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Como identificar que cães e gatos estão com dor e como tratá-la

Como identificar que cães e gatos estão com dor e como tratá-la

Por Pauline Machado

Assim como nós, humanos, os animais também sentem dor, com a diferença de que, para identificar a dor em cães e gatos, o desafio é um pouco maior, uma vez que esses animais muitas vezes escondem seu desconforto instintivamente. Portanto, é fundamental que os familiares estejam atentos aos sinais sutis que podem indicar que eles estão sofrendo, e neste contexto, a observação cuidadosa e a compreensão do comportamento habitual de cada animal são essenciais para identificar a dor precocemente.

Para este assunto que envolve várias nuances, conversamos com exclusividade com o Médico Veterinário Álvaro José Chávez Silva, que dedica seu tempo e mantém sua rotina de estudos focada na dor crônica dos animais.

Álvaro é Doutor em Anestesiologia com ênfase em dor crônica pela Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC-BA; Mestre em clínica e cirurgia com ênfase em anestesiologia pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM-RS,  e segue seus estudos com as especializações em andamento em Comportamento Animal pelo Instituto de Saúde e Psicologia Animal – INSPA e em Fisioterapia animal pelo Instituto Brasileiro de Recursos Avançados – IBRA.

Acompanhe a entrevista que está super completa e aproveite para compartilhar com seus amigos e familiares.

Pet Med – O que caracteriza a dor crônica em cães e gatos, e como ela se diferencia da dor aguda?

Álvaro José Chávez Silva – Se pensarmos na dor, desde o ponto de vista da evolução ou da sua importância biológica, ela tem um propósito, uma função: a de preservar a vida, nos alertando sobre uma lesão existente, a fim de protegermos esta parte do corpo que se encontra lesionada e vulnerável, evitando assim, maiores lesões, enquanto o corpo faz a sua função de retornar a lesão à normalidade, devolvendo não só o aspecto de saudável, mas a sua funcionalidade. Assim, quando há uma ferida, por exemplo, na pele, esta área do corpo encontra-se sensível e dolorosa. Uma vez cicatrizada, o normal seria que a dor fosse embora junto com a lesão. No entanto, quando a lesão dura muito tempo em cicatrizar, quando a presença da dor persiste além do tempo de cura ou cicatrização da ferida, quando há evidência de lesão estrutural significativa de nervos, ou até quando não há uma evidência de lesão, mas existe presença de dor, muito provavelmente, encontramo-nos diante de uma condição dolorosa crônica. 

Desta forma, a dor crônica caracteriza-se por estar presente por longo tempo, por não ter uma função biológica de proteção da lesão, como é o caso da dor aguda, por envolver alterações mais profundas do sistema nervoso que perpetuam e acentuam a percepção da dor, mesmo na ausência de dano tecidual real. Além, disso, caracteriza-se por ter uma resposta limitada aos tratamentos convencionais, como aos anti-inflamatórios, assim como por contribuir com o estado mental dos animais, alterando a qualidade do sono, gerando ansiedade, agressividade, isolamento, depressão, perda de peso, angústia, estresse crônico, etc. 

Dito de outra forma, a dor aguda serve como sinal de existência de dano tecidual real, gerando comportamentos de alerta e de proteção para preservação da vida, bem como da recuperação do animal, ao passo que a dor crônica persiste para além do tempo normal de cicatrização, muitas vezes perde sua função protetora inicial e pode se tornar uma condição patológica em si mesma, levando a sofrimento, disfunção e redução da qualidade de vida do animal.

Pet Med – Como a dor crônica se manifesta em cães e gatos, e por que muitas vezes passa despercebida?

Álvaro José Chávez Silva – Nós humanos temos, quase sempre, a capacidade de expressarmos nossos sentimentos e pensamentos de forma oral, ao sentirmos fome, sede, sono, cansaço e até mesmo dor. Já os animais, por carecerem de capacidade de autorrelato, não conseguem nos dizer como se sentem, onde e quanto doi. Logo, cabe a nós, familiares, pais e mães de pets, veterinários, terapeutas, treinadores etc., identificar, localizar, quantificar, tratar, avaliar e reavaliar a presença de dor nos animais, de acordo com as nossas atribuições e capacidades. 

A dor crônica, além do mais, é uma experiência individual, influenciada por diversos fatores internos e externos, por tanto, cada indivíduo pode vivenciá-la de formas diferentes dada suas circunstâncias de vida, experiências passadas, traumáticas, estado de saúde geral, fatores genéticos, alimentícios etc…, tendo assim, múltiplas formas da dor crônica aparecer e manifestar-se. No entanto, podemos dizer de forma geral, que a dor crônica pode-se observar por meio de mudanças físicas e do comportamento que impactam aspectos da vida dos nossos pets de formas insuspeitadas, como alteração do estado mental e de humor, padrões de descanso e sono, de alimentação, hidratação, eliminação, atividade física, socialização, conduzindo a ansiedade, depressão e estresse, sendo este último, um fator contribuinte relevante para o aparecimento de outras condições clínicas, que poderiam ser interpretadas como independentes da dor crônica.

Desta forma, não apenas a ampla diversidade e sutileza de possíveis manifestações de dor crônica nos nossos pets, mas a normalização ou associação de alguns destes sinais ao envelhecimento natural deles, tornam a identificação e tratamento pertinente da dor crônica muito desafiadora. Também, assumir que tais comportamentos são apenas normais e naturais naqueles pets com personalidades mais distantes, solitários, retraídos, tímidos e esquivos, faz com que tais sinais sejam passados por alto e não levados em consideração. É importante salientar que, é esperado que alguns cães e gatos tenham uma tendência por ocultar comportamentos associados à dor, por serem descendentes evolutivos de animais ferais que, na natureza, eram predadores, mas também presas. Diante disso, torna-se importante tentar desenvolver um olhar sensível e atento com os nossos pets, para assim buscar ajuda ou assistência de profissionais com preparo técnico adequado.

Pet Med – Quais sinais clínicos e comportamentais mais sutis podem indicar que um animal está com dor crônica?

 A observação e o conhecimento atento, próximo e sensível aos nossos pets nos permite identificar ou ao menos suspeitar de que algo não está de acordo com o normal neles. Ao levar nossos pets ao veterinário, e quando conversarmos com ele/a, estaremos oferecendo informação valiosa que pode não ser percebida durante a consulta, mas que faz grande diferença na identificação de dor crônica. Os sinais clínicos que podem ser observados e aos que podemos estar atentos são: perda de peso corporal a expensas da massa muscular, perda do brilho e a densidade da pelagem, perda de áreas específicas de pelagem por lambido excessivo, claudicação, mudanças sutis no jeito em que caminham, dificuldade ou relutância em subir ou descer escadas, camas e sofás, postura arqueada o encurvada, relutância a esticar-se completamente, deitar-se exclusivamente de um lado, para aliviar a região dolorida, dificuldade em levantar-se ou deitar-se, diminuição ou perda do apetite.

Já os sinais comportamentais plausíveis de serem observados são alterações do comportamento normal ou conhecido dos nossos pets, bem como aumento ou diminuição excessivo de comportamentos normais, isto é, diminuição do investimento em atividades cotidianas que antigamente geravam muita alegria, isolamento, busca reduzida da companhia de humanos ou outros animais, busca incrementada de atenção por parte dos tutores, expressões faciais de angústia, reação de evitação ou agressão ao toque, vocalizações, embora menos frequente que nos casos de dor aguda, tremores espontâneos na pele, diminuição dos hábitos de higiene, especialmente em gatos, eliminação de xixi e cocô em lugares errados ou fora da caixa, constipação por evitar adotar a postura de defecação ou por dificuldade de acessar o lugar certo para fazer as deposições.

Estes sinais, podem facilmente serem associados a outras causas, que não condições dolorosas crônicas.

Pet Med – Como é feita a avaliação da dor crônica em pets? Existem escalas ou protocolos específicos para isso?

Álvaro José Chávez Silva – Ao percebermos que a dor crônica não é apenas um sinal da presença de uma lesão, como no caso da dor aguda, e sim uma doença em si mesma, com diferentes formas de manifestar-se, causada por muitas condições de diferentes naturezas, como traumas, câncer, quimioterapia, diabetes etc., é importante uma anamnese e um exame físico detalhado. 

Mas, não somente fazer uma avaliação do que pode ser visto diretamente no momento da consulta clínica ou até mesmo pelos exames complementares, como os de sangue, ultrassom, raios-X etc…, mas, sim, uma avaliação inicial detalhada da vida do pet, para além da consulta. Ter informações sobre se ele faz atividades físicas diárias, alimentação, condições pré-existentes, padrões de sono, mudanças de comportamento social, desempenho cognitivo, mudanças na sua treinabilidade etc…

Seguidamente, é realizada a avaliação física, observando a marcha espontânea, quando possível, além da avaliação de todos os sistemas orgânicos, cardiorrespiratório, digestivo, nervoso, osteomuscular, com especial ênfase na mobilidade dos membros e articulações e a sensibilidade dolorosa. 

A indicação de exames complementares é, por vezes, uma importante ferramenta na comprovação da presença de condições dolorosas crônicas. No entanto, além da disponibilidade e os custos econômicos de alguns destes, os exames complementares podem ir até um determinado ponto como ferramenta diagnóstica, e a ausência de sinais claros de dor com tais exames, não são necessariamente uma comprovação da ausência de dor nos nossos animais. Todavia, a identificação da dor crônica pode ser subjetiva e estar sujeita à interpretação do veterinário devido à incapacidade de comunicação verbal dos pets, a variações individuais na expressão da dor, à influência do ambiente, à interpretação humana e à natureza multifacetada da dor crônica, que além de componentes físicos, envolve componentes emocionais e comportamentais.

Felizmente, já existem ferramentas que auxiliam na redução da margem de erro na identificação de dor crônica, como escalas que atribuem um peso numérico a diferentes fatores físicos, emocionais e comportamentais, como Escala Facial Felina (FGS), especificamente para gatos, avalia expressões faciais sutis associadas à dor aguda e crônica; Escala de Dor Musculoesquelética da Universidade da Carolina do Norte (NCSU-CSM), focada na dor musculoesquelética em cães; Teste de Osteoartrite da Universidade de Montreal (MOAT), especificamente para avaliar a dor da osteoartrite em cães e a Escala de Dor da Universidade de Melbourne (UMPS), uma escala mais abrangente que avalia vários parâmetros comportamentais. Ao utilizar estas ferramentas e abordagens de forma combinada, é possível reduzir significativamente a subjetividade e aumentar a precisão na interpretação da dor crônica em cães e gatos, permitindo um manejo mais eficaz e uma melhor qualidade de vida para os animais afetados.

Pet Med – Por que os gatos têm maior tendência a esconder a dor, e como isso impacta o diagnóstico? E como demonstram estar sentindo dores?

Álvaro José Chávez Silva – Gatos são magníficos pets, com uma natureza comportamental muitas vezes incompreendida, por serem vistos como pequenos cães, porém mais solitários e independentes – um erro frequente, sustentado pela visão histórica a eles atribuída. É importante reconhecer as diferenças entre cães e gatos, uma vez que, para além de serem extremamente lindos, são animais com ancestrais evolutivos muito diferentes. Isto dita muito dos seus comportamentos, incluindo a forma em que expressam a dor, muito relacionada aos seus instintos de sobrevivência. 

Na vida silvestre, os ancestrais evolutivos dos gatos eram predadores, mas também presa e ao serem animais menos sociáveis e não terem uma vida em matilha, as demonstrações de vulnerabilidade ou fraqueza podiam significar uma ameaça à vida, sendo assim necessário adotar posturas mais estoicas diante de lesões ou dor. Esse instinto de autopreservação é profundamente enraizado no repertório comportamental do gato doméstico. Somado a isto, sinais de dor podem passar despercebidos pela menor oportunidade de observação de comportamentos dos gatos, pois momentos de maior atividade acontecem durante períodos noturnos, em que os tutores dormem. Também, os gatos têm uma média de 12 a 16 horas de sono por dia, tendo ainda menor chance de expressarem comportamentos associados à dor de forma a serem vistos pelos tutores.

Os sinais de dor em gatos podem ser muito mais sutis e mais difíceis de serem identificados em comparação com os cães, que muitas vezes vocalizam (choram, gemem, latem) ou mancam de forma mais evidente quando estão com dor aguda. Os gatos tendem a expressar dor através de mudanças comportamentais mais discretas, com tendências a tornarem-se mais reclusos, esconder-se, terem menor interação social, menor engajamento em brincadeiras, menos saltos, maior tempo de sono, diminuição da higiene, a autolimpeza ou lambedura excessiva numa área específica, associada ou não ao local de dor, diminuição ou perda de apetite, desenvolvimento de seletividade alimentar. Podem também adotar posturas curvadas, andar rígido. Um dos principais meios de observar desconforto e dor em gatos, é por meio da avaliação da expressão facial, onde orelhas ligeiramente rodadas e olhos semifechados podem ser observados, assim como, testa franzida, focinho e vibrissas tensas e apertadas, cabeça baixa à altura das costas. É frequente deparar-se com gatos que desenvolvem sensibilidade aumentada ao toque e alterações nos hábitos de eliminação, recusando-se a usar a caixa de areia ou a área escolhida para tal finalidade.

Pet Med – E nos cães? Como eles demonstram ou escondem os sinais de dor?

Álvaro José Chávez Silva – Já nos cães, sinais de demonstração de dor são mais perceptíveis, pela sua natureza corporal e facial mais expressiva, podendo ser evidenciados por comportamentos de vocalização como ganidos, choros, uivos, alterações posturais como claudicação ou rigidez na marcha, deitar-se ou sentar-se apenas usando um lado para aliviar a pressão e dor na região acometida, colocar a cabeça baixa, diminuição ou perda de apetite e hidratação, letargia ou aumento do número de horas de sono, desenvolvimento de reações protetivas, evitativas ou até agressivas ao toque na área dolorosa, redução do entusiasmo por atividades físicas como brincadeiras, passeios ou outras atividades pelas que antes mostrava interesse e dificuldade em deitar-se ou levantar-se. Alguns cães podem lamber excessivamente a região dolorosa, levando à perda da pelagem naquela região, e mudanças no humor, tornando-se mais ansiosos, sensíveis aos sons, irritadiços e deprimidos. Apesar de serem naturalmente mais expressivos que os gatos, certos cães, podem ainda, por instinto, procurar ocultar sinais de fraqueza ou vulnerabilidade. Este comportamento pode ser mais evidente em cães de temperamento reservado ou em situações de estresse. Isto, indubitavelmente leva à supressão dos sinais de dor. Outros cães podem mascarar a dor, empregando outros grupos musculares como compensação e forma de adaptação, mantendo assim uma aparência funcional, que dissimula os sinais de dor aos tutores. Ainda, há cães que, por tentar agradar aos tutores, fazem esforços por manter as atividades em que são engajados, mesmo com dor, suprimindo sinais de desconforto nas sessões de interação. Ainda, não é estranho que sinais sutis de dor sejam confundidos com o processo natural do envelhecimento ou interpretados como atitudes “preguiçosas” pelos tutores, assim pequenas alterações na rotina diária ou interação social podem passar despercebidas. 

Pet Med – Qual a importância de abordar a dor crônica precocemente, mesmo em casos leves ou sem sinais aparentes?

Álvaro José Chávez Silva – Ainda sobre as diferenças entre a dor aguda e crônica, uma vez que a dor aguda cumpriu a sua função de manter protegida a área acometida, para evitar lesões adicionais, esta some gradativamente, até o retorno da sensibilidade à normalidade, ao passo que a dor crônica persiste para além da resolução da lesão dos tecidos, tornando-se cada vez mais “inteligente”. A dor crônica vale-se da capacidade do sistema nervoso de alterar sua estrutura e função em resposta à experiência persistente da dor, por meio de um fenômeno conhecido como neuroplasticidade. Assim, o sistema nervoso passa por uma série de mudanças mal adaptativas que contribuem para a manutenção e intensificação da dor, mesmo após a lesão inicial ter cicatrizado. 

Quanto mais tempo passa, maiores e mais complexas mudanças acontecem no sistema nervoso, tanto periférica quanto centralmente, afetando não apenas o componente sensorial – a sensação física de desconforto, mas também estruturas nervosas associadas ao humor, memória, processamento das emoções, levando os nossos pets a experienciar estados emocionais negativos, em detrimento da sua qualidade de vida. Consequentemente, quanto mais tempo passa a dor sem ser tratada e mais mudanças estruturais acontecem no sistema nervoso, maior será o desafio de encontrar estratégias terapêuticas eficientes que contribuam à redução da dor nos nossos pets.

Pet Med – Que tipos de doenças estão mais associadas à dor crônica em cães e gatos, especialmente em animais mais velhos?

Álvaro José Chávez Silva – A dor crônica pode ser classificada, segundo sua origem, em três tipos, nociceptiva – aquela que resulta da ativação de receptores de dor devido a um estímulo nocivo ou a uma lesão tecidual real ou potencial; neuropática – aquela que acontece devido a uma lesão ou disfunção de nervos periféricos, medula espinhal e cérebro e a nociplástica – aquela que acontece apesar de não haver evidência clara de dano tecidual real ou ameaça de lesão. Assim, a dor crônica pode estar presente em animais que sofreram lesões traumáticas por pancadas, atropelamentos, fraturas, amputações, calor ou frio extremo, queimaduras químicas, interrupções do fluxo sanguíneo, bem como diante da presença de tumores, tratamento de quimioterapia, diabetes mellitus, que podem afetar animais de todas as idades. 

No entanto, animais idosos encontram-se particularmente suscetíveis à dor crônica, em decorrência da presença de doenças da coluna vertebral, como doença do disco intervertebral e espondilose, luxações do quadril e do cotovelo, osteoartrite, síndrome da cauda equina, afecções orais crônicas, dor oncológica e por tratamento com quimioterápicos, neuropatias e estados de estresse persistente. Por tanto, a avalição da presença e nível de dor em animais idosos, precisam ser feitos, além do controle da causa ou condição primária, uma vez que esta pode ser negligenciada ou subestimada, em prejuízo da saúde e bem-estar de animais idosos.

Pet Med – De que forma a dor pode modificar o comportamento, a mobilidade ou até o humor do animal?

Álvaro José Chávez Silva – Humanos e animais não humanos, particularmente cães e gatos, compartilhamos de algumas estruturas nervosas associadas ao processamento da dor, o que, apoiado pela ciência, nos permite extrapolar alguns componentes da experiência dolorosa. Se lembrarmos ou imaginarmos o desconforto sentido pela presença constante e insidiosa de uma dor que nos acompanha há muito tempo, não seria difícil empatizar com a dor dos animais, e traríamos a nossa mente como esses estados persistentes de dor podem alterar nossa capacidade de lidar com atividades cotidianas como, sentar-se, levantar-se, deitar-se, comer, caminhar, ler, trabalhar, ou até mesmo ver luz e escutar sons. 

Pessoas com dor crônica relatam uma perda do prazer de viver, de interagir socialmente, ir à rua ou sustentar uma conversa com pessoas amadas. Se considerarmos que a dor crônica tem a capacidade de alterar a estrutura e funcionamento de neurônios periféricos, da medula espinhal, mas também do cérebro, poderíamos dimensionar o impacto que a dor pode ter em regiões do cérebro associadas à regulação das emoções, modulação e percepção da dor, devido à hiperexcitabilidade e sensibilização, modificando a forma como os animais percebem e respondem ao seu ambiente. Essas alterações podem resultar numa percepção da dor aumentada, numa modulação da dor deficiente e num maior componente emocional associada à dor, como ansiedade, medo, depressão. O desempenho de atividades físicas pode ainda estar limitada, não apenas pela presença da dor em si mesma, mas pela diminuição da motivação em fazer atividades físicas, como consequência de estados emocionais negativos, o que contribui a um ciclo vicioso de inatividade, persistência da dor e apatia ou depressão. 

O aparecimento de comportamentos indesejáveis não é uma rareza em animais que experimentam dor. Condutas destrutivas, como mecanismo de compensação da dor, eliminação inadequada, agressividade, apatia, isolamento, ansiedade, entre outras, são alguns exemplos de consequências da presença de dor crônica não tratada em cães e gatos.

Pet Med – Quais são os recursos atuais mais eficazes para o controle da dor crônica em pequenos animais?

Álvaro José Chávez Silva – Para podermos oferecer uma melhora significativa na experiência de dor e na qualidade de vida aos nossos pets, precisamos fazer uso de todas as alternativas ou modalidades terapêuticas possíveis e ao nosso alcance, desde que baseadas em evidência, com respaldo científico e prescritas por profissionais da área. Embora o uso de terapia farmacológica seja muitas vezes a primeira opção que nos vêm à mente, quando se trata de dor, algumas abordagens devem ser evitadas. A monoterapia, que se vale do uso de um único tratamento, está cada vez mais em desuso, pelas limitações que esta comporta. Por exemplo, perda do efeito terapêutico, necessidade de incremento da dose administrada para atingir o efeito desejado e aparecimento de efeitos adversos. Assim, o uso de terapias multimodais passa a ser mais adequado para o controle da dor crônica em cães e gatos, desde que prescritos e avaliados por médico veterinário qualificado.

Juntamente à abordagem farmacológica, devem ser incorporadas medidas que permitam a modificação e enriquecimento do ambiente, que promovam a redução do estresse e que permitam auxiliar aos pets na manutenção da funcionalidade e autonomia de movimentação, para uma melhora da qualidade de vida. Evidências corroboram com os inúmeros efeitos benéficos de manter a atividade física, de acordo com as capacidades e limitações dos animais, de uma alimentação adequada e balanceada e da relevância do sono qualidade em indivíduos com condições dolorosas crônicas. 

Terapias complementares e alternativas (TCA) como cinesioterapia, terapias térmicas, laserterapia, eletroterapia, hidroterapia, magnetoterapia, oxigenioterapia hiperbárica, ozonoterapia, acupuntura, moxabustão, massoterapia e osteopatia, entre outras, são algumas das opções não-farmacológicas que podem contribuir na redução da dor nos nossos pets. Adicionalmente, dietas terapêuticas e suplementos anti-inflamatórios, antioxidantes, condroprotetores, desde que prescritos por um médico veterinário qualificado, assim como controle do peso, crucial para promover estados corporais adequados e evitar sobrecargas articulares, também podem ser estratégias terapêuticas que contribuem de forma relevante na melhora da qualidade de vida de animais em condições de dor crônica.

Pet Med – O que é analgesia multimodal e em que casos ela é recomendada?

Álvaro José Chávez Silva – Quando nos referimos à analgesia multimodal, fazemos referência ao uso de mais de uma estratégia terapêutica. A complexidade da natureza da dor crônica, que age por diferentes mecanismos moleculares, em diversas estruturas do sistema nervoso, torna muitas vezes, infrutífero ou limitado o alcance a partir do uso de terapias únicas, por exemplo, um único tipo de analgésico ou anti-inflamatório. A terapia multimodal visa atacar a dor em diferentes pontos do sistema nervoso e influenciar os vários fatores que contribuem para a experiência dolorosa. Os principais objetivos de terapia multimodal são permitir um melhor controle da dor, fazer uso de doses reduzidas de cada medicamento utilizado, potenciando efeitos benéficos sinérgicos ou aditivos e reduzindo o risco de efeitos adversos ou colaterais decorrentes do uso de doses mais altas de um único medicamento. Também, consideramos terapia multimodal a incorporação de terapias farmacológicas junto a terapias não-farmacológicas, como as mencionadas anteriormente.

Pet Med – Além de medicamentos, que medidas ambientais e de manejo podem ajudar animais com dor crônica?

Álvaro José Chávez Silva – Além das terapias medicamentosas, como analgésicos, anti-inflamatórios, anticonvulsivantes, antidepressivos etc., existem medidas ambientais e de manejo que possibilitam uma melhora na qualidade de vida de pets com dor crônica. Tais medidas dependerão do tipo específico de dor crônica, o tempo que o animal convive com a dor, as limitações que a dor tem-lhe causado em termos de mobilidade e autonomia, e da identificação dos gatilhos da dor. 

Oferecer camas confortáveis ou ortopédicas que aliviem a pressão sobre áreas dolorosas; superfícies seguras e antiderrapantes para evitar escorregões ou quedas; rampas ou escadas adequadas para facilitar o acesso a locais elevados como sofás, camas, carros, para reduzir o estresse nas articulações; bandejas sanitárias de fácil acesso para os gatos com laterais baixas para facilitar a entrada e saída da caixa, especialmente para gatos com problemas articulares; tigelas de comida e água elevadas ou acessíveis para animais com dores no pescoço o coluna, para reduzir a necessidade de se curvarem, diminuindo o desconforto; zonas de descanso seguras e tranquilas onde possam descansar sem ser perturbados, permitindo um sono reparador, essencial para o bem-estar e para lidar com a dor; manter a temperatura adequada dos locais que o animal frequenta, evitando temperaturas de extremo frio ou calor que possam agravar a dor em alguns animais, ou oferecendo cobertores aquecidos o mantas térmicas, sempre com supervisão; evitar estímulos aversivos como sons altos, abruptos, movimentos bruscos, ou outros estímulos estressantes que possam gerar ansiedade no animal. 

Visitas regulares ao médico veterinário são de extrema importância para poder fazer avaliações do estado geral do pet, com ênfase na resposta aos tratamentos realizados, podendo, às vezes, ser necessários ajustes nas modalidades e doses terapêuticas, controle do peso, indicações de sessões de fisioterapia ou reabilitação.  

Vale ressaltar a grande importância da interação e o vínculo do tutor com o seu pet, que devem ser sempre gentis prodigando amor e afeto, respeitando as limitações do animal. Os familiares devem ser pacientes para reduzir o nível de ansiedade do animal, gerando um ambiente acolhedor e seguro, onde possam se sentir à vontade. Não devemos subestimar o efeito reparador do amor como forma de suporte essencial para o bem-estar e a resiliência e como um componente fundamental do manejo humanizado da dor em cães e gatos.

Pet Med – Como o ambiente, a rotina e os cuidados diários podem influenciar positivamente na dor de longo prazo?

Álvaro José Chávez Silva – O ambiente, a rotina e os cuidados diários têm um impacto significativo no manejo da dor de longo prazo em animais, influenciando tanto a experiência individual da dor quanto o bem-estar geral dos nossos pets. Quando otimizados, podem reduzir a intensidade do desconforto e o sofrimento emocional, aumentar o prazer pela realização de atividades lúdicas ou rotineiras e a interação social, tanto recebendo como oferecendo afeto aos membros da família. 

O cuidado atento dos fatores ambientais, a rotina e os cuidados diários podem melhorar significativamente a qualidade de vida e até mesmo diminuir a necessidade de altas doses de medicamentos, particularmente relevantes em animais idosos. 

Em resumo, um ambiente enriquecido e adaptado, uma rotina previsível e consistente, e cuidados diários atenciosos e personalizados são pilares fundamentais no manejo da dor de longo prazo em animais. Essas medidas não apenas complementam os tratamentos médicos, mas também promovem o bem-estar físico e emocional, contribuindo significativamente para uma melhor qualidade de vida, ao passo que fortalecem o vínculo afetivo entre o animal e o tutor. Embora o fortalecimento do laço afetivo entre tutores e animais seja visto de forma positiva, por vezes, este mesmo vínculo e a empatia pelo sofrimento do animal pode ser uma fonte de sofrimento para o tutor, pela observação e entendimento do estado do seu pet. Desta forma, níveis reduzidos de dor e sofrimento, e estados emocionais positivos, podem também ser fonte importante de tranquilidade para os tutores de animais que convivem com condições dolorosas crônicas.

Pet Med – É comum a dor crônica ser confundida com envelhecimento ou mudanças de temperamento? 

Álvaro José Chávez Silva – Sim, é muito comum a dor crônica e o envelhecimento ou mudança de comportamento serem confundidas entre si, devido ao aparecimento sutil e gradual dos sinais de dor, à incapacidade de autorrelato dos animais e às características da dor crônica, descritas como sensação de queimação, formigamento, choque elétrico, agulhadas, pontadas, peso ou pressão, rigidez, difusa ou mal localizada, câimbras ou espasmos musculares, entre outras, podemos imaginar que os animais possam, por um lado, mascar alguns comportamentos de forma consciente ou inconscientemente, pela diminuição da qualidade, quantidade e amplitude da mobilidade ou, por outro lado, apresentar comportamentos inusuais, indesejáveis, destrutivos, auto destrutivos, agressivos ou ansiosos como mecanismos de compensação ou expressão da dor. Estas manifestações podem variar significativamente entre indivíduo, dependendo da causa subjacente e da personalidade e temperamento do animal, chegando em alguns casos a ser limitante ou incapacitante.

Desta forma, animais idosos com menos energia, mobilidade reduzida, maiores tempos de descanso ou sono e alterações no humor e problemas de comportamento, podem ser mal interpretados como apenas velhos, o que seria esperado diante do processo normal de envelhecimento, quando na verdade, podemos estar diante de possíveis sobreposições de sinais de dor e envelhecimento. Independente da cronologia do aparecimento ou da causalidade, a dor deve ser tratada de acordo com as circunstâncias do animal.

A incompreensão e mal interpretação destes comportamentos ou sinais de dor, pode ser fonte de frustração do proprietário levando a negligenciar a dor e o sofrimento do animal, podendo gerar ruptura do vínculo afetivo, maus tratos, abandono e no pior dos casos à eutanásia, embora pouco frequente no Brasil. Por tanto, é imprescindível fazer uma correta diferenciação de forma atenta e holística, considerando múltiplos fatores. 

A dor crônica pode estar melhor representada pela redução específica de atividades como subir e descer escadas, saltar, brincar, passear, enfim, atividades que antes eram prazerosas, mudanças na marcha com rigidez após o descanso que melhora com o movimento leve, claudicação intermitente ou constante ou passos mais curtos, posturas anormais, curvadas, cabeça baixa e transferência de peso, irritabilidade ao ser tocado em certas áreas, evitar carícias ou manipulação, dificuldade em encontrar uma posição confortável, sono interrompido; lambedura excessiva, focada em uma área específica do corpo; gemidos ou choros ocasionais ao se mover. Por sua vez, o envelhecimento, pode se apresentar como uma diminuição geral da energia e da velocidade, com lentidão mais generalizada, sem evitar atividades específicas devido à dor. Pode haver alguma rigidez matinal, que geralmente melhora rapidamente com o movimento, menor interesse em atividades de alta intensidade, mas ainda participa de atividades mais leves. Outro fator a considerar na diferenciação entre dor crônica e envelhecimento é baseado na função física. Na dor crônica, haverão limitações específicas na amplitude de movimento, dificuldade em realizar movimentos que exigem flexão ou extensão de certas articulações, enquanto que no envelhecimento pode haver diminuição geral da flexibilidade e da força, mas sem dor óbvia associada ao movimento. A resposta a analgésicos (teste terapêutico), pode ser uma ferramenta valiosa na diferenciação entre dor crônica e envelhecimento, uma vez que uma melhora significativa no nível de atividade, humor e mobilidade após a administração de analgésicos devidamente prescritos pelo veterinário sugere fortemente a presença de dor e diante de envelhecimento ou mudanças de temperamento, geralmente, não há melhora significativa com analgésicos.

Pet Med – Que mensagem você deixaria para tutores que acreditam que “ficar mais quieto” é apenas sinal de envelhecimento, e não de dor?

Álvaro José Chávez Silva – Eu gosto de pensar que realizar atividade física é uma forma de envelhecer com dignidade, não para evitar ficar velho. Ficar mais quieto não deveria ser uma atitude ou um comportamento normalizado associado ao envelhecimento nem em nós humanos, nem nos nossos pets. Ainda que velhos, humanos e animais, e porque não juntos, deveríamos evitar “ficar mais quietos”. Se ao tentarmos induzir a atividade física em nossos pets, percebermos que há desconforto, relutância ou ausência do desfrute da atividade, atenção! Talvez seja hora de procurar o médico veterinário, para avaliar a presença de dor crônica. Infelizmente, não há uma cura única e exclusiva ou um tratamento milagroso para a dor crônica. Ao invés de cura, tratamos de buscar maneiras de oferecer aos nossos pets uma melhora significativa da sua qualidade de vida, de forma que possam viver com dignidade e sejam capazes de receber ou oferecer amor, tendo o prazer de experienciar a vida com mais tempos de alegria que de angústia.

Pet Med – Para os cães com diagnóstico de dor crônica, de que modo o uso de suportes como os protetores de membros e o colete Calm Pet da Pet Med, podem ajudar a proporcionar a eles uma melhor qualidade de vida e longevidade?  

Álvaro José Chávez Silva – Ao se tratar destas questões relevantes sobre o manejo da dor crônica, é importante salientar a necessidade do uso de abordagens terapêuticas embasadas em evidências científicas sólidas e na individualização do tratamento para cada paciente.

Em relação ao uso de suportes como os protetores de membros da Pet Med para animais com dor crônica, é importante considerar que estes produtos podem desempenhar um papel coadjuvante no manejo da dor, especialmente em casos específicos. Em situações onde a dor crônica está associada a problemas articulares, calos de apoio ou higromas, os protetores podem oferecer proteção mecânica e suporte adicional. Ao reduzir o atrito, a pressão e o impacto sobre as áreas afetadas, eles podem auxiliar na manutenção da mobilidade e reduzir a dor induzida pelo contato.No entanto, é crucial ressaltar que a eficácia destes suportes dependerá da etiologia específica da dor crônica, da localização e da extensão das lesões, e devem ser integrados a um plano de manejo mais amplo, que pode incluir farmacoterapia, fisioterapia e outras abordagens.

No que concerne ao Calm Pet e seu papel em animais com alterações de comportamento devido à dor crônica, é fundamental entender que a dor persistente pode gerar ansiedade, irritabilidade e alterações no padrão de sono, impactando significativamente o bem-estar emocional do animal. Coletes de compressão como o Calm Pet, baseados no princípio da pressão profunda, podem teoricamente promover uma sensação de segurança e calma em alguns animais, através da estimulação do sistema nervoso parassimpático. Contudo, assim como os suportes de membros, a sua eficácia provavelmente variará significativamente entre indivíduos, dependendo da causa subjacente da dor, da intensidade do desconforto e da natureza específica das alterações comportamentais. É essencial considerar os produtos como uma ferramenta complementar dentro de uma estratégia de manejo comportamental mais abrangente, que pode envolver a identificação e o tratamento da causa primária da dor, modificação ambiental, técnicas de dessensibilização e, em alguns casos, intervenções farmacológicas específicas para o comportamento.

Em ambos os cenários, a avaliação clínica individualizada e a compreensão da etiologia e da apresentação específica da dor crônica em cada paciente são pilares fundamentais para determinar a aplicabilidade e o potencial benefício destes produtos. A decisão de incorporar suportes de membros ou o Calm Pet no plano de tratamento deve ser baseada em avaliações clínicas criteriosas e na observação da resposta individual de cada animal, sempre considerando a sua integração com outras modalidades terapêuticas comprovadamente eficazes no manejo da dor crônica.

Pet Med – Por fim, quais são suas considerações finais para os nossos leitores?

Álvaro José Chávez Silva – A abordagem terapêutica da dor deve ser humana e realista. Fazer uso dos conhecimentos mais recentes, consistentes e baseados em evidência científica é importante para encontrar aquelas terapias que melhor se adaptam ao contexto do animal e à realidade do tutor. Oferecer soluções esdrúxulas, excessivamente otimistas com promessas de cura, não são apenas irreais, mas também injustas e antiéticas com os tutores, e correm risco de negligenciar outras terapias que poderiam oferecer melhor resultado no tratamento. Finalmente, o tratamento da dor deve ser multimodal, holístico e sensível. Entender e tratar a dor em animais é um alto sinal de evolução humana, indica amor e compaixão pelos mais vulneráveis, aqueles que nos têm sido confiados e sem interesse egoísta nos oferecem o seu amor.

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Alergias em Pets: Como Identificar, Tratar e Garantir o Bem-Estar de Cães e Gatos

Alergias em Pets: Como Identificar, Tratar e Garantir o Bem-Estar de Cães e Gatos

Por Pauline Machado

O Dia Nacional de Prevenção da Alergia (7 de maio) é uma data importante para conscientizar a todos sobre a saúde dos seus animais de estimação, especialmente no que diz respeito às reações alérgicas que podem afetar cães e gatos. 

As alergias em pets têm se tornado cada vez mais comuns, e muitos tutores desconhecem como esses problemas podem se manifestar. Por isso, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária, Fernanda Almeida Porto Cardoso Araújo, que atua como clínica geral e é  especializada em Dermatologia de cães e gatos. 

Ela ressalta que essas reações podem ser desencadeadas por diversos fatores, incluindo alimentos, pólens, ácaros e produtos de limpeza, resultando em desconforto significativo para os animais, e que, portanto, é fundamental que os tutores estejam atentos aos sinais de alergia e busquem orientação veterinária o quanto antes, para garantir uma vida saudável e feliz para seus companheiros.

Acompanhe a entrevista e compartilhe com amigos e familiares!

Pet Med – O que caracteriza uma alergia em pets e por que ela é considerada uma condição crônica que exige atenção constante?

Fernanda Araújo – A alergia é uma resposta desregulada do sistema imunológico a alérgenos, que podem ser ácaros, pólens, grama, alimentos e parasitos.

Pet Med – Quais são os tipos mais comuns de alergia em cães e gatos, e como cada uma pode se manifestar?

Fernanda Araújo – Os tipos mais comuns de alergia em cães e gatos são a dermatite atópica, que está relacionada intimamente aos alérgenos ambientais; alergia à presença de ectoparasitas, como pulgas, carrapatos, ácaros e mosquitos, ou reações adversas aos alimentos, em geral à proteínas.

Pet Med – Além da coceira intensa, que outros sinais o tutor deve observar que podem indicar um quadro alérgico?

Fernanda Araújo – Sem dúvida a coceira intensa é o sinal clínico mais frequente, mas também é comum animais apresentarem otites, lambeduras de patas, queda de pelo, meneios de cabeça e até mesmo vômito e diarreia.

Pet Med – Alergia é apenas um problema de pele ou pode afetar outros sistemas do organismo do animal?

Fernanda Araújo – Não, a alergia não é apenas um problema de pele. A alergia pode sim, afetar outros sistemas, como gastrintestinal, causando vômitos e diarreia; oftálmico, ocasionando blefarite, úlcera de córnea, nas orelhas, as otites, podendo levar até à alterações neurológicas, quando a otite se agrava.

Pet Med – Como as alergias impactam o bem-estar emocional, o comportamento dos animais e a qualidade de vida de todos da família, incluindo o pet?

Fernanda Araújo – Quando a alergia não é controlada, os sintomas se intensificam e causam desconforto, tanto para o animal, quanto para a  família. O animal não para de se coçar, inclusive durante  a noite, podendo ficar irritado e agitado.  Pode sentir dor e se tornar até agressivo. O odor da pele e das orelhas se intensifica e gera mal-estar, principalmente em animais que dormem nas camas ou ficam nos sofás de casa, e por isso, alguns tutores optam em deixar o animal mais isolado, sobretudo quando recebem visitas.

Pet Med – Que raças ou perfis de pets são mais predispostos a desenvolver doenças alérgicas? Há influência genética? 

Fernanda Araújo – Algumas raças com predisposição a alergias são Shih-tzu, Bulls, Yorkshire, Lhasa apso, Golden Retriever, Dachshund e Beagle. 

Pet Med – De que maneira o ambiente doméstico pode contribuir para o surgimento ou agravamento das alergias? 

Fernanda Araújo – O ambiente doméstico é sim um fator relevante e merece bastante atenção. A poeira doméstica contendo ácaros é um dos principais deflagradores de crises. Podemos incluir também a poeira de obras.

Pet Med – Quais são os erros mais comuns no dia a dia quando os familiares tentam lidar com a alergia sem diagnóstico veterinário?

Fernanda Araújo – Com base na minha rotina, posso dizer que dentre os erros mais comuns no dia a dia estão repetir receitas sem a orientação do médico veterinário, comprar medicações por conta própria, buscar soluções mágicas pela internet e achar que produtos de limpeza são os maiores causadores de alergia. Esses equívocos podem acabar piorando o quadro alérgico ou até mesmo colocar a vida do pet em risco.  Por isso, é de extrema importância que seu pet seja examinado por um médico veterinário, especializado em dermatologia, para orientar toda a conduta.

Pet Med – Por que é tão importante investigar a causa da alergia ao invés de apenas tratar os sinais clínicos?

Fernanda Araújo – Se a causa da alergia não for identificada, teremos quadros recorrentes com frequência e com o tempo a alergia se intensifica e o quadro se agrava, como por exemplo,  otites de repetição, podendo levar o animal a apresentar perda de audição e/ou sintomas neurológicos. É fundamental investigar a alergia e sempre identificar  a causa base para que assim as crises sejam evitadas. Não tratamos sintomas, tratamos a doença.

Pet Med – Quais são os recursos modernos e eficazes disponíveis hoje para o tratamento das alergias em cães e gatos?

Fernanda Araújo – O primeiro passo é identificar qual alergia o pet tem e a  partir daí , de acordo com cada caso, traçar a melhor estratégia. Não existe uma receita de bolo. Mas hoje em dia temos excelentes opções de tratamento que vão desde shampoos até imunoterapia alérgeno específica, as vacinas de alérgenos. Estamos em constante avanço, hoje já temos no mercado medicações orais, injetáveis e excelentes rações hidrolisadas.

Pet Med – Que medidas simples os familiares  podem adotar para prevenir ou reduzir os riscos de crises alérgicas?

Fernanda Araújo – Não há nada que possa impedir o cão ou o gato a ter uma predisposição alérgica, mas é possível sim  criar hábitos que possam prevenir as crises, como por exemplo a dermatite alérgica à picada de parasitas. Nesses casos, as crises podem ser evitadas fazendo uso de preventivos de ectoparasitos de uso regular. A limpeza do ambiente também é muito importante. 

Pet Med – Para finalizar, qual mensagem você deixa para conscientizar os familiares sobre o impacto real das alergias na vida dos pets?

Fernanda Araújo – É importante compreender que a dermatite não tem cura, requer tratamento e pode ser sim controlada, por isso é fundamental o acompanhamento com profissional especializado em dermatologia veterinária. Por isso, ao perceber algum desses sinais que falamos, agende o quanto antes uma consulta com o médico veterinário da sua confiança. Lembre que a saúde e bem estar do seu pet é muito importante e cuidar dele é sua função também, então, não espere ver seu animal perder qualidade de vida para procurar ajuda de um profissional especializado em dermatologia. 

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Atendimento veterinário: quando escolher clínica ou domicílio?

Atendimento veterinário: quando escolher clínica ou domicílio?

Por Pauline Machado

A saúde dos animais de estimação merece atenção em todos os momentos, seja em casos de emergências, check-ups preventivos ou cuidados paliativos. 

E, ao longo dos anos, a Medicina Veterinária vem acompanhado o aumento do número de famílias multiespécies no Brasil e no mundo. Hoje já é possível fazer exames elaborados nos pets e também, atendê-los de forma mais tranquila na própria residência do pet, evitando o estresse de ter de levá-lo até a clínica.

Mas diante de tantas opções, há uma dúvida comum entre os familiares: quando optar por atendimento veterinário em domicílio e quando levá-lo à clínica? 

Este é o tema que vou detalhar para vocês hoje. Mas, já antecipo que não há certo ou errado, a escolha depende do quadro clínico, das necessidades do animal e da infraestrutura necessária para um atendimento eficaz.

Conhecer as vantagens e limitações de cada tipo de atendimento ajuda a tomar uma decisão mais consciente, pensando sempre no bem-estar e na segurança do pet, por isso, acompanhe as orientações e compartilhe com seus familiares e amigos!

Boa leitura.

Emergências graves – Situações como traumas, atropelamento, convulsões, hemorragias, intoxicações e dificuldades respiratórias devem ser imediatamente avaliadas em clínicas ou hospitais veterinários, pois, nesses locais, há equipamentos de suporte à vida, acesso rápido a exames e uma equipe preparada para intervenções emergenciais que podem salvar a vida do animal.

Consultas de rotina ou check-upsAvaliações preventivas, periódicas de saúde, consultas de acompanhamento, triagens clínicas ou observações comportamentais podem ser realizadas com tranquilidade no ambiente domiciliar. Nesses casos, o atendimento em casa proporciona mais conforto ao animal e evita deslocamentos desnecessários, especialmente quando ele está saudável.

Exames laboratoriais e de imagem complexos – Como disse, a Medicina Veterinária vem se atualizando cada vez mais e radiografias, ultrassonografias e coletas de sangue para exames laboratoriais já podem ser realizados no conforto da casa do pet. No entanto, quando o caso exige exames mais detalhados, com o uso de equipamentos específicos, que muitas vezes só estão disponíveis na clínica, para a realização desses procedimentos, é necessário que o pet esteja em um ambiente preparado, com técnicos e infraestrutura adequada para coleta, análise e interpretação segura dos resultados.

Animais com dificuldade de locomoção ou dor intensa – Em pacientes com osteoartrite, doenças neurológicas ou pós-cirúrgicos, o transporte até a clínica pode agravar a dor ou causar desconforto significativo. Nesses casos, o atendimento domiciliar evita movimentações dolorosas e permite que o Médico Veterinário avalie o animal no contexto real de seu dia a dia.

Familiares idosos – Muitos idosos têm um cão ou gato como seu maior companheiro do dia a dia, mas, ao mesmo tempo, têm limitações para poder levar seu amigão para ser atendido por um Médico Veterinário na clínica, haja vista as dificuldades próprias de locomoção,m as dificuldades em conseguir um transporte por aplicativo que aceite o embarque do pet, ainda que hoje, já tenhamos vários serviços de táxi dog. Há ainda o desafio quanto à mobilidade e força física para segurar o pet dentro da caixa de transporte. Logo, para familiares idosos, o ideal, dependendo do caso, é que seu pet seja atendido em domicílio, salvo casos que exijam intervenção médica emergencial.

Casos infecciosos ou que exigem isolamento – Animais com suspeita de doenças infectocontagiosas, como esporotricose, cinomose, parvovirose ou gripe felina, devem ser atendidos em ambiente controlado, ou seja, em hospital ou clínica veterinária. Esse tipo de atendimento protege outros animais e humanos que possam entrar em contato com o paciente e permite medidas de biossegurança adequadas, reduzindo o risco de transmissão.

Vacinação, vermifugação e controle de ectoparasitas – Esses procedimentos preventivos são simples e podem ser, perfeitamente realizados em domicílio. O Médico Veterinário pode levar os insumos necessários e aplicar os produtos de maneira segura, reduzindo o estresse do animal e dos seus familiares, facilitando a adesão ao calendário de saúde preventiva.

Redução do estresse – Principalmente para gatos, animais idosos ou pets com histórico de medo de carros e clínicas, o atendimento em casa representa uma experiência muito mais tranquila, pois, evitará que ele tenha que passar pelo estresse de ficar na caixa de transporte, da locomoção no carro e de estar em um ambiente sem referência para ele, como a clínica. Isso contribui para a qualidade da consulta e diminui comportamentos defensivos que dificultam a avaliação geral do paciente.

Cuidados intensivos – Quando o pet precisa de cuidados contínuos, como soro intravenoso, monitoramento de sinais vitais ou administração de medicamentos complexos, a internação clínica é indispensável. A equipe multidisciplinar e os equipamentos especializados poderão oferecer suporte que não pode ser realizado em casa.

Respeitar o comportamento do pet – Cada animal possui uma personalidade única. Alguns são naturalmente sociáveis e lidam bem com ambientes novos, enquanto outros apresentam medo excessivo, agressividade ou paralisia diante de estímulos diferentes, como cheiros, sons e pessoas estranhas, comuns em clínicas veterinárias. Forçar um cão ou um gato sensível a passar por esse estresse pode dificultar o diagnóstico e agravar seu estado emocional. Para esses casos, o atendimento domiciliar é uma opção mais gentil, respeitosa e eficiente, já que o Médico Veterinário poderá examiná-lo em um ambiente onde ele se sente seguro, calmo e no controle.

Avaliação do ambiente domiciliar – O atendimento em domicílio oferece ao Médico Veterinário a oportunidade de não apenas avaliar o cão ou o gato, mas, também de observar rotinas, locais de descanso, alimentação e interação do animal com a casa, com os familiares e outros pets. Assim, é possível orientar os tutores com mais precisão sobre ajustes necessários para melhorar o bem-estar do pet no seu próprio espaço.

Agora que a gente já entendeu melhor quando devemos pensar em priorizar o atendimento veterinário em domicílio e quando devemos levar para atendimento na clínica, devemos ter em mente que a decisão final deve sempre priorizar três pontos básicos: a segurança, conforto e necessidade clínica do cão ou do gato.

Logo, não existe uma fórmula única: o importante é que a escolha entre clínica e domicílio seja feita com base nas reais necessidades do animal, considerando seu estado de saúde, temperamento, acesso aos recursos necessários e o objetivo do atendimento!

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Qualidade de vida: importância da atividade física para cães e gatos

Qualidade de vida: importância da atividade física para cães e gatos

Por Pauline Machado

Manter a qualidade de vida de cães e gatos vai muito além da alimentação adequada e visitas regulares ao Médico Veterinário. Assim como para nós, a atividade física regular é um pilar essencial para o bem-estar físico e mental dos pets, que ajuda a prevenir doenças, a melhorar o comportamento e a fortalecer ainda mais o vínculo com seus familiares.

Para explicar detalhadamente a importância da atividade física não apenas para os cães, mas, também para os gatinhos, conversamos com a Médica Veterinária, Marcela Squillaro Rubo Spadoni, nutricionista, fisiatra e pós graduada em fisioterapia e reabilitação animal.

Acompanhe a entrevista e compartilhe com seus amigos e familiares, assim, mais pessoas terão acesso a informações precisas sobre como o exercício físico influencia a saúde de cães e gatos em todas as fases da vida, afinal, assim como nós, os animais também precisam se mover para viver melhor!

Boa leitura!

Pet Med – Para começarmos, por favor, nos explique o que podemos entender por  qualidade de vida para animais de estimação, especificamente para cães e gatos.

Marcela Squillaro Rubo Spadoni – Qualidade de vida para animais domésticos está relacionada ao bem-estar geral do animal, ou seja, o quanto ele está saudável, feliz, confortável e livre de sofrimento físico e emocional. Vou detalhar alguns exemplos:

Cuidados veterinários regulares, como vacinas, vermifugação, exames de rotina, alimentação adequada e balanceada, exercícios físicos, entre outros estão ligados à saúde física.

Ambiente livre de estresse, medo ou ansiedade, que tenha estímulo mental como brinquedos, atividades, interações, companhia, estão ligados à saúde e ao bem-estar emocional, assim como viver em um espaço limpo, seguro e confortável, com temperatura e iluminação adequadas, com áreas para descanso, alimentação e higiene, como as caixas de areia para gatos.

A qualidade de vida também tem a ver com o vínculo com os tutores, que deve ser baseado em respeito e afeto, atenção e tempo de qualidade juntos, comunicação clara e não punitiva.

Todos esses aspectos influenciam na saúde e na qualidade de vida dos animais.

Pet Med – E, de que maneira a atividade física contribui para a qualidade de vida dos cães e gatos?

Marcela Squillaro Rubo Spadoni – A atividade física contribui muito para a qualidade de vida dos animais, pois, melhora a saúde física com redução de peso, fortalecimento muscular e articular, assim como melhora o funcionamento do coração e dos pulmões. Também ajuda a prevenir doenças, reduzindo o risco de obesidade, diabetes, problemas articulares e cardiovasculares.

A atividade física também atua como um estímulo mental quando os os pets fazem caminhadas, quando brincam, quando sentem novos odores. Todas essas experiências ajudam na prevenção do estresse, da ansiedade e de comportamentos destrutivos e, como consequência, temos o aumento da longevidade, uma vez que passam a viver melhor e por mais tempo, mantendo um corpo e uma mente saudáveis.

Pet Med – Quais são os benefícios mais importantes da atividade física regular para a saúde dos animais?

Marcela Squillaro Rubo Spadoni – A atividade física diária traz vários benefícios importantes para os animais. Além dos que eu citei acima, podemos destacar o controle de peso, que ajuda a prevenir obesidade, que pode causar diabetes, problemas cardíacos e articulares. Fortalecimento muscular e ósseo, mantendo os músculos e ossos fortes, especialmente importante em animais idosos. A atividade física melhora a circulação e sistema cardiovascular, aumentando a resistência e o melhor funcionamento do coração, além de estimular o sistema digestivo e ajudar a evitar problemas como a constipação.

No campo emocional, a atividade física ajuda a reduzir o estresse, a ansiedade e o tédio, sobretudo em cães e gatos que ficam muito tempo sozinhos. Melhora, também, a  socialização, ajudando os animais a se tornarem mais sociáveis e confiantes com outros animais e humanos.

Em resumo, animais ativos vivem mais e com mais qualidade de vida.

Pet Med – Cães e gatos têm necessidades diferentes em termos de exercícios físicos? 

Marcela Squillaro Rubo Spadoni – Sim, cães e gatos têm necessidades bem diferentes.

Os cães são animais sociais, acostumados a viver em grupo e a se movimentar bastante, logo, necessitam de estímulos físicos e mentais regulares por cerca de 30 minutos a 2 horas. Essa variável vai depender da raça, idade e saúde, mas, de forma geral, os cães saudáveis tendem a gostar de caminhadas, corridas, brincadeiras de buscar objetos, agility e trilhas.

Já os gatos são mais independentes, predadores solitários, com picos curtos de energia, sendo mais ativos ao amanhecer e ao anoitecer. As necessidades de exercício vão variar de 10 a 20 minutos algumas vezes ao dia. Eles costumam gostar de brincadeiras que imitam caça, com varinhas com penas, laser, ratinhos, escaladas em prateleiras ou arranhadores, e, também, de esconder petiscos.

Pet Med –  Existe uma quantidade mínima recomendada de exercício diário para cães e gatos?

Marcela Squillaro Rubo Spadoni – O tipo de atividade física ideal varia conforme a raça, idade, porte e nível de energia do cão. Vou citar alguns exemplos de acordo com faixa etária e grupo de raças:

Filhotes (até 1 ano):

Exercícios curtos, leves e frequentes, evitando impacto nas articulações que ainda estão em crescimento;

Brincadeiras com brinquedos macios, pequenas corridas, socialização com outros cães e pessoas.Pode ser atividades de caça ao petisco, escondendo pela casa ou quintal; pode ser comandos básicos com reforço positivo e caminhadas leves, desde que sejam curtas e controladas.

Adultos (1 a 7 anos):

Aqui os cães estão no auge da energia e precisam de mais estímulo.

Cães ativos e atléticos (Border Collie, Pastor Alemão, Labrador, Husky)

• Caminhadas longas

• Corridas, trilhas, natação

• Agility, frisbee, busca de bolinha, jogos de faro

Cães de porte médio/calmo (Bulldog, Shih Tzu, Basset)

• Caminhadas moderadas

• Brincadeiras leves no quintal ou em casa

• Enriquecimento com brinquedos interativos

Cães pequenos/energéticos (Poodle, Jack Russell, Spitz)

• Caminhadas curtas e frequentes

• Brincadeiras com obstáculos baixos

• Jogos com petiscos e brinquedos de caça

Cães idosos (a partir dos 7 a 9 anos, dependendo da raça):

Nesta fase da vida, as atividades devem ser mais calmas e de baixo impacto, cujo foco deve ser sempre em manter a mobilidade e saúde mental. Caminhadas curtas e regulares, a natação, se o cão gostar e estímulos mentais com brinquedos de estratégia ou comandos simples são excelentes formas de manter a atividade f[isica para os idosos.

Dicas extras por tipo de cão:

• Raças de trabalho (Border, Pastor, Doberman): precisam de tarefas como treinos, jogos de faro e obediência avançada.

• Cães de companhia (Lhasa, Maltês, Chihuahua): preferem interações humanas, jogos curtos e enriquecimento em casa.

• Cães braquicefálicos (Pug, Bulldog): cuidado com calor e esforço, as atividades devem ser feitas com cuidado e preferencialmente em horários frescos, com curta duração e com pausas.

Pet Med – Quais são os riscos para a saúde dos cães quando não fazem atividades físicas diariamente?

Marcela Squillaro Rubo Spadoni – Cães que não fazem atividade física diariamente correm vários riscos para a saúde, tanto física quanto mental. 

Eles podem ficar obesos, pois, sem atividade, o cão consome mais calorias do que gasta, o que leva ao acúmulo de gordura e, consequentemente, à obesidade, e isso pode gerar outros problemas como diabetes, dificuldade respiratória e doenças cardiovasculares. É importante ressaltar que cães que não se exercitam têm maior risco de desenvolver problemas no coração e na circulação sanguínea.

Os cães sedentários também podem desenvolver problemas nas articulações e nos músculos, tendo maior tendência a terem atrofia muscular, rigidez nas articulações e displasias agravadas, como a de quadril ou cotovelo.

Além de problemas físicos, a falta de atividade física também pode trazer problemas comportamentais como ansiedade, agressividade, destruição de objetos, latidos excessivos e depressão. Sem falar no envelhecimento precoce, pois, a falta de exercício pode acelerar o envelhecimento do cão, reduzindo a qualidade e a expectativa de vida.

Pet Med – E para os gatos?

Marcela Squillaro Rubo Spadoni –  A falta de atividade física para gatos também pode levar a uma série de problemas de saúde e comportamento. Sendo um dos  riscos mais comuns, o sedentarismo, que faz com que os gatos tenham mais tendência a ganhar peso, o que pode desencadear outras doenças como o Diabetes Mellitus, o diabetes tipo 2 em gatos.

Assim como nos cães, o sedentarismo contribui para a rigidez e dores nas articulações, especialmente em gatos mais velhos. A falta de exercícios também pode enfraquecer o coração e afetar a circulação. Vale ressaltar que os gatos precisam de estímulo mental e físico, e, portanto, a inatividade pode levar ao tédio, ansiedade e até depressão.

Quando entediados, sem gasto de energia, os gatos podem desenvolver comportamentos indesejados pelos humanos, como arranhar móveis, agressividade ou miados excessivos.

Além disso, o sedentarismo pode levar os gatos a terem problemas digestivos, como prisão de ventre, por exemplo, pois a movimentação no dia a dia ajuda o sistema digestivo.

Pet Med – Como os familiares podem identificar se seus animais de estimação estão fazendo atividade física adequadamente?

Marcela Squillaro Rubo Spadoni – Identificar se seu pet está fazendo exercícios suficientes envolve observar o comportamento, o corpo e a saúde geral dele. Aqui vão alguns sinais para ajudar a avaliar:

Nível de energia

• Suficiente: Ele parece relaxado e calmo em casa, mas animado na hora do passeio ou brincadeira.

• Pouco exercício: Fica agitado, hiperativo, late muito ou destroi objetos.

• Excesso de exercício: Parece exausto, relutante a se mover, mancando ou dormindo excessivamente.

Condição corporal

• Boa: Você sente as costelas facilmente, mas sem vê-las, e ele tem uma “cinturinha” visível.

• Falta de exercício: Sobrepeso, dificuldade de se levantar, respirar ofegante com facilidade.

• Excesso: Perda de massa muscular ou emagrecimento exagerado.

Comportamento

• Bem equilibrado: Interage bem com as pessoas e outros animais, não apresenta comportamentos destrutivos.

• Pouco exercício: Mostra tédio, ansiedade, late ou mia sem motivo, morde objetos.

• Excesso: Pode ficar irritado, evitar brincadeiras, ou parecer dolorido.

Sono e descanso

• Normal: Dorme bem, mas está ativo durante o dia.

• Pouco exercício: Pode dormir muito por tédio, mas ainda parecer “inquieto”.

• Excesso: Dorme em excesso por exaustão, parece lento ou apático.

Saúde geral

• Bem exercitado: Tem bom apetite, fezes normais, respiração e batimentos cardíacos estáveis.

• Pouco ou muito exercício: Pode apresentar problemas digestivos ou respiratórios

Pet Med – Para os casos em que os cães apresentam algum tipo de problema de mobilidade, de que modo o uso de suportes que ajudam a reduzir os impactos nas lesões ou nas articulações, podem ajudar a manter a rotina de atividade física em dia proporcionando mais qualidade de vida e longevidade aos animais?  

Marcela Squillaro Rubo Spadoni – O uso de suportes pode ser bom para a qualidade de vida de animais com problemas de mobilidade, especialmente durante a atividade física. Os suportes como os protetores de membros da Pet Med, ajudam a reduzir o impacto sobre articulações, dando suporte e mantendo o animal ativo com segurança. É muito importante que esse suporte seja de qualidade e avaliado pelo veterinário fisiatra ou ortopedista. Eles podem reduzir a sobrecarga nos outros membros, ajudar no processo de reabilitação e ainda permitem movimento mais seguro.

Outras estratégias que complementam os suportes são exercícios na água, como a hidroterapia, pois movimenta com baixo impacto. O uso de tapetes antiderrapantes em casa, que evita escorregões e quedas, assim como rampas ou escadas baixas para facilitar acesso a sofás, camas ou carros, e, como disse, sessões curtas e frequentes de atividade.

Pet Med – E para os casos em que os animais são medrosos, não se sentem confortáveis com os passeios na rua?

Marcela Squillaro Rubo Spadoni –  Muitos animais sentem medo de passear na rua. Esses, podem se beneficiar muito do uso de produtos como o colete Calm Pet, da Pet Med, que é uma linha de produtos calmantes naturais que ajudam a reduzir ansiedade, estresse e reatividade em situações desafiadoras, como o passeio.

O Calm Pet pode ajudar a reduzir a ansiedade antecipatória, as reações exageradas a estímulos e a tornar o aprendizado mais fácil pois ficam mais calmos. O ideal é usar o Calm Pet em conjunto com a rotina de passeio, colocando o colete no animal cerca de 20 a 30 minutos antes do passeio.

Pet Med – Para finalizar, como os familiares podem e devem incorporar a atividade física na rotina diária de seus cães e gatos?

Marcela Squillaro Rubo Spadoni – Incorporar atividade física na rotina dos cães e gatos é uma tarefa simples e funcional.

Para os cães

Os familiares devem incluir os passeios na rotina da manhã ou final do dia, o que pode incluir jogar bola, brincar de esconde-esconde, fazer túneis e obstáculos com almofadas e caixas, treinar comandos, fazer atividades em família e levar o cão junto. Contratar dog walkers ou creches caninas são boas opções para famílias sem tempo.

Vale reforçar que para cães que moram em casa com quintal, o espaço extra é uma vantagem, mas ter um quintal não substitui a necessidade de exercícios estruturados e interação diária. Muitos familiares acham que “só por ter espaço”, o cão já está se exercitando, mas na verdade, muitos cães só ficam deitados, entediados ou andando pouco, se não forem estimulados.

Para esses casos, aqui vão algumas recomendações: 

1. Brincadeiras ativas no quintal

• Jogar bola, frisbee ou brinquedos de puxar

• “Esconde-esconde” com petiscos ou brinquedos

• Corridas curtas com você ou entre obstáculos improvisados

2. Enriquecimento físico e mental

• Crie circuitos de obstáculos com cones, túneis que podem ser feitos de caixas, rampas.

• Esconda petiscos pelo quintal ou use brinquedos tipo “Kong” recheado.

• Alterne brinquedos para evitar que ele enjoe.

3. Treinamento diário

• Treinos curtos de comandos como sentar, dar a pata, buscar, etc…

• Isso gasta energia mental e fortalece o vínculo com você.

4. Caminhadas fora de casa

• Mesmo com quintal, levar o cão para passear na rua é importante:

• Estimula a mente com novos cheiros, sons e interações.

• Ajuda na socialização com pessoas e outros cães.

• Diminui o tédio e problemas comportamentais.

5. Interação com outros cães

• Se possível, promova encontros com cães vizinhos, mas sempre com supervisão. Lembre que socialização é uma forma de exercício físico e mental

Para os gatos 

Gatos de apartamento também precisam de atividade física diária. Deve-se estimular o que seria o comportamento natural deles: caçar, explorar, subir, observar e brincar. Para isso, aqui vão algumas atividades físicas recomendadas:

1. Brincadeiras de caça simulada

• Varinhas com penas, fitas ou brinquedos com cordão que simulam presas em movimento.

• Luz de laser: ótimo para estimular o instinto caçador, mas, sempre finalize com um brinquedo físico para ele “capturar”.

• Ratinhos e brinquedos que se mexem sozinhos também funcionam bem.

2. Enriquecimento ambiental

• Arranhadores altos, torres ou estantes para que os gatos possam escalar, pular e observar.

• Caminhos elevados e prateleiras na parede ajudam a explorar verticalmente.

• Esconder petiscos pela casa ou em brinquedos interativos (tipo “Kong” de gato) para estimular a mente e o olfato.

3. Caminhadas com peitoral, se o gato for sociável e adaptado desde filhote, passeios com coleira e guia em locais seguros (como corredores de prédio ou varanda com tela) podem ser uma forma leve de exercício.

4. Caixas, sacolas e túneis

• Gatos adoram explorar esconderijos.

• Túneis de tecido, caixas de papelão ou até sacolas de papel (sem alça) incentivam o movimento.

5. Treinamentos com comandos

• Ensinar comandos simples como “senta”, “vem”, “dá a pata” com petiscos é ótimo para o corpo e o cérebro.

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Famílias multiespécies: cuidados dos familiares e dos pets promovem longevidade e qualidade de vida para todos

Famílias multiespécies: cuidados dos familiares e dos pets promovem longevidade e qualidade de vida para todos

Por Pauline Machado

Muito se fala sobre os cuidados que temos que ter com a saúde dos cães e gatos, mas, é importante salientar que já há alguns anos, os animais que vivem conosco fazem parte das nossas vidas, representando um papel muito importante e não apenas o de guarda, como no caso de cães ou para acabar com os ratos, no caso dos gatos.

Hoje, os cães e gatos fazem parte da vida, do dia a dia, da rotina das pessoas, sendo considerados membros da família, o que deu origem ao conceito de famílias multiespécies – aquelas em que os humanos convivem de forma integrada com cães, gatos, aves, entre outros. Nessa configuração, os animais são vistos como membros da família, e os cuidados com eles são compreendidos como parte das responsabilidades familiares.

Precisamos, portanto, ter em mente que, quando negligenciamos ou adiamos o nosso autocuidado, temos mais chances de adoecer e, de alguma forma, os deixamos vulneráveis, pois, muitas vezes não haverá outra pessoa ou familiar que posso cuidar dos nossos cães e gatos na nossa ausência.

Logo, o cuidado com a nossa saúde também é muito importante, pois, quando cuidamos deles e de nós, promovemos qualidade de vida e longevidade para todos os envolvidos.

Pensando nessas questões, detalhei algumas informações importantes para refletirmos sobre os impactos no nosso dia a dia com eles.

Acompanhe e compartilhe com seus amigos e familiares.

Como o cuidado com a saúde humana impacta diretamente na saúde dos animais da família.

Quando os integrantes da família se preocupam com sua saúde, como alimentação saudável, exercícios físicos e check-ups regulares, eles criam um ambiente saudável e equilibrado para os animais também. O bem-estar dos humanos muitas vezes reflete no ambiente em que os animais vivem, influenciando positivamente a saúde física e emocional deles.

Por outro lado, quando os familiares negligenciam sua própria saúde, isso pode levar à incapacidade de cuidar adequadamente dos animais, o que pode resultar em problemas de alimentação, higiene e bem-estar dos cães e dos gatos. Além disso, os tutores com problemas de saúde podem não ser tão ativos, prejudicando a qualidade de vida dos animais que precisam de exercício e estímulo regular.

Como o estresse e a saúde emocional dos tutores podem afetar a saúde dos animais da família

Os animais são muito sensíveis ao ambiente em que vivem. Se os tutores estiverem estressados, por exemplo, isso pode afetar o comportamento dos animais, tornando-os mais ansiosos ou até agressivos. 

A saúde mental e emocional dos humanos, portanto, influencia diretamente a saúde emocional dos pets, que podem sentir o estresse e reagir de maneira negativa, como mudanças no apetite ou no comportamento.

Pessoas que passam por períodos de depressão, ansiedade ou estresse, por exemplo, podem transmitir essas emoções para os animais. Isso pode afetar o comportamento dos pets, que podem apresentar sinais de estresse, como agressividade ou apatia. Por outro lado, um tutor emocionalmente equilibrado tende a criar um ambiente mais harmonioso para o animal.

Saúde preventiva

Os cuidados preventivos, como check-ups regulares, vacinas, controle de parasitas e alimentação saudável, podem melhorar a qualidade de vida e longevidade tanto de humanos quanto de seus animais. Ao se preocupar com a saúde preventiva, as famílias garantem que tanto os familiares humanos, quanto os animais tenham uma vida mais longa e saudável, evitando problemas futuros que possam comprometer o bem-estar de ambos.

Benefícios da convivência com animais de estimação na família

Manter um animal de estimação pode incentivar os membros da família a realizar atividades físicas, como caminhadas, brincadeiras e jogos ao ar livre. Isso pode levar à melhoria da saúde cardiovascular, aumento da atividade física e controle do peso. Além disso, cuidar dos pets pode promover um estilo de vida mais ativo e prevenir doenças relacionadas ao sedentarismo.

Sem falar que os animais de estimação oferecem companhia, afeto incondicional e apoio emocional, o que pode reduzir os níveis de estresse e ansiedade dos familiares humanos, pois, a interação com cães e gatos estimula a produção de hormônios como a oxitocina, que está associada à sensação de bem-estar e redução de tensão emocional. A presença dos animais também ajuda a melhorar a autoestima e reduz sentimentos de solidão. 

Além disso, incluir os animais nas rotinas familiares fortalece os laços afetivos e cria uma responsabilidade compartilhada entre os membros da família. A dinâmica familiar tende a melhorar, pois os familiares passam a compartilhar a responsabilidade e desfrutar da companhia mútua. Também nos ensina sobre empatia, respeito e a importância do cuidado mútuo. Logo, a presença dos animais fortalece os laços afetivos, promove a cooperação e melhora a interação entre os integrantes da família.

Há, inclusive, estudos que comprovam que a convivência com animais reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, nos humanos, ao mesmo tempo em que aumenta a produção de oxitocina, que promove sensações de prazer e relaxamento. Por isso, reforço que a presença de um animal de estimação pode ajudar na redução da ansiedade, melhorar o humor e criar um ambiente mais tranquilo e equilibrado dentro de casa.

E, para garantir que todos convivam de forma equilibrada e saudável, é fundamental que os membros humanos da família sejam responsáveis pelo bem-estar dos animais, atendendo suas necessidades físicas e emocionais. Além disso, é importante que a família saiba estabelecer limites e regras claras para o comportamento dos pets, assim como criar um ambiente seguro e adequado para todos.

Para terminar, reforço o quanto o envolvimento com os animais promove uma conexão emocional profunda, que beneficia tanto os animais quanto as pessoas, criando um ambiente mais harmônico e saudável para todos.

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Prevenção:Como prevenir o câncer em cães e gatos?

Prevenção:Como prevenir o câncer em cães e gatos?

Por Pauline Machado

O mês de abril traz consigo atenção e reflexão sobre a prevenção do câncer que afeta não somente os humanos, mas, também os cães e gatos, afetando a qualidade de vida e a longevidade deles. Por isso, assim como nas pessoas, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para melhorar as chances de tratamento e garantir uma vida saudável para os animais e tranquilidade para seus familiares. 

A prevenção, em cães e gatos começa com simples cuidados e acompanhamento regular do Médico Veterinário, como alimentação balanceada e exercícios físicos regulares. Além disso, a vacinação e a prevenção de parasitas, podem ajudar a reduzir as chances de doenças que predispõem os pets ao câncer. 

Outro fator muito importante está na atenção dos familiares aos possíveis sinais precoces de câncer, como nódulos, feridas que não cicatrizam ou mudanças de comportamento., 

Para nos orientar sobre outras formas de prevenir o câncer em cães e gatos, conversamos exclusivamente com a Médica Veterinária, Mariana Cazaux Pinho, formada pela Universidade Federal Fluminense – UFF, Mestre em Clínica e reprodução de pequenos animais, pós-graduada em Patologia Clínica, Oncologia, Hematologia e Hemoterapia Veterinária.

Aproveite a entrevista e compartilhe com amigos e familiares!

Boa leitura.

Pet Med – Para começar, por favor, nos explique, quais são os fatores de risco mais comuns para o desenvolvimento do câncer em animais. 

Mariana Cazaux Pinho – Podemos observar como fatores de risco mais comuns relacionados ao desenvolvimento do câncer em animais, a idade, predisposição racial, infecções virais, no caso dos felinos, pelo vírus da Leucemia Felina – FeLV, exposição ao sol, a agentes ambientais, tóxicos, poluição e radiação. Esses fatores podem favorecer o desenvolvimento de neoplasias. 

Pet Med – Existem raças de cães ou gatos que são mais suscetíveis ao câncer? 

Mariana Cazaux Pinho – Diversos estudos internacionais demonstraram predisposição de algumas raças ao desenvolvimento de neoplasias, como Boxers, Berneses Montain, Goldens Retrieveres, Cocker Spaniel, etc. E podem muitas vezes ser atribuídos aos constantes cruzamentos interfamiliares e a padronização racial, promovendo a seleção de genes mutados.

Pet Med – Quais são os sinais iniciais de câncer que os familiares de cães e gatos devem ficar atentos? 

Mariana Cazaux Pinho – Comumente observamos a presença de nódulos cutâneos de crescimento acelerado, perda de peso, perda de apetite, sangramentos, que podem ser orais, urinários ou intestinais, assim como fraqueza e mucosas pálidas. 

Pet Med – A alimentação tem algum papel na prevenção do câncer em animais? De que forma? 

Mariana Cazaux Pinho – A utilização de antioxidantes na alimentação, bem como a não utilização de agrotóxicos no cultivo dos alimentos podem auxiliar na prevenção. Devemos, portanto, evitar a utilização de corantes, embutidos, agrotóxicos na alimentação deles, igualmente evitáveis em nossa alimentação.

Pet Med – O que você recomenda em relação a castração para prevenir certos tipos de câncer, como câncer de mama ou testicular por exemplo? 

Mariana Cazaux Pinho – É de conhecimento amplo que a castração precoce das fêmeas pode evitar a ocorrência de câncer de mama. Porém, só é realmente eficaz em cadelas muito jovens (antes do primeiro cio) e a ausência de maturação sexual deve ser discutida individualmente entre o Médico Veterinário e os familiares. Em relação a neoplasias testiculares, que apesar de serem raras em cães e gatos, realmente podem ser evitadas pela castração e devem ser individualmente discutidas entre os familiares e o Médico Veterinário.

Pet Med – A exposição ao sol ou a outros agentes ambientais pode aumentar o risco de câncer nos cães e gatos? 

Mariana Cazaux Pinho – Animais que apresentam maior despigmentação em regiões como face, pálpebras, focinhos, orelhas, abdômen, onde não há também pelagem que a proteja, e estão mais expostas a incidência solar, podem realmente predispor ao surgimento de neoplasia cutâneas, como carcinoma de células escamosas, tanto em cães quanto em felinos. Pode se prevenir utilizando filtros solares próprios para os pets e evitando a exposição ao sol nos horários de maior incidência solar.

Pet Med – Quais seriam os exames regulares que podem auxiliar na detecção precoce do câncer em cães e gatos? 

Mariana Cazaux Pinho – Exames regulares podem detectar precocemente o surgimento de neoplasias torácicas ou abdominais através de exames de imagem, como ultrassonografias, radiografia, ecocardiografias, tomografias. Além de exames sanguíneos onde comumente observamos anemias e outras alterações de acordo com os órgãos acometidos. Além de exames hormonais que também se tornam muito úteis na detecção de neoplasias de origem endócrina. Porém, o exame físico realizado por um Médico Veterinário é fundamental para orientar e obter o diagnóstico preciso o mais rapidamente possível.

Pet Med – Quais hábitos os familiares devem adotar para garantir que seus animais tenham uma vida mais saudável e com menor risco para desenvolver câncer?

Mariana Cazaux Pinho – Uma alimentação saudável, atividade física, evitar a obesidade, evitar exposição solar – aos predispostos, evitar a contaminação viral, no caso da FeLV, em felinos, através da restrição ao acesso a outros animais potencialmente contaminados, também para os cães, com o objetivo de evitar a contaminação pelo tumor venéreo transmissível. É importante, também, não realizar a aplicação de medicações a fim de evitar o cio, e injeções em felinos, evitando assim o desenvolvimento de sarcomas de locais de aplicação. Evitar cruzamentos familiares que possam proporcionar a perpetuação de genes mutados que possam predispor ao surgimento de neoplasias.

Pet Med – Para terminar, quais são os sinais de alerta que exigem consulta imediata? 

Mariana Cazaux Pinho – Os familiares devem levar os seus cães ou gatos imediatamente ao Médico Veterinário quando houver surgimento de nódulos cutâneos visíveis, sangramentos de qualquer tipo, perda de apetite, emagrecimento, febre ou apatia.

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