O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, nos convida a refletir sobre os efeitos nocivos do tabagismo para a saúde — não apenas para quem fuma, mas também para quem convive no mesmo ambiente, entre eles, os animais de estimação.
Especialmente, os cães e os gatos são expostos à fumaça do cigarro de forma passiva, constante e silenciosa e por isso, para eles, que têm o olfato e os pulmões muito mais sensíveis do que os humanos, o cigarro representa um risco maior e perigoso à saúde.
Por isso, nesta entrevista, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária Rosiane da Silva, especializada em Clínica Médica de cães e gatos.
Entre outras orientações, a Dra.Rosiane nos conta como a fumaça do cigarro impacta a saúde respiratória, imunológica e até comportamental dos pets, além de discutir doenças associadas ao tabagismo passivo, como bronquite crônica, alergias, infecções recorrentes e até câncer.
A Médica Veterinária também alertou sobre os sinais que merecem atenção, as formas de proteger os animais e o papel essencial da conscientização nesse cuidado. Afinal, escolher parar de fumar pode ser um gesto de amor e proteção — não só com você, mas com quem compartilha sua vida, seu sofá, e até a sua cama!
Boa leitura!
Pet Med –Quais são os principais riscos que o cigarro representa para a saúde de cães e gatos?
Rosiane da Silva – Os principais riscos estão relacionados à exposição a uma infinidade de substâncias tóxicas presentes na fumaça. Para cães e gatos, isso se traduz em irritação das vias aéreas, danos aos pulmões, risco aumentado de problemas respiratórios e, a longo prazo, o desenvolvimento de doenças crônicas e até câncer, ou seja, a exposição constante compromete a saúde geral e a qualidade de vida.
Pet Med –De que forma a fumaça do cigarro chega até os pets e por que ela é tão prejudicial, mesmo sem contato direto?
Rosiane da Silva – De forma passiva: É a fumaça que o fumante exala ou que sai diretamente da ponta do cigarro aceso. Ela se espalha pelo ambiente e é inalada pelos animais.
De forma residual: Essa é a mais insidiosa e muitas vezes subestimada. São as partículas tóxicas que se depositam em superfícies, como pelos, móveis, tapetes e cortinas, mesmo depois que o cigarro foi apagado. Os pets entram em contato com essas partículas ao deitar, brincar ou, principalmente, ao se lamberem durante a higiene. É prejudicial mesmo sem contato direto porque as toxinas são liberadas no ar e se depositam em todo o ambiente, tornando-se uma fonte constante de contaminação para o animal, que respira o mesmo ar e se expõe às superfícies contaminadas.
Pet Med –Quais doenças podem ser causadas ou agravadas pela exposição à fumaça do cigarro nos animais?
Rosiane da Silva – As doenças mais comuns incluem:
Doenças respiratórias crônicas: bronquite, asma – especialmente em gatos, e inflamação das vias aéreas.
Infecções respiratórias recorrentes: pneumonia, infecções bacterianas e virais devido ao enfraquecimento das defesas locais.
Problemas dermatológicos e oculares como irritação nos olhos e na pele.
Doenças cardiovasculares, pois, em alguns casos, há um risco maior de problemas cardíacos.
Câncer, principalmente de pulmão e nasal em cães, sobretudo nos cães de focinho longo, e linfoma em gatos.
Pet Med –Existe diferença no impacto do tabagismo passivo entre cães e gatos?
Rosiane da Silva – Sim, podemos dizer que os gatos geralmente são mais afetados, especialmente da forma residual. Gatos são muito mais meticulosos em sua higiene, e ao se lamberem para se limpar, eles ingerem as partículas tóxicas da fumaça que se depositaram em seus pelos. Isso os torna mais suscetíveis a desenvolver linfoma, que é um tipo de câncer de células brancas do sangue e câncer de boca, além de problemas respiratórios como a asma felina.
Os cães também sofrem com problemas respiratórios e oculares devido à inalação da fumaça. Curiosamente, cães dolicocefálicos, como Collies e Dachshunds, parecem ter maior risco de desenvolver câncer nasal, enquanto cães com focinho curto, os braquicefálicos, tendem a ter mais problemas pulmonares e brônquicos. A forma como o ar é filtrado e onde as partículas se depositam varia conforme a anatomia do focinho.
Pet Med –A exposição à fumaça pode afetar o sistema imunológico dos animais ou aumentar sua vulnerabilidade a infecções?
Rosiane da Silva – Sim, a exposição à fumaça pode, sim, afetar o sistema imunológico dos animais. As toxinas presentes na fumaça irritam e danificam as células que revestem as vias respiratórias, que são a primeira linha de defesa contra microrganismos. Isso compromete a capacidade do corpo de remover partículas e combater infecções. Além disso, a inflamação crônica gerada pela fumaça pode sobrecarregar o sistema imune, tornando o animal mais vulnerável a infecções bacterianas, virais e fúngicas, e dificultando a recuperação de doenças.
Pet Med –Quais são os sinais clínicos que podem indicar que um cão ou gato pode estar sofrendo com os efeitos da fumaça do cigarro?
Rosiane da Silva – Os sinais são variados e, inicialmente, podem ser confundidos com outras condições respiratórias. Alguns dos mais comuns incluem:
Tosse crônica ou frequente, especialmente uma tosse “seca” ou irritativa.
Espirros persistentes.
Dificuldade para respirar como ofegar, respiração acelerada ou com esforço.
Secreção nasal ou ocular, olhos irritados ou avermelhados.
Pelo sem brilho, com odor persistente de cigarro.
Letargia, diminuição da energia ou disposição para brincar.
Perda de apetite ou emagrecimento, em casos mais avançados e chiado no peito, especialmente em gatos com asma.
Pet Med – Raças braquicefálicas, filhotes e animais com doenças crônicas respiratórias correm mais risco?
Rosiane da Silva – Com certeza. Raças braquicefálicas, de focinho curto, como Pugs, Buldogues, Shih Tzus e Gatos Persas, etc., já têm uma anatomia respiratória naturalmente comprometida. Suas narinas são mais estreitas, o palato mole é alongado e as vias aéreas são mais apertadas. A fumaça do cigarro agrava ainda mais essa condição pré-existente, causando maior inflamação e dificuldade respiratória, podendo levar a crises mais severas.
Já os filhotes têm o sistema respiratório e imunológico ainda em desenvolvimento, logo, a exposição precoce a toxinas pode causar danos permanentes aos pulmões e ao sistema imunológico, tornando-os mais suscetíveis a infecções e problemas crônicos ao longo da vida.
Os animais com doenças crônicas respiratórias, ou seja, aqueles que já sofrem de asma, bronquite crônica ou outras condições respiratórias, têm seus sintomas intensificados pela fumaça. A irritação agrava a inflamação existente e pode desencadear crises severas, necessitando de intervenção veterinária.
Pet Med – Além da inalação, a nicotina ou os resíduos tóxicos do cigarro podem ser absorvidos pela pele, pelos ou lambedura?
Rosiane da Silva – Sim, e essa é uma via de exposição muito importante, especialmente a da lambedura. A forma residual deposita partículas tóxicas em todas as superfícies, incluindo os pelos dos animais. Quando os pets se lambem para se limpar, eles acabam ingerindo essas substâncias nocivas. A nicotina e outros resíduos são então absorvidos pelo trato gastrointestinal. Em menor grau, a absorção pela pele também pode ocorrer se houver contato prolongado ou em grandes quantidades, mas a via oral (lambedura) é a mais relevante.
Pet Med –E, quanto ao real risco de câncer em pets associado ao ambiente com fumaça de cigarro?
Rosiane da Silva – Sim, o risco de câncer em pets associado ao ambiente com fumaça de cigarro é real e comprovado. As substâncias químicas presentes na fumaça do tabaco são carcinogênicas, ou seja, capazes de causar mutações nas células que podem levar ao desenvolvimento de tumores.
Em cães há um risco aumentado de câncer nasal (especialmente em raças dolicocefálicos, onde as partículas se depositam e irritam a mucosa nasal) e câncer de pulmão.
Nos gatos, há uma forte associação entre a exposição à fumaça e o desenvolvimento de linfoma – um câncer do sistema linfático, e câncer de boca. Isso se deve à ingestão das toxinas ao se lamberem, que irritam as mucosas do aparelho digestório.
A exposição crônica a esses agentes carcinogênicos leva à formação de tumores ao longo do tempo.
Pet Med –Fumar em outro cômodo ou perto de uma janela elimina o risco para os animais?
Rosiane da Silva – Não, não elimina o risco. Embora possa reduzir a concentração imediata de fumaça inalada, não é uma solução eficaz. A fumaça não respeita paredes ou janelas abertas. As partículas tóxicas se espalham pelo ar e conseguem entrar em outros cômodos. Mesmo com a janela aberta, parte da fumaça é sugada de volta para dentro ou se deposita nas superfícies do ambiente.
O resíduo tóxico nas superfícies ainda será um problema, pois as toxinas se depositam em todos os lugares, independentemente de onde o cigarro foi aceso. O único ambiente realmente seguro é aquele onde não há fumaça de cigarro em nenhum momento.
Pet Med –Que medidas práticas os familiares fumantes podem adotar para proteger seu pet da fumaça do cigarro?
Rosiane da Silva – A medida mais eficaz é parar de fumar completamente. No entanto, se isso não for possível imediatamente, algumas ações podem ajudar a minimizar a exposição, mas nunca a eliminar a exposição do pet à fumaça do cigarro, como por exemplo:
Fumar exclusivamente ao ar livre, longe dos animais e da residência: Essa é a única forma de evitar a exposição direta à fumaça.
Trocar de roupa e lavar as mãos após fumar e antes de interagir com o pet. Isso reduz a transferência de resíduos.
Não fumar dentro do carro com o pet presente.
Limpar frequentemente e rigorosamente o ambiente, incluindo as cortinas, os tapetes, as mantas, e limpar superfícies com frequência para remover as partículas tóxicas depositadas.
Evitar cinzeiros expostos. Os cinzeiros devem sempre estar limpos e fora do alcance dos animais, pois a ingestão de bitucas e cinzas é altamente tóxica.
Pet Med –Para finalizar, nos de um resumo, de como, de modo geral, a fumaça do cigarro impacta a qualidade de vida e a saúde dos cães e gatos.
Rosiane da Silva – De modo geral, a fumaça do cigarro impacta a qualidade de vida e a saúde dos cães e gatos de forma extremamente negativa. Ela os submete a um estresse crônico no sistema respiratório e imunológico, tornando-os mais propensos a doenças, infecções e, em casos mais graves, ao desenvolvimento de cânceres. Os pets acabam tendo menos energia e disposição, ficam doentes ou com dificuldade respiratória, não brincam, não se exercitam e não interagem como deveriam. A inflamação e as doenças respiratórias podem causar tosse constante, falta de ar, desconforto e dor. Animais expostos cronicamente à fumaça tendem a viver menos e com menor qualidade de vida. Em resumo, a exposição à fumaça transforma o lar em um ambiente de risco contínuo para a saúde do pet, comprometendo seu bem-estar físico e emocional.
Neste aspecto, gostaria de reforçar, ainda, a ideia de que a responsabilidade pela saúde do pet recai inteiramente sobre seus tutores. Muitas vezes, a relação entre o tabagismo do tutor e a saúde do animal não é imediatamente óbvia para as pessoas, e os sintomas podem ser atribuídos a outras causas. É fundamental que os veterinários eduquem os familiares sobre os riscos do tabagismo passivo, pois a conscientização é a primeira e mais importante ferramenta de prevenção.
Outro ponto importante é que não há um nível “seguro” de exposição à fumaça de cigarro. Mesmo a exposição ocasional ou em pequenas quantidades pode ter efeitos cumulativos e prejudiciais. Os animais, por viverem no mesmo ambiente que seus tutores e terem sistemas respiratórios mais sensíveis, são verdadeiras “sentinelas” da qualidade do ar doméstico. O que é prejudicial para nós, muitas vezes é ainda mais prejudicial para eles.
Por fim, é crucial lembrar que o bem-estar animal vai além da alimentação e do acesso a cuidados veterinários básicos, ele engloba um ambiente seguro e saudável. Proteger os pets da fumaça do cigarro é um ato de amor e responsabilidade que impacta diretamente na sua qualidade de vida e longevidade. Incentivar a cessação do tabagismo entre tutores de animais não é apenas uma questão de saúde humana, mas de saúde pública animal.
Dicas de saúde e bem-estar 🐾 Produtos incríveis para todas as necessidades 🐶🐱 Linha Vet com coleções exclusivas para quem cuida do seu melhor amigo com conforto e estilo. 👩⚕️👨⚕️ Inspiração para você e seu melhor amigo 🥰 Compartilhe seus momentos especiais com a #petmed e inspire outros apaixonados por pets!
Tecnologias Dry, Antimicrobiana e UV 50+ ✨ Roupas protetoras e protetores anatômicos 🐶🐱 Tecido leve e flexível para o máximo de bem-estar 😊 Seu pet merece o melhor! Descubra nossa linha completa de produtos.
O glaucoma é uma das doenças oculares mais silenciosas e perigosas que acometem, também, a visão dos cães e gatos, podendo levá-los à cegueira irreversível se não forem identificados e tratados a tempo.
Embora seja mais comum em algumas raças e idades, o glaucoma pode surgir de forma súbita ou secundária a outras condições, como uveítes ou luxação de cristalino. Por isso, na entrevista de hoje, vamos entender como os familiares podem, no dia a dia, reconhecer os sinais clínicos precoces. A Médica Veterinária, Natércia Ribeiro Silva, especializada em Oftalmologia e fundadora da Majstra Formulações Veterinárias, nos explica, também quais exames são essenciais para o diagnóstico e as opções de tratamento disponíveis — desde colírios até intervenções cirúrgicas, sempre com foco na preservação da visão e da qualidade de vida dos animais.
Acompanhe a entrevista e compartilhe com seus amigos e familiares!
Boa leitura.
Pet Med – O que exatamente é o glaucoma e por que ele representa um risco tão grande à visão dos cães e gatos?
Natércia Ribeiro Silva – O glaucoma é aumento da pressão intraocular devido a não drenagem do humor aquoso – líquido que preenche a parte anterior do olho. Esse aumento vai levando a perda da visão gradativa irreversivelmente, pois ocorre perda das células da retina e degeneração do nervo óptico devido a pressão sobre esses tecidos. É uma das principais causas de cegueira em cães.
Pet Med – Quais são os principais tipos de glaucoma que acometem cães e gatos, e como eles se desenvolvem?
Natércia Ribeiro Silva – Classificamos o glaucoma em três formas: .
1 – O glaucoma pode ser primário ou secundário, de acordo com a sua causa;
2 – Agudo ou crônico com base na sua evolução;
3 – Com ângulo aberto ou fechado de acordo com a aparência do ângulo de drenagem.
Então, podemos ter:
Glaucoma primário com aumento da PIO não associado a outras doenças. Tem caráter hereditário, geralmente bilateral.
Glaucoma primário de ângulo aberto, devido às alterações metabólicas das células trabeculares.
Glaucoma primário de ângulo fechado, com alterações mecânicas no ângulo de drenagem.
Glaucoma secundário, associado a uma doença ocular prévia que obstrui o cais de drenagem do humor aquoso, geralmente unilateral, podendo ser bilateral.
Pet Med – Quais sinais clínicos devem acender o alerta de que um animal pode estar desenvolvendo glaucoma?
Natércia Ribeiro Silva – Quando a parte branca do olho fica vermelha, o piscar intenso, olho com aspecto azulado, pupila dilatada, perda da visão, e, em casos crônicos, aumento do globo ocular.
Pet Med – Os sintomas do glaucoma são sempre visíveis ou pode haver evolução silenciosa da doença?
Natércia Ribeiro Silva – É uma doença silenciosa, mas conforme vai agravando os sinais vão se manifestando.
Pet Med – Existe alguma predisposição racial ou genética conhecida em cães e gatos?
Natércia Ribeiro Silva – Sim, as raças caninas predispostas ao glaucoma primário são:
As fêmeas têm maiores chances de desenvolver devido apresentarem o ângulo iridocorneano menor.
Pet Med – Como é feito o diagnóstico do glaucoma na prática veterinária e quais exames são indispensáveis?
Natércia Ribeiro Silva – O diagnóstico é feito com equipamento específico que mede a pressão intraocular do olho. Esse equipamento se chama Tonômetro, podendo ser de aplanação ou de rebote.
Pet Med – Qual é o papel da tonometria e com que frequência ela deve ser realizada em animais de risco?
Natércia Ribeiro Silva – A tonometria faz parte da rotina da avaliação oftálmica. Em animais predispostos ou em tratamento controlado, o ideal é ser avaliado a cada seis meses.
Pet Med – Uma vez diagnosticado, o glaucoma tem cura ou o objetivo do tratamento é apenas controle?
Natércia Ribeiro Silva – O glaucoma é uma doença crônica, que não tem cura. O objetivo é tentar retardar a progressão para a perda da visão e aliviar a dor e desconforto do aumento da pressão e possíveis complicações devido aumento do globo ocular como ceratites e úlceras de córnea.
Pet Med – Quais são as opções de tratamento clínico disponíveis atualmente e como elas atuam?
Natércia Ribeiro Silva – O tratamento do glaucoma vai variar de acordo com o estágio da doença, etiologia e presença ou ausência da visão. Começamos com tratamento clínico com colírios antiglaucomatoso para controlar a pressão intraocular, associado a medicação injetável em casos de glaucoma agudo. Podendo associar medicamentos orais neuroprotetores, os nutracêuticos.
O objetivo seria diminuir a produção do humor aquoso e aumentar a drenagem do mesmo para resultar na diminuição da pressão intraocular. Os principais ativos utilizados são: Dorzolamida, timolol, latanoprosta, manitol, bimatoprosta e brinzolamida.
Pet Med – Em que situações o tratamento cirúrgico é indicado e quais são as técnicas mais utilizadas?
Natércia Ribeiro Silva – Olhos não responsivos ao tratamento clínico podemos direcionar para o tratamento com implantes de drenagem, criocirurgia, cito fotocoagulação, gonioimplates, iridencleise, trabeculectomia, ablação química intravítrea ou enucleação.
Pet Med – Quais são os maiores desafios no manejo do glaucoma em gatos, considerando seu comportamento mais reservado?
Natércia Ribeiro Silva – A aplicação dos colírios e a quantidade de vezes necessárias ao longo do dia podem ser fatores de estresse para os felinos. Assim como utilizar colar protetor em alguns casos. Felinos com hábitos de vida fora da sua casa podem ter mais chances de machucar olhos buftálmicos, ou seja, que tenham olhos com tamanho maiores.
Pet Med – Qual é a importância do acompanhamento contínuo e os riscos da perda de visão em cães e gatos com glaucoma?
Natércia Ribeiro Silva – Animais com glaucoma precisam ter acompanhamento frequente até o controle da pressão, depois acompanhamento pelo menos a cada dois a três meses até a PIO manter estável. Após esse período o ideal é acompanhar a cada seis meses. Não conseguimos prever o tempo para a perda de visão, apenas ir acompanhado a evolução com os exames clínicos. Sabemos que haverá essa perda, mas não conseguimos precisar o período, vai depender de cada organismo e sua reação ao tratamento, mas, animais sem tratamento evoluem muito rápido para perda da visão.
Pet Med – Qual é a importância de suportes, como por exemplo o Calm Pet, da Pet Med, para proporcionar uma melhor qualidade de vida emocional aos pacientes que estão perdendo a visão, dando-lhes mais segurança e conforto?
Natércia Ribeiro Silva – Se o pet for muito agitado e que impeça a aplicação dos colírios, o que implique em aumentar a pressão do olho por ficar pulando muito por exemplo, pode ser válido. Segurança e conforto serão mais em relação ao manejo, como exemplo não mudar móveis de lugar, isolar áreas de risco como escadas e piscina, andar com a coleira mais curta junto ao corpo, ver um pet para ser o cão guia desse animal que futuramente perderá a visão. Para perdas agudas da visão, o Calm Pet pode ajudar também, assim como a dedicação do tutor, que é outro fator muito importante para o sucesso do tratamento. Não é um tratamento fácil, nem barato, então, é importante o tutor conversar com o seu veterinário sobre a melhor estratégia de tratamento que vá garantir o melhor para o pet e seus familiares.
Dicas de saúde e bem-estar 🐾 Produtos incríveis para todas as necessidades 🐶🐱 Linha Vet com coleções exclusivas para quem cuida do seu melhor amigo com conforto e estilo. 👩⚕️👨⚕️ Inspiração para você e seu melhor amigo 🥰 Compartilhe seus momentos especiais com a #petmed e inspire outros apaixonados por pets!
Tecnologias Dry, Antimicrobiana e UV 50+ ✨ Roupas protetoras e protetores anatômicos 🐶🐱 Tecido leve e flexível para o máximo de bem-estar 😊 Seu pet merece o melhor! Descubra nossa linha completa de produtos.
O Dia Nacional de Prevenção da Alergia (7 de maio) é uma data importante para conscientizar a todos sobre a saúde dos seus animais de estimação, especialmente no que diz respeito às reações alérgicas que podem afetar cães e gatos.
As alergias em pets têm se tornado cada vez mais comuns, e muitos tutores desconhecem como esses problemas podem se manifestar. Por isso, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária, Fernanda Almeida Porto Cardoso Araújo, que atua como clínica geral e é especializada em Dermatologia de cães e gatos.
Ela ressalta que essas reações podem ser desencadeadas por diversos fatores, incluindo alimentos, pólens, ácaros e produtos de limpeza, resultando em desconforto significativo para os animais, e que, portanto, é fundamental que os tutores estejam atentos aos sinais de alergia e busquem orientação veterinária o quanto antes, para garantir uma vida saudável e feliz para seus companheiros.
Acompanhe a entrevista e compartilhe com amigos e familiares!
Pet Med – O que caracteriza uma alergia em pets e por que ela é considerada uma condição crônica que exige atenção constante?
Fernanda Araújo – A alergia é uma resposta desregulada do sistema imunológico a alérgenos, que podem ser ácaros, pólens, grama, alimentos e parasitos.
Pet Med – Quais são os tipos mais comuns de alergia em cães e gatos, e como cada uma pode se manifestar?
Fernanda Araújo – Os tipos mais comuns de alergia em cães e gatos são a dermatite atópica, que está relacionada intimamente aos alérgenos ambientais; alergia à presença de ectoparasitas, como pulgas, carrapatos, ácaros e mosquitos, ou reações adversas aos alimentos, em geral à proteínas.
Pet Med – Além da coceira intensa, que outros sinais o tutor deve observar que podem indicar um quadro alérgico?
Fernanda Araújo – Sem dúvida a coceira intensa é o sinal clínico mais frequente, mas também é comum animais apresentarem otites, lambeduras de patas, queda de pelo, meneios de cabeça e até mesmo vômito e diarreia.
Pet Med – Alergia é apenas um problema de pele ou pode afetar outros sistemas do organismo do animal?
Fernanda Araújo – Não, a alergia não é apenas um problema de pele. A alergia pode sim, afetar outros sistemas, como gastrintestinal, causando vômitos e diarreia; oftálmico, ocasionando blefarite, úlcera de córnea, nas orelhas, as otites, podendo levar até à alterações neurológicas, quando a otite se agrava.
Pet Med – Como as alergias impactam o bem-estar emocional, o comportamento dos animais e a qualidade de vida de todos da família, incluindo o pet?
Fernanda Araújo – Quando a alergia não é controlada, os sintomas se intensificam e causam desconforto, tanto para o animal, quanto para a família. O animal não para de se coçar, inclusive durante a noite, podendo ficar irritado e agitado. Pode sentir dor e se tornar até agressivo. O odor da pele e das orelhas se intensifica e gera mal-estar, principalmente em animais que dormem nas camas ou ficam nos sofás de casa, e por isso, alguns tutores optam em deixar o animal mais isolado, sobretudo quando recebem visitas.
Pet Med – Que raças ou perfis de pets são mais predispostos a desenvolver doenças alérgicas? Há influência genética?
Fernanda Araújo – Algumas raças com predisposição a alergias são Shih-tzu, Bulls, Yorkshire, Lhasa apso, Golden Retriever, Dachshund e Beagle.
Pet Med – De que maneira o ambiente doméstico pode contribuir para o surgimento ou agravamento das alergias?
Fernanda Araújo – O ambiente doméstico é sim um fator relevante e merece bastante atenção. A poeira doméstica contendo ácaros é um dos principais deflagradores de crises. Podemos incluir também a poeira de obras.
Pet Med – Quais são os erros mais comuns no dia a dia quando os familiares tentam lidar com a alergia sem diagnóstico veterinário?
Fernanda Araújo – Com base na minha rotina, posso dizer que dentre os erros mais comuns no dia a dia estão repetir receitas sem a orientação do médico veterinário, comprar medicações por conta própria, buscar soluções mágicas pela internet e achar que produtos de limpeza são os maiores causadores de alergia. Esses equívocos podem acabar piorando o quadro alérgico ou até mesmo colocar a vida do pet em risco. Por isso, é de extrema importância que seu pet seja examinado por um médico veterinário, especializado em dermatologia, para orientar toda a conduta.
Pet Med – Por que é tão importante investigar a causa da alergia ao invés de apenas tratar os sinais clínicos?
Fernanda Araújo – Se a causa da alergia não for identificada, teremos quadros recorrentes com frequência e com o tempo a alergia se intensifica e o quadro se agrava, como por exemplo, otites de repetição, podendo levar o animal a apresentar perda de audição e/ou sintomas neurológicos. É fundamental investigar a alergia e sempre identificar a causa base para que assim as crises sejam evitadas. Não tratamos sintomas, tratamos a doença.
Pet Med – Quais são os recursos modernos e eficazes disponíveis hoje para o tratamento das alergias em cães e gatos?
Fernanda Araújo – O primeiro passo é identificar qual alergia o pet tem e a partir daí , de acordo com cada caso, traçar a melhor estratégia. Não existe uma receita de bolo. Mas hoje em dia temos excelentes opções de tratamento que vão desde shampoos até imunoterapia alérgeno específica, as vacinas de alérgenos. Estamos em constante avanço, hoje já temos no mercado medicações orais, injetáveis e excelentes rações hidrolisadas.
Pet Med – Que medidas simples os familiares podem adotar para prevenir ou reduzir os riscos de crises alérgicas?
Fernanda Araújo – Não há nada que possa impedir o cão ou o gato a ter uma predisposição alérgica, mas é possível sim criar hábitos que possam prevenir as crises, como por exemplo a dermatite alérgica à picada de parasitas. Nesses casos, as crises podem ser evitadas fazendo uso de preventivos de ectoparasitos de uso regular. A limpeza do ambiente também é muito importante.
Pet Med – Para finalizar, qual mensagem você deixa para conscientizar os familiares sobre o impacto real das alergias na vida dos pets?
Fernanda Araújo – É importante compreender que a dermatite não tem cura, requer tratamento e pode ser sim controlada, por isso é fundamental o acompanhamento com profissional especializado em dermatologia veterinária. Por isso, ao perceber algum desses sinais que falamos, agende o quanto antes uma consulta com o médico veterinário da sua confiança. Lembre que a saúde e bem estar do seu pet é muito importante e cuidar dele é sua função também, então, não espere ver seu animal perder qualidade de vida para procurar ajuda de um profissional especializado em dermatologia.
Acompanhe nosso Instagram
Acompanhe dicas, novidades e lançamentos em nosso Instagram, te esperamos por lá também 🙂
Muito se fala sobre os cuidados que temos que ter com a saúde dos cães e gatos, mas, é importante salientar que já há alguns anos, os animais que vivem conosco fazem parte das nossas vidas, representando um papel muito importante e não apenas o de guarda, como no caso de cães ou para acabar com os ratos, no caso dos gatos.
Hoje, os cães e gatos fazem parte da vida, do dia a dia, da rotina das pessoas, sendo considerados membros da família, o que deu origem ao conceito de famílias multiespécies – aquelas em que os humanos convivem de forma integrada com cães, gatos, aves, entre outros. Nessa configuração, os animais são vistos como membros da família, e os cuidados com eles são compreendidos como parte das responsabilidades familiares.
Precisamos, portanto, ter em mente que, quando negligenciamos ou adiamos o nosso autocuidado, temos mais chances de adoecer e, de alguma forma, os deixamos vulneráveis, pois, muitas vezes não haverá outra pessoa ou familiar que posso cuidar dos nossos cães e gatos na nossa ausência.
Logo, o cuidado com a nossa saúde também é muito importante, pois, quando cuidamos deles e de nós, promovemos qualidade de vida e longevidade para todos os envolvidos.
Pensando nessas questões, detalhei algumas informações importantes para refletirmos sobre os impactos no nosso dia a dia com eles.
Acompanhe e compartilhe com seus amigos e familiares.
Como o cuidado com a saúde humana impacta diretamente na saúde dos animais da família.
Quando os integrantes da família se preocupam com sua saúde, como alimentação saudável, exercícios físicos e check-ups regulares, eles criam um ambiente saudável e equilibrado para os animais também. O bem-estar dos humanos muitas vezes reflete no ambiente em que os animais vivem, influenciando positivamente a saúde física e emocional deles.
Por outro lado, quandoos familiares negligenciam sua própria saúde, isso pode levar à incapacidade de cuidar adequadamente dos animais, o que pode resultar em problemas de alimentação, higiene e bem-estar dos cães e dos gatos. Além disso, os tutores com problemas de saúde podem não ser tão ativos, prejudicando a qualidade de vida dos animais que precisam de exercício e estímulo regular.
Como o estresse e a saúde emocional dos tutores podem afetar a saúde dos animais da família
Os animais são muito sensíveis ao ambiente em que vivem. Se os tutores estiverem estressados, por exemplo, isso pode afetar o comportamento dos animais, tornando-os mais ansiosos ou até agressivos.
A saúde mental e emocional dos humanos, portanto, influencia diretamente a saúde emocional dos pets, que podem sentir o estresse e reagir de maneira negativa, como mudanças no apetite ou no comportamento.
Pessoas que passam por períodos de depressão, ansiedade ou estresse, por exemplo, podem transmitir essas emoções para os animais. Isso pode afetar o comportamento dos pets, que podem apresentar sinais de estresse, como agressividade ou apatia. Por outro lado, um tutor emocionalmente equilibrado tende a criar um ambiente mais harmonioso para o animal.
Saúde preventiva
Os cuidados preventivos, como check-ups regulares, vacinas, controle de parasitas e alimentação saudável, podem melhorar a qualidade de vida e longevidade tanto de humanos quanto de seus animais. Ao se preocupar com a saúde preventiva, as famílias garantem que tanto os familiares humanos, quanto os animais tenham uma vida mais longa e saudável, evitando problemas futuros que possam comprometer o bem-estar de ambos.
Benefícios da convivência com animais de estimação na família
Manter um animal de estimação pode incentivar os membros da família a realizar atividades físicas, como caminhadas, brincadeiras e jogos ao ar livre. Isso pode levar à melhoria da saúde cardiovascular, aumento da atividade física e controle do peso. Além disso, cuidar dos pets pode promover um estilo de vida mais ativo e prevenir doenças relacionadas ao sedentarismo.
Sem falar que os animais de estimação oferecem companhia, afeto incondicional e apoio emocional, o que pode reduzir os níveis de estresse e ansiedade dos familiares humanos, pois, a interação com cães e gatos estimula a produção de hormônios como a oxitocina, que está associada à sensação de bem-estar e redução de tensão emocional. A presença dos animais também ajuda a melhorar a autoestima e reduz sentimentos de solidão.
Além disso, incluir os animais nas rotinas familiares fortalece os laços afetivos e cria uma responsabilidade compartilhada entre os membros da família. A dinâmica familiar tende a melhorar, pois os familiares passam a compartilhar a responsabilidade e desfrutar da companhia mútua. Também nos ensina sobre empatia, respeito e a importância do cuidado mútuo. Logo, a presença dos animais fortalece os laços afetivos, promove a cooperação e melhora a interação entre os integrantes da família.
Há, inclusive, estudos que comprovam que a convivência com animais reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, nos humanos, ao mesmo tempo em que aumenta a produção de oxitocina, que promove sensações de prazer e relaxamento. Por isso, reforço que a presença de um animal de estimação pode ajudar na redução da ansiedade, melhorar o humor e criar um ambiente mais tranquilo e equilibrado dentro de casa.
E, para garantir que todos convivam de forma equilibrada e saudável, é fundamental que os membros humanos da família sejam responsáveis pelo bem-estar dos animais, atendendo suas necessidades físicas e emocionais. Além disso, é importante que a família saiba estabelecer limites e regras claras para o comportamento dos pets, assim como criar um ambiente seguro e adequado para todos.
Para terminar, reforço o quanto o envolvimento com os animais promove uma conexão emocional profunda, que beneficia tanto os animais quanto as pessoas, criando um ambiente mais harmônico e saudável para todos.
Presentes materiais são passageiros, o amor por um animal é para sempre. Pense antes de presentear!
Dezembro é um dos meses do ano em que temos o costume de presentear amigos e familiares. No entanto, é importante ressaltar que nem tudo que é bonito, fofo, encantador deve ser visto como um presente. Um exemplo disso são os animais. Recentemente o Código Civil brasileiro foi alterado para incluir o conceito de que os animais não são mais considerados “bens móveis”, mas sim seres sencientes, ou seja, eles também têm a capacidade de sentir. Essas mudanças refletem o entendimento atual de que os animais têm direitos e, além de precisarem e terem proteção legal específica, não são mais vistos como até então, de que seriam meros objetos de propriedade, mas sim, que são integrantes, parte das famílias multiespécies. Desta forma, não devem servir como objeto para presentearmos uma pessoa querida.
A intenção pode ser boa, pois, sabemos o quanto maravilhoso é compartilhar nosso dia a dia com os animais. No entanto, nem todas as pessoas estão preparadas para esse momento. Muitas vezes pode não dispor de tempo, de condições financeiras, de espaço, de afeição e até mesmo de condições emocionais para se responsabilizar por cuidar de um animal de estimação. Nestes casos, ao invés de fazer bem a eles, os deixará em condições vulneráveis.
Devemos sempre lembrar que os animais, assim como nós humanos, precisam de companhia, de interação, de brincadeiras e passeios, de cuidados médicos, de comida, de carinho e atenção, de aconchego, de mimo, de banho, de comida, de respeito e de amor, então, na dúvida, seja em qualquer época do ano, o melhor presente é não presentear alguém querido com um animal.
Bom final de ano a todos!
Presentes passam, o compromisso com um animal não. Adote com responsabilidade, não presenteie com vidas!
Seu pet merece o melhor!
❤️ Descubra um mundo de cuidado e carinho no nosso Instagram.
Dicas, produtos incríveis e muita inspiração para você e seu melhor amigo. 🐾
Compartilhe seus momentos especiais com a gente usando #petmed e inspire outros apaixonados por pets! 🐶🐱
Conforto e proteção para seu pet? A Pet Med tem!
Nossos produtos inovadores com tecnologias Dry, Antimicrobiana e UV 50+ garantem conforto, higiene e proteção para seu amigo de quatro patas. ✨
Seu pet merece o melhor! Descubra nossa linha completa de roupas protetoras e protetores anatômicos, feitos com tecido leve e flexível para o máximo de bem-estar. 🐶🐱