⠀Por Pauline Machado
⠀⠀⠀Para fechar o mês de fevereiro com chave de ouro, ou melhor, com chave roxa, convidamos o Dr.Mário Henrique Corrêa, Médico Veterinário portador do CRMV/PR: 8.818, com especialização em Neurologia Veterinária pela Anclivepa – SP, para um bate-papo sobre a Campanha Fevereiro Roxo, cujo objetivo é trazer informação para conscientizar os tutores referente aos cuidados de saúde dos cães e gatos idosos, além de reforçar a importância da prevenção de doenças neurodegenerativas.
⠀⠀⠀Acompanhe!
⠀Pet Med – Qual é o significado e a importância da Campanha Fevereiro Roxo?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – A Campanha Fevereiro Roxo vem nos lembrar da importância do cuidado e da promoção da saúde com a prevenção e tratamento de doenças degenerativas que atualmente não têm cura, que evoluem com o passar do tempo e retiram a qualidade de vida dos pacientes e tutores. Na medicina humana a campanha leva em conta doenças como Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus, extrapolando para a medicina podemos usar o mês como campanha para conscientização para a identificação, tratamento e acompanhamento da Síndrome de Disfunção Cognitiva, que é semelhante ao Alzheimer, e até outras condições degenerativas.
⠀Pet Med – Neste cenário, os animais também são passíveis de terem doenças crônicas e neurodegenerativas?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Sim, de modo geral doenças crônicas se referem a um comportamento de uma patologia que tem uma evolução num período de tempo, que geralmente pode ser controlada ou ter seu curso de desenvolvimento controlado. Como mencionei anteriormente, a Síndrome de Disfunção Cognitiva (SDC), é observada em cães idosos, pelo acúmulo progressivo de uma substância neurotóxica, chamada beta – amilóide, que forma placas neuríticas diminuindo a interação dos neurônios. Como nossos pacientes têm experimentado maior longevidade, estão mais sujeitos aos processos naturais de envelhecimento celular e perda funcional. Também existem outras condições neurológicas degenerativas que podem estar relacionadas com a idade, a raça (hereditárias), porte do paciente, comorbidades, ambiente em que o paciente vive e biotipo.
⠀Pet Med – Qual é a idade média em que os cães e gatos podem ser acometidos por doenças crônicas e/ou neurodegenerativas?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – A idade pode variar de acordo com a doença neurodegenerativa que acomete o paciente. Não se pode pensar em doença degenerativa como doença de um paciente de meia idade ou idoso. Doença de Acúmulo Lisossomal acomete pacientes nas primeiras semanas de vida, a SDC pode acometer cães com mais de 9 anos e gatos com mais de 12 anos, e outras doenças que acometem o paciente jovem.
⠀Pet Med – Quais são as doenças neurodegenerativas mais comuns em cães e gatos?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – As mais frequentes são a Síndrome de Disfunção Cognitiva, Doença Degenerativa do Disco Intervertebral, Espondilomielopatia Cervical, Mielopatia Degenerativa, Paralisia laríngea entre outras.
⠀Pet Med – Por favor, detalhe como os animais podem ser acometidos por cada uma das doenças citadas acima e quais são as respectivas formas de tratamentos mais indicadas para cada uma delas.
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Na Síndrome de Disfunção Cognitiva, geralmente associada ao cão e gato idoso, acontecem alterações comportamentais, queda de aprendizado, mudanças de hábito como, sono, higiene, quando passam a errar o local de fezes e urina, alterações nos hábitos alimentares, andar compulsivo, desorientação e vocalização. A terapia geralmente envolve medicamentos que melhoram as alterações comportamentais do paciente, mas o manejo e enriquecimento ambiental são importantes para manter a atividade física e mental.
⠀⠀⠀Na Doença Degenerativa do Disco Intervertebral e Espondilomielopatia Cervical, o paciente pode apresentar dor em coluna com dificuldade em andar, chegando a parar de andar completamente por desenvolver quadro de fraqueza nos membros. Geralmente o tratamento dessas condições envolve cirurgia, assim como ocorre na Mielopatia Degenerativa. No entanto, na Mielopatia não há presença de dor e não há tratamento clínico ou cirúrgico. Nesses casos há recomendação de reabilitação fisioterápica.
⠀⠀⠀Já a Paralisia de Laringe ocorre por duas formas, tanto hereditária em cães jovens e adquirida em animais mais velhos. Geralmente o tratamento é cirúrgico e consiste no reposicionamento da cartilagem aritenóide. Não há tratamento clínico para a condição.
⠀Pet Med – Quais são os sinais clínicos de um cão ou um gato com doença crônica e/ou neurodegenerativa?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Os sinais clínicos dependem da condição em questão. Dor, mudanças de comportamento, dificuldade em andar, apatia, desorientação, diminuição de aprendizado, compulsão, são os mais comuns.
⠀Pet Med – Pensando na prevenção, quais são suas recomendações para que cães e gatos entrem na terceira idade com saúde e tenham maior longevidade com qualidade de vida?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Para um envelhecimento saudável devemos manter nossos amigos ativos, dar atividades em que se exija um raciocínio para execução de tarefas e recebimento de recompensas. Devemos ter cuidado com a dieta, manter o enriquecimento ambiental e atividade física como passeios dentro dos limites de cada um.
⠀Pet Med – Quais cuidados os tutores devem ter em casa, no dia a dia, para manter a qualidade de vida de um cão ou gato com doença neurodegenerativa?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Colocar tapetes antiderrapantes, elevar potes de água e comida à altura do peito, evitar mudanças dos itens utilizados pelos pacientes na casa, manter a rotina, cuidar com quedas de cama e sofá e bloquear acesso a escadas.
⠀Pet Med – Por fim, e quanto às perspectivas? O que podemos – tutores e Médicos Veterinários, esperar da ciência e tecnologia para a área da medicina veterinária preventiva sobretudo quando falamos sobre doenças crônicas e neurodegenerativas?
⠀⠀⠀Mário Henrique Corrêa – Acredito que as perspectivas são as melhores sobretudo para doenças que podem ser tratadas como modelo experimentais de doenças de humanos, sendo beneficiados tanto humanos como os pets.
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