Por Pauline Machado Junho é o mês em que lembramos e comemoramos o Dia do Meio ambiente. A data foi estabelecida em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 5 de junho. Fato é que, quando falamos ou pensamos na fauna ligada ao meio ambiente prontamente os animais selvagens e exóticos vêm à nossa mente, mas, e os cães e os gatos? Eles também fazem parte do meio ambiente? Qual é ou seria o papel dos cães e dos gatos no Meio Ambiente? Para nos explicar essas e outras questões relacionadas ao tema, convidamos o Biólogo e Médico Veterinário, Luiz Ricardo da Silva, especialista em Educação Ambiental e Clinica de Animais Selvagens. Acompanhe!
Pet Med –Para começar, por favor, nos explique qual é a origem dos cães e dos gatos.
Luiz Ricardo da Silva – Os cães têm a sua origem nos lobos, pensava-se que somente dos lobos cinzentos, mas hoje sabemos que tiveram outras populações de lobos envolvidas na origem dos cães. Quanto aos gatos domésticos eles têm uma origem possível em gatos do continente africano em especifico o Felis silvestris lybicaou gato da Líbia.
Pet Med –Como se deu o avanço de ambas as espécies até chegarem ao convívio com o homem nas cidades brasileiras?
Luiz Ricardo da Silva – Estes animais começaram a se aproximar do homem primitivo há milhares de anos, incialmente para se alimentar com as sobras, e aos poucos foram sendo domesticados principalmente o cão, pois ambos homem e cão, tinham muito a ganhar com essa proximidade. Agora pensando nestes animais em nossas cidades isso tem muita ligação com a colonização do Brasil, com a vinda dos europeus para as Américas. Eles trouxeram estes animais nas embarcações.
Pet Med –Em que momento identificou-se o descontrole quanto ao número de cães e gatos sem famílias que moram nas ruas? Por quais motivos isso aconteceu e perdura até hoje?
Luiz Ricardo da Silva – Há algumas décadas já havia a preocupação nos grandes centros da crescente população destes animais. Não havia controle por parte dos governos nem dos cidadãos. Poucas pessoas faziam a castração e esses animais de rua ou somente com acesso, se reproduziam muito. Hoje isso não é mais um problema somente dos grandes centros, mas até das pequenas cidades.
Pet Med – Neste cenário, qual é o papel dos cães e dos gatos para o meio ambiente? Por quê?
Luiz Ricardo da Silva – Cães e gatos de vida livre ou mesmo somente com acesso a rua são preocupantes quando pensamos na questão das doenças. Por causa do seu comportamento, estes animais acabam transmitindo ou adquirindo diversas doenças inclusive algumas zoonoses.
Pet Med – Diante disso, qual é o impacto da presença das duas espécies para o meio ambiente?
Luiz Ricardo da Silva – A presença destes animais no meio ambiente pode trazer muitos impactos. Eles podem por extinto matar animais silvestres, chegando inclusive a levar a extinção espécies nativas como já aconteceu em alguns momentos históricos. Cães e gatos podem se tornar ferais, formar colônias, por exemplo, e atacar além dos animais locais e humanos. Inclusive, tenho feito um trabalho na contenção de cães em uma reserva em São Paulo para evitarmos esse problema. Faço a contenção, transportamos e tentamos doar para que eles tenham uma vida melhor.
Pet Med –Neste cenário, o que pode ser feito para preservar tanto o meio ambiente quanto as espécies felina e canina?
Luiz Ricardo da Silva – A melhor solução são as campanhas de castração em massa, doação e a punição para quem abandona estes animais. A culpa não é deles e sim nossa. Devemos fazer de tudo para dar qualidade de vida para estes animais.
Pet Med – E quanto ao futuro? Quais são as perspectivas para que tenhamos um equilíbrio na relação entre os cães e gatos e o meio ambiente?
Luiz Ricardo da Silva – Acredito que em longo prazo iremos conseguir chegar próximo a um equilíbrio. Mas, é importante conscientizar as pessoas sobre a castração, e que estes animais não devem sair para passeios sem o acompanhamento do responsável, principalmente gatos. Isso evita que eles procriem , entrem em atrito com outros animais, entre outros problemas.
Por isso, reforçoser muito importante a divulgação de informações sobre o impacto dos animais domésticos no meio ambiente e o quanto isso pode ser danoso, além dos riscos que isso pode trazer para a saúde do animal domestico, dos silvestres, e, inclusive, a nossa através das zoonoses. Cães e gatos devem ficar em casa sendo bem cuidados, e sempre que possível, levem seus animais para consultas mesmo quando estiverem aparentemente saudáveis.
Se não houver cura, que ao menos haja conforto – esse é o lema que há nove anos originou a iniciativa da Campanha Fevereiro Roxo. Essa campanha ajuda na conscientização de que, mesmo nos casos de doenças incuráveis como o Alzheimer, é possível amenizar os sinais clínicos e proporcionar melhor qualidade de vida das pessoas e também de outros animais.
A Campanha Pet abrange cuidados com os animais idosos, mais suscetíveis a terem a Síndrome da Disfunção Cognitiva, popularmente conhecida como Alzheimer em cães e gatos. Sobre esse assunto, conversamos com Ana Elisa Arruda Rocha, Médica Veterinária da Puppies Personal Vet. Portadora do CRMV-PR nº:05102. Ana Elisa é, também, mestra em Clínica Médica e docente na Unidade Curricular de Clínica Médica de Cães e Gatos do Centro Universitário UniCuritiba. Acompanhe!
PET MED – Relacionado aos pets, qual é o significado e a importância da Campanha Fevereiro Roxo? Ana Elisa Arruda Rocha – Esta campanha visa conscientizar as pessoas sobre a importância dos cuidados especiais com animais idosos e auxiliar no reconhecimento precoce das doenças neurodegenerativas de cães e gatos que podem surgir nesta fase.
PET MED – O que podemos entender por Alzheimer em cães e gatos? A doença tem cura? Ana Elisa Arruda Rocha – As disfunções cognitivas canina e felina causam alterações fisiológicas e comportamentais em animais idosos semelhantes aos sinais clínicos da doença de Alzheimer em humanos. A disfunção cognitiva é uma doença incurável, mas pode ter seus efeitos minimizados com o uso de alguns medicamentos, suplementos e terapias.
PET MED – Quais são os sinais clínicos de um animal com Alzheimer? Ana Elisa Arruda Rocha – Desorientação, mudanças na interação com pessoas e animais, alterações no ciclo sono-vigília, falhas no aprendizado e memória, vocalização excessiva, micção e defecação em locais inapropriados são alguns dos sinais clínicos observados. Entre os médicos veterinários utilizamos a sigla DISHA (em inglês representando Disorientation, Interaction changes, Sleep/wake disturbances, House soiling and Activity changes) para sintetizar o conjunto de sinais clínicos mais comuns relacionados à doença.
PET MED – E quanto ao diagnóstico, como é identificado? Ana Elisa Arruda Rocha – Primeiramente fazemos perguntas relacionadas ao comportamento do animal, investigando mudanças na interação com a família e histórico de alterações no ciclo de sono e vigília. Esses pacientes normalmente trocam o dia pela noite, passam a andar em círculos, podem pressionar a cabeça na parede, apresentar déficit de memória, terem comportamentos de ansiedade e/ou agressividade, além de urinar e defecar em locais inadequados. Esse questionário inicial é fundamental. Em seguida realizamos o exame neurológico completo e solicitamos exames complementares de check up geriátrico para descartar outras doenças com sinais clínicos semelhantes. Em alguns casos pode ser solicitada ressonância magnética para investigações neurológicas mais específicas. O ideal é que o paciente seja acompanhado pelo clínico geral e um neurologista veterinário.
PET MED – Para cães e gatos já diagnosticados com Alzheimer, quais são os possíveis tratamentos? Ana Elisa Arruda Rocha – O tratamento deve ser multimodal tanto em cães como em gatos. Podemos prescrever medicamentos alopáticos, homeopáticos, suplementos que ajudam a retardar o envelhecimento cerebral e melhorar as funções cognitivas, além de alimentação rica em antioxidantes específica para animais idosos.
Terapias integrativas também podem auxiliar muito na qualidade de vida dos animais e de suas famílias. Para maiores informações sobre as terapias integrativas indicadas para estes casos, podem entrar em contato via direct no perfil @puppiespersonalvet no Instagram.
PET MED – E como medidas de prevenção, quais devem ser adotadas? Ana Elisa Arruda Rocha – As consultas preventivas com o médico veterinário devem ser realizadas a cada seis meses em pacientes geriátricos. Normalmente são prescritos suplementos específicos e nutrição devidamente ajustada para esta fase. Os tutores podem também promover diferentes atividades através de enriquecimento ambiental, para que os animais se mantenham ativos, com corpo e mente sempre estimulados de maneira saudável.
PET MED – Quais cuidados os tutores devem ter em casa para manter a qualidade de vida de um animal com Alzheimer? Ana Elisa Arruda Rocha – Os tutores podem fazer alterações na casa de acordo com a necessidade do animal, como utilizar material antiderrapante nos pisos para facilitar a mobilidade, manter uma rotina diária regular, retirar objetos que possam ser perigosos no ambiente, limitar a área de acesso do animal quando não estão sendo supervisionados, para que não fiquem presos em algum local e não consigam sair sozinhos. Para finalizar vale ressaltar que, quando os tratamentos citados não forem mais suficientes, devemos lembrar que o amor, a lealdade e o companheirismo continuarão sendo bem vindos e merecidos pelo animal até o seu último dia de vida!
O verão é uma das estações do ano mais esperadas por muitos, sobretudo para os animais, que podem brincar no quintal, tomar banho de mangueira, alguns até de piscina ou na praia.
No entanto, o verão também traz alguns malefícios para a saúde dos cães, e que, portanto, requer uma atenção especial da família para prevenir, identificar e não deixar o problema se alastrar. Por isso, conversamos com o Médico Veterinário Bruno Freitas, portador do CRMV RJ nº8682. Bruno Freitas é Pós graduado em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais pela UFLA – Universidade Federal de Lavras e é CEO da Veterinária Volta Redonda. Acompanhe!
Pet Med – O que podemos entender como Dermatite canina? Bruno Freitas – A dermatite canina nada mais é do que uma inflamação na pele dos cães. Assim como acontece nos seres humanos, a pele também é o maior órgão dos cachorros e ajuda a manter o organismo protegido. Entretanto, por vezes, a pele é acometida por questões variadas que podem causar a dermatite.
Pet Med - Como a doença pode se manifestar no animal?
Bruno Freitas - A dermatite canina é uma inflamação pruriginosa da pele, que pode se manifestar de diferentes maneiras: vesículas, erosões, úlceras, nódulos, queda de pêlo, e tem diferentes causas primárias, como por exemplo alérgica, bacteriana, fúngica ou por lambedura.
Pet Med – De que forma os cães podem desenvolver dermatite, sobretudo no verão, ou seja, quais são as causas da dermatite canina? Bruno Freitas – Ótima pergunta, a dermatite canina pode ser causada por diversas situações diferentes. Temos a dermatite alérgica por picadas, dermatite atópica, dermatite por infecção bacteriana aguda, dermatite acral por lambedura. Sobretudo no verão, o clima quente e úmido da estação favorece a proliferação de bactérias, fungos, ácaros, carrapatos e pulgas, aumentando bastante os casos de diversos tipos de dermatites nos cães.
A exposição dos cães à áreas abertas com muito sol e calor, passeios em praias e parques podem facilitar muito o desenvolvimento de dermatite canina, principalmente em algumas raças mais sensíveis como Golden Retriever, Shih Tzu, Pug, Bull Dog, West Highland White Terrier entre outras
Pet Med – E, os tutores, como podem observar se a doença está se manifestando no pet? Bruno Freitas – Não é difícil para os tutores perceberem o desenvolvimento. Os principais sintomas de dermatite nos cães são coceira constante, vermelhidão na pele, queda de pelo, pele seca ou com descamação, feridas com ou sem pus. É possível, também, notar até a presença de febre em casos mais graves.
Pet Med – Havendo mais de um cão em casa, a dermatite pode ser transmitida para outros pets? Bruno Freitas – Alguns tipos de dermatite podem sim ser contagiosas com possibilidade de transmissão para outros animais e até mesmo para seres humanos. Para evitar a transmissão, o tutor deve buscar atendimento Veterinário especializado para detectar qual o tipo de dermatite que o cão está e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível. É preciso manter o animal acometido separado e tomar as medidas sanitárias necessárias para manipular esse Pet, como o uso de luvas descartáveis e cuidado com as roupas e objetos.
Pet Med – Uma vez constatada, quais são as possibilidades de tratamento?
Bruno Freitas – Uma vez constatada e diagnosticada a causa primária, o tratamento pode ser feito de várias formas, com uso de shampoos com antifúngicos e antibióticos, medicação oral por períodos longos, vitaminas para pelo e pele, uso de roupa protetora para reduzir proliferação de bactérias e evitar que o cão acesse as lesões.
O principal para o tratamento é o diagnóstico correto, pois se for alérgico por picada de ectoparasitas, deve utilizar medicação que elimine esses ectoparasitas e manter o cão protegido para evitar novas picadas e o retorno da dermatite. Se for dermatite atópica o cão deverá sempre ser cuidado para evitar as crises alérgicas e não terá cura total. Já se a dermatite for fúngica, além de ser transmissível, exige um tratamento mais longo e alterações no ambiente onde o pet vive, entre outros tipos.
Pet Med – Por fim, quais são as recomendações para prevenir problemas de dermatite em cães durante as altas temperaturas? Bruno Freitas – A grande maioria das dermatites pode ser prevenida com banhos regulares, shampoos específicos para pets, higiene e uma atenção especial para a secagem do pêlo e da pele, para evitar umidade que favorece o desenvolvimento de fungos. No verão também é importante a proteção contra os raios UV, que podem causar problemas sérios aos Pets além da dermatite, o câncer de pele, por isso recomendo sempre para os tutores a utilização de protetor solar próprio para cães e o uso de roupas protetoras que possuam proteção UV e tecnologia antimicrobial. Também é importante controlar ectoparasitas periodicamente, com o uso de medicamentos na forma de comprimidos ou de pipetas, indicados pelo Médico Veterinário que acompanha o pet. Visitando um Médico Veterinário regularmente e seguindo as recomendações os tutores terão seus cães saudáveis e felizes por muito mais tempo.
Novembro está acabando, mas ainda há tempo para lembrar que neste mês as atenções estão voltadas para a prevenção do câncer de próstata, e, assim como os homens, tutores de cães e gatos também devem manter a atenção na saúde dos seus pets.
Para nos explicar como é possível identificar em casa, no dia a dia com o pet se ele pode estar desenvolvendo um câncer de próstata e explicar várias outras questões importantes sobre o tema, a Pet Med conversou com exclusividade com o Médico Veterinário, Rafael Cuconati, profissional com mais de 10 anos de experiência em oncologia e portador do CRMV21.211SP.
Acompanhe!
Pet Med – O que é câncer de próstata em cães e gatos?
Rafael Cuconati – Quando a gente fala em câncer de próstata ele é originário do próprio tecido glandular da próstata. Em sua grande maioria, é do tecido epitelial (estrutural), gerando os carcinomas prostáticos.
O Câncer se desenvolve quando aquela célula da glândula sofre uma mutação.
Ela se torna o que chamamos de célula mutada, ou seja, ela deixa de ser uma célula normal para ser uma célula alterada, uma célula cancerígena. Posteriormente essa célula se clona, induzindo uma proliferação e aparecendo o volume do tumor aos nossos olhos.
Pet Med – Qual é a incidência de câncer de próstata em cães e gatos, dentre os vários tumores que podem acometê-los?
Rafael Cuconati – A incidência de cães e gatos comparado a outros tumores é de menos de 1%. Então, de todos os tipos de neoplasias que cães e gatos podem ter, o câncer de próstata é menos de 1%.
A estatística de literatura (Oncologia em cães e gatos – 2016 – De Nardi e Daleck) dos cães castrados são de 42%. E entre os achos inteiros é 55,8%. Em gatos não temos estatísticas.
Pet Med – Como o câncer de próstata se manifesta no organismo?
Rafael Cuconati – Inicialmente ele se manifesta na glândula, então, pode ter um começo de um lado da glândula ou dos dois lados, o que a gente chama de unilateral ou bilateral. Ele pode infiltrar a uretra prostática, ou seja, o tubinho da uretra que passa no meio da próstata, ele pode infiltrar até mesmo causando obstrução. Esse aumento de volume da próstata, às vezes pode aumentar de tamanho e começar a crescer no sentido intrapélvico, ou seja, sentido à pelve e, até mesmo, comprimir o reto que é onde tem a passagem das fezes. Ele é um câncer com alto poder de metástase, ou seja com alto poder de se espalhar tanto pela via linfática, onde carreia a linfa, a célula de defesa, quanto pela via hematógena, ou seja, pelos vasos sanguíneos, e ele pode se manifestar em outros órgãos e também nos ossos, e, até mesmo nos ossos regionais, como por exemplo na pelve ou no femur.
Pet Med – É mito ou verdade que o câncer de próstata é mais comum em cães e gatos não castrados?
É mito que o câncer de próstata tem maior incidência em animais castrados, isso é mito. A maior incidência desse tipo de câncer é em pacientes inteiros (não castrados). Em média 55 a 56%.
Nos gatos não temos esses dados. Agora, o motivo disso pode ser de caráter genético e existem tumores que não são hormônio-dependentes. Tem tumores que através da genética não são hormônio-dependentes, eles nasceriam na próstata de qualquer forma. O que dá para gente afirmar é a questão genética mesmo.
Pet Med – No dia a dia, como os tutores podem identificar a possibilidade do seu cão ou gato estar com tumor, com câncer de próstata?
Rafael Cuconati – No dia a dia, a forma dos tutores observarem é se o animal apresenta dificuldade para urinar, o que a gente chama de disúria, ou se urina mais vezes, se tiver sangue na urina. Quanto às fezes, se tiverem com formato alterado, se começar a diminuir o volume do cocô, se ficar um cocô em um formato mais de cobrinha, um cocô amassado, se apresentar um desconforto para andar, inapetente para comer, também pode ser uma forma do tutor começar a identificar.
Pet Med – Quais são as causas mais comuns do câncer de próstata em cães e gatos?
Rafael Cuconati – As causas mais comuns são a genética e a questão da produção de hormônio. Então, se temos um paciente que produz um excesso de hormônio no testículo, por exemplo, isso pode interferir no aumento da chance de câncer prostático. Genético e hormonal são as causas mais comuns.
Pet Med – Qual é o diagnóstico do câncer de próstata nesses animais?
Rafael Cuconati – A gente começa uma triagem com exame físico, palpação do reto e da região abdominal, além de fazer a anamnese completa de ter o histórico desse paciente. Depois a gente investiga com exame de imagem com ultrassom, depois evoluímos para o exame de tomografia e o exame real que define o diagnóstico que é a biópsia. A imagem, lógico, ela vai dar uma sugestão, mas, quem define e “bate o martelo” é o histopatológico, que é a biópsia.
Pet Med – Dentre os exames, quais são os mais recomendados para diagnosticar a doença?
Rafael Cuconati – Como disse, os exames mais recomendados no intuito de check up, que vai nos dar uma ideia que o paciente tem câncer de próstata é o ultrassom abdominal. Então, pacientes acima de 5 a 7 anos de idade nós indicamos o ultrassom semestralmente.
Pet Med – E quanto aos tratamentos? Quais são os mais eficazes?
Rafael Cuconati – Depende muito da fase do diagnóstico, mas, o tratamento que a gente chama de eleição é o de cirurgia, quando a gente consegue tirar o tumor da próstata, ou até mesmo a próstata em si com o tumor. Depois existe radioterapia, quimioterapia e hoje, existe, ainda, a biologia molecular, a parte de mapeamento genético do tumor que a gente consegue findar a personalização de medicamentos para usar, o que não deixa de ser quimioterapia, mas, é mais direcionada através de um exame genético.
Pet Med – De que forma é possível prevenir o câncer de próstata em cães e gatos?
Rafael Cuconati – A forma de prevenção é a castração. Pela porcentagem estatística de uma menor porcentagem de um paciente desenvolver por serem castrados, então, a única prevenção realmente é a castração. Porém, existem os fatores de risco, que a gente fala: obesidade, alimentação, exposição à alteração do meio ambiente em si, uso de hormônio indevido como suplemento, essas coisas.
Pet Med – Para finalizar o que mais o senhor considera importante acrescentar?
Rafael Cuconati – De um modo geral, o objetivo é uma conscientização tanto do cliente final, como dos Médicos Veterinários. A ideia é a gente fazer uma medicina de diagnóstico precoce que a castração previne mesmo, e a importância da gente ter um tema, por exemplo, Novembro Azul, para se atentar na prevenção de tumores. Primeiro porque, uma vez que nasce um tumor, a gente trata a consequência e a ideia é a gente prevenir que ele venha. A genética não conseguimos mexer, mas, se o animal tiver um estilo de vida adequado, a gente consegue prevenir.
Animais perdidos agora também podem contar com a ajuda da tecnologia.
Uma empresa pernambucana criou o Petts.me que ajuda a encontrar o seu melhor amigo perdido.
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Os usuários podem buscar por animais perdidos e até podem se apaixonar por algum bichinho que nunca teve dono.