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Agosto Verde: Conscientização sobre o Linfoma em animais. Reconheça sinais, busque ajuda. Dra. Ligia Mendes compartilha insights.

Por Pauline Machado

⠀⠀⠀A campanha Agosto Verde vem para conscientizar os tutores sobre um tipo de câncer muitas vezes silencioso e desconhecido, o Linfoma.
⠀⠀⠀Muito falado na medicina humana, hoje o linfoma tem se tornado um diagnóstico bastante frequente na rotina do Médico Veterinário Oncologista e o simples fato de sabermos sobre a sua existência, quando suspeitar e quando buscar ajuda é fundamental para avançarmos no tratamento desta doença, enfatiza a nossa entrevistada de hoje, a Médica Veterinária, Ligia Mendes, graduada pela Universidade Estadual de Maringá – UEM.
⠀⠀⠀Portadora do CRMV/SC: 08546, Dra. Ligia foi residente em cirurgia de cães e gatos pela mesma instituição da graduação, além de ter pós-graduação em Oncologia pelo instituto Bioethicus e em Cirurgia de Tecidos Moles pela PUC – PR
Boa leitura!

⠀⠀⠀Pet Med – O que podemos entender por linfomas?
⠀Ligia Mendes – Linfoma é um termo genérico utilizado para agrupar o câncer que tem como origem as células linfóides do organismo, as células de defesa.

⠀⠀⠀Pet Med – Neste cenário, quais são os problemas mais comuns em cães e gatos?
⠀Ligia Mendes – O linfoma é na verdade um grupo de doenças com comportamentos, sinais clínicos, diagnósticos e tratamentos completamente distintos um do outro. De modo geral, hoje a maior casuística na minha rotina é a apresentação multicêntrica em cães e alimentar nos gatos.

⠀⠀⠀Pet Med – De que forma este tipo de câncer pode surgir e quais são suas implicações para a saúde dos pets?
⠀Ligia Mendes – Tudo irá depender da classificação da doença. Os linfomas podem ser classificados quanto a morfologia celular em linfomas de pequenas células, células intermediárias ou grandes células (baixo grau x alto grau); quanto à localização anatômica, como linfoma multicêntrico, linfoma alimentar, linfoma esplênico, linfoma cutâneo, linfoma medular, entre outros; e ainda possuem uma classificação molecular, tipo B ou tipo T.
⠀Ele pode cursar como uma doença mais branda, onde inclusive não temos indicação de tratar com quimioterapia, tendo estes pacientes um melhor prognóstico; mas pode também ser uma doença de algo grau, com o aparecimento de sinais de forma repentina, comportamento mais agressivo e baixo prognóstico de vida.

⠀⠀⠀Pet Med – Quais são os sintomas de um animal com linfoma?
⠀Ligia Mendes – De modo geral os animais podem apresentar apatia, perda de apetite, febre, vômito, diarreia como sinais mais inespecíficos. Além, podem ter sinais específicos relacionados à apresentação clínica anatômica, como por exemplo aumento dos linfonodos palpáveis para a forma multicêntrica, dificuldade respiratória para a forma mediastínica nos felinos, nódulos/lesões cutâneas na apresentação cutânea, paralisia de membros pélvicos na apresentação medular em felinos, entre outros.

⠀⠀⠀Pet Med – E quanto ao diagnóstico, como é identificado?
⠀Ligia Mendes – Pararealizarmos o diagnóstico do linfoma, além do histórico relatado pelo tutor e do exame físico do paciente no consultório, que em alguns casos pode já orientar o médico veterinário a suspeitar de um quadro de linfoma, como por exemplo, quando identificado aumento dos linfonodos na apresentação multicêntrica, também precisamos realizar exames hematológicos, ultrassonografia abdominal e radiografia torácica.
⠀Uma vez identificada uma alteração no paciente que seja passível de coleta de amostra para análise citológica, costumamos iniciar por ela como exame de triagem diante de uma suspeita. Após confirmada a suspeita, hoje o “padrão ouro” para o diagnóstico do linfoma é a análise histopatológica, a biópsia, em conjunto com a imuno-histoquímica. Em algumas situações específicas, quando não é possível por exemplo coleta de material para histopatologia e/ou diferenciar um processo reativo não tumoral, podemos lançar mão de um PCR específico para diagnóstico de linfoma (PARR).

⠀⠀⠀Pet Med – Para cão ou gato diagnosticado com linfoma, quais são os possíveis tratamentos?
⠀Ligia Mendes – De modo geral, a quimioterapia é o tratamento mais utilizado para a grande maioria dos linfomas, mas isso não significa que ela sempre será indicada para todo e qualquer tipo de linfoma. Em outros casos, a cirurgia pode ser necessária, como por exemplo nos casos de linfoma intestinal/alimentar com formação de massas, que podem causar obstruções.
Hoje, também trabalhamos de forma multidisciplinar, associando terapias complementares como suporte nutricional especializado, nutracêuticos, terapias integrativas, entre outros.

⠀⠀⠀Pet Med – E quanto às medidas de prevenção. É possível prevenir o aparecimento de linfomas?
⠀Ligia Mendes – Não é possível falarmos de prevenção específica para o linfoma. O câncer é uma doença multifatorial, com causas genéticas e epigenéticas envolvidas no seu desenvolvimento. Nós podemos trabalhar sobre os fatores epigenéticos relacionados ao desenvolvimento dos cânceres de modo geral, como evitar exposição a radiação, evitar administração excessiva de medicamentos, fazer uso de uma alimentação de boa qualidade, realizar atividade física de forma rotineira, fazer o controle do peso do paciente, evitar fatores de estresse, evitar inflamação crônica dos pacientes, tratar comorbidades, entre outros.

⠀⠀⠀Pet Med – No dia a dia com a família, que hábitos devem ser adotados ou evitados ao pet com linfoma?
⠀Ligia Mendes – Após um diagnóstico de câncer e início do tratamento, a família passa a ser nossos olhos no dia a dia do paciente. Formamos uma equipe, cujo objetivo principal é promover saúde e qualidade de vida ao cão ou gato. O contato/laço criado entre o Oncologista e a família multiespécie é muito especial e necessário ao longo de todo o tratamento, pois eles irão fornecer informações relevantes ao durante toda a terapia quanto ao apetite, comportamento/disposição, melhora clínica geral, o que guiará e auxiliará na tomada de decisão sobre a melhor conduta clínica para aquele paciente.
⠀Além disso, há uma preocupação em particular quanto ao autocuidado, uma vez que sabemos que os agentes quimioterápicos são citotóxicos e por isso indutores de câncer, há uma preocupação com os membros da família quanto a proteção ao administrar as medicações orais aos animais, armazenagem desta medicação em casa, cuidados com secreções após as primeiras horas após a quimioterapia (urina, fezes e vômitos) e descarte destes dejetos.

⠀⠀⠀Pet Med – Por fim, o que mais é importante frisar sobre a possibilidade de cães e gatos desenvolverem linfoma?
⠀Ligia Mendes – Infelizmente os casos de câncer vem aumentando a cada ano. Impedir que o animal desenvolva câncer, na grande maioria das vezes, não está sob o nosso alcance, mas é sim da responsabilidade do tutor ao perceber qualquer anormalidade no pet buscar por ajuda especializada. Isso é posse responsável. O diagnóstico precoce salva vidas, evita desgaste emocional da família, dor e sofrimento ao paciente.
⠀Campanhas de conscientização como esta, que trazem informação às pessoas que não sabem como suspeitar de um quadro inicial de linfoma são importantes para que estejamos sempre falando sobre o assunto e atingindo cada vez mais aqueles tutores que desconhecem a doença. Só com o conhecimento poderemos diagnosticar cada vez mais, cada vez mais cedo, aumentando as possibilidades de cura clínica.
Visitas regulares ao veterinário e exames de check-ups anuais ainda são nossas melhores armas no combate ao câncer.

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