Odontologia Veterinária : Mau hálito e gengiva inflamada? Saiba como a doença periodontal afeta a saúde do seu cão ou gato e previna problemas com a ajuda da veterinária Mara Rubia Mayorka.
Por Pauline Machado
Sabemos o quanto é importante realizar o check-up anual dos cães e dos gatos como medida de prevenção e assim garantir a qualidade de vida deles. No entanto, um aspecto nem sempre está incluído neste check-up: a avaliação odontológica.
O que nem todos sabem é que problemas odontológicos podem causar sérios problemas à saúde dos cães e gatos.
Para nos orientar quanto aos riscos de não tratar a doença periodontal, conversamos exclusivamente com a Médica Veterinária, Mara Rubia Mayorka, especialista em Odontologia Veterinária pela Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – ANCLIVEPA –SP.
A entrevista, além de excelente, traz informações muito importantes. Acompanhe!
Pet Med –Para começar, por favor, nos explique o que podemos entender por doença periodontal?
Mara Rubia Mayorka – São doenças queafetam os tecidos que sustentam os dentes, o que inclui as gengivas, os ligamentos periodontais, o osso alveolar e o cemento dental, que recobre a raiz dos dentes.
As doenças periodontais geralmente se apresentam em dois estágios:
No estágio 1, por exemplo, afetam somente a gengiva provocando inflamação, vermelhidão, inchaço e sangramento. Quando a gengivite não é tratada, ela avança para o estágio 2, tornando-se uma periodontite, por avançar para os tecidos periodontais que sustentam os dentes, o que torna-se mais preocupante, pois, nesses casos podemos ter perda óssea, recessão gengival e mobilidade dentária.
Pet Med – O que causa a doença periodontal em cães e gatos?
Mara Rubia Mayorka – Basicamente, são causadas pela falta de higiene bucal, mas, também podem ter outros agentes causadores, como a predisposição racial, sobretudo dos cães de porte pequeno, que apresentam menor estrutura anatômica e, consequentemente, maior proximidade dos dentes.
A idade e a alimentação de alimentos que aderem aos dentes também contribuem para a formação de placa bacteriana que levam à presença de cálculos dentários.
Pet Med –Toda doença periodontal coloca em risco a vida dos cães e gatos?
Mara Rubia Mayorka – Não, nem todas colocam a vida dos animais em risco. No entanto, quando não são tratadas podem, sim, comprometer a saúde geral dos cães e gatos, pois, tornam-se portas de entrada para bactérias que podem se espalhar para outras partes do corpo via corrente sanguínea, podendo levar os animais a infecções sistêmicas.
Pet Med –De que modo os familiares podem suspeitar ou identificar sinais de que o cão ou gato pode estar com alguma doença periodontal?
Mara Rubia Mayorka – É muito importante que os familiares tenham ou criem o hábito de levantar o lábio do seu cãozinho ou do gatinho para verem como estão os aspectos da gengiva e dos dentes deles.
Eles devem observar se o cão ou o gato tem aquele bafinho, se há placa amarela nos dentes, se tem vermelhidão ou sangramento na gengiva, se ele apresenta sinais de irritabilidade, dor, agressividade, mobilidade dentária, se está com dificuldade para mastigar ou mudança na forma de morder, se está evitando brinquedos que antes mordia, se fica esfregando a pata no focinho ou esfregando o focinho no chão com frequência e se há excesso de salivação.
Na presença de qualquer um desses sinais é importante buscar ajuda do dentista veterinário o mais rapidamente possível.
Pet Med – Neste aspecto, qual é a importância de levar os cães e gatos ao dentista veterinário?
Mara Rubia Mayorka – A avaliação odontológica deve estar incluída no check-up geral anual dos cães e dos gatos, pois como vimos, problemas odontológicos podem causar muitos problemas clínicos e nem sempre são identificados como oriundos de problemas periodontais, enquanto a doença periodontal pode causar sérios riscos à saúde dos cães e gatos.
Pet Med – No dia a dia, de que modo é possível prevenir a doença periodontal nos cães e nos gatos?
Mara Rubia Mayorka – como medida de prevenção, o mais recomendado é fazer a escovação dos dentes regularmente. Mas, sabemos que nem sempre os familiares conseguem seja por falta de tempo, seja por não saberem fazer ou pelos pets não deixarem fazer a escovação.
Para esses casos e, paralelamente à escovação, os familiares podem oferecer os petiscos próprios para ajudar na limpeza dos dentes, assim como cenoura, maçã, fazer uso de enxaguantes bucais próprios para pets, que são diluídos na água, que também ajudam a reduzir a formação de placa bacteriana, assim como realizar avaliação odontológica regularmente, pois, ao identificar os primeiros sinais de placa bacteriana é possível fazer limpeza, como prevenção da doença periodontal que precisa de procedimentos mais invasivos para tratamento.
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Subir, descer, pular, correr, ficar em locais altos, tudo isso faz parte da essência e do dia a dia dos gatos e dos felinos de modo geral. No entanto, com o passar dos anos, é muito comum que a partir de determinada idade eles possam vir a desenvolver osteoartrite, o que pode comprometer a qualidade de vida deles. Mas este não é o único motivo que pode levar os gatos a terem osteoartrite.
Por isso, convidamos a Médica Veterinária Mariane B. Silva, formada pela Universidade de São Paulo em 2009, para conversar conosco e esclarecer algumas dúvidas sobre o tema.
Mariane é mestre em Ciências, também pela Universidade de São Paulo desde 2013, especializada em Medicina Felina desde 2015 e é professora de Clínica Médica da Universidade São Judas, além de coordenar o Núcleo de Medicina Felina do Instituto de Ensino e Pesquisa Ranvier.
Acompanhe a entrevista!
Pet Med –Para começar, por favor, nos explique o que é osteoartrite?
Mariane B. Silva – A osteoartrite em felinos é uma condição que afeta as articulações dos gatos, provocando dor e desconforto que podem impactar significativamente a qualidade de vida desses animais.
Pet Med –De que modo os gatos podem vir a ter osteoartrite?
Mariane B. Silva – Além da idade, pacientes obesos ou que sofreram algum trauma ortopédico em algum momento da vida podem vir a apresentar sinais de maneira mais precoce, além, claro da predisposição individual.
Pet Med –Quais são os riscos para a saúde dos gatos com osteoartrite?
Mariane B. Silva – Ocorrer a degeneração da cartilagem articular de maneira lenta e progressiva com a formação de proliferações ósseas em locais não usuais das articulações.
Pet Med –E quanto aos sinais? De que modo os familiares podem suspeitar ou identificar sinais de que o gato pode estar começando a ter osteoartrite?
Mariane B. Silva – Os sinais clínicos mais comuns incluem uma mudança no comportamento, como a redução da atividade e brincadeiras menos frequentes, auto higienização reduzida, animal apresentando pelo opaco, sem brilho, com presença de nós. Além disso, os gatos podem começar a evitar pular ou subir em locais altos de maneira direta, usando obstáculos intermediários para chegar em locais que antes chegaria num único pulo. Outros sinais podem incluir dificuldade ao caminhar, rigidez, e mudanças na forma como o gato anda ou se deita.
Pet Med –Aliás, ainda sobre a pergunta anterior. Sabemos que os gatos escondem quando estão com problemas de saúde. Neste caso, quando a gente percebe o caso já pode estar avançado ou é possível perceber a chegada da doença ainda no início?
Mariane B. Silva – Esta afecção é subestimada na espécie felina, pois, além do fato dos gatos serem capazes de esconder os sintomas por motivos evolutivos comportamentais, a estrutura corpórea é mais leve, facilitando com que ele consiga compensar os sinais clínicos por período prolongado.
Pet Med – Neste aspecto, a partir de que idade os gatos tornam-se mais suscetíveis a desenvolver osteoartrite?
Mariane B. Silva – A osteoartrite, por ser uma doença degenerativa, ocorrerá mais comumente em animais idosos – 90% dos gatos acima dos 12 anos possuem sinais clínicos da doença.
Como os sinais de início são muito sutis, o tutor deve estar atento a pequenas alterações de rotina no animal para que a doença seja percebida no início de sua evolução.
Pet Med – Quais são as formas de diagnosticar a Osteoartrite em felinos?
Mariane B. Silva – Para o diagnóstico da osteoartrite em felinos, é necessário um exame clínico geral e ortopédico detalhado, que além de uma entrevista minuciosa com o tutor, pode incluir a realização de exames de imagem, como radiografias, para avaliar a condição das articulações. Radiografias podem revelar alterações típicas da osteoartrite, como a redução do espaço articular e a formação de neoformações ósseas. No entanto, é importante frisar que muitos gatos apresentam sinais clínicos importantes de dor articular antes de possuírem lesões significativas ao exame radiográfico, sendo assim, um raio-x “normal” não deve ser justificativa para se excluir a doença.
Pet Med – E, quanto ao tratamento, o que a Medicina Veterinária oferece atualmente?
Mariane B. Silva – A identificação precoce da condição é crucial para o gerenciamento eficaz da doença e para a implementação de um plano de tratamento adequado e propiciar qualidade de vida ao animal.
O tratamento da osteoartrite em felinos é geralmente multimodal e visa aliviar a dor e melhorar a função articular, uma vez que não há cura. Pacientes obesos devem ser submetidos a um programa de redução de peso, visando redução da sobrecarga articular. Suplementos alimentares como glucosamina e condroitina podem ser benéficas a alguns pacientes; medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para modular dor crônica e suas agudizações, são frequentemente utilizados.
Pet Med –Uma vez diagnosticada, o que os familiares devem e podem fazer em casa para proporcionar uma melhor qualidade de vida aos gatinhos com osteoartrite?
Há pouco tempo foi lançado no Brasil um medicamento baseado em anticorpos monoclonais que impedem a geração de compostos articulares que desencadeiam a dor. A medicina de reabilitação como fisioterapia, acupuntura, quiropraxia, liberação miofascial também podem ajudar a manter a mobilidade das articulações e a melhorar a qualidade de vida do gato. Alterações ambientais como adição de escadas próximas a sofás, camas, janelas e ambientes altos facilitam o acesso do paciente a esses locais sem sobrecarregar as articulações e gerar desconforto.
Pet Med – Por fim, no dia a dia, de que modo é possível prevenir as osteoartrite nos gatos?Mariane B. Silva – Finalmente, é importante que os tutores estejam atentos às necessidades e ao bem-estar dos seus felinos e façam consultas regulares ao veterinário para monitorar a condição das articulações. O manejo da osteoartrite é um processo contínuo que envolve ajustes no tratamento conforme a progressão da doença. Com um tratamento adequado e atenção aos sinais clínicos, os gatos com osteoartrite podem continuar a ter uma vida ativa e confortável, apesar dos desafios impostos pela condição.
O sistema imunológico dos animais, assim como o nosso é o responsável por protegê-los contra infecções e doenças. No entanto, apesar de fazer a defesa do nosso organismo contra diversos agentes patogênicos, o sistema imunológico dos cães e dos gatos sofre diversas interferências que podem deixa-los suscetíveis e mais predispostos a determinadas doenças. Para entender o que pode alterar a imunidade dos pets e como mantê-la regular, conversamos com a Médica Veterinária, Gabriella Mangueira de Castro Lydijusse, patologista clínica do Vetex Laboratório Veterinário em São Paulo.
Acompanhe a entrevista!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique: o que é Imunidade?
Gabriella Lydijusse – Imunidade é a combinação de mecanismos moleculares e celulares que trabalham em conjunto para proteger o corpo de infecções e doenças. Esse sistema de defesa é composto por células, tecidos e órgãos, gerando ao organismo uma capacidade de reconhecimento e resistência a ameaças de microrganismos como vírus, bactérias, fungos, substâncias nocivas, infecções e toxinas.
Pet Med – De forma resumida, como funciona o sistema imunológico dos cães e dos gatos?
Gabriella Lydijusse – O sistema imunológico de cães e gatos funciona de forma semelhante ao dos humanos, com o diferencial de proteção voltado a patógenos e doenças específicas de cada espécie. Ele possui a função de proteger o organismo através do reconhecimento e resposta a antígenos. Antígenos são substâncias, geralmente proteínas, que desencadeiam uma resposta imunológica. Eles podem estar localizados na superfície de células, vírus, fungos ou bactérias, como também em substâncias não vivas como produtos químicos e corpo estranho. O sistema imunológico reage aos epítopos dos antígenos, ou seja, a partes específicas de um antígeno. Um único antígeno pode ter vários epítopos, cada um capaz de gerar uma resposta imune diferente. Como forma de proteção, através do epítopo, o sistema imune identifica estes antígenos como “substâncias estranhas” presentes no organismo e reage, tentando destruí-los. Para que essa destruição aconteça, de acordo com o tipo de mobilização celular, a resposta imune é classificada em duas principais categorias: Imunidade inata (natural) e adaptativa (adquirida).
Imunidade Inata (natural): Filogeneticamente mais primitiva, é a defesa do corpo, presente desde o nascimento. Estão associadas a ela as barreiras físicas, como pele e mucosas, e respostas rápidas do sistema imunológico. Sua ativação ocorre a partir do reconhecimento de qualquer lesão tecidual, com ou sem a presença de patógenos. É composta por macrógagos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, mastócitos, células NK (natural killer), células dendríticas e células do sistema complemento. Estas células atuam em conjunto, realizando as funções de fagocitose, disponibilização de mediadores inflamatórios, como também a eliminação das células infectadas. Sua classificação como inata, se dá pelo fato de que seus componentes respondem da mesma maneira, agindo de forma não específica e imediata antes de o sistema imunológico adaptativo ser acionado.
Já a Imunidade Adaptativa (adquirida é uma resposta específica, desenvolvida ao longo do tempo, a cada patógeno, por meio de várias combinações de receptores celulares. Diferente da resposta imune inata, a qual apresenta uma resposta rápida, a resposta da imunidade adaptativa não é ativada de maneira instantânea, porém, uma vez acionada, possui capacidade de adaptação de resposta de maneira específica a cada antígeno, gerando assim uma memória imunológica. Fazem parte desta classificação fisiológica os linfócitos B, T, T Citotóxicos, T Reguladores, T de Memória, e células apresentadoras de antígenos (APCs). Este grupo celular age em conjunto, produzindo anticorpos e auxiliando na identificação de células anormais, para garantir que o organismo responda com rapidez, eficiência e se lembre de patógenos que o corpo já enfrentou, oferecendo proteção em exposições futuras.
Pet Med – Quais são os riscos para a saúde dos cães e dos gatos quando a imunidade está baixa?
Gabriella Lydijusse – Quando o organismo de cães e gatos apresenta uma imunidade baixa, entende-se que a resposta imunológica do animal não está sendo eficiente no reconhecimento, combate e destruição de um agente agressor. Desta forma, o pet está mais suscetível ao desenvolvimento de infecções bacterianas, virais e fúngicas, doenças parasitárias, a apresentar um quadro clínico de maior severidade quando acometido por qualquer enfermidade, como também, maior dificuldade de recuperação de doenças.
Pet Med – De que modo os familiares podem suspeitar ou identificar sinais de que a imunidade do pet está começando a ficar ou já está baixa?
Gabriella Lydijusse – Os familiares podem suspeitar ou identificar sinais de que a imunidade do pet está baixa observando algumas mudanças no comportamento e na saúde do animal, como por exemplo:
Alteração no apetite ou desinteresse por qualquer alimento fornecido, ou quando se alimenta de frações menores que as habituais;
Cansaço, falta de energia para brincar e realizar atividades que demandam energia, como a prática de exercícios; Perda de peso;
Alteração na pele e nos pêlos, quando os pelos começam a apresentar opacidade, queda excessiva, ou ainda coceiras e erupções cutâneas;
Infecções recorrentes como otites, infecções urinárias, ou qualquer tipo de acometimento recorrente;
Assim como infecções parasitárias, como presença de pulgas, carrapatos ou vermes, onde não há melhora clínica após tratamento.
Pet Med – Ainda neste sentido, existe uma faixa etária mais suscetível a ter baixa da imunidade?
Gabriella Lydijusse – Filhotes e idosos são faixas etárias que necessitam de maior atenção em relação à imunidade. Para cães, a classificação entre filhote e adulto varia de acordo com o porte do animal, oscilando entre 12 e 24 meses. Já os gatos, são considerados filhotes com até doze meses de vida. No geral, os filhotes possuem maior susceptibilidade a baixa imunidade, pois estão em fase de desenvolvimento imunológico, podendo não apresentar anticorpos em quantidade suficiente para combater infecções. Os animais idosos também estão classificados como mais suscetível a uma baixa imunidade, pois seu sistema imunológico passa a ser menos eficiente, devido ao envelhecimento natural do organismo, como também a presença concomitante de doenças crônicas. Vale ressaltar que cães são classificados animais idosos, a partir dos sete anos de vida, a variar com o porte do animal, e gatos entre sete e dez anos de vida.
Pet Med – O que pode alterar a imunidade dos cães e dos gatos?
Gabriella Lydijusse – Existem inúmeros fatores que podem alterar a imunidade dos cães e dos gatos, entre eles estão:
Nutrição: Uma dieta inadequada ou deficiente em nutrientes essenciais pode comprometer o sistema imunológico, pois não fornecerá nutrientes em quantidade e qualidade adequada para seu fortalecimento e desenvolvimento.
Estresse: Situações de mudanças de ambiente, viagens ou introdução de novos animais no lar podem desencadear altos níveis de estresse aos cães e gatos. Dependendo da intensidade e duração do estresse, ele pode enfraquecer as defesas do corpo ou, em alguns casos, intensificar respostas imunes inadequadas.
Doenças: Infecções parasitárias, doenças autoimunes, e condições crônicas podem enfraquecer a resposta imunológica, pois o organismo precisa lidar com vários eventos ao mesmo tempo, disponibilizando menos energia no desenvolvimento do sistema imune.
Vacinação: A falta de vacinação, ou ainda a vacinação realizada de forma inadequada, pode deixar os animais mais vulneráveis a doenças infecciosas, onde não há um desenvolvimento satisfatório de memória imunológica.
Medicamentos: o uso de alguns medicamentos, como o corticóide, quando administrado de forma contínua, pode suprimir a resposta imunológica.
Fatores genéticos: Alguns animais podem ter predisposição genética ao desenvolvimento de doenças, as quais podem comprometer a imunidade.
Pet Med – O que pode ser feito, no dia a dia, para que não haja oscilação na imunidade dos pets?
Gabriella Lydijusse – Para manter a imunidade dos pets estável e satisfatória no combate a doenças, existem práticas diárias que podem ser adotadas. Algumas delas são:
Alimentação balanceada: Oferecer uma alimentação rica em nutrientes, adequada a idade, raça e necessidades específicas do seu pet.
Hidratação adequada: incentive e forneça acesso à água fresca e limpa diariamente.
Bem estar animal: Diminua possíveis situações de estresse, tornando-as menos frequente possível, associado ao ambiente limpo, seguro.
Estimule brincadeiras: Crie um ambiente calmo e confortável para o seu pet, estimulando brincadeiras e momentos de socialização.
Acompanhamento regular ao veterinário: Realize check-ups associados a exames laboratoriais e mantenha as vacinas em dia, certificando-se assim que seu animal está saudável.
Pet Med – Quais são as formas de diagnosticar que um cão ou gato está com a imunidade baixa?
Gabriella Lydijusse – O diagnóstico de uma baixa imunidade deve estar associado à avaliação clínica do médico veterinário, ao histórico e anamnese relatados pelo tutor, e ainda ao resultado de exames laboratoriais. Sugere-se a associação de exames de imagem, com exames de sangue, fezes e urina, como também exames específicos de acordo com a suspeita clínica do veterinário que está realizando o atendimento do animal. Com esta associação de fatores, é possível chegar a uma conclusão adequada em relação à imunidade do paciente.
Pet Med – E, quanto ao tratamento, o que a Medicina Veterinária oferece atualmente?
Gabriella Lydijusse – A Medicina Veterinária oferece diversas abordagens para tratar e apoiar a imunidade de cães e gatos. Algumas delas são:
Vacinação
Nutrição balanceada
Fármacos inmunomoduladores
Tratamento de doenças
Avaliações periódicas ao veterinário
Pet Med – Por fim, o que os familiares devem e podem fazer aumentar a imunidade do pet a fim de proporcionar a eles, uma melhor qualidade de vida, uma vez identificada como baixa?
Gabriella Lydijusse – Uma vez que o médico veterinário, através de exames de auxílio ao diagnóstico, tenha identificado a baixa imunidade do animalzinho, os familiares podem adotar práticas que garantam uma melhor qualidade de vida ao pet. Está incluso nestes hábitos:
Fornecer um ambiente limpo e seguro, livre de toxinas, produtos químicos ou qualquer item que possa interferir na saúde do pet;
Administrar uma alimentação balanceada, de acordo com a espécie, raça e particularidades do animal; Incentivar e fornecer uma hidratação adequada;
Promover passeios, brincadeiras e exercícios, que ajudam a manter o peso saudável e reduzem o estresse;
Realizar o controle de parasitas, de acordo com as recomendações do médico veterinário;
Promover a socialização com outros animais e pessoas, além de brinquedos interativos que estimulem a cognição;
Rotina de cuidados regulares, como escovação dos pelos, dos dentes e cuidado com as unhas, para evitar possíveis problemas de saúde;
Realizar visitas regulares ao veterinário, associada a exames complementares ao diagnóstico, para assegurar a saúde do animal.
Com a rotina das pessoas cada vez mais dinâmica e repleta de compromissos fora de casa, algumas famílias multiespécies têm um desafio ainda maior, que é lidar com a Ansiedade de Separação do seu cãozinho.
Esse transtorno resulta em malefícios para a saúde do animal assim como para os outros integrantes da família.
Para nos explicar o que é a Ansiedade de Separação, como identificar no dia a dia e de que modo é possível ajudar o cãozinho a se recuperar, conversamos com o Médico Veterinário, Guilherme Marques Soares, Doutor em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Fluminense – UFF e professor convidado do Instituto de Saúde e Psicologia Animal – INSPA.
As orientações são muito importantes. Acompanhe!
Pet Med – Para começar, o que podemos entender por ansiedade de separação dos cães para com seus familiares?
Guilherme Marques Soares – Ansiedade de Separação é uma síndrome clínica que o cão ou gato desenvolve quando é afastado fisicamente de pessoas ou outros animais com os quais se vincula excessivamente. O animal apresentará comportamentos característicos que incluem: vocalização excessiva, destruição de coisas pela casa – frequentemente portas, janelas ou outras rotas de fuga, ou itens com referência olfativa da figura de vínculo, como travesseiro, assento do sofá, objetos…, micção ou defecação em locais inapropriados. Pode ocasionar também salivação excessiva ou comportamentos depressivos.
A ansiedade por separação é um problema que traz forte impacto negativo na qualidade de vida do animal e da família.
Pet Med – O que leva os cães a desenvolverem esse transtorno de dependência?
Guilherme Marques Soares – Cães são animais sociais, que vivem em grupo, portanto, o grupo é essencial para sua estabilidade emocional. Se esses animais não aprendem a estar sozinhos, poderão ficar extremamente ansiosos. Quando isso acontece, essa ansiedade exacerbada leva aos sintomas apresentados.
Pet Med – No dia a dia, quais são os sinais que os familiares devem ficar atentos, ou seja, como saber se o cachorro sofre de ansiedade de separação?
Guilherme Marques Soares – Infelizmente os sinais são claros e intensos, Raramente passam despercebidos. As vocalizações excessivas podem ser notadas apenas por vizinhos, pois o cão começa a vocalizar depois que as pessoas saem de casa. Mas, alguns sinais são sugestivos de que o cão pode apresentar a síndrome quando fica sozinho: seguir o tutor ou outra pessoa por dentro de casa mostrando-se agitado quando afastado, festa excessiva quando a(s) pessoa(s) chega(m) em casa, mudar o comportamento quando a(s) pessoa(s) se prepara(m) para sair.
Pet Med – Quais devem ser os primeiros passos dos familiares ao observarem a possibilidade de o cão estar desenvolvendo ansiedade de separação?
Guilherme Marques Soares – Procurar um Médico Veterinário Comportamentalista para fazer o diagnóstico diferencial com outros problemas relacionados à separação e propor o tratamento adequado ao caso.
Pet Med – Quais são os meios de diagnosticar ansiedade de separação nos cães?
Guilherme Marques Soares – Infelizmente não há um teste laboratorial ou exame de imagem que possibilite o diagnóstico preciso. O diagnóstico é feito a partir do histórico e da anamnese do tutor. Muitas vezes ter vídeos dos comportamentos, principalmente quando o cão está sozinho, pode ajudar a elucidar a questão.
Pet Med – A partir da confirmação do diagnóstico, como deve ser o tratamento deste transtorno?
Guilherme Marques Soares – O tratamento envolve mudanças na rotina, exercícios de terapia comportamental e apoio com medicamentos ou feromônios.
Pet Med – Em que casos é preciso uso de medicamentos para o tratamento?
Guilherme Marques Soares – Quase sempre, pois, é preciso lembrar que o animal está em sofrimento. Os medicamentos aceleram o tratamento e aumentam a adesão dos tutores nas mudanças de manejo e nos exercícios específicos.
Pet Med – É possível mensurar o tempo médio de recuperação do cão que sofre por ansiedade de separação? Por favor, justifique sua resposta.
Guilherme Marques Soares – Não é rápido. Sendo otimista, em torno de 90 dias. Sendo realista, entre 3 e 6 meses. O tempo se justifica, pois depende do aprendizado em ficar longe das pessoas sem manifestar ansiedade.
Pet Med – Neste aspecto, o que pode ser feito pelos familiares, a fim de evitar que o seu cão venha a desenvolver ansiedade de separação?
Guilherme Marques Soares – A melhor forma de evitar o problema é ensinar o cão a ficar períodos sozinho desde filhote, a partir de quatro meses, pois é nessa fase, normalmente, que os cães desenvolvem a hipervinculação à pessoa ou a outro animal.
Pet Med – Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista.
Guilherme Marques Soares – Ansiedade de Separação não tem cura. Todo tratamento visa à remissão dos sintomas. O principal gatilho para a síndrome é ter mudanças na rotina: mudança de residência, convívio aumentado ou reduzido com alguém – empregado(a) novo(a), morte, nascimento, namorado(a) novo(a), aquela tia que vem passar uma temporada em casa, emprego novo com mudanças de horários, etc. Portanto um cão pode ficar bem por um tempo e voltar a manifestar a síndrome caso tenha um novo gatilho.
Buscar a orientação de um profissional capacitado desde que o cão é filhote é a melhor maneira de evitar uma série de problemas de comportamento, dentre eles a síndrome de ansiedade de separação.
Em nosso dia a dia é importante fazer Check-up para verificarmos se está tudo bem com a nossa saúde. Para tanto, os médicos pendem, inicialmente, um exame de sangue, o Hemograma.
Na rotina clínica de cães e gatos não deve ser diferente, pois, este exame dá ao Médico Veterinário os primeiros sinais de como está a saúde dos pets. Por isso, hoje, conversamos com a Médica Veterinária, Gabrielle Moles da Cruz, portadora do CRMV/PR: 14.245.
Gabrielle é pós-graduada em Clínica Médica e Cirúrgica pelo Qualittas, participante do Programa de Aprimoramento em Patologia Clínica em 2020 pela Universidade Tuiuti do Paraná, pós graduanda em Hematologia e hemoterapia pela Universidade Federal do Agreste de Pernambuco e Head do Banco de Sangue do Laboratório Vetex, e vai nos orientar sobre a importância da realização do Hemograma para a saúde dos cães e dos gatos.
Acompanhe!
Pet Med – Para começar, por favor, nos explique o que vem a ser um Hemograma?
Gabrielle Moles da Cruz – Hemograma é um exame que avalia as células que compõe o sangue, podendo confirmar ou indagar diagnósticos como anemia, infecções, entre outras, auxiliando no monitoramento de diversas condições de saúde
Pet Med – Neste aspecto, o correto é falar somente hemograma ou se torna redundante falar hemograma completo?
Gabrielle Moles da Cruz – Falar hemograma e hemograma completo é a mesma coisa. Ambos são o mesmo exame.
Pet Med – O que é avaliado neste exame laboratorial?
Gabrielle Moles da Cruz – No hemograma são avaliadas células sanguíneas como glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas
Pet Med –Quanto à coleta, qual é a via correta para fazê-la?
Gabrielle Moles da Cruz – A via de coleta de sangue é indiferente desde que bem coletada, não tendo seu tempo de garrote prolongado, acesso para coleta íntegro e viável.
Pet Med – Qual é a importância do hemograma para o Médico Veterinário na busca pelo diagnóstico do paciente?
Gabrielle Moles da Cruz – O hemograma é indicado em casos de suspeita que o paciente tenha anemia, infecções, sangramentos, entre ou outros, além de nos dar um panorama geral da saúde do animal.
Pet Med – Que tipos de tecnologias e inovações temos atualmente na Medicina Veterinária, relacionadas ao melhor e mais precisa avaliação do hemograma?
Gabrielle Moles da Cruz – A medicina veterinária tem evoluído muito e tem trazido cada vez mais benefícios e melhores diagnósticos aos pacientes. Mas quando se trata de hemograma, embora tenhamos máquinas para auxílio no hemograma, a avaliação do exame ainda é mais fidedigna quando feita por um patologista clínico.
Pet Med – Por fim, o que podemos esperar de novas tecnologias e inovações neste exame que é tão importante para a rotina clínica de cães e gatos?
Gabrielle Moles da Cruz – Acredito que com o passar dos anos tenhamos ainda mais facilidades quanto a diagnóstico de doenças e tratamento aos pacientes. Assim como tivemos muito evolução em poucos anos, o acesso a tecnologia e maiores informações da medicina humana para a veterinária, conseguiremos oferecer melhor confortos aos pets.