Sabemos que nem só de conhecimentos técnicos vivem os Médicos Veterinários. Ter acesso a novas experiências, novos saberes, novas culturas e formas de atuar é fundamental para formar os diferenciais competitivos que fazem os Médicos Veterinários se destacarem no mercado.
Neste cenário, a participação em feiras e congressos são extremamente importantes e quem já tem esse hábito na sua programação anual, sem dúvidas amplia seus horizontes.
Pensando nisso, a Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários (ABHV) sai na frente e procura trazer aos seus associados aqui no Brasil tais diferenciais que adquire em sua passagem por congressos no Brasil e no mundo, como agora, em que o seu diretor fundador, o Médico Veterinário Roberto Luiz Lange, portador do CRMV-PR nº: 2806, esteve visitando o VMX – Veterinary Meeting & Expo, nos Estados Unidos.
Lange também é Diretor fundador fundador da ANMV – Associação Nacional dos Médicos Veterinários; Conselheiro do CRMV-PR e Diretor do Hospital Veterinário Santa Mônica Ltda em Curitiba, no Paraná.
Acompanhe a entrevista!
Pet Med – O que é o VMX – Veterinary Meeting & Expo?
Roberto Luiz Lange – O VMX, anteriormente denominado NAVC é a maior Convenção de Médicos Veterinários do mundo, associada a uma exposição de produtos e serviços ligados à área veterinária. Em 2023, quando completou 40 anos de Congresso, reuniu 27 mil profissionais incluindo assistentes veterinários, lá denominados de Technicians.
Pet Med – De modo geral, qual é a importância deste evento para a Medicina Veterinária?
Roberto Luiz Lange – Por se tratar do maior evento global do mundo em assuntos da área veterinária, há elevada troca de informações, palestras com avanços conseguidos na profissão, área de expositores de equipamentos e suprimentos médicos de altíssima tecnologia.
Pet Med – Há quantos anos a ABHV participa deste evento?
Roberto Luiz Lange – A Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários, participa do evento desde nossa fundação em 2017.
Pet Med – De que forma a ABHV participa do VMX, como público, como parceria ou como patrocinador?
Roberto Luiz Lange – Participamos como profissionais inscritos no evento técnico e por sermos parceiros da Nuremberg Messe do Brasil, a organizadora do congresso Pet South América, aqui no País, também participamos como co-parceria entre o VMX e a Pet South.
Pet Med – Qual é o objetivo da ABHV ao estar presente no VMX?
Roberto Luiz Lange – Estarmos em sintonia com o que acontece fora do Brasil, observando as inovações tanto na área Médica Veterinária em si, como de novas tecnologias que possam a ser utilizadas para os padrões do Brasil, além dos processos de gestão. Também reiteramos acordos de cooperação firmados com a associação de hospitais americano – AAHA – American Animal Hospital Association.
Pet Med – E a importância em estar neste evento, para as iniciativas da ABHV aqui no Brasil?
Roberto Luiz Lange – É de suma importância conhecer novos meios e mecanismos de aperfeiçoamento para nossos estabelecimentos e até da carreira profissional. Precisamos estar antenados para o futuro e promover essas mudanças, tanto estruturais, como de comportamento para podermos influenciar a melhora contínua da prestação de nossos serviços.
Pet Med – De que forma os aprendizados e conhecimentos adquiridos no evento chegam aos associados da ABHV a fim de contribuir para o aprimoramento deles em seus empreendimentos?
Roberto Luiz Lange – Uma das grandes missões que temos como entidade associativa é promover o benchmarking, aliás foi o motivo que deu origem à ABHV, pois a troca de informações entres os associados, faz com que o todo melhore, e exatamente o benchmarking com nossas visitas ao VMX é que levamos a todos os afiliados.
Pet Med – Quais são os maiores ganhos para os Médicos Veterinários que investem em participar do VMX?
Roberto Luiz Lange – Há inúmeras oportunidades de se obter melhorias frequentando um congresso desse porte. Como exemplos, podemos citar as possibilidades de negócios internacionais entre veterinários e a indústria Americana e mundial, além de conhecimentos técnicos científicos na diferentes áreas de conhecimento que sejam integradas à Medicina Veterinária, às tendências mercadológicas, modelos de contratação e de valorização profissional, melhoria direta na prestação de serviços, e, sobretudo, é muito importante, a percepção dos novos modelos de interação com clientes, utilizando-se de tecnologia da informação.
Pet Med – O que esperar da Edição 2024 do VMX?
Roberto Luiz Lange – Espera-se um aumento ainda maior do número de participantes, haja vista a qualidade do evento que vem se superando ano a ano. No ano de 2023 nós da ABHV, em reuniões com o AAHA, tivemos conversas preliminares para se estabelecer no Brasil, padrões de atendimento, muito fortalecidos por lá, os denominados guidelines para diversas condutas médicas.
Pet Med – Para finalizar, o senhor entende como importante reforçar sobre o tema para os nossos leitores?
Roberto Luiz Lange – Que é sempre uma surpresa participar do VMX. No mundo atual, em que as mudanças são extremamente rápidas, buscar novos horizontes se faz necessário, pois entendemos que ainda temos um caminho muito longo para avançar em relação aos países mais desenvolvidos.
Com o objetivo de conscientizar a população sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea, o Instituto Nacional do Câncer – INCA lançou a campanha Fevereiro Laranja. Assim como na saúde das pessoas, o câncer também pode ser bem perigoso para a saúde dos pets, sobretudo para os gatos, que podem ser contaminados pelo vírus da FeLV, também conhecida como leucemia felina – que não tem cura.
Para nos dar mais informações sobre essa doença, conversamos com exclusividade com o Médico Veterinário, Luís Felipe Kühl, portador do CRMV-SC nº: 11.234, médico veterinário da Clínica Veterinária Escola do Centro Universitário UniCuritiba, com aprimoramento em clínica médica de pequenos animais e mestrando em Ciência Animal pela Universidade Federal do Paraná. Boa leitura!
PET MED – Qual é o significado e a importância da Campanha Fevereiro Laranja? Luís Felipe Kühl – O Fevereiro Laranja representa a conscientização da população frente à prevenção, diagnóstico e tratamento da Leucemia, uma doença maligna que desencadeia um mau funcionamento da medula óssea e repercute em alterações celulares em todo organismo. Isto evidencia a importância do entendimento de que, se diagnosticada precocemente, existem terapias que podem auxiliar na luta contra a enfermidade e fornecer mais conforto para os pacientes.
PET MED – Neste cenário, os animais também são passíveis de terem leucemia? Luís Felipe Kühl – Sim, os animais também podem sofrer com a Leucemia. Porém, existem diferentes tipos da doença, em especial nos animais, em que algumas apresentações possuem causas pré-estabelecidas desencadeadas por agentes infecciosos.
PET MED – No caso dos gatos, a leucemia seria a FeLV? Por quê? Luís Felipe Kühl – Pode ser. Haja vista que as Leucemias diagnosticadas em felinos comumente estão relacionadas com a infecção pelo Vírus da Leucemia Viral Felina, popularmente conhecido como FeLV. Ele, após adentrar no organismo e atingir a fase progressiva, apresenta persistência virêmica e, consequentemente, desencadeia distúrbios na medula óssea que podem originar os quadros de Leucemia.
PET MED – Mas, o que é a FeLV?
Luís Felipe Kühl – A doença ocasionada pelo Vírus da Leucemia Viral Felina é específica dos gatos e pode apresentar alto percentual de letalidade nos animais acometidos. Além disso, quando nas fases mais críticas da infecção, se torna persistente no organismo do paciente e não apresenta possibilidade de cura.
PET MED – De que modo a FeLV é transmitida? Luís Felipe Kühl – A transmissão do vírus pode ocorrer principalmente de forma horizontal e vertical, em que, na primeira, o contato próximo entre animais sadios e animais contaminados pode predispor o contágio por meio de secreções presentes em vasilhas de água, de alimentos, nas lambeduras e nas brigas. Enquanto que, a transmissão vertical está associada aos casos nos quais o vírus pode ser transmitido pela mãe durante o período de gestação. Também é importante ressaltar que existe a possibilidade de ocorrer transmissão iatrogênica, ou seja, causada por nós mesmos, por meio de materiais contaminados e transfusões sanguíneas.
PET MED – Quais são os sinais clínicos de um gato com FeLV? Luís Felipe Kühl – Os sinais clínicos evidenciados em pacientes positivos para FeLV são inúmeros e variáveis, podendo encontrar animais com apatia, diminuição do apetite com consequente perda de peso, dispneia e letargia. Enquanto que em exame físico e laboratorial podemos identificar mucosas pálidas, aumento de linfonodos e presença de anemia, respectivamente.
PET MED – Para um gato já contaminado, quais são os possíveis tratamentos? Luís Felipe Kühl – Após a contaminação persistente do vírus o indicado é sempre manter o animal com o sistema imunológico fortalecido e livre de qualquer situação de estresse. E, caso apresente algum sinal clínico associado ou secundário à doença, deve ser instituída terapia de suporte para fornecer forças ao organismo. Também é muito importante destacar a realização de exames periódicos com acompanhamento veterinário e a implementação de uma alimentação de qualidade, para trazer benefícios e fortalecimento à saúde e bem-estar dos pacientes.
PET MED – E como medidas de prevenção, quais devem ser adotadas? Luís Felipe Kühl – Embora não exista nenhum método 100% eficaz, a vacinação é uma das formas de prevenção mais utilizadas no dia a dia, proporcionando imunidade aos animais por meio da estimulação do sistema imunológico. Também é indicado identificar os portadores do vírus para controle e não permitir o acesso dos animais à rua ou o contato com outros felinos que não se conheça o histórico, pois, em alguns casos, estes animais podem ser positivos para FeLV e a transmissão pode acontecer.
PET MED – Em que consiste o Teste para FeLV e quais são as diferenças entre o teste rápido e o PCR?
Luís Felipe Kühl – Os testes para detecção da FeLV consistem em tecnologias capazes de identificar a presença da infecção viral no organismo, sendo os mais utilizados o Teste Rápido (TR) e a Cadeia de Polimerase (PCR), em que o TR é um exame sorológico que frequentemente é direcionado para a triagem dos pacientes, haja vista que é um teste prático e confiável para detectar a viremia, ou seja, a presença de proteínas virais na circulação sanguínea. Enquanto que o PCR possui a capacidade de detectar o próprio material genético do vírus e é o exame indicado para confirmação da infecção, fato o qual se justifica devido o TR não ser capaz de detectar todas as fases virais e poder apresentar resultados falsos-negativos.
PET MED – Em que casos cada tipo de teste deve ser adotado pelo tutor? Luís Felipe Kühl – A decisão pela utilização dos testes é escolhida pelo médico veterinário de acordo com a necessidade e histórico do animal. Podendo ser escolhido o Teste Rápido para dar início ao acompanhamento do paciente e, se preciso for, a indicação da Cadeia de Polimerase (PCR) para confirmação de infecção. Porém, em alguns casos, como em felinos doadores de sangue, a utilização do PCR é exclusiva, haja vista a capacidade comprobatória desta tecnologia na detecção viral.
PET MED – E, quanto ao protocolo vacinal, existe para a prevenção da FeLV? Luís Felipe Kühl – Sim. Atualmente contamos com vacinas que fornecem uma boa proteção contra o vírus e que devem ser realizadas em pacientes saudáveis, que já foram testados negativos para a doença. É importante salientar que nenhuma vacina é capaz de proteger 100% o animal, por isso, além da imunização, é importante manter todos os cuidados de manejo e evitar o contato com outros felinos não vacinados.
PET MED – Para finalizar, quais cuidados os tutores devem ter em casa para manter a qualidade de vida de um gatinho com FeLV? Luís Felipe Kühl – É de suma importância sempre manter um bom estado nutricional para fortalecimento do organismo, um ambiente enriquecido para diminuir os níveis de estresse e o acompanhamento periódico com o (a) médico (a) veterinário (a).
Se não houver cura, que ao menos haja conforto – esse é o lema que há nove anos originou a iniciativa da Campanha Fevereiro Roxo. Essa campanha ajuda na conscientização de que, mesmo nos casos de doenças incuráveis como o Alzheimer, é possível amenizar os sinais clínicos e proporcionar melhor qualidade de vida das pessoas e também de outros animais.
A Campanha Pet abrange cuidados com os animais idosos, mais suscetíveis a terem a Síndrome da Disfunção Cognitiva, popularmente conhecida como Alzheimer em cães e gatos. Sobre esse assunto, conversamos com Ana Elisa Arruda Rocha, Médica Veterinária da Puppies Personal Vet. Portadora do CRMV-PR nº:05102. Ana Elisa é, também, mestra em Clínica Médica e docente na Unidade Curricular de Clínica Médica de Cães e Gatos do Centro Universitário UniCuritiba. Acompanhe!
PET MED – Relacionado aos pets, qual é o significado e a importância da Campanha Fevereiro Roxo? Ana Elisa Arruda Rocha – Esta campanha visa conscientizar as pessoas sobre a importância dos cuidados especiais com animais idosos e auxiliar no reconhecimento precoce das doenças neurodegenerativas de cães e gatos que podem surgir nesta fase.
PET MED – O que podemos entender por Alzheimer em cães e gatos? A doença tem cura? Ana Elisa Arruda Rocha – As disfunções cognitivas canina e felina causam alterações fisiológicas e comportamentais em animais idosos semelhantes aos sinais clínicos da doença de Alzheimer em humanos. A disfunção cognitiva é uma doença incurável, mas pode ter seus efeitos minimizados com o uso de alguns medicamentos, suplementos e terapias.
PET MED – Quais são os sinais clínicos de um animal com Alzheimer? Ana Elisa Arruda Rocha – Desorientação, mudanças na interação com pessoas e animais, alterações no ciclo sono-vigília, falhas no aprendizado e memória, vocalização excessiva, micção e defecação em locais inapropriados são alguns dos sinais clínicos observados. Entre os médicos veterinários utilizamos a sigla DISHA (em inglês representando Disorientation, Interaction changes, Sleep/wake disturbances, House soiling and Activity changes) para sintetizar o conjunto de sinais clínicos mais comuns relacionados à doença.
PET MED – E quanto ao diagnóstico, como é identificado? Ana Elisa Arruda Rocha – Primeiramente fazemos perguntas relacionadas ao comportamento do animal, investigando mudanças na interação com a família e histórico de alterações no ciclo de sono e vigília. Esses pacientes normalmente trocam o dia pela noite, passam a andar em círculos, podem pressionar a cabeça na parede, apresentar déficit de memória, terem comportamentos de ansiedade e/ou agressividade, além de urinar e defecar em locais inadequados. Esse questionário inicial é fundamental. Em seguida realizamos o exame neurológico completo e solicitamos exames complementares de check up geriátrico para descartar outras doenças com sinais clínicos semelhantes. Em alguns casos pode ser solicitada ressonância magnética para investigações neurológicas mais específicas. O ideal é que o paciente seja acompanhado pelo clínico geral e um neurologista veterinário.
PET MED – Para cães e gatos já diagnosticados com Alzheimer, quais são os possíveis tratamentos? Ana Elisa Arruda Rocha – O tratamento deve ser multimodal tanto em cães como em gatos. Podemos prescrever medicamentos alopáticos, homeopáticos, suplementos que ajudam a retardar o envelhecimento cerebral e melhorar as funções cognitivas, além de alimentação rica em antioxidantes específica para animais idosos.
Terapias integrativas também podem auxiliar muito na qualidade de vida dos animais e de suas famílias. Para maiores informações sobre as terapias integrativas indicadas para estes casos, podem entrar em contato via direct no perfil @puppiespersonalvet no Instagram.
PET MED – E como medidas de prevenção, quais devem ser adotadas? Ana Elisa Arruda Rocha – As consultas preventivas com o médico veterinário devem ser realizadas a cada seis meses em pacientes geriátricos. Normalmente são prescritos suplementos específicos e nutrição devidamente ajustada para esta fase. Os tutores podem também promover diferentes atividades através de enriquecimento ambiental, para que os animais se mantenham ativos, com corpo e mente sempre estimulados de maneira saudável.
PET MED – Quais cuidados os tutores devem ter em casa para manter a qualidade de vida de um animal com Alzheimer? Ana Elisa Arruda Rocha – Os tutores podem fazer alterações na casa de acordo com a necessidade do animal, como utilizar material antiderrapante nos pisos para facilitar a mobilidade, manter uma rotina diária regular, retirar objetos que possam ser perigosos no ambiente, limitar a área de acesso do animal quando não estão sendo supervisionados, para que não fiquem presos em algum local e não consigam sair sozinhos. Para finalizar vale ressaltar que, quando os tratamentos citados não forem mais suficientes, devemos lembrar que o amor, a lealdade e o companheirismo continuarão sendo bem vindos e merecidos pelo animal até o seu último dia de vida!
O novo ano começa trazendo um monte de oportunidades para reescrevermos nossas histórias, e começa também trazendo a Campanha Janeiro Branco, que marca, no Brasil, uma série de ações voltadas às questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas. Neste aspecto devemos alertar para os números voltados aos Médicos Veterinários, uma vez que dados do Sistema Único de Saúde – SUS, apontam os profissionais desta área como os de maior risco de suicídio no Brasil, devido à Síndrome de Burnout e a fadiga por compaixão.
De acordo com registros do Datasus – portal de dados do SUS, entre os anos de 1980 e 2007, frente à população geral, a taxa de suicídio de médicos-veterinários é de 10,6 para um. Para evitar que esse comportamento avance e comprometa a vida dos colegas de profissão e suas famílias, conversamos com exclusividade com a psicóloga Camilla Christiane Eckert, especialista em Terapia Coginitivo-Comportamental em Saúde, portadora do registro profissional CRP PR: 08/28392 e membro da EKOAVET – Associação Brasileira em prol da Saúde Mental na Medicina Veterinária. Acompanhe!
Camilla Christiane Eckert, especialista em Terapia Coginitivo-Comportamental em Saúde
PET MED – O que é o Movimento Janeiro Branco? Camila Eckert – Janeiro Branco é um movimento social desenvolvido com o objetivo de chamar atenção da sociedade para as pautas que envolvem a saúde mental. Com campanhas, ações e projetos o tema vem sendo cada vez mais debatido e a população cada vez mais vem sendo conscientizada sobre o assunto.
PET MED – Por qual motivo janeiro foi escolhido para tratar o tema? Camila Eckert – Por ser um mês cercado de muita reflexão. Normalmente é no mês de janeiro que as pessoas fazem reflexões a respeito das suas vidas, seus projetos, sonhos, relacionamentos, do que já viveram nos anos anteriores, do que querem para o ano que está começando, metas e objetivos.
PET MED – Qual é a importância de cuidarmos da saúde mental? Camila Eckert – É fundamental nós cuidarmos da saúde mental pois ela está diretamente relacionada com a qualidade de vida. Ela influencia a saúde física, a vida social e gera impacto na capacidade cognitiva dos indivíduos. Ou seja, ela engloba grandes áreas da nossa vida que auxilia a lidar com questões estressantes da melhor forma possível. Quando ela é afetada por alguma questão, alguns transtornos psicológicos podem ser desenvolvidos e, nesses casos, o acompanhamento com psicólogo e psiquiatra é indispensável, e esse cuidado a mais na saúde mental se faz necessário.
PET MED – O que podemos entender como Síndrome de Burnout? Camila Eckert – A Síndrome de Burnout é uma síndrome psicológica, um estado de sofrimento psíquico que está associado ao estresse no ambiente de trabalho, podendo assim prejudicar o bem-estar profissional e pessoal do indivíduo. Exaustão emocional, baixa realização profissional e despersonalização são alguns dos fatores multidimensionais dessa síndrome, que podem envolver sintomas como: raiva, fadiga intensa, distúrbios do sono, depressão, sentimentos de fracasso e insuficiência, distanciamento emocional, frustração. E os profissionais que mais apresentam probabilidade de desenvolverem Burnout são aqueles que têm muito contato com clientes e que apresentam certa dificuldade em lidar com fatores de estresse no trabalho.
PET MED – Muitas pessoas dizem que a fadiga, que o cansaço mental é muito pior, que causa muito mais desconforto do que o cansaço ou a fadiga física. Podemos entender esse tipo de relato como um indício de Síndrome de Burnout? Camila Eckert – O cansaço mental realmente é algo que esgota muito o indivíduo que está passando por momentos de estresse ou que está desenvolvendo a Síndrome de Burnout. Mas não podemos afirmar a partir somente deste relato que ele está desenvolvendo a síndrome. Temos que prestar atenção no que mais tem nesse relato, no que mais a pessoa está sentindo, o que mais está passando pela cabeça dela. Isso porque a exaustão mental, a fadiga, também é sintoma de outros transtornos psicológicos, além também da frequência com que a pessoa se sente dessa forma. Então um diagnóstico diferencial é necessário.
PET MED – De que forma o ambiente de trabalho pode contribuir positivamente ou negativamente para a saúde mental e, consequentemente, para a produtividade dos profissionais? Camila Eckert – O ambiente de trabalho pode influenciar bastante na saúde mental do trabalhador, e deixar o ambiente mais propício para que a pessoa consiga se sentir à vontade, confortável, ser criativa e exercer sua função com tranquilidade. Mas também é um ambiente que pode ser fator de grande estresse para muitas pessoas. O ambiente de trabalho quando não valoriza o profissional, quando dentro desse espaço não há limites profissionais, quando há conflitos entre a equipe, entre os colaboradores, dificuldade de relacionamento com os clientes, situações de estresse vão se acumulando e vai se tornando cada vez mais difícil ser produtivo nesse local. Então, para que os profissionais consigam trabalhar de forma saudável é necessário que os limites sejam respeitados, que a equipe seja valorizada e que os profissionais consigam lidar com as situações conflitantes que irão continuar aparecendo eventualmente.
PET MED – O que as empresas, os líderes de equipes podem fazer ou propor, a fim de favorecer um ambiente de trabalho saudável para seus colaboradores? Camila Eckert – É importante que as empresas ofereçam projetos de saúde mental para os colaboradores, como palestras, cursos e workshops para além de conscientizar e levar o debate para mais pessoas, mostrar a relevância de cuidar da saúde mental e divulgar formas de tratamento, divulgar a existência de terapias individuais e em grupo, a existência de CAPS e CAPS AD. Isso indica que aquele local se importa de alguma forma com a saúde mental dos colaboradores. Outro ponto de extrema importância são os líderes participarem desses projetos, porque eles também fazem parte da equipe e também podem adoecer. E como exemplo de forma prática que os líderes das equipes podem fazer, estipular pequenas pausas durante o expediente, não permitir acúmulo de funções e ser flexível com os colaboradores quando possível.
PET MED – Especificamente no contexto dos Médicos Veterinários, o que esses profissionais podem fazer em sua rotina diária para preservar sua saúde mental saudável? Camila Eckert – Tentar manter atividades de autocuidado. Às vezes, dependendo do local que trabalha, o dia pode ser mais corrido, mas é muito importante tentar se priorizar. Fazer o que é possível dentro da sua realidade, respeitando seus limites. Se alimentar bem, com refeições completas, fazer pausas, tentar dormir em alguns momentos nos plantões. E o mais importante, quando você estiver fora do trabalho, tentar não trabalhar mais. Isso ajuda muito a saúde mental.
PET MED – E, no ambiente familiar? Como pessoas, de modo geral, podem manter a saúde emocional em equilíbrio? Camila Eckert – Cada sistema familiar funciona de uma forma. A pessoa vai observar e ver como funciona o sistema familiar dela e identificar se para ela o melhor é tentar se aproximar de algumas pessoas da família, se afastar de outras, ir atrás e construir sua própria família. Com algumas pessoas, a conversa é algo que ajuda a manter um equilíbrio familiar, ou seja, expor como você se sente e conseguir ouvir a outra pessoa é algo que pode ser positivo. Mas cada um pode tentar identificar o que é melhor para si mesmo e respeitar as próprias escolhas e se acolher.
PET MED – Neste sentido, qual é a importância da presença dos animais no dia a dia das pessoas para uma saúde emocional saudável? Camila Eckert – A relação entre as pessoas e o animal de companhia é bem forte e resulta em benefícios no bem-estar emocional, social, psicológico e físico dos sujeitos. Na parte psicológica tem uma diminuição das reações típicas do estresse, ajuda a aliviar a solidão pois é uma companhia, aumento da sociabilidade porque às vezes vai precisar levar para passear ou vai precisar levar ao veterinário, auxilia também na melhora das habilidades sociais e consequentemente na autoestima e autoconfiança.
PET MED – Por fim, por favor deixe algumas dicas para cuidarmos da nossa saúde emocional em meio à correria e aos desafios do dia a dia.
Camila Eckert – Realizar atividades de autocuidado simples, que são tão importantes quanto atividades mais complexas como viajar, mas que não conseguimos fazer sempre. Essas atividades mais simples conseguimos fazer na nossa rotina, como: fazer refeições completas, ter noites boas de sono, praticar atividade física que gosta, ler, assistir um episódio de uma série, jogar um jogo quando tiver tempo, sair com os amigos, se reunir com a família, fazer pausas de cinco minutos no trabalho e respirar pela janela, tomar banho com um sabonete perfumado, ir tomar sorvete depois do expediente. Tudo isso são atividades de autocuidado que você pode ter com você mesmo. Umas mais elaboradas e outras super simples, só respirar na janela, já vai fazer bem no seu dia. Vale ressaltar, ainda, que muito se fala sobre saúde mental nesses meses iniciais do ano, mas sempre devemos cuidar da gente e de quem está ao nosso lado. Por isso cuide de você e não hesite em pedir ajuda.
O verão é uma das estações do ano mais esperadas por muitos, sobretudo para os animais, que podem brincar no quintal, tomar banho de mangueira, alguns até de piscina ou na praia.
No entanto, o verão também traz alguns malefícios para a saúde dos cães, e que, portanto, requer uma atenção especial da família para prevenir, identificar e não deixar o problema se alastrar. Por isso, conversamos com o Médico Veterinário Bruno Freitas, portador do CRMV RJ nº8682. Bruno Freitas é Pós graduado em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais pela UFLA – Universidade Federal de Lavras e é CEO da Veterinária Volta Redonda. Acompanhe!
Pet Med – O que podemos entender como Dermatite canina? Bruno Freitas – A dermatite canina nada mais é do que uma inflamação na pele dos cães. Assim como acontece nos seres humanos, a pele também é o maior órgão dos cachorros e ajuda a manter o organismo protegido. Entretanto, por vezes, a pele é acometida por questões variadas que podem causar a dermatite.
Pet Med - Como a doença pode se manifestar no animal?
Bruno Freitas - A dermatite canina é uma inflamação pruriginosa da pele, que pode se manifestar de diferentes maneiras: vesículas, erosões, úlceras, nódulos, queda de pêlo, e tem diferentes causas primárias, como por exemplo alérgica, bacteriana, fúngica ou por lambedura.
Pet Med – De que forma os cães podem desenvolver dermatite, sobretudo no verão, ou seja, quais são as causas da dermatite canina? Bruno Freitas – Ótima pergunta, a dermatite canina pode ser causada por diversas situações diferentes. Temos a dermatite alérgica por picadas, dermatite atópica, dermatite por infecção bacteriana aguda, dermatite acral por lambedura. Sobretudo no verão, o clima quente e úmido da estação favorece a proliferação de bactérias, fungos, ácaros, carrapatos e pulgas, aumentando bastante os casos de diversos tipos de dermatites nos cães.
A exposição dos cães à áreas abertas com muito sol e calor, passeios em praias e parques podem facilitar muito o desenvolvimento de dermatite canina, principalmente em algumas raças mais sensíveis como Golden Retriever, Shih Tzu, Pug, Bull Dog, West Highland White Terrier entre outras
Pet Med – E, os tutores, como podem observar se a doença está se manifestando no pet? Bruno Freitas – Não é difícil para os tutores perceberem o desenvolvimento. Os principais sintomas de dermatite nos cães são coceira constante, vermelhidão na pele, queda de pelo, pele seca ou com descamação, feridas com ou sem pus. É possível, também, notar até a presença de febre em casos mais graves.
Pet Med – Havendo mais de um cão em casa, a dermatite pode ser transmitida para outros pets? Bruno Freitas – Alguns tipos de dermatite podem sim ser contagiosas com possibilidade de transmissão para outros animais e até mesmo para seres humanos. Para evitar a transmissão, o tutor deve buscar atendimento Veterinário especializado para detectar qual o tipo de dermatite que o cão está e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível. É preciso manter o animal acometido separado e tomar as medidas sanitárias necessárias para manipular esse Pet, como o uso de luvas descartáveis e cuidado com as roupas e objetos.
Pet Med – Uma vez constatada, quais são as possibilidades de tratamento?
Bruno Freitas – Uma vez constatada e diagnosticada a causa primária, o tratamento pode ser feito de várias formas, com uso de shampoos com antifúngicos e antibióticos, medicação oral por períodos longos, vitaminas para pelo e pele, uso de roupa protetora para reduzir proliferação de bactérias e evitar que o cão acesse as lesões.
O principal para o tratamento é o diagnóstico correto, pois se for alérgico por picada de ectoparasitas, deve utilizar medicação que elimine esses ectoparasitas e manter o cão protegido para evitar novas picadas e o retorno da dermatite. Se for dermatite atópica o cão deverá sempre ser cuidado para evitar as crises alérgicas e não terá cura total. Já se a dermatite for fúngica, além de ser transmissível, exige um tratamento mais longo e alterações no ambiente onde o pet vive, entre outros tipos.
Pet Med – Por fim, quais são as recomendações para prevenir problemas de dermatite em cães durante as altas temperaturas? Bruno Freitas – A grande maioria das dermatites pode ser prevenida com banhos regulares, shampoos específicos para pets, higiene e uma atenção especial para a secagem do pêlo e da pele, para evitar umidade que favorece o desenvolvimento de fungos. No verão também é importante a proteção contra os raios UV, que podem causar problemas sérios aos Pets além da dermatite, o câncer de pele, por isso recomendo sempre para os tutores a utilização de protetor solar próprio para cães e o uso de roupas protetoras que possuam proteção UV e tecnologia antimicrobial. Também é importante controlar ectoparasitas periodicamente, com o uso de medicamentos na forma de comprimidos ou de pipetas, indicados pelo Médico Veterinário que acompanha o pet. Visitando um Médico Veterinário regularmente e seguindo as recomendações os tutores terão seus cães saudáveis e felizes por muito mais tempo.
Novembro está acabando, mas ainda há tempo para lembrar que neste mês as atenções estão voltadas para a prevenção do câncer de próstata, e, assim como os homens, tutores de cães e gatos também devem manter a atenção na saúde dos seus pets.
Para nos explicar como é possível identificar em casa, no dia a dia com o pet se ele pode estar desenvolvendo um câncer de próstata e explicar várias outras questões importantes sobre o tema, a Pet Med conversou com exclusividade com o Médico Veterinário, Rafael Cuconati, profissional com mais de 10 anos de experiência em oncologia e portador do CRMV21.211SP.
Acompanhe!
Pet Med – O que é câncer de próstata em cães e gatos?
Rafael Cuconati – Quando a gente fala em câncer de próstata ele é originário do próprio tecido glandular da próstata. Em sua grande maioria, é do tecido epitelial (estrutural), gerando os carcinomas prostáticos.
O Câncer se desenvolve quando aquela célula da glândula sofre uma mutação.
Ela se torna o que chamamos de célula mutada, ou seja, ela deixa de ser uma célula normal para ser uma célula alterada, uma célula cancerígena. Posteriormente essa célula se clona, induzindo uma proliferação e aparecendo o volume do tumor aos nossos olhos.
Pet Med – Qual é a incidência de câncer de próstata em cães e gatos, dentre os vários tumores que podem acometê-los?
Rafael Cuconati – A incidência de cães e gatos comparado a outros tumores é de menos de 1%. Então, de todos os tipos de neoplasias que cães e gatos podem ter, o câncer de próstata é menos de 1%.
A estatística de literatura (Oncologia em cães e gatos – 2016 – De Nardi e Daleck) dos cães castrados são de 42%. E entre os achos inteiros é 55,8%. Em gatos não temos estatísticas.
Pet Med – Como o câncer de próstata se manifesta no organismo?
Rafael Cuconati – Inicialmente ele se manifesta na glândula, então, pode ter um começo de um lado da glândula ou dos dois lados, o que a gente chama de unilateral ou bilateral. Ele pode infiltrar a uretra prostática, ou seja, o tubinho da uretra que passa no meio da próstata, ele pode infiltrar até mesmo causando obstrução. Esse aumento de volume da próstata, às vezes pode aumentar de tamanho e começar a crescer no sentido intrapélvico, ou seja, sentido à pelve e, até mesmo, comprimir o reto que é onde tem a passagem das fezes. Ele é um câncer com alto poder de metástase, ou seja com alto poder de se espalhar tanto pela via linfática, onde carreia a linfa, a célula de defesa, quanto pela via hematógena, ou seja, pelos vasos sanguíneos, e ele pode se manifestar em outros órgãos e também nos ossos, e, até mesmo nos ossos regionais, como por exemplo na pelve ou no femur.
Pet Med – É mito ou verdade que o câncer de próstata é mais comum em cães e gatos não castrados?
É mito que o câncer de próstata tem maior incidência em animais castrados, isso é mito. A maior incidência desse tipo de câncer é em pacientes inteiros (não castrados). Em média 55 a 56%.
Nos gatos não temos esses dados. Agora, o motivo disso pode ser de caráter genético e existem tumores que não são hormônio-dependentes. Tem tumores que através da genética não são hormônio-dependentes, eles nasceriam na próstata de qualquer forma. O que dá para gente afirmar é a questão genética mesmo.
Pet Med – No dia a dia, como os tutores podem identificar a possibilidade do seu cão ou gato estar com tumor, com câncer de próstata?
Rafael Cuconati – No dia a dia, a forma dos tutores observarem é se o animal apresenta dificuldade para urinar, o que a gente chama de disúria, ou se urina mais vezes, se tiver sangue na urina. Quanto às fezes, se tiverem com formato alterado, se começar a diminuir o volume do cocô, se ficar um cocô em um formato mais de cobrinha, um cocô amassado, se apresentar um desconforto para andar, inapetente para comer, também pode ser uma forma do tutor começar a identificar.
Pet Med – Quais são as causas mais comuns do câncer de próstata em cães e gatos?
Rafael Cuconati – As causas mais comuns são a genética e a questão da produção de hormônio. Então, se temos um paciente que produz um excesso de hormônio no testículo, por exemplo, isso pode interferir no aumento da chance de câncer prostático. Genético e hormonal são as causas mais comuns.
Pet Med – Qual é o diagnóstico do câncer de próstata nesses animais?
Rafael Cuconati – A gente começa uma triagem com exame físico, palpação do reto e da região abdominal, além de fazer a anamnese completa de ter o histórico desse paciente. Depois a gente investiga com exame de imagem com ultrassom, depois evoluímos para o exame de tomografia e o exame real que define o diagnóstico que é a biópsia. A imagem, lógico, ela vai dar uma sugestão, mas, quem define e “bate o martelo” é o histopatológico, que é a biópsia.
Pet Med – Dentre os exames, quais são os mais recomendados para diagnosticar a doença?
Rafael Cuconati – Como disse, os exames mais recomendados no intuito de check up, que vai nos dar uma ideia que o paciente tem câncer de próstata é o ultrassom abdominal. Então, pacientes acima de 5 a 7 anos de idade nós indicamos o ultrassom semestralmente.
Pet Med – E quanto aos tratamentos? Quais são os mais eficazes?
Rafael Cuconati – Depende muito da fase do diagnóstico, mas, o tratamento que a gente chama de eleição é o de cirurgia, quando a gente consegue tirar o tumor da próstata, ou até mesmo a próstata em si com o tumor. Depois existe radioterapia, quimioterapia e hoje, existe, ainda, a biologia molecular, a parte de mapeamento genético do tumor que a gente consegue findar a personalização de medicamentos para usar, o que não deixa de ser quimioterapia, mas, é mais direcionada através de um exame genético.
Pet Med – De que forma é possível prevenir o câncer de próstata em cães e gatos?
Rafael Cuconati – A forma de prevenção é a castração. Pela porcentagem estatística de uma menor porcentagem de um paciente desenvolver por serem castrados, então, a única prevenção realmente é a castração. Porém, existem os fatores de risco, que a gente fala: obesidade, alimentação, exposição à alteração do meio ambiente em si, uso de hormônio indevido como suplemento, essas coisas.
Pet Med – Para finalizar o que mais o senhor considera importante acrescentar?
Rafael Cuconati – De um modo geral, o objetivo é uma conscientização tanto do cliente final, como dos Médicos Veterinários. A ideia é a gente fazer uma medicina de diagnóstico precoce que a castração previne mesmo, e a importância da gente ter um tema, por exemplo, Novembro Azul, para se atentar na prevenção de tumores. Primeiro porque, uma vez que nasce um tumor, a gente trata a consequência e a ideia é a gente prevenir que ele venha. A genética não conseguimos mexer, mas, se o animal tiver um estilo de vida adequado, a gente consegue prevenir.