Por Pauline Machado
Check-up Cardíaco em Cães e Gatos : Prevenção e tratamentos de doenças cardíacas para seu pet.
Assim como para nós, seres humanos, manter a saúde dos cães e dos gatos em dia requer um acompanhamento regular com consultas médicas, exames de sangue, e, em alguns casos, exames de imagens ou específicos de acordo com a especialidade clínica, como por exemplo, os exames que mostram como está a saúde do coração dos pets.
Mas, será que os familiares responsáveis pelos animais sabem qual é a importância dos exames cardiológicos no check-up dos cães e dos gatos? Quais as prevenções e tratamento de doenças cardíacas para seu pet?
Para responder essa e outras dúvidas relacionadas ao tema, conversamos com a Médica Veterinária, Ana Carolina Kolarevic Pires.
Portadora do CRMV 26.869, Ana Carolina tem pós-graduação em Cardiologia de Cães e Gatos pela Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – Anclivepa, e pós-graduação em Pneumologia de Cães e Gatos pela UFAPE Intercursos, ambas em São Paulo.
Acompanhe!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique quais são as doenças cardíacas mais frequentes nos cães e nos gatos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – A predominância das doenças cardíacas varia entre as espécies e raças. Em cães de porte pequeno como Yorkshire, Spitz Alemão, Maltês, Cavalier King Charles, por exemplo, é comum a degeneração da valva mitral que causa um não fechamento completo dessa válvula, desenvolvendo insuficiência valvar. Já cães de porte grande como Golden, Dog Alemão e São Bernardo, por exemplo, são mais acometidos pela cardiomiopatia dilatada, em que ocorre uma fraqueza do músculo cardíaco reduzindo a sua capacidade de contração.
Quando pensamos sobre arritmias também observamos variações. Cães de raças terriers como Yorkshire, West Higland White Terrier, Scottish Terrier, entre outros, têm predisposição às bradicardias secundárias aos bloqueios atrioventriculares; no entanto, cães de porte grande como Golden, Labrador e Boxer, por exemplo, são mais acometidos pelas arritmias ventriculares.
Agora, quando falamos sobre os gatos sabemos que as cardiomiopatias são muito prevalentes, sendo alterações que acometem a musculatura cardíaca. A doença mais relatada é a cardiomiopatia hipertrófica, inclusive com predisposição em algumas raças como o Ragdoll, o Maine Coon, o Persa e o Sphynx, por exemplo.
A espécie felina também pode desenvolver as outras formas de cardiomiopatias fenótipos restritivo, dilatado, não especificado, e menos comum, a arritmogênica do ventrículo direito.
A dirofilariose, popularmente conhecida como verme do coração, também é uma doença prevalente no mundo todo, e muitas vezes esquecida na rotina clínica.
Pet Med – Todo problema cardíaco coloca a vida dos animais em risco? Por quais motivos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – A doença cardíaca representa um risco à vida do animal dependendo da fase em que a observamos. Por exemplo, pensando na doença valvar mitral temos estágios de A a D, sendo o estágio A apenas um paciente predisposto à doença e estágio D um paciente com importante repercussão na função cardíaca, se tornando refratário ao tratamento. As cardiomiopatias felinas também têm essa classificação que remete à gravidade de evolução da doença. Assim, entendemos que um paciente sem repercussão da lesão inicial não tem risco de evolução ao óbito, entretanto um paciente com quadro agudo com edema pulmonar cardiogênico, efusão pleural ou tromboembolismo por exemplo, tem um risco iminente de óbito.
As arritmias também apresentam graus de malignidade. Um bloqueio atrioventricular de primeiro grau, em que há apenas um retardo na propagação do estímulo elétrico, não prejudica a função cardíaca, e assim, não representa um risco à vida do paciente; porém, um paciente com bloqueio atrioventricular de 3° grau, em que não há mais correlação dos estímulos elétricos atriais e ventriculares, causando uma redução drástica da frequência cardíaca, tem um alto risco de mortalidade.
A cardiomiopatias felinas também têm fases de evolução, e assim como em cães, quanto pior for o remodelamento do coração, maiores serão as chances de um desfecho desfavorável. As arritmias ventriculares na sua maioria representam um risco à vida dos animais, com alta porcentagem de morte súbita.
Pet Med – Quais doenças do coração podem causar riscos para a saúde dos animais? Por quais motivos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Todas as cardiopatias em cães e gatos podem causar danos à saúde do animal, dependendo da fase de cada uma delas.
Sempre observamos um prejuízo da hemodinâmica do paciente, isto é, da capacidade do coração bombear o volume adequado de sangue e em frequência cardíaca ideal. Quando esse órgão entra em falência há uma redução do volume de sangue entregue aos demais órgãos e tecidos favorecendo o desenvolvimento de lesões por hipoxemia, que é a redução de oxigenação tecidual. Nesses casos outras doenças podem se desenvolver, como por exemplo, a doença renal crônica.
Além disso, o próprio coração entra em sofrimento tentando trabalhar mais para suprir as necessidades de oxigênio. Não conseguindo estabilizar os parâmetros hemodinâmicos, podem ocorrer quadros de congestão, como edema pulmonar cardiogênico, efusão pleural e pericárdica, hipertensão pulmonar, etc.
Pet Med – De que modo os familiares podem suspeitar ou identificar sinais de que o cão ou gato podem estar com algum desses problemas cardíacos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Nas fases iniciais das cardiopatias os animais são assintomáticos, isto é, não demonstram nenhuma alteração da doença em curso. Com a evolução dos quadros os animais podem apresentar cansaço fácil, intolerância ao exercício e/ou ao passeio, redução de atividades, cianose, que é a lingua roxa, tosse, desmaio e até sintomas mais graves e agudos de dispneia, que é a dificuldade respiratória e paralisia de membros no caso de gatos com tromboembolismo.
Pet Med – Neste aspecto, a partir de que idade os cães e os gatos tornam-se mais suscetíveis a desenvolver doenças cardíacas?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Novamente há variação racial no caso dos cães. A doença valvar mitral acomete cães de meia idade a idosos, sendo indicado realizar exames cardiológicos específicos a partir dos 7 anos de vida, exceto os Cavalier King que são acometidos mais novos e há indicação de avaliação desde os 2 anos de idade.
Já os cães de grande porte envelhecem mais precocemente, então, indicamos iniciar os exames de controle a partir dos 4 anos de idade para raças gigantes e 5 anos para raças grandes.
Os gatos podem ser acometidos a partir da meia-idade, Porém, como se mantêm
assintomáticos por muitos anos, há recomendação de serem acompanhados a partir de 1 ano de vida.
Pet Med – Neste aspecto, qual é a importância dos exames cardiológicos no check-up dos pets?
Ana Carolina Kolarevic Pires – É de extrema importância para o diagnóstico precoce das doenças cardíacas e instituição do tratamento indicado objetivando melhora da qualidade de vida do paciente, retardo da evolução da doença e prolongamento da sobrevida.
Pet Med – Quais são os exames mais comuns solicitados no check-up de cães e gatos e que tipo de doenças eles ajudam a diagnosticar?
Ana Carolina Kolarevic Pires – O Ecocardiograma é um exame muito comum na rotina clínica cardiológica. Através dele conseguimos diagnosticar as caridomiopatias felinas, bem como as doenças valvares e a cardiomiopatia dilatada. Esse exame também é fundamental na avaliação de doenças congênitas, as de má formação do coração.
Quanto ao diagnóstico das arritmias o exame inicial é o eletrocardiograma tanto para cães quanto para gatos, e, em alguns casos, também complementamos essa avaliação com Holter.
Não podemos nos esquecer da importância da mensuração de pressão arterial sistêmica dos cães e gatos a fim de acompanhar possíveis quadros de hipertensão ao longo da vida.
Pet Med – No dia a dia, de que modo é possível prevenir as doenças do coração nos cães e nos gatos?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Com a realização dos check-ups cardiológicos inicialmente anuais, e com o avançar da idade, semestrais.
Já a prevenção da dirofilariose se faz através da administração de preventivos contra o parasita que podem ser administrados via oral ou spot on mensalmente, ou via subcutânea anualmente.
Pet Med – O que podemos esperar sobre novas tecnologias e inovações tão importantes para a rotina da clínica cardíaca de cães e gatos, como por exemplo, o Colete Cardio Pet, desenvolvido e fabricado pela Pet Med?
Ana Carolina Kolarevic Pires – Com o desenvolvimento de novas tecnologias esperamos conseguir diagnósticos mais precoces das doenças cardíacas, bem como, possibilidade de correção cirúrgica em algumas doenças. Além disso, novas tecnologias tornarão mais confortáveis as realizações dos exames cardiológicos; o colete Cardio Pet é um exemplo excelente desse conforto, visto que não necessita a bandagem do paciente para a realização do Holter, tornando indolor a retirada do equipamento após a monitoração.
Pet Med – Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista.
Ana Carolina Kolarevic Pires – É fundamental conhecer as particularidades de cada espécie e cada raça frente à predisposição de doenças cardíacas a fim de iniciar precocemente uma rotina de check- up regular. Assim, conseguimos diminuir os casos frequentes de diagnósticos de cardiopatias em fases avançadas quando o paciente é atendido em emergência, o que representa um risco iminente de óbito, e se sobreviver, de redução de qualidade de vida e de tempo de vida.
Lembrando que mesmo que um paciente não seja de raça predisposta, ou seja um cão ou gato sem raça definida (SRD) ele pode sim, desenvolver doenças cardíacas e precisa ser acompanhado rotineiramente.
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