⠀⠀⠀Para fechar o mês de fevereiro com chave de ouro, ou melhor, com chave roxa, convidamos o Dr.Mário Henrique Corrêa, Médico Veterinário portador do CRMV/PR: 8.818, com especialização em Neurologia Veterinária pela Anclivepa – SP, para um bate-papo sobre a Campanha Fevereiro Roxo, cujo objetivo é trazer informação para conscientizar os tutores referente aos cuidados de saúde dos cães e gatos idosos, além de reforçar a importância da prevenção de doenças neurodegenerativas. ⠀⠀⠀Acompanhe!
⠀Pet Med –Qual é o significado e a importância da Campanha Fevereiro Roxo? ⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – A Campanha Fevereiro Roxo vem nos lembrar da importância do cuidado e da promoção da saúde com a prevenção e tratamento de doenças degenerativas que atualmente não têm cura, que evoluem com o passar do tempo e retiram a qualidade de vida dos pacientes e tutores. Na medicina humana a campanha leva em conta doenças como Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus, extrapolando para a medicina podemos usar o mês como campanha para conscientização para a identificação, tratamento e acompanhamento da Síndrome de Disfunção Cognitiva, que é semelhante ao Alzheimer, e até outras condições degenerativas.
⠀Pet Med – Neste cenário, os animais também são passíveis de terem doenças crônicas e neurodegenerativas? ⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Sim, de modo geral doenças crônicas se referem a um comportamento de uma patologia que tem uma evolução num período de tempo, que geralmente pode ser controlada ou ter seu curso de desenvolvimento controlado. Como mencionei anteriormente, a Síndrome de Disfunção Cognitiva (SDC), é observada em cães idosos, pelo acúmulo progressivo de uma substância neurotóxica, chamada beta – amilóide, que forma placas neuríticas diminuindo a interação dos neurônios. Como nossos pacientes têm experimentado maior longevidade, estão mais sujeitos aos processos naturais de envelhecimento celular e perda funcional. Também existem outras condições neurológicas degenerativas que podem estar relacionadas com a idade, a raça (hereditárias), porte do paciente, comorbidades, ambiente em que o paciente vive e biotipo.
⠀Pet Med – Qual é a idade média em que os cães e gatos podem ser acometidos por doenças crônicas e/ou neurodegenerativas? ⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – A idade pode variar de acordo com a doença neurodegenerativa que acomete o paciente. Não se pode pensar em doença degenerativa como doença de um paciente de meia idade ou idoso. Doença de Acúmulo Lisossomal acomete pacientes nas primeiras semanas de vida, a SDC pode acometer cães com mais de 9 anos e gatos com mais de 12 anos, e outras doenças que acometem o paciente jovem.
⠀Pet Med – Quais são as doenças neurodegenerativas mais comuns em cães e gatos? ⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – As mais frequentes são a Síndrome de Disfunção Cognitiva, Doença Degenerativa do Disco Intervertebral, Espondilomielopatia Cervical, Mielopatia Degenerativa, Paralisia laríngea entre outras.
⠀Pet Med – Por favor, detalhe como os animais podem ser acometidos por cada uma das doenças citadas acima e quais são as respectivas formas de tratamentos mais indicadas para cada uma delas. ⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Na Síndrome de Disfunção Cognitiva, geralmente associada ao cão e gato idoso, acontecem alterações comportamentais, queda de aprendizado, mudanças de hábito como, sono, higiene, quando passam a errar o local de fezes e urina, alterações nos hábitos alimentares, andar compulsivo, desorientação e vocalização. A terapia geralmente envolve medicamentos que melhoram as alterações comportamentais do paciente, mas o manejo e enriquecimento ambiental são importantes para manter a atividade física e mental. ⠀⠀⠀Na Doença Degenerativa do Disco Intervertebral e Espondilomielopatia Cervical, o paciente pode apresentar dor em coluna com dificuldade em andar, chegando a parar de andar completamente por desenvolver quadro de fraqueza nos membros. Geralmente o tratamento dessas condições envolve cirurgia, assim como ocorre na Mielopatia Degenerativa. No entanto, na Mielopatia não há presença de dor e não há tratamento clínico ou cirúrgico. Nesses casos há recomendação de reabilitação fisioterápica. ⠀⠀⠀Já a Paralisia de Laringe ocorre por duas formas, tanto hereditária em cães jovens e adquirida em animais mais velhos. Geralmente o tratamento é cirúrgico e consiste no reposicionamento da cartilagem aritenóide. Não há tratamento clínico para a condição.
⠀Pet Med – Quais são os sinais clínicos de um cão ou um gato com doença crônica e/ou neurodegenerativa? ⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Os sinais clínicos dependem da condição em questão. Dor, mudanças de comportamento, dificuldade em andar, apatia, desorientação, diminuição de aprendizado, compulsão, são os mais comuns.
⠀Pet Med – Pensando na prevenção, quais são suas recomendações para que cães e gatos entrem na terceira idade com saúde e tenham maior longevidade com qualidade de vida? ⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Para um envelhecimento saudável devemos manter nossos amigos ativos, dar atividades em que se exija um raciocínio para execução de tarefas e recebimento de recompensas. Devemos ter cuidado com a dieta, manter o enriquecimento ambiental e atividade física como passeios dentro dos limites de cada um.
⠀Pet Med – Quais cuidados os tutores devem ter em casa, no dia a dia, para manter a qualidade de vida de um cão ou gato com doença neurodegenerativa? ⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Colocar tapetes antiderrapantes, elevar potes de água e comida à altura do peito, evitar mudanças dos itens utilizados pelos pacientes na casa, manter a rotina, cuidar com quedas de cama e sofá e bloquear acesso a escadas.
⠀Pet Med – Por fim, e quanto às perspectivas? O que podemos – tutores e Médicos Veterinários, esperar da ciência e tecnologia para a área da medicina veterinária preventiva sobretudo quando falamos sobre doenças crônicas e neurodegenerativas? ⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Acredito que as perspectivas são as melhores sobretudo para doenças que podem ser tratadas como modelo experimentais de doenças de humanos, sendo beneficiados tanto humanos como os pets.
Fevereiro não é apenas o mês do carnaval. O segundo mês do ano traz com ele várias ações visando a conscientização da prevenção contra a Leucemia nos humanos e nos animais, neste caso, com ênfase nos gatos. Para conversar sobre o tema e nos esclarecer detalhes de como esta doença pode acometer os felinos, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária, Mayara Tammi Bansho, portadora do CRMV:9205/PR e especializada em Medicina Felina.
Acompanhe!
⠀Pet Med – Qual é o significado e a importância da Campanha Fevereiro Laranja? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A Campanha Fevereiro Laranja visa a conscientização sobre a leucemia, um tipo de câncer que acomete a medula óssea levando a proliferação de células anormais de maneira desordenada. O principal objetivo é instruir a população a reconhecer os sintomas, pois o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. Além disso, a campanha também tem um importante papel ao incentivar as pessoas a se tornarem doadoras de medula óssea, pois o transplante de medula pode fazer parte do tratamento em humanos. Na medicina veterinária, a leucemia é comumente associada aos gatos portadores da FeLV, mas apesar de cães não serem acometidos pela FeLV, eles também podem desenvolver leucemia, embora seja rara.
⠀Pet Med– Neste cenário, de que forma os animais também são passíveis de terem leucemia? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – Como dito anteriormente, a maioria dos casos de leucemia em gatos está associada às infecções por FeLV. Cães não são acometidos pela FeLV, mas também podem desenvolver leucemia, no entanto, sua etiologia ainda permanece incerta. A leucemia pode ser classificada em mielóide ou linfóide, aguda ou crônica.
⠀Pet Med – No caso dos gatos, a leucemia seria a FeLV? Por quê? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A FeLV certamente é a maior causadora de leucemia em gatos. No entanto, nem todo gato que desenvolve leucemia tem FeLV, assim como nem todo gato portador do vírus da FeLV desenvolverá leucemia, embora seja a manifestação que dá nome a esta doença viral.
⠀Pet Med – O que é a FeLV? A doença tem cura? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A FeLV ,também conhecida como leucemia viral felina, é uma enfermidade causada por um retrovírus, capaz de se replicar em tecidos como a medula óssea, tecido linfóide, o epitélio respiratório e as glândulas salivares, que causa sinais clínicos como imunossupressão, anemia e neoplasias, principalmente linfomas e leucemia, muitas vezes levando o gato a óbito. ⠀Os tipos de infecção incluem: ⠀⠀⠀-Abortiva: o gato tem contato com cargas virais baixas e não desenvolve viremia, desenvolvendo uma boa resposta imune contra o agente. Neste caso todos os testes serão negativos. ⠀⠀⠀-Regressiva: os anticorpos controlam a viremia após algumas semanas e o vírus passa a não ser detectado no sangue periférico, embora o DNA proviral esteja presente nas células. ⠀⠀⠀-Progressiva: há uma falha na resposta imune inicial. O vírus se replica nos tecidos linfóides e após a viremia, multiplica-se na medula óssea e tecidos glandulares, sendo eliminados em grande quantidade na saliva. Gatos com a infecção progressiva geralmente adoecem entre 1 a 3 anos após a exposição. ⠀⠀⠀-Focal ou Atípica: o vírus se replica apenas em algum tecido ou órgão. Gatos com infecção focal terão resultados negativos nos vários tipos de teste, mas com presença de DNA proviral em alguns órgãos como olhos, glândula mamária e baço. ⠀⠀⠀Infelizmente ainda não existe cura para a FeLV.
⠀Pet Med – De que modo é FeLV é transmitida? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A transmissão ocorre entre gatos através do contato com secreções (saliva, urina fezes, leite materno, sangue) de um animal FeLV positivo. A forma mais comum é quando um gato lambe o outro. Também pode ocorrer durante a gestação por via transplacentária e durante a amamentação pelo leite materno. O compartilhamento de potes de água, comida e caixa de areia também pode servir como fonte de contaminação. A FeLV é mais frequente em gatos que têm acesso à rua e vivem em ambientes superpopulosos e os gatos jovens são mais suscetíveis.
⠀Pet Med – Quais são os sintomas de um gato com FeLV? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – O gato FeLV positivo pode apresentar diversos sinais clínicos isolados ou associados como apatia, perda de peso, redução do apetite, febre recorrente, uveíte, anemia, imunossupressão, dermatopatias, infecções respiratórias de difícil resolução e/ou recorrentes, infecções urinárias, alterações neurológicas e neoplasias. A manifestação clínica varia em cada paciente e pode mudar de acordo com o subtipo viral atuante.
⠀Pet Med – Para um gato já contaminado, quais são os possíveis tratamentos? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – Infelizmente, ainda não existe um tratamento específico e efetivo. O tratamento é sintomático e de suporte, de acordo com cada caso. Pode ser necessário uso de antibióticos, antiparasitários, antifúngicos, imunomoduladores e antirretrovirais. Em casos de anemia grave recomenda-se a transfusão de sangue.
⠀Pet Med – E como medidas de prevenção, quais devem ser adotadas? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – A melhor forma de prevenir é separar os gatos positivos de negativos, vacinar com a vacina quíntupla os negativos, castrar e evitar que seu gato tenha acesso à rua/quintal, onde possa ter contato com outros gatos. Além disso, recomenda-se sempre oferecer alimentação de boa qualidade, água fervida ou filtrada e boas condições de higiene.
⠀Pet Med – Em que consiste o teste para FeLV e quais as diferenças entre o teste rápido e o PCR? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – O teste rápido (ELISA ou imunocromatografia) é realizado através da detecção da proteína viral p27. É um exame realizado com algumas gotas de sangue e seu resultado sai em 10 minutos. O PCR é uma técnica molecular mais específica e sensível, podendo detectar RNA ou DNA próviral, mas que leva alguns dias para sair o resultado. Apesar disso, o PCR pode detectar uma infecção viral de maneira mais precoce, já que ele pode positivar em torno de 15 dias após a infecção. Já o teste rápido precisa de pelo menos um intervalo de 60 dias da possível infecção ou contato com um gato positivo para detectar a proteína viral.
⠀Pet Med – Em que casos cada tipo de teste deve ser adotado pelo tutor? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – O teste rápido é o exame de triagem de todos os gatos no momento em que são adquiridos pela primeira vez, antes da vacinação inicial contra FeLV, após exposição potencial a gatos infectados, ou se o gato apresentar sinais clínicos de doença. ⠀⠀⠀Quando um gato tem um teste rápido positivo, recomenda-se realizar o PCR para confirmar. Também é indicado realizar o PCR em caso de gatos com resultado negativo no teste rápido mas que ainda há suspeita que possa ser um positivo regressor. Outra indicação do uso do PCR é para monitorar a doença, avaliando a carga viral, com PCR quantitativo, que quantifica o número de cópias virais presentes.
⠀Pet Med – E, quanto ao protocolo vacinal, existe para prevenção da FeLV? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – Existe sim. Recomenda-se testar os gatos para FeLV e os gatos negativos devem receber a vacina quíntupla (V5). Na primovacinação será necessário pelo menos uma dose de reforço em 21 a 28 dias para garantir a imunização. O protocolo vacinal deve ser individualizado, de acordo com a faixa etária e condição de cada paciente.
⠀Pet Med – Quais cuidados os tutores devem ter em casa para manter a qualidade de vida de um animal gatinho com FeLV? ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – Os principais cuidados são: manter uma boa alimentação, oferecer apenas água fervida ou filtrada, não permitir que seu gato tenha acesso à rua, pois, além de ficar exposto a outras infecções, o gato positivo também pode transmitir a doença para outros gatos que tenha contato. É importante manter as vacinas em dia, desde que o paciente esteja assintomático e apto a ser vacinado, assim como o vermífugo e antipulgas. Indica-se realizar acompanhamento veterinário periódico, realizar exames de exames de sangue, ultrassonografia abdominal e radiografia de tórax e sempre que seu gato apresentar qualquer alteração, levá-lo o quanto antes para consulta.
⠀Pet Med – Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista. ⠀⠀⠀Mayara Tammi Bansho – É importante ressaltar o papel do médico veterinário na conscientização da necessidade de testar todos os gatos para FeLV, vacinar os gatos negativos e separar dos gatos positivos. Somente assim iremos reduzir a incidência desta doença na população felina. ⠀⠀⠀Embora o diagnóstico da FeLV seja muito triste para o seu tutor, com os devidos cuidados, muitos gatos podem ter uma vida normal por muitos anos. Por isso, um teste positivo não deve ser uma sentença.
⠀⠀⠀Quando pensamos na área de Medicina Veterinária, na maioria das vezes o que vem à mente são Médicos de cães e gatos. No entanto, há áreas da Medicina Veterinária que o profissional não lida diretamente com os animais. ⠀⠀⠀É o caso do Médico Veterinário Patologista. Para conhecermos um pouco sobre essa área tão importante para o dia a dia na clínica médica, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade, portadora do CRMV:4928-PR. Gisele é formada pela Universidade Federal do Paraná, Mestre em Patologia Veterinária, também pela UFPR. ⠀⠀⠀Dentre sua trajetória profissional, foi docente da Disciplina de Patologia Clínica Veterinária e atualmente faz parte da equipe técnica e de vendas da VP Laboratório. ⠀⠀⠀Acompanhe!
⠀Pet Med – O que podemos entender por patologia veterinária? ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – É uma área da Medicina Veterinária voltada ao diagnóstico de doenças dos animais domésticos, silvestres e de produção. Possui duas áreas principais: 1. Patologia Anatômica ou Anatomia Patológica, que estuda as lesões macroscópicas, microscópicas (células e tecidos) e moleculares para identificar doenças; e 2. Patologia Clínica: realização de exames laboratoriais para prevenção, diagnóstico e prognóstico de doenças.
⠀Pet Med – Quais são as doenças estudadas pelos médicos veterinários patologistas? ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – O Médico Veterinário Patologista vai auxiliar o clínico no diagnóstico de patologias que causam alterações em células /tecidos, sangue ou outros fluídos corporais como líquor, urina, líquido sinovial, por exemplo. Essas alterações poderão ser analisadas por meio de microscopia e/ou equipamentos laboratoriais.
⠀Pet Med – E, na prática, em que áreas o Médico Veterinário Patologista atua? ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – O Médico Veterinário que atua como Patologista Anatômico vai realizar exames citológicos e histopatológicos, que são as biópsias; estabelecimento do prognóstico e auxiliar na definição terapêutica para o tratamento de neoplasias e processos inflamatórios. ⠀⠀⠀Já o Médico Veterinário que atua na Patologia Clínica vai executar exames laboratoriais de rotina como hemograma, bioquímica sanguínea e dosagem hormonal, análise de líquidos cavitários e urina, auxiliando o clínico no diagnóstico, acompanhamento e direcionamento de diversas doenças. ⠀⠀⠀A presença de qualquer achado laboratorial, agrega informação para o clínico em uma nova hipótese diagnóstica, além de estabelecer o estágio da doença, indicar prognóstico e monitorar tratamento.
⠀Pet Med – Por favor, cite detalhadamente os exames mais comuns na rotina do médico veterinário patologista analisa. ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – O Patologista Anatômico vai realizar exames citológicos, que classificam as lesões com base em alterações citológicas, histopatológicos, um exame macroscópico e microscópico de tecidos e órgãos para o diagnóstico de doenças, e imuno-histoquímicos, que detecta marcadores de células neoplásicas, identifica tecidos ou resposta a tratamentos. ⠀⠀⠀O Patologista clínico vai determinar a contagem total e diferencial de células sanguíneas, dosar componentes bioquímicos (indicadores de função renal, hepática, pancreática, cardíaca, por exemplo) e hormônios, análise de fluidos corporais (normais ou patológicos) e urina, e realizar testes sorológicos para identificação de antígenos ou anticorpos.
⠀Pet Med – Por favor, nos explique quais são as diferenças nos resultados dos exames emitidos e liberados de forma automatizada através de equipamentos, sem qualquer conferência, dos laudos emitidos por um médico veterinário patologista. ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – A automatização dos exames laboratoriais é uma grande aliada do Patologista Clínico Veterinário, pois traz rapidez e confiabilidade no resultado de exames hematológicos e bioquímicos. ⠀⠀⠀Os contadores automáticos de células sanguíneas são capazes de realizar análises do sangue de diferentes espécies animais e fornecem, em segundos, a contagem total de eritrócitos, leucócitos e plaquetas além de outros dados importantes como: hematócrito, índices hematimétricos e contagem diferencial de leucócitos. ⠀⠀⠀Já existem analisadores hematológicos que diferenciam a hemoglobina dos eritrócitos jovens e maduros e também são capazes de dosar ferro intracelular, no entanto a observação microscópica detalhada do esfregaço sanguíneo corado em lâmina deve ser feita em todos os casos. ⠀⠀⠀Os equipamentos não são capazes de diferenciar precursores de eritrócitos nucleados de leucócitos, por exemplo, e isso pode induzir o clínico a um erro de diagnóstico/prognóstico. ⠀⠀⠀A observação microscópica do esfregaço sanguíneo também permite a visualização de corpúsculos de inclusão, alterações tóxicas e hemoparasitas, por isso a importância de um Patologista para validar os resultados fornecidos pelos analisadores automáticos de células.
Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade Médica Veterinária
⠀Pet Med – Podemos, então, entender que a área de patologia é uma importante aliada à clínica médica? ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – Sim. Grande parte das doenças produzem alterações celulares, bioquímicas e / ou hormonais, inclusive muitas serão confirmadas somente por exames laboratoriais. ⠀⠀⠀A Patologia é o ponto de partida para a tomada de decisões pelo clínico, na determinação do tratamento e do prognóstico e também tem papel importante na prevenção de doenças.
⠀Pet Med – Como médica veterinária patologista, quais são os encantos que lhe fizeram escolher essa área de atuação dentro da Medicina Veterinária? ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – São muitos! Mas, posso dizer que minha identificação com a Patologia Clínica Veterinária já iniciou no período de graduação, durante as aulas de Laboratório Clínico, com a observação de esfregaços sanguíneos. É maravilhoso ver as particularidades celulares das diferentes espécies animais e a beleza delas! Quem já viu um eosinófilo de cavalo ou um heterófilo de aves vai saber do que estou falando!
⠀Pet Med – Mas, por outro lado, quais são os desafios de atuar na área? ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – Existem muitos laboratórios veterinários, o que já traz um desafio para quem deseja iniciar nessa área. ⠀⠀⠀O Médico Veterinário que se identifica com a Patologia e deseja ter seu próprio espaço voltado ao diagnóstico laboratorial também precisa saber que há necessidade de adquirir equipamentos que são de médio a alto custo, que necessitam de manutenção e calibrações frequentes. ⠀⠀⠀Também precisa se especializar na área por meio de pós-graduação, residência e até mesmo mestrado e doutorado para aprofundar os conhecimentos adquiridos na graduação e, obviamente, estar sempre atualizado pois as técnicas de diagnóstico também se aperfeiçoam constantemente.
⠀Pet Med – Quais são os avanços tanto na ciência quanto na tecnologia, para a área de Patologia Veterinária? ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – A Patologia Veterinária avançou muito. Há um tempo a oferta de exames laboratoriais para animais era restrita e se resumia em hemograma e bioquímicos sanguíneos básicos. Hoje temos a automatização e também uma maior oferta de testes endócrinos, bioquímicos e sorológicos que antes eram feitos somente em humanos ou em laboratórios veterinários no exterior. ⠀⠀⠀Também temos diagnóstico laboratorial com valores mais acessíveis, pois já existem muitas indústrias nacionais que produzem kits diagnósticos específicos para animais, permitindo que o Médico Veterinário possa ampliar a quantidade de testes realizados sem incrementar muito no custo final para o tutor.
⠀Pet Med – Por fim, quais são as perspectivas? O que podemos – tutores e Médicos Veterinários, esperar da área de laboratórios veterinários nos próximos anos? ⠀⠀⠀Gisele Ludwig Tesserolli de Andrade – O surgimento de mais testes veterinários que não têm necessidade de equipamentos de alto custo para sua execução é promissor, com resultados mais rápidos e confiáveis, por exemplo. Também teremos mais Médicos Veterinários atuando nessa área já que existem muitos cursos de pós-graduação que oferecem imersão teórico-prática em Patologia Veterinária. Com isso o diagnóstico veterinário laboratorial de qualidade estará disponível em clínicas e hospitais, facilitando o trabalho do clínico e garantindo satisfação dos tutores com um diagnóstico mais rápido e acurado.
⠀⠀⠀O período de férias de verão é sempre rodeado de descanso e passeios, incluindo, muitas vezes, temporadas em casas de praia, animais de estimação e, praticamente o tempo todo: o calor. ⠀⠀⠀No entanto, o que era para ser um momento de alegria e aventuras, pode se tornar um problema, caso o seu amigão não esteja protegido dos mosquitos que adoram as altas temperaturas para transmitir doenças como a Dirofilariose, também conhecida como Verme do Coração, que, além de pode levar cães e gatos à morte é uma grave zoonose, ou seja, pode ser transmitida para os seres humanos. ⠀⠀⠀Para entendermos mais sobre a doença e, sobretudo, como prevenir e tratá-la, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária, Ana Castro, portadora do CRMV/PR: 9139, especializada em cirurgia geral e CEO da rede de Hospitais Animal Clinic, em Curitiba no Paraná. ⠀⠀⠀Acompanhe!
⠀Pet Med – O que podemos entender por Dirofilariose, também conhecido como o verme do coração? ⠀⠀⠀Ana Castro – Dirofilariose, ou verme do coração, é uma doença parasitária causada pelo parasita Dirofilaria immitis, transmitido principalmente por mosquitos. Afeta cães, gatos e outros mamíferos, alojando-se nos vasos sanguíneos e no coração.
⠀Pet Med – De que forma o cão e o gato podem pegar Dirofilariose? ⠀⠀⠀Ana Castro – Cães e gatos podem contrair Dirofilariose pela picada de mosquitos infectados. Os mosquitos transmitem as larvas do parasita durante a alimentação, e essas larvas se desenvolvem até atingir a fase adulta nos vasos sanguíneos do animal.
⠀Pet Med – Por que o Verão é a época mais propícia para a proliferação dessa doença? ⠀⠀⠀Ana Castro – No verão, a temperatura mais elevada favorece a reprodução dos mosquitos, aumentando a probabilidade de transmissão da doença. O clima quente e úmido proporciona condições ideais para o desenvolvimento das larvas nos mosquitos.
⠀Pet Med – Quais são os sinais clínicos que os tutores podem perceber como indícios de que o seu animal pode ter sido infectado com o verme do coração? ⠀⠀⠀Ana Castro – Os sinais clínicos incluem tosse persistente, dificuldade respiratória, fadiga, perda de peso, letargia e, em estágios avançados, insuficiência cardíaca.
⠀Pet Med – Qual é a forma de diagnóstico da Dirofilariose? ⠀⠀⠀Ana Castro – O diagnóstico envolve exames sanguíneos que detectam a presença de larvas ou anticorpos contra o parasita. Testes de imagem, como radiografias e ultrassonografias, também podem ser usados para avaliar o estado cardíaco.
⠀Pet Med – Uma vez comprovada, quais são os possíveis tratamentos para a Dirofilariose? ⠀⠀⠀Ana Castro – Tratamentos podem incluir medicamentos para eliminar os vermes, como antiparasitários. Em casos avançados, pode ser necessário cirurgia para remover os vermes adultos e tratar complicações cardíacas. ⠀⠀⠀O tratamento da Dirofilariose em cães geralmente envolve o uso de medicamentos específicos para eliminar os vermes adultos e/ou larvas microfilárias. A escolha do tratamento pode depender do estágio da infecção e da gravidade dos sintomas apresentados pelo animal. ⠀⠀⠀Alguns medicamentos comumente utilizados incluem: ⠀⠀⠀Melarsomina: Este é um medicamento adulticida, ou seja, mata os vermes adultos. É administrado por injeção profunda nos músculos para evitar reações adversas. ⠀⠀⠀Ivermectina:Utilizado para tratar a forma microfilaricida, eliminando as larvas circulantes no sangue. No entanto, seu uso deve ser cuidadoso, pois pode causar reações graves em cães já infectados. ⠀⠀⠀Doxiciclina: Antibiótico frequentemente prescrito para combater as bactérias Wolbachia, que vivem simbioticamente com os vermes do coração. A eliminação dessas bactérias pode tornar o tratamento mais eficaz. ⠀⠀⠀Além disso, em casos mais graves, pode ser necessário um tratamento de suporte para controlar os sintomas associados à infecção, como insuficiência cardíaca. ⠀⠀⠀É importante notar que o tratamento da Dirofilariose deve ser supervisionado por um Médico Veterinário, pois a administração inadequada de medicamentos pode levar a reações adversas sérias, assim como o repouso e a restrição de atividades físicas durante o tratamento são frequentemente recomendados.
Ana Castro Médica Veterinária
⠀Pet Med – Quais são os riscos para a saúde de um animal infectado com o Verme do coração? ⠀⠀⠀Ana Castro – Riscos para a saúde incluem danos cardíacos, insuficiência cardíaca, problemas respiratórios e, em casos graves, a morte do animal.
⠀Pet Med – E, quanto ao prognóstico? ⠀⠀⠀Ana Castro – O prognóstico varia de acordo com o estágio da infecção. Quanto mais cedo for detectada, melhores são as chances de recuperação, mas casos avançados podem ter prognóstico reservado.
⠀Pet Med – Por fim, quais cuidados os familiares devem ter diante da confirmação do diagnóstico de Dirofilariose? ⠀⠀⠀Ana Castro – Após o diagnóstico, os familiares devem seguir as orientações do Médico Veterinário quanto ao tratamento. É essencial manter o animal em repouso e evitar esforços físicos durante o tratamento.
⠀⠀⠀Cuidar da alimentação dos nossos cães e gatos é tão importante quanto cuidamos da nossa própria dieta. Mas, ainda existem muitas dúvidas sobre como oferecer o melhor para os nossos pets sem fazer mal a eles. ⠀⠀⠀Uma das maiores dúvidas é sobre se podemos misturar ração seca com alimento úmido, ou o que também chamamos de Mix feeding. ⠀⠀⠀Para nos orientar sobre esse tema, conversamos com exclusividade com a Melony Caroline F dos Santos, Zootecnista e Médica Veterinária, portadora do CRMV/PR: 15357. ⠀⠀⠀Dra. Melony é pós-graduada em nutrição de cães e gatos e acupuntura veterinária bioenergética e Mestre em ciência e tecnologia da produção animal com ênfase em nutrição de cães e gatos. ⠀⠀⠀A entrevista está imperdível. Acompanhe!
⠀Pet Med – O que podemos entender por Mix feeding? ⠀⠀⠀Melony dos Santos – Mix feeding, traduzindo ao pé da letra, significa misturando alimentos. Na nossa rotina é comum observarmos a prática do mix feeding quando se mistura a ração seca com a alimentação úmida, seja ela sachês, patês ou alimentação natural. Nesse modelo, normalmente a composição da dieta do paciente é de 50% ração seca e 50% alimentação natural. Mas essa proporção não é uma regra. Se a dieta for composta por 70% de ração e 30% de alimentação natural, já pode ser considerada mix feeding.
⠀Pet Med – Quais são os benefícios desse tipo de refeição para os cães e para os gatos? ⠀⠀⠀Melony dos Santos – As vantagens de se ter uma dieta misturada são:
Palatabilidade: pois, a dieta seca fica mais saborosa com a adição de um alimento úmido;
Hidratação: principalmente para gatos, essa dieta se torna muito interessante pois aumenta a ingestão hídrica desses animais que quase não ingerem água;
Custo: reduz o custo da dieta principalmente para aqueles tutores de cães de grande porte que optam por oferecer alimentação natural, mesmo que seja 50% da dieta, devido ao custo;
Volume: para aqueles animais glutões é interessante esse modelo de dieta pois aumenta o volume de alimento ao dia.
Melony Caroline F dos Santos Médica Veterinária
⠀Pet Med – E, quanto aos cuidados? Existe algum tipo de contra-indicação para cães e gatos? ⠀⠀⠀Melony dos Santos – Sempre que oferecer mix feeding deve-se observar a resposta do organismo do animal, pois nem todos apresentam uma boa aceitabilidade. Alguns podem se mostrar sensíveis aos ingredientes variados. ⠀⠀⠀Além disso, o tutor nunca deve fazer essa mistura sem orientação profissional, pois ela vai deixar a dieta desbalanceada podendo causar danos irreversíveis na saúde do animal devido a deficiências nutricionais. ⠀⠀⠀Se fizer a mistura do alimento natural diretamente na ração seca, deve-se certificar que o paciente vai ingerir todo o volume, caso contrário, não será recomendado deixar esse alimento exposto ao ambiente por mais de 1hora, pois poderá iniciar o processo de oxidação e putrefação do alimento.
⠀Pet Med – A partir de que idade podemos oferecer Mix feeding para os cães e para os gatos? ⠀⠀⠀Melony dos Santos – A partir do momento que os animais já estiverem se alimentando sozinhos, após o desmame.
⠀Pet Med – E os animais idosos, também podem fazer uso deste tipo de alimentação? ⠀⠀⠀Melony dos Santos – Os animais idosos também podem! Esse modelo é muito recomendado para aumentar a palatabilidade da dieta, uma vez que esses animais acabam ficando mais seletivos com a idade ou até mesmo pelas alterações clínicas que eles apresentam.
⠀Pet Med – Qual alimento úmido deve-se usar ao montar o mix feeding do cão e do gato? ⠀⠀⠀Melony dos Santos – Qualquer alimento úmido, seja sachês, patês e alimentação natural cozida ou crua.
⠀Pet Med – Quantas vezes ao dia ou na semana podemos oferecer a mistura de texturas para os cães e para os gatos? ⠀⠀⠀Melony dos Santos – Pode- se oferecer todos os dias e em todas as refeições do dia se for o caso, desde que o mix feeding esteja balanceado conforme orientação médica.
⠀Pet Med – Após servido, quanto tempo depois o Mix feeding pode ficar no prato sem causar transtornos à saúde do animal? ⠀⠀⠀Melony dos Santos – Recomendamos não ultrapassar 1 hora, em temperatura ambiente.
⠀Pet Med – Por fim, vamos recapitular: quando pode e quando não podemos fazer uso da mistura de rações? ⠀⠀⠀Melony dos Santos – Pode-se fazer essa mistura a qualquer momento, em qualquer situação encontrada, desde que seja elaborado por profissional da área de nutrição de cães e gatos. Caso contrário a saúde do paciente poderá ficar comprometida devido às deficiências nutricionais que são difíceis de serem detectadas por exames sanguíneos.
Adoção Consciente: Pensando em adotar um cão ou gato? Descubra como o comportamento animal influencia o sucesso da adoção e a convivência familiar. Aprenda a identificar sinais e garantir o bem-estar de todos com a especialista Katia De Martino.
Quando dezembro chega, vem com ele, as viagens, as férias, as festas e, também, um aumento do número de animais abandonados. No entanto, nem sempre esse abandono vem das festividades celebradas nesta época do ano, mas, muitas vezes, pelo mau comportamento dos cães e também dos gatos. Diante disso, vamos saber porque tratar o comportamento desses animais pode ser determinante para a vida deles, tanto para serem adotados, quanto para não serem abandonados ou devolvidos ao abrigo. Tema importante sobre Adoção Consciente de Pets.
Para tanto, conversamos com a Médica Veterinária Comportamentalista, Katia De Martino, portadora do CRMV 22.913. Acompanhe!
⠀Pet Med – O que podemos entender por comportamento animal? ⠀⠀⠀Todos os animais têm linguagens e necessidades da sua espécie. Entender comportamento é conseguir se comunicar e identificar a forma de linguagem e suprir as necessidades básicas para que o convívio entre humanos e animais seja harmônico.
⠀Pet Med – Qual é a importância do comportamento dentro das demais propriedades da vida animal? ⠀⠀⠀Quando as necessidades básicas não são supridas, desvios comportamentais como ansiedade, compulsividade, entre outros começam surgir. Como consequência, alterações fisiológicas, como aumento de cortisol, são desencadeadas ocasionando problemas de saúde a longo prazo nesse animal. ⠀⠀⠀Por exemplo, um aparecimento de fungos na pele pode estar relacionado a queda de imunidade por um estresse.
⠀Pet Med – E quanto à relação do comportamento animal e a sociedade humana, por que é tão importante? ⠀⠀⠀Nossos animais estão convivendo muito mais intimamente conosco. Estamos vivendo cada vez mais em espaços menores, verticais. Sendo assim, eles estão sendo retirados dos extintos e necessidades básicas. ⠀⠀⠀Para ter um melhor convívio, precisamos entender de comportamento para que, mesmo em um ambiente ‘artificial’, possamos suprir todas essas necessidades e evitarmos uma humanização. ⠀⠀⠀Quanto mais extintos naturais são supridos, menos problemas comportamentais enfrentamos e, como consequência, teremos um convívio mais harmônico entre humanos e animais.
⠀Pet Med – Infelizmente, os problemas comportamentais de cães e gatos levam ao abandono e negligência, resultando muitas vezes na morte do animal. Diante disso, por favor, nos cite alguns dos comportamentos tidos como “maus comportamentos”, que, na maioria dos casos, são os que fazem os animais serem abandonados, não adotados, devolvidos ou até mesmo maltratados em casa. ⠀⠀⠀Cães com problemas de agressividade com pessoas: na maioria dos casos a agressividade acontece pela falta do entendimento da linguagem dos sinais que esses cães emitem. ⠀⠀⠀Latidos em excesso: a causa dos latidos são inúmeras, porém muitos casos são causados por excesso de ansiedade desencadeado pela falta de estímulos e atividades. ⠀⠀⠀Agressividade entre cães: cães mal socializados tendem a ser mais medrosos, não conseguem se comunicar com outros cães e acabam usando a luta como forma de defesa. ⠀⠀⠀Gatos que fazem xixi e cocô fora da caixa de areia e agressividade: problemas de introdução correta dentro do ambiente onde já existem outros gatos.
⠀Pet Med – Podemos afirmar que tratar o comportamento de cães e gatos pode ser determinante para serem adotados? ⠀⠀⠀Eu diria que entender a limitação de cada indivíduo e reabilitar é determinante para que esse animal seja adotado por uma família que saiba as limitações, é o melhor caminho. ⠀⠀⠀A reabilitação é para o resto da vida daquele animal. Agora, se conseguirmos prevenir, com uma socialização bem feita no período correto, atender às necessidades e analisar o perfil individualmente, são as melhores formas de prevenir comportamentos errados futuros. Tudo que plantamos no período da infância, colhemos na fase adulta.
⠀Pet Med – A partir de que idade é possível promover mudança de comportamento nos cães e nos gatos? ⠀⠀⠀Desde o momento que um animal chega em casa, já precisamos trabalhar com ele. Em cada fase da vida há uma necessidade a ser trabalhada. Portanto, o quanto antes, procure ajuda profissional.
⠀Pet Med – De que modo os familiares dos animais podem ajudar seus cães e gatos a melhorarem seus maus comportamentos? ⠀⠀⠀Antes de comprarem ou adotarem, procurem fontes confiáveis, em que haja embasamento científico, para entender sobre comportamento canino e felino, assim como suas formas de linguagens, e suas necessidades básicas. Tutores precisam entender sobre comportamento. Só assim evitamos problemas comportamentais e o abandono
⠀Pet Med – Que profissionais os tutores devem procurar para trabalhar o comportamento dos seus cães e gatos? ⠀⠀⠀Adestradores que trabalhem com metodologia positiva e médicos veterinários comportamentalistas são os indicados.
⠀Pet Med – Quais cuidados os familiares devem ter ao escolher o profissional para desenvolver este tratamento para o seu pet? ⠀⠀⠀Procurem profissionais que trabalham com embasamento científico. Pesquisem a forma de metodologia que esses profissionais trabalham, pois, um trabalho errado pode agravar muito um problema comportamental a longo prazo.
⠀Pet Med – No dia a dia, como deve ser a rotina dos pets em casa com seus familiares de modo que não deixem que os animais desenvolvam maus comportamentos? ⠀⠀⠀Estabelecer uma rotina de exercícios físico e mental, com passeios, day cares, ida ao parque, uso de brinquedos interativos dentro de casa, além de ter tempo de qualidade com os tutores, como levá-los junto para saídas junto com tutores como por exemplo, cafés, shoppings entre outros locais pet friendly..
⠀Pet Med – Por fim, quais são os benefícios de tratar o comportamento dos cães e dos gatos que convivem conosco? Por quais motivos? ⠀⠀⠀O melhor tratamento é a prevenção, portanto trabalhe para evitar um problema futuro, para ter um convívio mais harmônico entre o animal e sua família.