Por Pauline Machado
O Diabetes mellitus (DM) é uma das doenças endócrinas mais comuns nos cães e nos gatos. Mas, você saberia dizer, de que modo o Diabetes pode afetar a saúde dos pets?
Para nos tirar essa e outras dúvidas, convidamos o Médico Veterinário, Rodrigo Brum Lopes, formado pela Universidade Federal Fluminense e Mestre em Ciências da Saúde, com ênfase em Endocrinologia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Boa leitura!
Pet Med – O que podemos entender como diabetes?
Rodrigo Brum Lopes – Diabetes é um grupo heterogêneo de doença, de várias etiologias, que é caracterizada por um quadro de hiperglicemia secundário a uma ação ineficaz de insulina; uma produção ineficaz ou ambas situações.
Pet Med – Quais são os tipos de diabetes que acometem cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Quanto a nomenclatura, a mais atual é nos referirmos como Diabetes Mellitus insulino-deficiente e Diabetes Mellitus insulino-resistente. A primeira acometendo principalmente cães, enquanto a segunda, os gatos.
Pet Med – O que diferencia uma da outra?
Rodrigo Brum Lopes – Basicamente saber como anda a produção de insulina. Na insulino-deficiente temos redução na produção de insulina por diversos motivos, distúrbios que de certa forma atingem seu local de produção, as células beta. Na forma insulino-resistente o que temos é a identificação de fatores de resistência a ação da insulina; ou seja, ela continua sendo produzida, viabilizada, mas sua ação está comprometida.
Pet Med – De que modo o diabetes pode afetar a saúde dos cães e dos gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Como toda doença de caráter sistêmico, ela pode causar danos em diversos órgãos e tecidos. Insulina é o hormônio que promove a “alimentação celular”, ajuda a levar o principal alimento pra dentro da célula: a glicose. Sem conseguir se “alimentar” direito, a célula tende a entrar em falência. Mas não sem antes disparar uma série de medidas metabólicas pra não entrar em inanição. E é justamente aí, nesse gatilho ativado, que ocorre a produção de uma série de compostos em larga escala que sobrecarregam o organismo.
Além disso, há todo um comprometimento imunológico em ambientes hiperglicêmicos, a atividade dos neutrófilos fica comprometida, a imunidade humoral também, predispondo aos quadros de infecções nos nossos pacientes.
Pet Med – Quais são os sinais clínicos que os cães e os gatos podem manifestar e que os familiares devem ficar atentos em casa no dia a dia?
Rodrigo Brum Lopes –Não é difícil suspeitarmos sobre a possibilidade de diabetes acontecendo porque os sinais clínicos são muito expressivos. Os animais começam a beber mais água, urinar mais, têm aumento do apetite mas sobretudo, começam a perder peso. Alguns podem apresentar cegueira súbita por conta do desenvolvimento de catarata.
Pet Med – De que forma encontra-se o diagnóstico para o diabetes em cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Para diagnóstico é preciso aliar a presença de sinais clínicos, hiperglicemia (glicemia em jejum geralmente maior que 200 mg/dL em cães, e maior que 270 mg/dL em gatos) e presença de glicose na urina.
Pet Med – Quais são as formas de tratamento do diabetes nos cães?
Rodrigo Brum Lopes – Costumo falar em pilares de tratamento, sendo o principal deles, a necessidade de insulina. Além disso, ajustar uma dieta de acordo com a nova condição deste paciente.
Pet Med – E nos gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Nos gatos ainda falamos sobre a necessidade de iniciar tratamento com insulina, além do ajuste a uma dieta direcionada ao tratamento do diabetes. No entanto, hoje, algumas outras formas de tratamento vêm sendo propostas. Novos fármacos, como os inibidores de SGLT2 estão sendo utilizados e discutidos. É uma medicação oral. Particularmente ainda prefiro esperar novas publicações e acompanhamentos já que este é um protocolo bem recente.
Pet Med – Quais são os riscos para a vida dos animais se o diabetes não for tratado?
Rodrigo Brum Lopes – A diabetes não tratada ou pobremente controlada inevitavelmente evolui pra complicações. Uma delas é a Cetoacidose diabética, uma complicação potencialmente fatal.
Pet Med – Quais são as formas de prevenção para cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Evitar os principais fatores de risco é a nossa melhor prevenção. Obesidade, por exemplo, é o principal fator de risco ao desenvolvimento de diabetes nos gatos, e o número de pacientes felinos obesos é assustador.
Além do combate a obesidade, é importante a orientação quanto ao uso indiscriminado de algumas medicações como os glicocorticoides, principalmente em cães; evitar o uso de contraceptivos em cadelas (as famosas medicações anticio); evitar os quadros de pancreatite, e, ainda, tratar outras doenças hormonais que possam contribuir com o desenvolvimento do diabetes como o Hipercortisolismo, Hipertireoidismo.
Pet Med – Para finalizarmos, quais são os cuidados que os familiares devem ter quando se tem um cão ou um gato diabético em casa?
Rodrigo Brum Lopes – Principalmente entender que a vida do diabético se baseia em uma rotina. É preciso entender a necessidade de uma dieta adequada, a necessidade de aplicação de insulina nesses pacientes, se atentar a possíveis sinais de hipoglicemia (glicemias muito baixas), e fazer revisões e exames regulares junto ao Médico Veterinário. Sobretudo, qualquer emergência, levar este animal a clínica mais próxima, sem deixar para depois!
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