O Diabetes mellitus (DM) é uma das doenças endócrinas mais comuns nos cães e nos gatos. Mas, você saberia dizer, de que modo o Diabetes pode afetar a saúde dos pets?
Para nos tirar essa e outras dúvidas, convidamos o Médico Veterinário, Rodrigo Brum Lopes, formado pela Universidade Federal Fluminense e Mestre em Ciências da Saúde, com ênfase em Endocrinologia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Boa leitura!
Pet Med – O que podemos entender como diabetes?
Rodrigo Brum Lopes – Diabetes é um grupo heterogêneo de doença, de várias etiologias, que é caracterizada por um quadro de hiperglicemia secundário a uma ação ineficaz de insulina; uma produção ineficaz ou ambas situações.
Pet Med – Quais são os tipos de diabetes que acometem cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Quanto a nomenclatura, a mais atual é nos referirmos como Diabetes Mellitus insulino-deficiente e Diabetes Mellitus insulino-resistente. A primeira acometendo principalmente cães, enquanto a segunda, os gatos.
Pet Med – O que diferencia uma da outra?
Rodrigo Brum Lopes – Basicamente saber como anda a produção de insulina. Na insulino-deficiente temos redução na produção de insulina por diversos motivos, distúrbios que de certa forma atingem seu local de produção, as células beta. Na forma insulino-resistente o que temos é a identificação de fatores de resistência a ação da insulina; ou seja, ela continua sendo produzida, viabilizada, mas sua ação está comprometida.
Pet Med – De que modo o diabetes pode afetar a saúde dos cães e dos gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Como toda doença de caráter sistêmico, ela pode causar danos em diversos órgãos e tecidos. Insulina é o hormônio que promove a “alimentação celular”, ajuda a levar o principal alimento pra dentro da célula: a glicose. Sem conseguir se “alimentar” direito, a célula tende a entrar em falência. Mas não sem antes disparar uma série de medidas metabólicas pra não entrar em inanição. E é justamente aí, nesse gatilho ativado, que ocorre a produção de uma série de compostos em larga escala que sobrecarregam o organismo.
Além disso, há todo um comprometimento imunológico em ambientes hiperglicêmicos, a atividade dos neutrófilos fica comprometida, a imunidade humoral também, predispondo aos quadros de infecções nos nossos pacientes.
Pet Med – Quais são os sinais clínicos que os cães e os gatos podem manifestar e que os familiares devem ficar atentos em casa no dia a dia?
Rodrigo Brum Lopes –Não é difícil suspeitarmos sobre a possibilidade de diabetes acontecendo porque os sinais clínicos são muito expressivos. Os animais começam a beber mais água, urinar mais, têm aumento do apetite mas sobretudo, começam a perder peso. Alguns podem apresentar cegueira súbita por conta do desenvolvimento de catarata.
Pet Med – De que forma encontra-se o diagnóstico para o diabetes em cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Para diagnóstico é preciso aliar a presença de sinais clínicos, hiperglicemia (glicemia em jejum geralmente maior que 200 mg/dL em cães, e maior que 270 mg/dL em gatos) e presença de glicose na urina.
Pet Med – Quais são as formas de tratamento do diabetes nos cães?
Rodrigo Brum Lopes – Costumo falar em pilares de tratamento, sendo o principal deles, a necessidade de insulina. Além disso, ajustar uma dieta de acordo com a nova condição deste paciente.
Pet Med – E nos gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Nos gatos ainda falamos sobre a necessidade de iniciar tratamento com insulina, além do ajuste a uma dieta direcionada ao tratamento do diabetes. No entanto, hoje, algumas outras formas de tratamento vêm sendo propostas. Novos fármacos, como os inibidores de SGLT2 estão sendo utilizados e discutidos. É uma medicação oral. Particularmente ainda prefiro esperar novas publicações e acompanhamentos já que este é um protocolo bem recente.
Pet Med – Quais são os riscos para a vida dos animais se o diabetes não for tratado?
Rodrigo Brum Lopes – A diabetes não tratada ou pobremente controlada inevitavelmente evolui pra complicações. Uma delas é a Cetoacidose diabética, uma complicação potencialmente fatal.
Pet Med – Quais são as formas de prevenção para cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Evitar os principais fatores de risco é a nossa melhor prevenção. Obesidade, por exemplo, é o principal fator de risco ao desenvolvimento de diabetes nos gatos, e o número de pacientes felinos obesos é assustador.
Além do combate a obesidade, é importante a orientação quanto ao uso indiscriminado de algumas medicações como os glicocorticoides, principalmente em cães; evitar o uso de contraceptivos em cadelas (as famosas medicações anticio); evitar os quadros de pancreatite, e, ainda, tratar outras doenças hormonais que possam contribuir com o desenvolvimento do diabetes como o Hipercortisolismo, Hipertireoidismo.
Pet Med – Para finalizarmos, quais são os cuidados que os familiares devem ter quando se tem um cão ou um gato diabético em casa?
Rodrigo Brum Lopes – Principalmente entender que a vida do diabético se baseia em uma rotina. É preciso entender a necessidade de uma dieta adequada, a necessidade de aplicação de insulina nesses pacientes, se atentar a possíveis sinais de hipoglicemia (glicemias muito baixas), e fazer revisões e exames regulares junto ao Médico Veterinário. Sobretudo, qualquer emergência, levar este animal a clínica mais próxima, sem deixar para depois!
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A pele do seu pet é um reflexo da sua saúde. Cuide dela com a Dermatologia Veterinária!
Por Pauline Machado O inverno chegou e com ele vem também aquela temporada de clima frio e seco que tanto afeta a saúde dos humanos e, também dos animais. Por isso, hoje, a nossa convidada especial é a Médica Veterinária, Marcia Elizabeth Keim Magheli Lima, portadora do CRMV-RJ:5217. Profª. Marcia Lima, como gosta de ser chamada, é Mestre em Ciência Animal, com ênfase em Dermatite Atópica Canina, e atua nas áreas de Dermatologia, Alergologia, Cosmiatria e Otologia de Cães e Gatos. Além da rotina na área clínica, também é palestrante e conferencista internacional, consultora e mentora para médicos veterinários e da pós-gradução de Dermatologia Veterinária na Faculdade Qualittas. É, ainda, autora dos livros digitais e dos cursos práticos Descomplicando a Citologia na rotina Vet Dermato e Descomplicando o Tricograma na rotina Vet Dermato, todos para Médicos Veterinários. A entrevista está imperdível. Acompanhe!
Pet Med – O que podemos entender por saúde dermatológica dos cães e dos gatos? Marcia Lima – A pele, juntamente com a pelagem do cão e do gato, necessita de nutrientes abundantes, vindos do sangue. Qualquer alteração na nutrição ou que afete a circulação do sangue, como por exemplo, processos inflamatórios do corpo, podem comprometer o bom funcionamento da pele. A gente consegue perceber, desde uma leve perda de brilho nos pelos, a descamação ou lesões maiores. Uma pele saudável sinaliza que a saúde do corpo também, portanto, buscar a saúde dermatológica faz parte de cuidar bem e desejar a saúde como um todo, tanto do cão, quanto do gato.
Pet Med – Quais são os tipos mais comuns de problemas dermatológicos nos cães? Marcia Lima – A primeira coisa que acontece, quando a pele do cão adoece, costuma ser a descamação. No cão, se a descamação permanece muitos dias, é comum mudar o pH da superfície da pele. Esse desequilíbrio acaba causando a mudança dos micro-organismos que habitam a pele, favorecendo que as infecções oportunistas aconteçam. Nesse caso, a pele fica avermelhada, mais quente, com crostas amarelas, com falhas na pelagem e a coceira pode fazer o animal se ferir, com os dentes, a língua ou as unhas.
Pet Med – E nos gatos? Marcia Lima – A primeira coisa que acontece, quando a pele do gato adoece, costuma ser a descamação. Se permanecer alterada assim por alguns dias, além da caspa, você vai notar falhas na pelagem, sem vermelhidão. Com menor frequência, comparando com o cão, a pele alterada, do gato, evolui da caspa para a inflamação, tornando-se avermelhada e quente, e pode incomodar bastante, com dor ou coceira. Esse desconforto pode fazer o animal se ferir bastante, com os dentes, a língua ou as unhas.
Pet Med – De maneira geral, o que pode ocasionar tais problemas na pele dos cães e dos gatos? Marcia Lima – As causas mais comuns de problemas de pele em cães e gatos são as alergias, as parasitoses, como picadas de pulgas, carrapatos e mosquitos, e os erros na alimentação.
Pet Med – De que modo o clima frio, durante o inverno, pode afetar a saúde dermatológica dos pets? Marcia Lima – No inverno, no Brasil, existem dois cenários preocupantes para a pele dos cães e gatos: Nas cidades em que o clima é mais úmido e se aproxima dos 20 a 30ºC (N, NE e grande parte do litoral do Brasil), há maior exposição a pulgas, carrapatos e mosquitos, pois não sobrevivem tanto aos extremos de temperatura do verão. Para os alérgicos, além da maior quantidade de picadas, a pele também inflama e reage muito ao contato com os fungos e ácaros ambientais, que proliferam nessa faixa de temperatura e maior umidade. Nas cidades em que no inverno o clima é menos úmido e se aproxima dos 20 ºC (Centro-Oeste, SE continental e Sul), a pele sofre com o ressecamento causado pela baixa umidade relativa do ar, principalmente, quando permanece menor que 50% por muitos dias. A pelagem fica mais seca, pode quebrar os fios e embolar – a pele acaba adoecendo por baixo do nó dos pelos. Nessas cidades, a pele do cão e do gato resseca, perde a capacidade protetora e começa a permitir a entrada de substâncias irritantes presentes no ambiente, podendo até inflamar e coçar, principalmente nos cães e gatos alérgicos.
Pet Med – Quais são os riscos para a saúde dos animais quando acometidos por doenças dermatológicas? Marcia Lima – Grandes perdas de pele causadas pela automutilação de animais mais sensíveis e mais reativos podem gerar, além da dor, infecções, que, em casos de baixa imunidade, podem evoluir para infecções sistêmicas, potencialmente fatais. Na grande maioria dos casos, as alterações da pele doente são mais discretas, não havendo risco de óbito. Aquela falha de pelo com caspa aparentemente inocente no cão ou gato, pode fazer o animal passar a noite agitado, ansioso, com a pele ardendo, pinicando, doendo ou coçando. Se continuar assim durante algumas semanas, já altera a qualidade do sono, a digestão, a imunidade e reflete na saúde do corpo inteiro. Por isso, a pele doente é um dos principais motivos da queda na qualidade de vida, tanto do animal, quanto da sua família.
Pet Med – Quais são os tratamentos mais comuns para os cães e para os gatos? Marcia Lima – Os produtos mais utilizados antigamente eram os antibióticos e as medicações orais ou injetáveis. Com a modernização das pesquisas, hoje, os tratamentos dermatológicos priorizam a segurança e o conforto do animal e costumam incluir xampus terapêuticos, mousses, sprays, cremes ou loções. O mais importante em qualquer tratamento dermatológico hoje em dia é medicar a pele do cão ou do gato, somente depois de saber qual é o problema causador da alteração. Tratamento por tentativa e erro é coisa do século passado!
Pet Med – E as formas de prevenir os problemas dermatológicos nos cães e nos gatos? Marcia Lima – A melhor forma de prevenir um problema sempre é saber qual é o problema em questão. Encontrar caspa na pele do animal e lavar com um xampu anticaspa, além de poder agredir a pele com o poder desengordurante inadequado do xampu, não resolve, porque não controla a causa da descamação. Era uma infecção no útero: uma piometra ou metrite? – Quem já viu uma cadela assim, sabe a gravidade que é um útero cheio de pus e bactéria. Era uma simples questão de ar muito seco no ambiente onde o animal mora? Quando notar caspa na pele ou qualquer alteração na pelagem do cão ou gato, não peça uma medicação, peça os exames de triagem dermatológica, ao médico veterinário mais próximo. Só assim, é possível identificar as estruturas microscópicas da superfície da pele, pra entender se é um problema dermatológico/externo ou se a pele está apenas sinalizando uma alteração mais grave/interna do corpo.
Pet Med – Para finalizar, quais cuidados devem ser tomados pelos familiares no dia a dia dos pets em casa a fim de evitar esses problemas durante o inverno? Marcia Lima – Quem mora no Brasil está sempre muito exposto a pulgas, carrapatos e mosquitos, capazes de transmitir doenças fatais e de inflamar a pele dos cães e dos gatos. Portanto, manter algum antiparasitário faz diferença na qualidade da pele, dos pelos e na saúde, durante o inverno, nas cidades de maior umidade, mas também nas áreas mais secas, porque o animal tende a buscar conforto nos locais onde as condições climáticas são as mais favoráveis para esses parasitas também. Nas regiões de umidade relativa do ar muito baixa, menor que 50%, faz muita diferença, manter um termômetro que informe a URA (Umidade Relativa do Ar), nos ambientes onde o animal mais fica. São equipamentos de preço bem baixo, fáceis de colocar na estante ou na parede, para avaliar a qualidade do ar e intervir, conforme necessário. Quando o equipamento indicar que a umidade baixar de 50%, vale investir num aparelho umidificador de ambientes e, se preferir algo mais caseiro e igualmente útil, vale também a receitinha caseira de pendurar uma toalha molhada, para umidificar o local onde o cão ou gato mais ficam. Lembre de fazer isso, conferindo sempre a umidade e a temperatura no cômodo, para que fique perto de 60 %. Nessa faixa, você reduz a exposição a fungos, ácaros, parasitas e ainda reduz a agressão da pele no inverno. Peles sensíveis e alérgicas precisam de acompanhamento médico veterinário, para, além dessas medidas acima, receberem produtos antiparasitários e produtos hidratantes mais adequados. Além disso, se achar que seu cão ou gato fica mais confortável no inverno, com mantas e cobertores, lembre de lavar semanalmente, da mesma forma que lavaria a sua colcha. Isso melhora em muito a qualidade da pele e do pelo também, principalmente nos que são alérgicos. Por fim, se seu cão ou gato tem caspa, procure um médico veterinário e peça os exames de triagem dermatológica para que ele consiga investigar a causa e determinar se é alguma agressão externa à pele ou algum problema interno/sistêmico.
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Em nosso dia a dia é importante fazer Check-up para verificarmos se está tudo bem com a nossa saúde. Para tanto, os médicos pendem, inicialmente, um exame de sangue, o Hemograma.
Na rotina clínica de cães e gatos não deve ser diferente, pois, este exame dá ao Médico Veterinário os primeiros sinais de como está a saúde dos pets. Por isso, hoje, conversamos com a Médica Veterinária, Gabrielle Moles da Cruz, portadora do CRMV/PR: 14.245.
Gabrielle é pós-graduada em Clínica Médica e Cirúrgica pelo Qualittas, participante do Programa de Aprimoramento em Patologia Clínica em 2020 pela Universidade Tuiuti do Paraná, pós graduanda em Hematologia e hemoterapia pela Universidade Federal do Agreste de Pernambuco e Head do Banco de Sangue do Laboratório Vetex, e vai nos orientar sobre a importância da realização do Hemograma para a saúde dos cães e dos gatos.
Acompanhe!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique o que vem a ser um Hemograma?
Gabrielle Moles da Cruz – Hemograma é um exame que avalia as células que compõe o sangue, podendo confirmar ou indagar diagnósticos como anemia, infecções, entre outras, auxiliando no monitoramento de diversas condições de saúde
Pet Med – Neste aspecto, o correto é falar somente hemograma ou se torna redundante falar hemograma completo?
Gabrielle Moles da Cruz – Falar hemograma e hemograma completo é a mesma coisa. Ambos são o mesmo exame.
Pet Med – O que é avaliado neste exame laboratorial?
Gabrielle Moles da Cruz – No hemograma são avaliadas células sanguíneas como glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas
Pet Med –Quanto à coleta, qual é a via correta para fazê-la?
Gabrielle Moles da Cruz – A via de coleta de sangue é indiferente desde que bem coletada, não tendo seu tempo de garrote prolongado, acesso para coleta íntegro e viável.
Pet Med – Qual é a importância do hemograma para o Médico Veterinário na busca pelo diagnóstico do paciente?
Gabrielle Moles da Cruz – O hemograma é indicado em casos de suspeita que o paciente tenha anemia, infecções, sangramentos, entre ou outros, além de nos dar um panorama geral da saúde do animal.
Pet Med – Que tipos de tecnologias e inovações temos atualmente na Medicina Veterinária, relacionadas ao melhor e mais precisa avaliação do hemograma?
Gabrielle Moles da Cruz – A medicina veterinária tem evoluído muito e tem trazido cada vez mais benefícios e melhores diagnósticos aos pacientes. Mas quando se trata de hemograma, embora tenhamos máquinas para auxílio no hemograma, a avaliação do exame ainda é mais fidedigna quando feita por um patologista clínico.
Pet Med – Por fim, o que podemos esperar de novas tecnologias e inovações neste exame que é tão importante para a rotina clínica de cães e gatos?
Gabrielle Moles da Cruz – Acredito que com o passar dos anos tenhamos ainda mais facilidades quanto a diagnóstico de doenças e tratamento aos pacientes. Assim como tivemos muito evolução em poucos anos, o acesso a tecnologia e maiores informações da medicina humana para a veterinária, conseguiremos oferecer melhor confortos aos pets.
Por Pauline Machado Junho é o mês em que lembramos e comemoramos o Dia do Meio ambiente. A data foi estabelecida em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 5 de junho. Fato é que, quando falamos ou pensamos na fauna ligada ao meio ambiente prontamente os animais selvagens e exóticos vêm à nossa mente, mas, e os cães e os gatos? Eles também fazem parte do meio ambiente? Qual é ou seria o papel dos cães e dos gatos no Meio Ambiente? Para nos explicar essas e outras questões relacionadas ao tema, convidamos o Biólogo e Médico Veterinário, Luiz Ricardo da Silva, especialista em Educação Ambiental e Clinica de Animais Selvagens. Acompanhe!
Pet Med –Para começar, por favor, nos explique qual é a origem dos cães e dos gatos.
Luiz Ricardo da Silva – Os cães têm a sua origem nos lobos, pensava-se que somente dos lobos cinzentos, mas hoje sabemos que tiveram outras populações de lobos envolvidas na origem dos cães. Quanto aos gatos domésticos eles têm uma origem possível em gatos do continente africano em especifico o Felis silvestris lybicaou gato da Líbia.
Pet Med –Como se deu o avanço de ambas as espécies até chegarem ao convívio com o homem nas cidades brasileiras?
Luiz Ricardo da Silva – Estes animais começaram a se aproximar do homem primitivo há milhares de anos, incialmente para se alimentar com as sobras, e aos poucos foram sendo domesticados principalmente o cão, pois ambos homem e cão, tinham muito a ganhar com essa proximidade. Agora pensando nestes animais em nossas cidades isso tem muita ligação com a colonização do Brasil, com a vinda dos europeus para as Américas. Eles trouxeram estes animais nas embarcações.
Pet Med –Em que momento identificou-se o descontrole quanto ao número de cães e gatos sem famílias que moram nas ruas? Por quais motivos isso aconteceu e perdura até hoje?
Luiz Ricardo da Silva – Há algumas décadas já havia a preocupação nos grandes centros da crescente população destes animais. Não havia controle por parte dos governos nem dos cidadãos. Poucas pessoas faziam a castração e esses animais de rua ou somente com acesso, se reproduziam muito. Hoje isso não é mais um problema somente dos grandes centros, mas até das pequenas cidades.
Pet Med – Neste cenário, qual é o papel dos cães e dos gatos para o meio ambiente? Por quê?
Luiz Ricardo da Silva – Cães e gatos de vida livre ou mesmo somente com acesso a rua são preocupantes quando pensamos na questão das doenças. Por causa do seu comportamento, estes animais acabam transmitindo ou adquirindo diversas doenças inclusive algumas zoonoses.
Pet Med – Diante disso, qual é o impacto da presença das duas espécies para o meio ambiente?
Luiz Ricardo da Silva – A presença destes animais no meio ambiente pode trazer muitos impactos. Eles podem por extinto matar animais silvestres, chegando inclusive a levar a extinção espécies nativas como já aconteceu em alguns momentos históricos. Cães e gatos podem se tornar ferais, formar colônias, por exemplo, e atacar além dos animais locais e humanos. Inclusive, tenho feito um trabalho na contenção de cães em uma reserva em São Paulo para evitarmos esse problema. Faço a contenção, transportamos e tentamos doar para que eles tenham uma vida melhor.
Pet Med –Neste cenário, o que pode ser feito para preservar tanto o meio ambiente quanto as espécies felina e canina?
Luiz Ricardo da Silva – A melhor solução são as campanhas de castração em massa, doação e a punição para quem abandona estes animais. A culpa não é deles e sim nossa. Devemos fazer de tudo para dar qualidade de vida para estes animais.
Pet Med – E quanto ao futuro? Quais são as perspectivas para que tenhamos um equilíbrio na relação entre os cães e gatos e o meio ambiente?
Luiz Ricardo da Silva – Acredito que em longo prazo iremos conseguir chegar próximo a um equilíbrio. Mas, é importante conscientizar as pessoas sobre a castração, e que estes animais não devem sair para passeios sem o acompanhamento do responsável, principalmente gatos. Isso evita que eles procriem , entrem em atrito com outros animais, entre outros problemas.
Por isso, reforçoser muito importante a divulgação de informações sobre o impacto dos animais domésticos no meio ambiente e o quanto isso pode ser danoso, além dos riscos que isso pode trazer para a saúde do animal domestico, dos silvestres, e, inclusive, a nossa através das zoonoses. Cães e gatos devem ficar em casa sendo bem cuidados, e sempre que possível, levem seus animais para consultas mesmo quando estiverem aparentemente saudáveis.
O dia a dia com cães e gatos é muito mais feliz, no entanto, requer muita atenção, pois, podem acontecer alguns acidentes e os seus familiares precisam saber o que fazer, caso os pets precisem de primeiros socorros.
Para saber como agir em casos de emergências, conversamos com a Médica Veterinária Liana Barreto Dantas, portadora do CRMV/CE 1191.
Acompanhe, pois, as orientações são preciosas!
Pet Med – O que podemos entender por primeiros socorros?
Liana Barreto Dantas – Podemos entender como primeiros socorros aqueles pré-atendimentos que conseguimos fazer em casa, mesmo pelos familiares, sem ter profundo conhecimento técnico da medicina.
No entanto, vale ressaltar que os primeiros socorros são apenas para tirar o enfermo do risco, que em seguida, deve ser levado imediatamente até o hospital veterinário mais perto possível. O intervalo entre o primeiro atendimento em casa até o atendimento especializado deve ser menor possível.
Ressalto ainda, que deve ser levado a um hospital 24h por ter mais recursos do que uma clínica. Após estabilizado, aí sim, o animal deve ou poderá, de acordo com parecer do veterinário responsável pelo atendimento, ser transferido para dar continuidade ao tratamento pelo médico veterinário da família, que já atende o pet, que seja confiança da família, mas, na hora da emergência, a recomendação é ir até o hospital mais próximo para ter os primeiros atendimentos.
Pet Med – Como identificar uma situação de urgência e emergência em casa com os pets?
Liana Barreto Dantas – Não há receita para isso, o mais importante é que os familiares que moram com os pets estejam sempre observando e interagindo com eles, para que assim, consigam identificar o mais rapidamente possível qualquer sinal de anormalidade.
Pet Med – Quais são as situações emergenciais mais comuns, no dia a dia com cães e gatos?
Liana Barreto Dantas – No dia a dia as situações mais comuns que permitem agir com práticas de primeiros socorros são intoxicações, atropelamentos, feridas, ingestão de corpo estranho que resultem em engasgos, quedas, vômitos, diarreias, dificuldades para respirar, convulsões, entre outras.
Pet Med – Qual deve ser a primeira conduta diante de um animal passando mal?
Liana Barreto Dantas – Primeiramente é importante que os familiares se mantenham calmos para que possam agir rapidamente e racionalmente para ajudar o pet.
Quanto à conduta a ser adotada dependerá da enfermidade. Por exemplo, no caso de intoxicação ou envenenamento seria importante tentar descobrir o que o pet pode ter ingerido, a quantidadee há quanto tempo houve a ingestão.
Se houver vômitos, tire foto ou recolha um pouco da amostra para levar para avaliação do Médico Veterinário. Na maioria dos casos de intoxicação, é administrado carvão ativado, pois, ajuda a reduzir a absorção da toxidade pelo organismo. Então, com o produto que seja próprio para cães e gatos em mãos, siga as orientaçõesprescritas na bula. Em hipótese alguma tente provocar o vômito do pet, pois, pode causar engasgo e/ou piorar o quadro do animal.
Em casos de ferimentos, lave a região afetada com água corrente para diminuir o risco de infecções e em seguida com soro fisiológico. Depois, com um pano limpo e de preferência que não seja áspero como as toalhas, pressione a região lesionada a fim de manter o local seco e de controlar a hemorragia até chegar ao hospital 24 horas mais próximo.
Em casos de queimadura, não faça nada diferente de apenas cobrir a região com pano leve, limpo e úmido, de modo que não cole, não grude na ferida. Uma vez coberta a região, corra para o hospital veterinário 24horas mais perto.
Se o pet tiver sofrido quedas ou fraturas, tente imobilizar a região até mesmo com papelão e atadura, até chegar ao médico veterinário. Se for fratura exposta, apenas cubra delicadamente com pano limpo não abrasivo e leve-o imediatamente ao hospital veterinário 24h. Em hipótese alguma tente colocar o osso no lugar.
Se o pet estiver engasgado, a recomendação é abrir a boca e tentar retirar com o dedo o objeto que estiver causando o engasgo. Caso ele tente morder, tente dar alguns tapinhas de leve, mas, precisamente, nas costas, ali pela altura das patas dianteiras a fim de ajudar a expulsão do objeto. Se for um gato ou um cão de pequeno porte, tente segurá-los pelas patas da frente direcionando a cabeça para baixo e sacudindo com delicadeza até que o objeto possa sair pela boca.
Se for linha, não puxe em hipótese alguma, pois, alguns órgãos podem estar enrolados pelo fio e ao puxar, você poderá piorar o quadro e até levar o animal ao óbito. Neste caso, leve imediatamente o pet ao hospital veterinário 24 horas mais próximo.
Pet Med – E o que não deve ser feito em hipótese alguma? Por quais motivos?
Liana Barreto Dantas – A principal coisa que não se deve fazer, em hipótese alguma é medicar o animal sem prescrição médica, pois, alguns medicamentos, sobretudo de uso humano, podem ser tóxicos aos pets, sem falar na questão da falta de conhecimento pelo tutor sobre a dose ideal a ser administrada.
É importante saber também que em feridas não se usa álcool, desinfetantes ou qualquer outro produto que não seja soro fisiológico, assim como os olhos, que devem ser limpos somente com gaze embebecida de soro fisiológico e nunca por água boricada ou outro tipo de produto. Nem com algodão, pois, os fios podem causar inflamação ocular.
Os tutores devem evitar remover corpos estranhos perfurantes, como pregos, vidros ou algo do tipo. Nesses casos, o animal deve ser levado imediatamente até o hospital veterinário 24horas mais próximo.
Evitar manusear e fazer movimentos bruscos em casos de queda, situações de atropelamentos ou fraturas, também é uma das coisas que os tutores nunca devem fazer em casa sem a presença de um médico veterinário.
Pet Med – Por fim, quais devem ser os cuidados em casa para que tais situações não aconteçam?
Liana Barreto Dantas – Quem tem pet em casa é como se tivesse crianças em casa, então, é importante ter um kit de primeiros socorros sempre a postos. Por isso, recomendo sempre ter em casa:
Termômetro digital, de preferência com ponta flexível, atadura, gaze, algodão, esparadrapo, microporo, ampolas de soro fisiológico, tesoura sem ponta, cortador de unhas próprio para pets, seringa de 3ml, sabonetes ou solução antisséptica próprio para pets, cotonetes, luva de látex, se possível pinça de cabo longo, sabonete neutro sem perfume, lenço umedecido sem fragrância e carvão ativado próprio para cães e gatos, desde que siga as recomendações do fabricante. Esses são alguns itens fundamentais para ter em casa para os casos que seja preciso fazer um primeiro socorro no pet em casa.