? Marcia Lima – No inverno, no Brasil, existem dois cenários preocupantes para a pele dos cães e gatos: Nas cidades em que o clima é mais úmido e se aproxima dos 20 a 30ºC (N, NE e grande parte do litoral do Brasil), há maior exposição a pulgas, carrapatos e mosquitos, pois não sobrevivem tanto aos extremos de temperatura do verão. Para os alérgicos, além da maior quantidade de picadas, a pele também inflama e reage muito ao contato com os fungos e ácaros ambientais, que proliferam nessa faixa de temperatura e maior umidade. Nas cidades em que no inverno o clima é menos úmido e se aproxima dos 20 ºC (Centro-Oeste, SE continental e Sul), a pele sofre com o ressecamento causado pela baixa umidade relativa do ar, principalmente, quando permanece menor que 50% por muitos dias. A pelagem fica mais seca, pode quebrar os fios e embolar – a pele acaba adoecendo por baixo do nó dos pelos. Nessas cidades, a pele do cão e do gato resseca, perde a capacidade protetora e começa a permitir a entrada de substâncias irritantes presentes no ambiente, podendo até inflamar e coçar, principalmente nos cães e gatos alérgicos.
Pet Med – Quais são os riscos para a saúde dos animais quando acometidos por doenças dermatológicas? Marcia Lima – Grandes perdas de pele causadas pela automutilação de animais mais sensíveis e mais reativos podem gerar, além da dor, infecções, que, em casos de baixa imunidade, podem evoluir para infecções sistêmicas, potencialmente fatais. Na grande maioria dos casos, as alterações da pele doente são mais discretas, não havendo risco de óbito. Aquela falha de pelo com caspa aparentemente inocente no cão ou gato, pode fazer o animal passar a noite agitado, ansioso, com a pele ardendo, pinicando, doendo ou coçando. Se continuar assim durante algumas semanas, já altera a qualidade do sono, a digestão, a imunidade e reflete na saúde do corpo inteiro. Por isso, a pele doente é um dos principais motivos da queda na qualidade de vida, tanto do animal, quanto da sua família.
Pet Med – Quais são os tratamentos mais comuns para os cães e para os gatos? Marcia Lima – Os produtos mais utilizados antigamente eram os antibióticos e as medicações orais ou injetáveis. Com a modernização das pesquisas, hoje, os tratamentos dermatológicos priorizam a segurança e o conforto do animal e costumam incluir xampus terapêuticos, mousses, sprays, cremes ou loções. O mais importante em qualquer tratamento dermatológico hoje em dia é medicar a pele do cão ou do gato, somente depois de saber qual é o problema causador da alteração. Tratamento por tentativa e erro é coisa do século passado!
Pet Med – E as formas de prevenir os problemas dermatológicos nos cães e nos gatos? Marcia Lima – A melhor forma de prevenir um problema sempre é saber qual é o problema em questão. Encontrar caspa na pele do animal e lavar com um xampu anticaspa, além de poder agredir a pele com o poder desengordurante inadequado do xampu, não resolve, porque não controla a causa da descamação. Era uma infecção no útero: uma piometra ou metrite? – Quem já viu uma cadela assim, sabe a gravidade que é um útero cheio de pus e bactéria. Era uma simples questão de ar muito seco no ambiente onde o animal mora? Quando notar caspa na pele ou qualquer alteração na pelagem do cão ou gato, não peça uma medicação, peça os exames de triagem dermatológica, ao médico veterinário mais próximo. Só assim, é possível identificar as estruturas microscópicas da superfície da pele, pra entender se é um problema dermatológico/externo ou se a pele está apenas sinalizando uma alteração mais grave/interna do corpo.
Pet Med – Para finalizar, quais cuidados devem ser tomados pelos familiares no dia a dia dos pets em casa a fim de evitar esses problemas durante o inverno? Marcia Lima – Quem mora no Brasil está sempre muito exposto a pulgas, carrapatos e mosquitos, capazes de transmitir doenças fatais e de inflamar a pele dos cães e dos gatos. Portanto, manter algum antiparasitário faz diferença na qualidade da pele, dos pelos e na saúde, durante o inverno, nas cidades de maior umidade, mas também nas áreas mais secas, porque o animal tende a buscar conforto nos locais onde as condições climáticas são as mais favoráveis para esses parasitas também. Nas regiões de umidade relativa do ar muito baixa, menor que 50%, faz muita diferença, manter um termômetro que informe a URA (Umidade Relativa do Ar), nos ambientes onde o animal mais fica. São equipamentos de preço bem baixo, fáceis de colocar na estante ou na parede, para avaliar a qualidade do ar e intervir, conforme necessário. Quando o equipamento indicar que a umidade baixar de 50%, vale investir num aparelho umidificador de ambientes e, se preferir algo mais caseiro e igualmente útil, vale também a receitinha caseira de pendurar uma toalha molhada, para umidificar o local onde o cão ou gato mais ficam. Lembre de fazer isso, conferindo sempre a umidade e a temperatura no cômodo, para que fique perto de 60 %. Nessa faixa, você reduz a exposição a fungos, ácaros, parasitas e ainda reduz a agressão da pele no inverno. Peles sensíveis e alérgicas precisam de acompanhamento médico veterinário, para, além dessas medidas acima, receberem produtos antiparasitários e produtos hidratantes mais adequados. Além disso, se achar que seu cão ou gato fica mais confortável no inverno, com mantas e cobertores, lembre de lavar semanalmente, da mesma forma que lavaria a sua colcha. Isso melhora em muito a qualidade da pele e do pelo também, principalmente nos que são alérgicos. Por fim, se seu cão ou gato tem caspa, procure um médico veterinário e peça os exames de triagem dermatológica para que ele consiga investigar a causa e determinar se é alguma agressão externa à pele ou algum problema interno/sistêmico.
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