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Por Pauline Machado

O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, nos convida a refletir sobre os efeitos nocivos do tabagismo para a saúde — não apenas para quem fuma, mas também para quem convive no mesmo ambiente, entre eles, os animais de estimação.

Especialmente, os cães e os gatos são expostos à fumaça do cigarro de forma passiva, constante e silenciosa e por isso, para eles, que têm o olfato e os pulmões muito mais sensíveis do que os humanos, o cigarro representa um risco maior e perigoso à saúde.

Por isso, nesta entrevista, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária Rosiane da Silva, especializada em Clínica Médica de cães e gatos. 

Entre outras orientações, a Dra.Rosiane nos conta como a fumaça do cigarro impacta a saúde respiratória, imunológica e até comportamental dos pets, além de discutir doenças associadas ao tabagismo passivo, como bronquite crônica, alergias, infecções recorrentes e até câncer. 

A Médica Veterinária também alertou sobre os sinais que merecem atenção, as formas de proteger os animais e o papel essencial da conscientização nesse cuidado. Afinal, escolher parar de fumar pode ser um gesto de amor e proteção — não só com você, mas com quem compartilha sua vida, seu sofá, e até a sua cama!

Boa leitura!

Pet Med – Quais são os principais riscos que o cigarro representa para a saúde de cães e gatos?

Rosiane da Silva – Os principais riscos estão relacionados à exposição a uma infinidade de substâncias tóxicas presentes na fumaça. Para cães e gatos, isso se traduz em irritação das vias aéreas, danos aos pulmões, risco aumentado de problemas respiratórios e, a longo prazo, o desenvolvimento de doenças crônicas e até câncer, ou seja, a exposição constante compromete a saúde geral e a qualidade de vida.

Pet Med – De que forma a fumaça do cigarro chega até os pets e por que ela é tão prejudicial, mesmo sem contato direto?

Rosiane da Silva – De forma passiva: É a fumaça que o fumante exala ou que sai diretamente da ponta do cigarro aceso. Ela se espalha pelo ambiente e é inalada pelos animais.

De forma residual: Essa é a mais insidiosa e muitas vezes subestimada. São as partículas tóxicas que se depositam em superfícies, como pelos, móveis, tapetes e cortinas, mesmo depois que o cigarro foi apagado. Os pets entram em contato com essas partículas ao deitar, brincar ou, principalmente, ao se lamberem durante a higiene. É prejudicial mesmo sem contato direto porque as toxinas são liberadas no ar e se depositam em todo o ambiente, tornando-se uma fonte constante de contaminação para o animal, que respira o mesmo ar e se expõe às superfícies contaminadas.

Pet Med – Quais doenças podem ser causadas ou agravadas pela exposição à fumaça do cigarro nos animais?

Rosiane da Silva – As doenças mais comuns incluem:

Doenças respiratórias crônicas: bronquite, asma – especialmente em gatos, e  inflamação das vias aéreas.

Infecções respiratórias recorrentes: pneumonia, infecções bacterianas e virais devido ao enfraquecimento das defesas locais.

Problemas dermatológicos e oculares como irritação nos olhos e na pele.

Doenças cardiovasculares, pois, em alguns casos, há um risco maior de problemas cardíacos.

Câncer, principalmente de pulmão e nasal em cães, sobretudo nos cães de focinho longo, e linfoma em gatos.

Pet Med – Existe diferença no impacto do tabagismo passivo entre cães e gatos? 

Rosiane da Silva – Sim, podemos dizer que os gatos geralmente são mais afetados, especialmente da forma residual. Gatos são muito mais meticulosos em sua higiene, e ao se lamberem para se limpar, eles ingerem as partículas tóxicas da fumaça que se depositaram em seus pelos. Isso os torna mais suscetíveis a desenvolver linfoma, que é um tipo de câncer de células brancas do sangue e câncer de boca, além de problemas respiratórios como a asma felina.

Os cães também sofrem com problemas respiratórios e oculares devido à inalação da fumaça. Curiosamente, cães dolicocefálicos, como Collies e Dachshunds, parecem ter maior risco de desenvolver câncer nasal, enquanto cães com focinho curto, os braquicefálicos, tendem a ter mais problemas pulmonares e brônquicos. A forma como o ar é filtrado e onde as partículas se depositam varia conforme a anatomia do focinho.

Pet Med – A exposição à fumaça pode afetar o sistema imunológico dos animais ou aumentar sua vulnerabilidade a infecções? 

Rosiane da Silva – Sim, a exposição à fumaça pode, sim, afetar o sistema imunológico dos animais. As toxinas presentes na fumaça irritam e danificam as células que revestem as vias respiratórias, que são a primeira linha de defesa contra microrganismos. Isso compromete a capacidade do corpo de remover partículas e combater infecções. Além disso, a inflamação crônica gerada pela fumaça pode sobrecarregar o sistema imune, tornando o animal mais vulnerável a infecções bacterianas, virais e fúngicas, e dificultando a recuperação de doenças.

Pet Med – Quais são os sinais clínicos que podem indicar que um cão ou gato pode estar sofrendo com os efeitos da fumaça do cigarro?

Rosiane da Silva – Os sinais são variados e, inicialmente, podem ser confundidos com outras condições respiratórias. Alguns dos mais comuns incluem:

  • Tosse crônica ou frequente, especialmente uma tosse “seca” ou irritativa.
  • Espirros persistentes.
  • Dificuldade para respirar como ofegar, respiração acelerada ou com esforço.
  • Secreção nasal ou ocular, olhos irritados ou avermelhados.
  • Pelo sem brilho, com odor persistente de cigarro.
  • Letargia, diminuição da energia ou disposição para brincar.
  • Perda de apetite ou emagrecimento, em casos mais avançados e chiado no peito, especialmente em gatos com asma.

Pet Med – Raças braquicefálicas, filhotes e animais com doenças crônicas respiratórias correm mais risco? 

Rosiane da Silva – Com certeza. Raças braquicefálicas, de focinho curto, como Pugs, Buldogues, Shih Tzus e Gatos Persas, etc., já têm uma anatomia respiratória naturalmente comprometida. Suas narinas são mais estreitas, o palato mole é alongado e as vias aéreas são mais apertadas. A fumaça do cigarro agrava ainda mais essa condição pré-existente, causando maior inflamação e dificuldade respiratória, podendo levar a crises mais severas.

Já os filhotes têm o sistema respiratório e imunológico ainda em desenvolvimento, logo, a  exposição precoce a toxinas pode causar danos permanentes aos pulmões e ao sistema imunológico, tornando-os mais suscetíveis a infecções e problemas crônicos ao longo da vida.

Os animais com doenças crônicas respiratórias, ou seja, aqueles que já sofrem de asma, bronquite crônica ou outras condições respiratórias, têm seus sintomas intensificados pela fumaça. A irritação agrava a inflamação existente e pode desencadear crises severas, necessitando de intervenção veterinária.

Pet Med – Além da inalação, a nicotina ou os resíduos tóxicos do cigarro podem ser absorvidos pela pele, pelos ou lambedura? 

Rosiane da Silva –  Sim, e essa é uma via de exposição muito importante, especialmente a da lambedura. A forma residual deposita partículas tóxicas em todas as superfícies, incluindo os pelos dos animais. Quando os pets se lambem para se limpar, eles acabam ingerindo essas substâncias nocivas. A nicotina e outros resíduos são então absorvidos pelo trato gastrointestinal. Em menor grau, a absorção pela pele também pode ocorrer se houver contato prolongado ou em grandes quantidades, mas a via oral (lambedura) é a mais relevante.

Pet Med – E, quanto ao real risco de câncer em pets associado ao ambiente com fumaça de cigarro? 

Rosiane da Silva – Sim, o risco de câncer em pets associado ao ambiente com fumaça de cigarro é real e comprovado. As substâncias químicas presentes na fumaça do tabaco são carcinogênicas, ou seja, capazes de causar mutações nas células que podem levar ao desenvolvimento de tumores.

Em cães há um risco aumentado de câncer nasal (especialmente em raças dolicocefálicos, onde as partículas se depositam e irritam a mucosa nasal) e câncer de pulmão.

Nos gatos, há uma forte associação entre a exposição à fumaça e o desenvolvimento de linfoma – um câncer do sistema linfático, e câncer de boca. Isso se deve à ingestão das toxinas ao se lamberem, que irritam as mucosas do aparelho digestório.

A exposição crônica a esses agentes carcinogênicos leva à formação de tumores ao longo do tempo.

Pet Med – Fumar em outro cômodo ou perto de uma janela elimina o risco para os animais?

Rosiane da Silva – Não, não elimina o risco. Embora possa reduzir a concentração imediata de fumaça inalada, não é uma solução eficaz. A fumaça não respeita paredes ou janelas abertas. As partículas tóxicas se espalham pelo ar e conseguem entrar em outros cômodos. Mesmo com a janela aberta, parte da fumaça é sugada de volta para dentro ou se deposita nas superfícies do ambiente.

O resíduo tóxico nas superfícies ainda será um problema, pois as toxinas se depositam em todos os lugares, independentemente de onde o cigarro foi aceso. O único ambiente realmente seguro é aquele onde não há fumaça de cigarro em nenhum momento.

Pet Med – Que medidas práticas os familiares fumantes podem adotar para proteger seu pet da fumaça do cigarro?

Rosiane da Silva – A medida mais eficaz é parar de fumar completamente. No entanto, se isso não for possível imediatamente, algumas ações podem ajudar a minimizar a exposição, mas nunca a eliminar a exposição do pet à fumaça do cigarro, como por exemplo:

  • Fumar exclusivamente ao ar livre, longe dos animais e da residência: Essa é a única forma de evitar a exposição direta à fumaça.
  • Trocar de roupa e lavar as mãos após fumar e antes de interagir com o pet. Isso reduz a transferência de resíduos.
  • Não fumar dentro do carro com o pet presente.
  • Limpar frequentemente e rigorosamente o ambiente, incluindo as  cortinas, os tapetes, as mantas, e limpar superfícies com frequência para remover as partículas tóxicas depositadas.
  • Evitar cinzeiros expostos. Os cinzeiros devem sempre estar limpos e fora do alcance dos animais, pois a ingestão de bitucas e cinzas é altamente tóxica.

Pet Med – Para finalizar, nos de um resumo, de  como, de modo geral, a fumaça do cigarro impacta a qualidade de vida e a saúde dos cães e gatos.

Rosiane da Silva – De modo geral, a fumaça do cigarro impacta a qualidade de vida e a saúde dos cães e gatos de forma extremamente negativa. Ela os submete a um estresse crônico no sistema respiratório e imunológico, tornando-os mais propensos a doenças, infecções e, em casos mais graves, ao desenvolvimento de cânceres. Os pets acabam tendo menos energia e disposição, ficam doentes ou com dificuldade respiratória, não brincam, não se exercitam e não interagem como deveriam. A inflamação e as doenças respiratórias podem causar tosse constante, falta de ar, desconforto e dor. Animais expostos cronicamente à fumaça tendem a viver menos e com menor qualidade de vida. Em resumo, a exposição à fumaça transforma o lar em um ambiente de risco contínuo para a saúde do pet, comprometendo seu bem-estar físico e emocional.

Neste aspecto, gostaria de reforçar, ainda, a ideia de que a responsabilidade pela saúde do pet recai inteiramente sobre seus tutores. Muitas vezes, a relação entre o tabagismo do tutor e a saúde do animal não é imediatamente óbvia para as pessoas, e os sintomas podem ser atribuídos a outras causas. É fundamental que os veterinários eduquem os familiares sobre os riscos do tabagismo passivo, pois a conscientização é a primeira e mais importante ferramenta de prevenção. 

Outro ponto importante é que não há um nível “seguro” de exposição à fumaça de cigarro. Mesmo a exposição ocasional ou em pequenas quantidades pode ter efeitos cumulativos e prejudiciais. Os animais, por viverem no mesmo ambiente que seus tutores e terem sistemas respiratórios mais sensíveis, são verdadeiras “sentinelas” da qualidade do ar doméstico. O que é prejudicial para nós, muitas vezes é ainda mais prejudicial para eles. 

Por fim, é crucial lembrar que o bem-estar animal vai além da alimentação e do acesso a cuidados veterinários básicos, ele engloba um ambiente seguro e saudável. Proteger os pets da fumaça do cigarro é um ato de amor e responsabilidade que impacta diretamente na sua qualidade de vida e longevidade. Incentivar a cessação do tabagismo entre tutores de animais não é apenas uma questão de saúde humana, mas de saúde pública animal.

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