Devido à crescente e triste demanda de maus-tratos aos animais, a ASPCA – The American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (Sociedade Americana de Prevenção da Crueldade aos Animais), criou a campanha Abril Laranja, com o objetivo de prevenir a crueldade contra os animais.
Aqui no Brasil, maltratar um animal é crime previsto em lei. A advogada especializada em Saúde Humana e Animal e Presidente da Comissão em Defesa dos Direitos dos Animais da OAB/SP – Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção Santana/SP (2020), Claudia Nakano, explica que o artigo 32 da lei dos Crimes Ambientais, n. 9.605/98, define situações de maus-tratos aos animais, majorando a pena caso ocorra a morte do animal:
” Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.”
Lei Sansão
Ela nos conta que a primeira lei brasileira em defesa dos animais foi em 1934 por meio do Decreto n. 24.645, que em seu artigo 3º estabeleceu medidas de proteção aos animais, exemplificando em seu rol extensivo situações de maus-tratos.
De lá para cá muita coisa mudou, inclusive recentemente, com a chegada da lei Sansão, nº. 14.064, sancionada em setembro último, alterando a lei nº 9.605/98 – Lei dos Crimes Ambientais, a fim de aumentar as penas cominadas ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato. “O que mudou da lei anterior para a lei Sansão é o aumento das penas ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato. O artigo 32 da lei nº 9.605/98 foi alterado com uma nova redação:
§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda” ilustra.
Evolução da proteção jurídica dos animais no Brasil
Como explicado pela dra. Claudia, a primeira lei brasileira foi em 1934 por meio do Decreto n. 24.645, que em seu artigo 3º estabeleceu medidas de proteção aos animais, exemplificando em seu rol extensivo situações de maus-tratos.
Em 1941 a Lei de Contravenções Penais, em seu artigo 64 ratificou e tipificou a prática de crueldade contra animais como contravenção penal. Em 1988, a Constituição Federal trouxe em seu artigo 225, a proteção ao meio ambiente, protegendo a fauna e a flora.
No entanto, a proteção maior ocorreu com a lei dos Crimes Ambientais – Lei Federal n. 9.605, sancionada em 1998, que estabeleceu sanções penais e administrativas contra as violações ao meio ambiente, e trazendo o artigo 32, específico contra a crueldade aos animais. “Agora a lei Sansão alterou a lei dos Crimes Ambientais com o objetivo de aumentar as penas cominadas ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato”, comemora e finaliza a Presidente da Comissão em Defesa dos Direitos dos Animais da OAB/SP – Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção Santana/SP (2020), Claudia Nakano.
Quando um animal passa a fazer parte da nossa família, ele se torna um integrante da casa e que, assim como os outros moradores, precisa ser tratado com respeito, amor e muita responsabilidade, o que inclui a consciência de que levá-lo ao veterinário deverá fazer parte da rotina da família, não apenas nos eventuais momentos de urgência ou emergência, mas, sobretudo, como medida de prevenção.
De acordo com o Médico Veterinário Roberto Luiz Lange, portador do CRMV 2806-PR, diretor da Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários (ABHV), conselheiro do CRMV-PR e diretor do Hospital Veterinário Santa Mônica, em Curitiba, levar os pets ao veterinário é importante tanto para garantir a saúde do animal quanto de toda a família. “Além de garantir que o pet fique livre de doenças que possam contaminar os membros da família, a visita ao veterinário vai promover as medidas de medicina preventiva, aumentando assim, a longevidade do animal, com qualidade de vida e diretamente proporcionando bem-estar e satisfação para os humanos envolvidos”, esclarece.
Periodicidade
Dr. Roberto Lange orienta ainda que a idade ideal para frequentar o veterinário, caso não haja nenhuma alteração na saúde do animal, é aos 45 dias de vida para iniciar o protocolo de vacinação, até se completar o quadro de vacinação e desverminação proposto pelo Médico Veterinário. “Logo após o término do esquema vacinal deve-se agendar visita a fim de programar a castração tanto para fêmeas, quanto para os machos. Para cães na fase adulta – com um a seis anos de idade, deve ser feito pelo menos uma visita anual para check-up e revacinação. Cães acima de seis anos são recomendadas duas visitas anuais para monitorar a fase senil”, aconselha.
Check-up
O diretor da ABHV explica que, de modo geral, a realização de um check-upno pet irá incluir avaliação de doenças da boca, tais como tártaro ou presença de dentes de leite, avaliação do escore corporal, exames de sangue e de imagem como ecocardiograma e ultrassonografia. “No entanto, para cada situação o Médico Veterinário fará suas escolhas, levando em conta a idade do paciente, raça, porte e a presença de doenças nas suas várias fases da vida”, ressalta.
Escolhendo o Médico Veterinário
Para aqueles que estão, pela primeira vez, tendo a presença de um pet na família, ou mesmo quem já convive com eles em casa, mas, não sabe o que levar em consideração na hora de escolher o médico veterinário do seu pet, o Conselheiro do CRMV do Paraná enfatiza que todo Médico Veterinário atuante na clínica, consultório ou Hospital de animais de companhia está preparado para promover a saúde dos animais, e que, convém ao tutor, estabelecer uma relação de confiança com o veterinário e obter informações sobre os horários de funcionamento do estabelecimento. “Dê a preferência por locais onde o atendimento seja vinte e quatro horas, e o mais próximo da sua residência, para casos de emergência. Estruturas de clínicas e hospitais normalmente dispõem de todos os exames necessários em um só lugar, além do contar com equipes de especialistas nas diversas áreas”, evidencia.
Ele considera, ainda, que, para o tutor é sempre bom ter uma relação de confiança com o estabelecimento escolhido. Em sua opinião, manter a fidelidade é imperativo para a melhor condução da saúde do pet durante a vida dele. “O estreitamento das relações interpessoais com a equipe de um determinado estabelecimento fará com que o prontuário do paciente fique restrito a um só lugar fazendo com que a tomada de decisões seja mais assertiva. Uma boa oportunidade para se fazer a escolha definitiva é nos momentos iniciais da vida do pet e o tutor poderá avaliar a qualidade do atendimento tanto mais o veterinário tratar de medicina veterinária preventiva”, reforça.
Levando o pet ao Veterinário
Após escolher o profissional que irá cuidar da saúde do seu pet, é hora de saber como levar o seu cão ou gato até ele. De acordo com o Dr. Roberto Lange, os cães devem ser levados ao veterinário em caixas de transporte afixadas no carro por cinto de segurança. “Evite levar o seu pet diretamente no colo, pois alguns animais podem se sentir inseguros e ficar fora de controle devido ao estresse. Isso vale também para os gatos”, garante.
E por falar em gatos, estes também devem ser transportados em caixa de transporte apropriadas para o tamanho de cada animal. “Para os gatos, convém acostumar o animal em casa para entrar e sair da caixa. Isso pode ser conseguido deixando a caixa próxima ao lugar de dormir e alimentar de modo que o animal possa se sentir mais seguro quando for transportado. Sempre que o animal for transportado, preferencialmente deixe a caixa de transporte acima do chão, pois os felinos se sentem mais seguros dessa forma. É, também, altamente recomendado levar com o gato algum objeto que ele gosta de brincar ou coberta utilizada por ele”, detalha o diretor do Hospital Santa Mônica, em Curitiba.
Atenção no dia a dia
Em nossa rotina diária devemos nos manter sempre atentos aos possíveis sinais aparentes no comportamento do pet para identificar se está tudo bem ou se é hora de levá-lo ao veterinário e, em hipótese alguma, consultar o Google, as redes sociais ou ajuda de amigos. A orientação, segundo Lange, é procurar ajuda do Veterinário nas várias manifestações de desconforto como quando o animal estiver, por exemplo, mancando, com lambeduras excessivas, coceiras de modo geral, mau hálito, perda de peso, falha nos pelos, vômitos e/ou diarreias, perda do apetite, emagrecimento, sobre peso, excesso de ingestão de água, entre outros sinais. Enfim, todos os casos que fujam da normalidade devem ser investigados por um Médico Veterinário”, assegura o especialista.
Riscos ao não levar o pet ao Veterinário
Quando o tutor negligencia a ida do pet ao veterinário, ele pode estar colocando em risco, não somente a saúde do animal, mas, também, a de toda a família. “Animais possuem sua suscetibilidade a doenças próprias, porém, algumas dessas doenças podem ser transmitidas ao ser humano, as quais chamamos de zoonoses. Por exemplo a leptospirose, doença que pode contaminar o cão e por conseguinte os humanos. Em regiões endêmicas, a raiva é uma das doenças mais problemáticas e por isso, todos os cães devem ter essa vacina em dia. Algumas verminoses do cão podem, também, contaminar o humano, além do que, as infecções dentárias deles levam a possiblidade de contaminar as pessoas da casa por bactérias, daí a necessidade de se controlar o tártaro com limpezas periódicas”, afirma e finaliza o médico veterinário, Roberto Lange.
Contraída por meio do contato com a saliva, urina ou com as fezes de felinos contaminados, a FeLV – Feline leukemia vírus, também conhecida popularmente como leucemia felina é uma doença que deixa os animais vulneráveis a doenças infecciosas, lesões na pele, desnutrição, lentidão na cicatrização de feridas e problemas reprodutivos.
O vírus da felv induz principalmente imunossupressão (queda de imunidade), anemia e tumores (principalmente linfoma e leucemia), de acordo com a cepa que o animal apresenta.
Além de ser exclusiva aos felinos, ou seja, não é transmitida para humanos nem para outros animais, como os cachorros, a FeLV é altamente contagiosa e afeta diretamente o sistema imunológico do pet, podendo, inclusive, diminuir sua expectativa de vida se não for diagnosticada previamente.
Para esclarecer essas e outras informações sobre a doença, formas de tratamento e de como proporcionar uma qualidade de vida melhor para os gatos testados positivo para FeLV, conversamos com a médica veterinária Fabiana B. S. Oliveira que nos tirou várias dúvidas.
Dra. Fabiana B. S. Oliveira – médica veterinária (arquivo pessoal)
Primeiramente ela nos explicou que, tecnicamente, podemos entender como leucemia, a proliferação de células neoplásicas na medula óssea e sangue periférico.
De acordo com a Médica Veterinária, a leucemia pode ser aguda ou crônica, e linfoides ou mieloides. No caso das agudas, se apresentam em dois tipos: leucemia mieloide aguda e leucemia linfoide aguda. “Na leucemia mieloide aguda observa-se a presença de mieloblastos e células imatura, enquanto na leucemia linfoide aguda observa-se a proliferação de células linfóides neoplásicas. Ambas no sangue periférico e medula óssea”, detalha.
Nos casos crônicos a doença se apresenta como leucemia mieloide crônica e leucemia linfoide crônica. “A leucemia mieloide crônica acomete principalmente os animais idosos. É observado o aumento gradual do número de células diferenciadas no sangue. Na leucemia linfoide crônica ocorre o aumento de linfócitos maduros circulantes de forma lenta. Normalmente esses gatos são assintomáticos com diagnóstico realizado através de hemograma de rotina. Em alguns casos se observa o emagrecimento e apatia”, explica.
Em ambos os casos o diagnóstico é feito através da realização do hemograma e da análise da medula óssea do animal, e, embora os sinais clínicos sejam inespecíficos e de forma aguda, a doença, em sua grande maioria, acomete gatos jovens, que quando infectados apresentam sintomas como febre, perda de apetite, emagrecimento, fraqueza, aumento de linfonodos, fígado e baço, ilustra.
Para evitar que o gato tenha leucemia, ele deve ser vacinado para FeLV e receber todos os cuidados para manutenção da sua saúde, como boa alimentação, bem estar e cuidados gerais, esclarece a médica veterinária Fabiana Oliveira.
Opções de tratamento
De acordo com ela, além da vacina para FeLV, que é um retrovírus associado a maioria dos casos de leucemia aguda, dependendo do tipo de leucemia que o gato apresenta, existem tratamentos que podem manter a doença sob controle e colocar o paciente em remissão. “Na maioria das vezes essa remissão é temporária, sendo necessário acompanhamento por toda a vida. Nas leucemias agudas, o prognóstico é muito pior e apresenta pouca resposta a quimioterapia”, acresenta.
A duração do tratamento varia de acordo com o protocolo, podendo se dar por diversas semanas, ou até manutenção de medicamentos por toda a vida. Por isso, para promover uma qualidade de vida melhor aos gatos com leucemia, é necessário o tratamento suporte para que o paciente se sinta bem e continue se alimentando, orienta Fabiana. “Fluidoterapia, analgésicos, medicamentos para náuseas e estimulantes de apetite são frequentemente usados. Como anemia é comumente encontrada em pacientes com leucemia, as transfusões de sangue são indicadas em muitos casos. Muitas vezes a colocação de sonda esofágica para alimentação desses pacientes é indispensável”, exemplifica.
A atenção do tutor
Qualquer mudança no comportamento, peso e apetite observada no dia a dia pelos tutores deve ser levada em consideração e investigada. Além disso, todos os gatos devem ser testados para FIV e FeLV.
No caso dos FeLV positivos, consultas e exames de rotina devem ser feitos frequentemente para acompanhamento, devido ao alto risco de desenvolverem leucemias e linfomas, acrescenta e enfatiza a médica veterinária. “Em todos os casos em que o paciente adoece e necessita de cuidados especiais, a paciência, colaboração e dedicação dos seus tutores são essenciais para se iniciar e manter o tratamento. Apesar de ser um momento muito difícil para o gato e sua família, uma boa orientação com o apoio do veterinário de confiança pode ajudar a se adaptar a nova situação, retirando todas as dúvidas e decidindo em conjunto qual a melhor abordagem para cada paciente”, finaliza.
Dando continuidade ao tema da campanha Fevereiro Laranja, cujo objetivo é conscientizar a população sobre a leucemia, inclusive nos animais, hoje vamos falar sobre a doença nos cães.
Para tanto, conversamos com o Dr. Paulo Martin, Médico Veterinário Oncologista do Hospital Pet Planet e professor de Oncologia em curso de especialização, que durante a entrevista nos falou sobre o que é leucemia, seus sinais clínicos, tratamentos, entre outros.
Acompanhe!
Dr. Paulo Martin – arquivo pessoal
1 – O que é Leucemia e o que ocasiona no organismo dos cães acometidos por essa doença?
Sua etiologia é desconhecida e existem diferentes tipos de leucemias. Nos cães com leucemia os sinais clínicos são vagos e incluem anorexia, palidez, letargia, dor nas articulações, aumento dos linfonodos, além de aumento do fígado e dos linfonodos e altercações nos exames de sangue. Nos pacientes mais jovens a leucemia linfóide é mais comum, nos paciente idosos a leucemia mielóide é mais frequente.
2 – Como no dia a dia os tutores podem saber se o seu cão pode estar doente?
Observando alteração do comportamento do paciente, principalmente anorexia e perda de peso, mas isso pode ser sintoma de diversas outras doenças. O aumento dos linfonodos costuma ser um sintoma mais característico da leucemia em cães.
3 – A leucemia em cães tem cura, vacina ou tratamento? Se sim, quais são as opções de tratamento?
O paciente com leucemia pode ser tratado com protocolos quimioterápicos, com a associação de alguns fármacos.
4 – Em média quanto tempo dura o tratamento da leucemia em cães?
A resposta ao tratamento é variada, mas alguns pacientes apresentam alguns meses de sobrevida, sendo tratados durante todo o período.
5 – A leucemia em cães é transmissível para outros pets ou para os humanos? Se sim, de que modo?
A leucemia não é transmitida para outros animais ou humanos. E nos cães não tem associação com nenhum vírus de imunodeficiência.
6 – Como evitar que o cão tenha leucemia?
Não existem cuidados específicos para minimizar o risco do paciente canino desenvolver leucemia.
7 – Para finalizar, como deve ser o dia a dia do cão e sua família para que ambos tenham uma qualidade de vida saudável para lidar com essa situação?
O dia-a-dia de um paciente oncológico deve ser o mais normal possível, afim de que a relação de proximidade e companheirismo seja mantida e assim a qualidade de vida.
Saúde Mental: Dicas para Manter Saúde Mental – Médico Veterinário
Por Pauline Machado
De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, podemos entender saúde mental como um estado de bem-estar, em que a pessoa consegue apreciar a vida, trabalhar e contribuir com a sociedade, enquanto administra suas emoções. Significa conseguir lidar com os sentimentos positivos, como alegria e amor, assim como com os negativos, como tristeza, frustração e luto, sabendo administrar os momentos bons e os negativos na vida pessoal e profissional.
No entanto, nem sempre isso acontece no dia a dia do Médico Veterinário, e as justificativas são inúmeras: desvalorização da profissão, desunião da classe, dificuldade em lidar com perda de pacientes, frustração e sentimento de ter as “mãos atadas” em determinadas situações, são algumas delas.
A psicóloga Giorgia Brassac Kniggendorf, considera que, independentemente da profissão, a saúde mental deveria ser o objetivo de todos. Mas quando tange aos Médicos Veterinários, alguns pontos devem ser destacados. “Além de estar trabalhando com a vida de um ser, o Médico Veterinário trabalha com a pressão das famílias que levam seus bichinhos para tratamento. O Médico Veterinário lida com a dor dos familiares, às vezes com o luto, e ainda com a própria responsabilidade para com os seus pacientes. Logo, a pressão realmente é grande.
Por isso tudo, a saúde mental deve estar em dia, caso contrário podem surgir dúvidas no profissional sobre sua competência, também conhecida como Síndrome do impostor, se realmente fez o que podia. Pode-se, também, perceber um aumento da ansiedade e em alguns casos depressão. Além da síndrome de Burnout, também chamada de síndrome do esgotamento profissional, um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho”, explica.
Saúde emocional como diferencial competitivo
Ter em dia sua saúde mental faz com que o profissional trabalhe com menos ansiedade, o que pode se tornar um diferencial competitivo para o dia a dia dos Médicos Veterinários, avalia a especialista. “Técnicas de respiração, relaxamento e instrumentos para controlar as emoções podem fazer a diferença na hora de uma tomada de decisão, ou, por exemplo, no momento de falar com a família do pet, através de uma comunicação mais assertiva e realista”, pontua.
Para manter a saúde mental saudável, a psicóloga sugere que os Médicos Veterinários mantenham em paralelo às atividades do dia a dia:
1. Tenha um hobbie, algo que você goste muito e que tire seu pensamento do trabalho;
2. Faça meditação;
3. Quando perceber que a emoção ou sentimentos intensos estão tomando conta de seu pensamento, faça longas respirações;
4. Sempre fazemos nosso melhor, logo não se cobre tanto. Algumas coisas simplesmente não estão em nosso controle;
5. Leia bastante, se atualize. Informação nunca é demais, e nos deixa sempre prontos para qualquer eventualidade.
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Para os líderes
Giorgia ressalta que os líderes desempenham um papel importante para que a qualidade da saúde emocional de todos da sua equipe seja saudável individualmente e entre os colegas de trabalho.
Neste sentido ela orienta aos líderes que:
1. Escute sua equipe sem julgamento. Às vezes algo simples para você, é muito difícil para o outro;
2. Atente para as ideias da equipe. São eles que estão na linha de frente. São seus olhos com o público;
3. Faça pequenas, curtas reuniões de alinhamento;
4. Defina objetivos alcançáveis, e premie seus colaboradores não apenas com pequenas lembranças, mas com o reconhecimento do trabalho bem feito;
5. Lembre-se que o líder lidera pessoas, todas diferentes e com sentimentos diferentes. Logo, deve ter ou aprender a ter habilidade para praticar a empatia, sendo um líder que eles admirem e não um líder autoritário. Assim, seus colaboradores lhe seguirão por admiração e não por medo.
Para iniciarmos este ano de 2021 tão cheio de esperança por dias melhores, mais tranquilos e saudáveis, traremos durante o mês de janeiro conteúdos que contemplarão o tema bem-estar e corpo. Como forma de ressaltar a importância dos animais neste contexto, conversamos com uma pessoa muito especial – Glícia Ribeiro de Oliveira, fonoaudióloga, mestre e doutora em Fonoaudiologia, e voluntária integrante da equipe do Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos.
Com exclusividade, Glícia nos contou um pouco sobre o que mudou na sua vida a partir do trabalho no Rancho e sobre as reflexões que o convívio com os animais traz a todos nós, seres humanos.
Acompanhe!
PetMed – O que significa para você doar seu tempo como voluntária do Rancho dos Gnomos, em prol da saúde, do amor e do amparo aos animais?
Glícia de Oliveira – Doar meu tempo para ser voluntária do Rancho significa força e coragem para o meu dia a dia, principalmente pela história de servidão aos animais dos fundadores do Rancho – Marcos e Silvia, quanto hoje poder estar tão próxima desses animais que são acolhidos e que encontram uma nova chance de viverem como eles deveriam viver junto aos humanos, com amor, dedicação e respeito acima de tudo e dessa harmonia.
Então, hoje para mim, força e coragem são as duas palavras que resumem o vínculo que você pode ter com um animal em que você troca o olhar e, embora ele já tenha sofrido tanto, principalmente nas mãos do homem, ainda assim, ele te olha com muita compaixão. Lá no Rancho a gente encontra, principalmente, este sentimento, o de gratidão. Quando eles sentem que você está fazendo algo por eles, você percebe nitidamente o olhar deles de agradecimento, ao que brota genuinamente no meu coração cada dia mas também por estar vivendo isso junto deles.
PetMed – Há quantos anos você é voluntaria no Rancho dos Gnomos?
Glícia de Oliveira – Eu acompanho o trabalho, a história da Silvia e do Marcos pelas redes sociais há muitos anos, mas a primeira vez que eu os encontrei pessoalmente, e que, desde o primeiro momento já surgiu uma conexão tamanha com os dois e com a história deles, ainda mais de perto ali junto com os animais, fará dois anos agora em novembro, que eu tenho a honra mesmo de estar como voluntária do Rancho.
PetMed – O que lhe fez ser voluntária do Rancho e o que mudou na sua vida desde então?
Glícia de Oliveira – Eu fui passar um fim de semana pelo programa Eco Voluntário do Rancho, e lá eu pude presenciar algo que eu nunca tinha visto na minha vida. Que eu acompanhava a história do Rancho pelo Instagram, sabia do quanto a Silvia e o Marcos serviam aos animais, mas, quando eu cheguei lá era muito melhor do que eu tinha visto virtualmente.
Eu sentia verdade pelos vídeos e tudo, mas, quando você chega no Rancho, você sente uma energia de tanta verdade, de tanta transparência, que eu fiquei encantada. É surreal!
Então, o que me fez ser voluntária do Rancho, é que eu tento levar a minha vida sempre com muita verdade. Essa verdade eu pude encontrar no caminhar da Silvia e do Marcos e nesse amor em cada olhar dos animais, em que você vê o espelho de toda a história, então, isso me fez ser voluntária. A cada dia que passa eu quero mais estar junto, ajudar, apoiar e compartilhar dessa minha história com eles.
Um pouco antes de ser voluntária, eu tive alguns problemas pessoais em que eu estava um pouco desanimada, triste e hoje eu me sinto muito mais feliz, muito mais útil e muito mais forte com esse amor, com essa harmonia com os animais, com essa servidão.
Eu acho que eu passei a servir mais, não só com os animais, eu me sinto muito mais gentil, mais generosa e mais cuidadosa com todos os seres vivos. Tanto com os animais, como com uma formiguinha que eu já cuidava e tentava não pisar, mas, hoje eu quero ver onde ela mora, o que ela está comendo, sabe? Essas coisas mínimas, mas eu passei a valorizar cada detalhe, porque toda vida importa.Acho que isso mudou muito a minha vida.
PetMed – Por que a vida relacionada com os animais é melhor?
Glícia de Oliveira – Eu acho que a conexão principalmente. Esse vínculo com os animais nos faz melhor, sim. A vida é muito melhor com eles, principalmente porque a gente precisa ser como eles, sobretudo com relação ao amor incondicional, à fidelidade, ao olhar genuíno. Eu estou aqui respondendo e estou com uma das minhas quatro cachorras me lambeando. Eles estão o tempo todo se doando, se dando, se entregando, e eu acho que isso nos faz melhor a partir do momento em que a gente também se entende nesse vínculo.
Eu fiz meu mestrado e meu doutorado com intervenção assistida por animais. E, até no doutorado, trabalhei um pouco mais a parte quantitativa para mostrar que você fica melhor ao se relacionar com o cão. Você fala melhor, você se comunica melhor porque eu, como fonoaudióloga, uso o cão como um dispositivo terapêutico para motivação de linguagem, e, sem dúvida nenhuma , todos os pacientes em que eu estava com o cão a relação e o vínculo foram imediatos, como consequência natural, os benefícios são disparadamente melhores – não queixando da tradicional, do vínculo do terapeuta em si, mas, ajuda muito nessa conexão. Então, sem dúvida nenhuma é muito melhor estar com eles!
PetMed – O que mais você gostaria de acrescentar sobre as maravilhas de conviver – e servir aos animais?
Glícia de Oliveira – Primeiramente eu gostaria muito de agradecer o trabalho do Marcos e da Silvia, junto aos animais, e de acrescentar que eu estou muito grata com tudo o que eu tenho vivido junto ao Rancho dos Gnomos, participando dos resgates e das transferências dos animais. Me sentir, hoje, parte da família Rancho, é uma benção. Eu me sinto muito além da missão que eu achava que eu tinha. É muito significativo para mim, poder expandir o que eu vivo, o conhecimento do que eu vivo e do que eu desejo hoje para a humanidade, que é buscar cada vez mais harmonia entre todos do planeta, da galáxia, do universo e, além disso, buscar ser mais, cada vez mais ser mais forte, mais corajosa e viver mais em união pelos animais!
Sobre o Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos
O casal Silvia e Marcos Pompeu, idealizadores e fundadores do Rancho dos Gnomos há quase 30 anos se dedicam no acolhimento de animais silvestres, exóticos e domésticos oriundos de apreensões ou resgates em situação de risco ou crime ambiental.
No trabalho de recuperação dos animais resgatados, inclui a possibilidade de reintrodução à natureza. Caso a necessidade em abrigá-los, recebem cuidados e tratamentos para além dos tradicionais, também os integrativos com o intuito máximo de reparar o que lhes foi “corrompido”.
São acolhidos 150 animais no total da sede de Cotia e de Joanópolis (SP), entre cães, porcos, gato do mato, cabras, macacos, gatos, bois, veadinhos, aves, onças pardas e pintada, leões e ursos.
Para conhecer mais o trabalho do Rancho dos Gnomos acesse: