Na entrevista de hoje conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária Comportamentalista e Doutora em Psicologia, Ceres Berger Faraco.
Autora de diversos livros e idealizadora do conceito de família multiespécies, a professora Ceres é, também, fundadora do Instituto de Saúde e Psicologia Animal – INSPA, que há 12 anos se dedica à educação em comportamento e bem-estar animal.
Nossa convidada falou a respeito do abandono de animais e sobre como o comportamento do cão ou do gato pode interferir na decisão na hora da adoção e, na quebra ou na consistência do vínculo dos membros da família com os animais.
Durante a entrevista, Ceres Faraco resasltou ainda a importância da oferta de informações de qualidade sobre comportamento animal, e também sobre as implicações para o animal e para as pessoas quando há falta de informações ou quando elas são ofertadas de maneira equivocada.
Uma entrevista muito importante. Acompanhe!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique o que podemos entender sobre comportamento animal, aqui pensando nos cães e nos gatos.
Ceres Berger Faraco – Comportamento dos cães e gatos, ou seja, o que eles fazem, deve ser considerado como uma resposta, um enfrentamento ao ambiente em que vivem. Se soma ao ambiente, a natureza das relações que têm com os tutores e as emoções que subjazem e estão relacionadas com o ambiente, pessoas e outros animais. Comportamento é o final de um processo de percepção e decisão sobre as situações que os cães e gatos vivem.
Pet Med –Neste aspecto, qual é a importância das pessoas terem informações gerais sobre o comportamento animal antes de adotar um cão ou um gato?
Ceres Berger Faraco – O conhecimento sobre o comportamento dos cães e gatos é fundamental para criar um ambiente adequado, interagir com eles de forma consistente, positiva e compreender o que eles estão comunicando para as pessoas de forma mais precisa. Também, entender a dinâmica e flutuações do comportamento como expressão dos sentimentos, respeitando os momentos de distanciamento, de aproximação e de descanso.
Pet Med –Quais são os riscos para a família e para os animais quando não há essa busca nem essa oferta de informações sobre o comportamento animal?
Ceres Berger Faraco – Há muitas informações disponíveis, mas é preciso que essas tenham qualidade. E, quando se fala em qualidade, quer dizer que sejam corretas e realmente retratem os comportamentos caninos e felinos.
A falta de informações e as que são equivocadas levam a impossibilidade de ajuste entre a família e os animais, suscitam a convivência negativa e consequente frustração para as pessoas e, alta probabilidade de situações aversivas para com os animais. Isso resulta em negligência, problemas de comportamento dos animais e potencial abandono.
Pet Med – Nos processos de adoção é comum ouvir negativas pela adoção por questões comportamentais dos animais, seja por ser medroso, latir muito, apresentar sinais de agressividade, ser desobediente ou até levado demais, dentre outros relatos. Diante disso, de que forma o comportamento animal pode interferir positivamente ou negativamente nos processos de adoção?
Ceres Berger Faraco – Na adoção há uma preferência, na maior parte das vezes, por incluir animais saudáveis, relativamente jovens, tranquilos, dóceis e que não representam alguma chance de problema no futuro. Além disso, são valorizados os que se relacionam bem com pessoas, outros animais e crianças. Portanto, os que demonstram ter esse perfil são os mais desejados e com maior facilidade de encontrar adotantes. Já os que se mostram medrosos, arredios, reativos e que evitam aproximações de pessoas são rejeitados. Há desconhecimento que muitos desses comportamentos são frutos da situação que o animal está vivendo.
Pet Med –Há, ainda, os casos dos animais que já fazem parte da família, mas, por questões comportamentais também correm o risco, quando não, são doados ou abandonados na rua. Diante disso, de que forma o comportamento animal também pode interferir positivamente ou negativamente no dia a dia das famílias multiespécies?
Ceres Berger Faraco – Os animais que têm boa sociabilidade e flexibilidade comportamental têm mais chances de estabelecer vínculos sólidos e permanentes com as famílias. Porém, aqueles com problemas de comportamento podem ter destinos diferentes, o abandono, a doação sem critério, a permanência nas casas sendo negligenciados, sofrerem maus tratos, enfim sempre desfechos negativos. Cabe destacar que, há problemas que não dependem dos animais apenas, algumas vezes, famílias disfuncionais são responsáveis pelos problemas e sua perpetuação, nesses casos a realocação é o melhor caminho.
Pet Med – No dia a dia, o que pode alterar o comportamento dos cães e dos gatos?
Ceres Berger Faraco – Alterações benéficas para o bem-estar de todos incluem oferecer ao animal suas necessidades básicas, como alimento, proteção, cuidados de saúde e interações adequadas para a espécie. É fundamental uma rotina que permita ao animal ter previsibilidade sobre o que vai ocorrer ao longo do dia e um controle sobre sua vida, seu ambiente e suas interações com outros animais e pessoas.
Pet Med –O que pode ser feito pelos familiares para que não haja oscilação no comportamento dos pets?
Ceres Berger Faraco – Fundamentalmente, que as atitudes sejam acordadas entre as pessoas e seguidas por todos os membros da família para não gerar confusões no animal, criar situações contraditórias provocando insegurança no animal por não saber qual o comportamento desejado naquele momento. Isto é, de certa forma comum, quando alguns permitem um comportamento e outros punem. Lembrando que rotina, exercícios físicos e desafios de aprendizagem são ferramentas para qualificar a vida dos pets.
Pet Med –Quais são as formas de diagnosticar que um cão ou gato está com problemas comportamentais?
Ceres Berger Faraco – Há problemas de diferentes natureza, aqueles que são evidentes como sinais de ansiedade e medo, eliminações inadequadas, vocalização excessiva, lambeduras compulsivas, automutilação, destruição, ameaça às pessoas e outros animais, ataques e mordeduras.
Também, podem estar ocorrendo problemas nos animais que sofrem em silêncio, roem unhas, não se alimentam, não urinam e defecam por longos períodos, ficam imóveis diante de pessoas ou outros animais como se estivessem “congelados” e em pânico. Estas são algumas das situações, mas há inúmeras que merecem ser avaliadas.
Pet Med –Por fim, uma vez identificado problema de comportamento, o que os familiares devem e podem fazer para que seus pets sejam saudáveis nos aspectos físicos, emocionais e comportamentais a fim de proporcionar a eles e a todos da família, uma melhor qualidade?
Ceres Berger Faraco – Sem sombra de duvida, buscar um profissional qualificado para analisar as motivações que levam o animal a apresentar tais comportamentos e estabelecer orientações e protocolos para o controle e a redução das situações que podem romper com o vínculo e ameaçar o bem-estar da família como um todo.
Com a rotina das pessoas cada vez mais dinâmica e repleta de compromissos fora de casa, algumas famílias multiespécies têm um desafio ainda maior, que é lidar com a Ansiedade de Separação do seu cãozinho.
Esse transtorno resulta em malefícios para a saúde do animal assim como para os outros integrantes da família.
Para nos explicar o que é a Ansiedade de Separação, como identificar no dia a dia e de que modo é possível ajudar o cãozinho a se recuperar, conversamos com o Médico Veterinário, Guilherme Marques Soares, Doutor em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Fluminense – UFF e professor convidado do Instituto de Saúde e Psicologia Animal – INSPA.
As orientações são muito importantes. Acompanhe!
Pet Med – Para começar, o que podemos entender por ansiedade de separação dos cães para com seus familiares?
Guilherme Marques Soares – Ansiedade de Separação é uma síndrome clínica que o cão ou gato desenvolve quando é afastado fisicamente de pessoas ou outros animais com os quais se vincula excessivamente. O animal apresentará comportamentos característicos que incluem: vocalização excessiva, destruição de coisas pela casa – frequentemente portas, janelas ou outras rotas de fuga, ou itens com referência olfativa da figura de vínculo, como travesseiro, assento do sofá, objetos…, micção ou defecação em locais inapropriados. Pode ocasionar também salivação excessiva ou comportamentos depressivos.
A ansiedade por separação é um problema que traz forte impacto negativo na qualidade de vida do animal e da família.
Pet Med – O que leva os cães a desenvolverem esse transtorno de dependência?
Guilherme Marques Soares – Cães são animais sociais, que vivem em grupo, portanto, o grupo é essencial para sua estabilidade emocional. Se esses animais não aprendem a estar sozinhos, poderão ficar extremamente ansiosos. Quando isso acontece, essa ansiedade exacerbada leva aos sintomas apresentados.
Pet Med – No dia a dia, quais são os sinais que os familiares devem ficar atentos, ou seja, como saber se o cachorro sofre de ansiedade de separação?
Guilherme Marques Soares – Infelizmente os sinais são claros e intensos, Raramente passam despercebidos. As vocalizações excessivas podem ser notadas apenas por vizinhos, pois o cão começa a vocalizar depois que as pessoas saem de casa. Mas, alguns sinais são sugestivos de que o cão pode apresentar a síndrome quando fica sozinho: seguir o tutor ou outra pessoa por dentro de casa mostrando-se agitado quando afastado, festa excessiva quando a(s) pessoa(s) chega(m) em casa, mudar o comportamento quando a(s) pessoa(s) se prepara(m) para sair.
Pet Med – Quais devem ser os primeiros passos dos familiares ao observarem a possibilidade de o cão estar desenvolvendo ansiedade de separação?
Guilherme Marques Soares – Procurar um Médico Veterinário Comportamentalista para fazer o diagnóstico diferencial com outros problemas relacionados à separação e propor o tratamento adequado ao caso.
Pet Med – Quais são os meios de diagnosticar ansiedade de separação nos cães?
Guilherme Marques Soares – Infelizmente não há um teste laboratorial ou exame de imagem que possibilite o diagnóstico preciso. O diagnóstico é feito a partir do histórico e da anamnese do tutor. Muitas vezes ter vídeos dos comportamentos, principalmente quando o cão está sozinho, pode ajudar a elucidar a questão.
Pet Med – A partir da confirmação do diagnóstico, como deve ser o tratamento deste transtorno?
Guilherme Marques Soares – O tratamento envolve mudanças na rotina, exercícios de terapia comportamental e apoio com medicamentos ou feromônios.
Pet Med – Em que casos é preciso uso de medicamentos para o tratamento?
Guilherme Marques Soares – Quase sempre, pois, é preciso lembrar que o animal está em sofrimento. Os medicamentos aceleram o tratamento e aumentam a adesão dos tutores nas mudanças de manejo e nos exercícios específicos.
Pet Med – É possível mensurar o tempo médio de recuperação do cão que sofre por ansiedade de separação? Por favor, justifique sua resposta.
Guilherme Marques Soares – Não é rápido. Sendo otimista, em torno de 90 dias. Sendo realista, entre 3 e 6 meses. O tempo se justifica, pois depende do aprendizado em ficar longe das pessoas sem manifestar ansiedade.
Pet Med – Neste aspecto, o que pode ser feito pelos familiares, a fim de evitar que o seu cão venha a desenvolver ansiedade de separação?
Guilherme Marques Soares – A melhor forma de evitar o problema é ensinar o cão a ficar períodos sozinho desde filhote, a partir de quatro meses, pois é nessa fase, normalmente, que os cães desenvolvem a hipervinculação à pessoa ou a outro animal.
Pet Med – Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista.
Guilherme Marques Soares – Ansiedade de Separação não tem cura. Todo tratamento visa à remissão dos sintomas. O principal gatilho para a síndrome é ter mudanças na rotina: mudança de residência, convívio aumentado ou reduzido com alguém – empregado(a) novo(a), morte, nascimento, namorado(a) novo(a), aquela tia que vem passar uma temporada em casa, emprego novo com mudanças de horários, etc. Portanto um cão pode ficar bem por um tempo e voltar a manifestar a síndrome caso tenha um novo gatilho.
Buscar a orientação de um profissional capacitado desde que o cão é filhote é a melhor maneira de evitar uma série de problemas de comportamento, dentre eles a síndrome de ansiedade de separação.
A chegada de um bebê algumas vezes é muito esperada, outras repentina, mas, em ambas as situações, a família tem de se preparar para a nova rotina.
E no caso das famílias multiespécies que, além dos humanos, têm cães e gatos como integrantes?
Assim como nós, os animais também terão alterações no seu dia a dia, e, por isso, é importante fazer com que essa mudança aconteça de modo positivo para todos os envolvidos.
Mas, na prática, como os familiares devem preparar a casa e o pet para a chegada do bebê?
Para conversar conosco sobre esse tema, convidamos oMédico Veterinário, Felipe dos Santos Muniz, professor do Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
A entrevista está imperdível, acompanhe!
Pet Med – Para começar, nos explique: os animais têm sentimentos?
Felipe Muniz – Sim, eles têm e demonstram sentimentos. A expressão é que acaba sendo diferente. A gente verbaliza e os animais vão ter essa demonstração de sentimentos através de comportamento. Então, um comportamento arredio, um comportamento mais próximo, uma carência.
Pet Med – Neste sentido, os cães e os gatos podem sentir ciúmes dos seus familiares?
Felipe Muniz – Sim, os animais também sentem ciúmes dos familiares. Isso pode acontecer, principalmente quando se tem uma rotina.
Quando a gente tem uma família, se o cão ou o gato passeia diversas vezes ao dia, ele tem toda rotina dele pronta, e se isso acaba se modificando de uma maneira muito brusca, esse animal vai sentir essa mudança de rotina e a gente vai ter essa interpretação de que poderia ser um ciúmes. A mudança do comportamento dos familiares, da rotina, eles vão perceber e podem expressar comportamentos de ciúmes.
Então, o principal que a gente tem que levar em consideração é essa mudança da rotina que acontece. Quando a agente tem essa mudança mais brusca, o animal vai sentir.
Essa mudança pode variar muito de animal para animal e a gente pode ter dois extremos. Ele pode se isolar, ele fica mais quieto no canto, isolado, sem interação com a família, mas, também, pode acontecer o inverso. Um animal que comece a apresentar comportamentos para chamar atenção, como roer ou destruir alguns objetos. Tudo isso são mecanismos para chamar atenção e de demonstrar que ele está insatisfeito com alguma mudança. Então, esse é o ponto que deve ser observado.
Pet Med –No caso da chegada do bebê na casa que tem um cão e/ou um gato como integrante da família, como adaptar o ambiente da sua casa para garantir a segurança de todos antes da chegada do bebê?
Felipe Muniz – Tudo que envolve a chegada de um bebê numa casa que já tem animais deve ser aos poucos introduzido. Eu coloco até uma experiência pessoal.
Eu tenho uma filha recém-nascida, ela está com quatro meses e essa também era uma preocupação nossa com a nossa cachorrinha. Então, uma das primeiras coisas que a gente fez, foi ir introduzindo o cheiro do bebê. Ainda na maternidade, a gente pegou alguns panos, algumas roupinhas que a bebê tinha usado e levou para casa para a cachorrinha já ir sentindo o cheiro e ir se acostumando.
Pet Med –E quando for a hora de apresentar o bebê para o cão ou para o gato, quais cuidados devem ser tomados? Como os familiares devem agir?
Felipe Muniz – Os familiares devem ter a consciência de que é uma adaptação, e por isso, deve ser um processo progressivo e devem permitir que o animal da casa participe dessa chegada do bebê.
Quando o bebê chegar, é importante deixar o gatinho ou o cachorrinho chegar perto, sentir o cheiro, ir se aproximando, demonstrar que está tudo bem, que faz parte da família, que vai ser uma aceitação natural.
É natural a gente ficar com receio também, e, por isso, às vezes a gente fica querendo evitar um contato muito grande, e ai acabamos afastando o animal desse bebê – e, é exatamente o ponto que a gente cria de separação. É o que a gente não pode fazer, então, o que deve ser feito é aos pouquinhos ir introduzindo, é deixando cheirar, é envolver também, o animal na rotina com o bebê. Então, passeios que forem feitos, brincadeiras em conjunto, deixa o animal participar, deixa o animal estar junto.
Quanto mais a gente separar, quanto mais a gente mudar a rotina da casa daquele animal que já morava ali, mais ele vai sentir, mais ele vai ficar isolado ou vai criar esse comportamento arredio, e é exatamente o que a gente não quer. A gente quer que ele mantenha a rotina e que ele seja incluído nessa chegada do bebê.
Pet Med –E no caso dos lares com mais de um cão ou mais de um gato, as medidas devem ser as mesmas já sugeridas?
Felipe Muniz – Quando a gente fala em um lar que tem mais de um animal, a mudança pode acabar sendo até um pouco mais sutil, porque o animal tem a companhia dos outros animais e a chegada do bebê acaba não tendo uma influencia tão grande no dia a dia dele, mas, o processo deve ser o mesmo. É introduzindo o bebê dentro da rotina familiar. É deixando os animais que se sentirem à vontade, irem se aproximando, cheirando, participando, e tornando isso uma rotina natural e não uma coisa diferente.
Tudo muito gradual, tudo dentro do limite de cada animal. Esses são os processos que a gente tem que ir realizando com um ou mais animais em casa.
Pet Med –Nesses casos, é importante procurar ajuda de um veterinário especialista em comportamento animal?
Felipe Muniz – Hoje os especialistas em comportamento animal auxiliam em diversas situações, então, sim, podem e devem ser consultados, porque eles vão ter orientações específicas sobre aquele animal, sobre aquela determinada situação, daquela casa, daquela rotina, sobre como ele pode ajudar a ir facilitando essa introdução, o que pode ser um ponto fundamental a nosso favor.
Pet Med –Para finalizar, e quanto aos animais, para não se sentirem excluídos, quais são os cuidados a serem tomados?
Felipe Muniz – Eu acho que o ponto principal dessa introdução, para a gente não ter uma quebra, é exatamente manter a rotina, tentar fazer a inclusão desses animais junto com os cuidados com o bebê. Isso é o mais importante.
Acaba que quando chega um bebê as atenções mudam muito. São muitas preocupações, são muitas demandas, é uma rotina que já muda por si só, não tem jeito de não mudar e se a gente não se preocupar em preservar os animais, eles sentem muito e acabam se sentindo excluídos. Então, reforço, a necessidade de tentar incorporar eles dentro da rotina com o bebê.
Em sua grande maioria, os animais são curiosos, eles querem ver, cheirar, entender o que está ali, quem esta chorando, o que quer dizer aqueles novos sons que ele está ouvindo, então permita que isso aconteça. Faça com que esses sejam momentos agradáveis e não de tirar o animal, inibir ele de vivenciar a sua curiosidade, não o afaste, não brigue. Ao contrário, faça reforços positivos para que ele mantenha essa vontade de estar ali, porque serão melhores amigos em alguns momentos, principalmente o cão – o gato também, mas, durante a fase da alimentação alimentar, nessa hora eles viram sombra das crianças. Então, essa hora da chegada é muito importante para que a gente já comece a criar um laço entre eles, sempre respeitando o tempo de cada um, mas, também, sempre incluindo todos, dentro dessa chegada e dessa mudança de rotina que vai acontecer para todos, mas que a gente tenta fazer de uma maneira muito suave.
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O Diabetes mellitus (DM) é uma das doenças endócrinas mais comuns nos cães e nos gatos. Mas, você saberia dizer, de que modo o Diabetes pode afetar a saúde dos pets?
Para nos tirar essa e outras dúvidas, convidamos o Médico Veterinário, Rodrigo Brum Lopes, formado pela Universidade Federal Fluminense e Mestre em Ciências da Saúde, com ênfase em Endocrinologia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Boa leitura!
Pet Med – O que podemos entender como diabetes?
Rodrigo Brum Lopes – Diabetes é um grupo heterogêneo de doença, de várias etiologias, que é caracterizada por um quadro de hiperglicemia secundário a uma ação ineficaz de insulina; uma produção ineficaz ou ambas situações.
Pet Med – Quais são os tipos de diabetes que acometem cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Quanto a nomenclatura, a mais atual é nos referirmos como Diabetes Mellitus insulino-deficiente e Diabetes Mellitus insulino-resistente. A primeira acometendo principalmente cães, enquanto a segunda, os gatos.
Pet Med – O que diferencia uma da outra?
Rodrigo Brum Lopes – Basicamente saber como anda a produção de insulina. Na insulino-deficiente temos redução na produção de insulina por diversos motivos, distúrbios que de certa forma atingem seu local de produção, as células beta. Na forma insulino-resistente o que temos é a identificação de fatores de resistência a ação da insulina; ou seja, ela continua sendo produzida, viabilizada, mas sua ação está comprometida.
Pet Med – De que modo o diabetes pode afetar a saúde dos cães e dos gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Como toda doença de caráter sistêmico, ela pode causar danos em diversos órgãos e tecidos. Insulina é o hormônio que promove a “alimentação celular”, ajuda a levar o principal alimento pra dentro da célula: a glicose. Sem conseguir se “alimentar” direito, a célula tende a entrar em falência. Mas não sem antes disparar uma série de medidas metabólicas pra não entrar em inanição. E é justamente aí, nesse gatilho ativado, que ocorre a produção de uma série de compostos em larga escala que sobrecarregam o organismo.
Além disso, há todo um comprometimento imunológico em ambientes hiperglicêmicos, a atividade dos neutrófilos fica comprometida, a imunidade humoral também, predispondo aos quadros de infecções nos nossos pacientes.
Pet Med – Quais são os sinais clínicos que os cães e os gatos podem manifestar e que os familiares devem ficar atentos em casa no dia a dia?
Rodrigo Brum Lopes –Não é difícil suspeitarmos sobre a possibilidade de diabetes acontecendo porque os sinais clínicos são muito expressivos. Os animais começam a beber mais água, urinar mais, têm aumento do apetite mas sobretudo, começam a perder peso. Alguns podem apresentar cegueira súbita por conta do desenvolvimento de catarata.
Pet Med – De que forma encontra-se o diagnóstico para o diabetes em cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Para diagnóstico é preciso aliar a presença de sinais clínicos, hiperglicemia (glicemia em jejum geralmente maior que 200 mg/dL em cães, e maior que 270 mg/dL em gatos) e presença de glicose na urina.
Pet Med – Quais são as formas de tratamento do diabetes nos cães?
Rodrigo Brum Lopes – Costumo falar em pilares de tratamento, sendo o principal deles, a necessidade de insulina. Além disso, ajustar uma dieta de acordo com a nova condição deste paciente.
Pet Med – E nos gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Nos gatos ainda falamos sobre a necessidade de iniciar tratamento com insulina, além do ajuste a uma dieta direcionada ao tratamento do diabetes. No entanto, hoje, algumas outras formas de tratamento vêm sendo propostas. Novos fármacos, como os inibidores de SGLT2 estão sendo utilizados e discutidos. É uma medicação oral. Particularmente ainda prefiro esperar novas publicações e acompanhamentos já que este é um protocolo bem recente.
Pet Med – Quais são os riscos para a vida dos animais se o diabetes não for tratado?
Rodrigo Brum Lopes – A diabetes não tratada ou pobremente controlada inevitavelmente evolui pra complicações. Uma delas é a Cetoacidose diabética, uma complicação potencialmente fatal.
Pet Med – Quais são as formas de prevenção para cães e gatos?
Rodrigo Brum Lopes – Evitar os principais fatores de risco é a nossa melhor prevenção. Obesidade, por exemplo, é o principal fator de risco ao desenvolvimento de diabetes nos gatos, e o número de pacientes felinos obesos é assustador.
Além do combate a obesidade, é importante a orientação quanto ao uso indiscriminado de algumas medicações como os glicocorticoides, principalmente em cães; evitar o uso de contraceptivos em cadelas (as famosas medicações anticio); evitar os quadros de pancreatite, e, ainda, tratar outras doenças hormonais que possam contribuir com o desenvolvimento do diabetes como o Hipercortisolismo, Hipertireoidismo.
Pet Med – Para finalizarmos, quais são os cuidados que os familiares devem ter quando se tem um cão ou um gato diabético em casa?
Rodrigo Brum Lopes – Principalmente entender que a vida do diabético se baseia em uma rotina. É preciso entender a necessidade de uma dieta adequada, a necessidade de aplicação de insulina nesses pacientes, se atentar a possíveis sinais de hipoglicemia (glicemias muito baixas), e fazer revisões e exames regulares junto ao Médico Veterinário. Sobretudo, qualquer emergência, levar este animal a clínica mais próxima, sem deixar para depois!
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A pele do seu pet é um reflexo da sua saúde. Cuide dela com a Dermatologia Veterinária!
Por Pauline Machado O inverno chegou e com ele vem também aquela temporada de clima frio e seco que tanto afeta a saúde dos humanos e, também dos animais. Por isso, hoje, a nossa convidada especial é a Médica Veterinária, Marcia Elizabeth Keim Magheli Lima, portadora do CRMV-RJ:5217. Profª. Marcia Lima, como gosta de ser chamada, é Mestre em Ciência Animal, com ênfase em Dermatite Atópica Canina, e atua nas áreas de Dermatologia, Alergologia, Cosmiatria e Otologia de Cães e Gatos. Além da rotina na área clínica, também é palestrante e conferencista internacional, consultora e mentora para médicos veterinários e da pós-gradução de Dermatologia Veterinária na Faculdade Qualittas. É, ainda, autora dos livros digitais e dos cursos práticos Descomplicando a Citologia na rotina Vet Dermato e Descomplicando o Tricograma na rotina Vet Dermato, todos para Médicos Veterinários. A entrevista está imperdível. Acompanhe!
Pet Med – O que podemos entender por saúde dermatológica dos cães e dos gatos? Marcia Lima – A pele, juntamente com a pelagem do cão e do gato, necessita de nutrientes abundantes, vindos do sangue. Qualquer alteração na nutrição ou que afete a circulação do sangue, como por exemplo, processos inflamatórios do corpo, podem comprometer o bom funcionamento da pele. A gente consegue perceber, desde uma leve perda de brilho nos pelos, a descamação ou lesões maiores. Uma pele saudável sinaliza que a saúde do corpo também, portanto, buscar a saúde dermatológica faz parte de cuidar bem e desejar a saúde como um todo, tanto do cão, quanto do gato.
Pet Med – Quais são os tipos mais comuns de problemas dermatológicos nos cães? Marcia Lima – A primeira coisa que acontece, quando a pele do cão adoece, costuma ser a descamação. No cão, se a descamação permanece muitos dias, é comum mudar o pH da superfície da pele. Esse desequilíbrio acaba causando a mudança dos micro-organismos que habitam a pele, favorecendo que as infecções oportunistas aconteçam. Nesse caso, a pele fica avermelhada, mais quente, com crostas amarelas, com falhas na pelagem e a coceira pode fazer o animal se ferir, com os dentes, a língua ou as unhas.
Pet Med – E nos gatos? Marcia Lima – A primeira coisa que acontece, quando a pele do gato adoece, costuma ser a descamação. Se permanecer alterada assim por alguns dias, além da caspa, você vai notar falhas na pelagem, sem vermelhidão. Com menor frequência, comparando com o cão, a pele alterada, do gato, evolui da caspa para a inflamação, tornando-se avermelhada e quente, e pode incomodar bastante, com dor ou coceira. Esse desconforto pode fazer o animal se ferir bastante, com os dentes, a língua ou as unhas.
Pet Med – De maneira geral, o que pode ocasionar tais problemas na pele dos cães e dos gatos? Marcia Lima – As causas mais comuns de problemas de pele em cães e gatos são as alergias, as parasitoses, como picadas de pulgas, carrapatos e mosquitos, e os erros na alimentação.
Pet Med – De que modo o clima frio, durante o inverno, pode afetar a saúde dermatológica dos pets? Marcia Lima – No inverno, no Brasil, existem dois cenários preocupantes para a pele dos cães e gatos: Nas cidades em que o clima é mais úmido e se aproxima dos 20 a 30ºC (N, NE e grande parte do litoral do Brasil), há maior exposição a pulgas, carrapatos e mosquitos, pois não sobrevivem tanto aos extremos de temperatura do verão. Para os alérgicos, além da maior quantidade de picadas, a pele também inflama e reage muito ao contato com os fungos e ácaros ambientais, que proliferam nessa faixa de temperatura e maior umidade. Nas cidades em que no inverno o clima é menos úmido e se aproxima dos 20 ºC (Centro-Oeste, SE continental e Sul), a pele sofre com o ressecamento causado pela baixa umidade relativa do ar, principalmente, quando permanece menor que 50% por muitos dias. A pelagem fica mais seca, pode quebrar os fios e embolar – a pele acaba adoecendo por baixo do nó dos pelos. Nessas cidades, a pele do cão e do gato resseca, perde a capacidade protetora e começa a permitir a entrada de substâncias irritantes presentes no ambiente, podendo até inflamar e coçar, principalmente nos cães e gatos alérgicos.
Pet Med – Quais são os riscos para a saúde dos animais quando acometidos por doenças dermatológicas? Marcia Lima – Grandes perdas de pele causadas pela automutilação de animais mais sensíveis e mais reativos podem gerar, além da dor, infecções, que, em casos de baixa imunidade, podem evoluir para infecções sistêmicas, potencialmente fatais. Na grande maioria dos casos, as alterações da pele doente são mais discretas, não havendo risco de óbito. Aquela falha de pelo com caspa aparentemente inocente no cão ou gato, pode fazer o animal passar a noite agitado, ansioso, com a pele ardendo, pinicando, doendo ou coçando. Se continuar assim durante algumas semanas, já altera a qualidade do sono, a digestão, a imunidade e reflete na saúde do corpo inteiro. Por isso, a pele doente é um dos principais motivos da queda na qualidade de vida, tanto do animal, quanto da sua família.
Pet Med – Quais são os tratamentos mais comuns para os cães e para os gatos? Marcia Lima – Os produtos mais utilizados antigamente eram os antibióticos e as medicações orais ou injetáveis. Com a modernização das pesquisas, hoje, os tratamentos dermatológicos priorizam a segurança e o conforto do animal e costumam incluir xampus terapêuticos, mousses, sprays, cremes ou loções. O mais importante em qualquer tratamento dermatológico hoje em dia é medicar a pele do cão ou do gato, somente depois de saber qual é o problema causador da alteração. Tratamento por tentativa e erro é coisa do século passado!
Pet Med – E as formas de prevenir os problemas dermatológicos nos cães e nos gatos? Marcia Lima – A melhor forma de prevenir um problema sempre é saber qual é o problema em questão. Encontrar caspa na pele do animal e lavar com um xampu anticaspa, além de poder agredir a pele com o poder desengordurante inadequado do xampu, não resolve, porque não controla a causa da descamação. Era uma infecção no útero: uma piometra ou metrite? – Quem já viu uma cadela assim, sabe a gravidade que é um útero cheio de pus e bactéria. Era uma simples questão de ar muito seco no ambiente onde o animal mora? Quando notar caspa na pele ou qualquer alteração na pelagem do cão ou gato, não peça uma medicação, peça os exames de triagem dermatológica, ao médico veterinário mais próximo. Só assim, é possível identificar as estruturas microscópicas da superfície da pele, pra entender se é um problema dermatológico/externo ou se a pele está apenas sinalizando uma alteração mais grave/interna do corpo.
Pet Med – Para finalizar, quais cuidados devem ser tomados pelos familiares no dia a dia dos pets em casa a fim de evitar esses problemas durante o inverno? Marcia Lima – Quem mora no Brasil está sempre muito exposto a pulgas, carrapatos e mosquitos, capazes de transmitir doenças fatais e de inflamar a pele dos cães e dos gatos. Portanto, manter algum antiparasitário faz diferença na qualidade da pele, dos pelos e na saúde, durante o inverno, nas cidades de maior umidade, mas também nas áreas mais secas, porque o animal tende a buscar conforto nos locais onde as condições climáticas são as mais favoráveis para esses parasitas também. Nas regiões de umidade relativa do ar muito baixa, menor que 50%, faz muita diferença, manter um termômetro que informe a URA (Umidade Relativa do Ar), nos ambientes onde o animal mais fica. São equipamentos de preço bem baixo, fáceis de colocar na estante ou na parede, para avaliar a qualidade do ar e intervir, conforme necessário. Quando o equipamento indicar que a umidade baixar de 50%, vale investir num aparelho umidificador de ambientes e, se preferir algo mais caseiro e igualmente útil, vale também a receitinha caseira de pendurar uma toalha molhada, para umidificar o local onde o cão ou gato mais ficam. Lembre de fazer isso, conferindo sempre a umidade e a temperatura no cômodo, para que fique perto de 60 %. Nessa faixa, você reduz a exposição a fungos, ácaros, parasitas e ainda reduz a agressão da pele no inverno. Peles sensíveis e alérgicas precisam de acompanhamento médico veterinário, para, além dessas medidas acima, receberem produtos antiparasitários e produtos hidratantes mais adequados. Além disso, se achar que seu cão ou gato fica mais confortável no inverno, com mantas e cobertores, lembre de lavar semanalmente, da mesma forma que lavaria a sua colcha. Isso melhora em muito a qualidade da pele e do pelo também, principalmente nos que são alérgicos. Por fim, se seu cão ou gato tem caspa, procure um médico veterinário e peça os exames de triagem dermatológica para que ele consiga investigar a causa e determinar se é alguma agressão externa à pele ou algum problema interno/sistêmico.
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