Animais Silvestres fora do habitat natural : Qualidade de Vida
É cada dia mais comum vermos alguns animais silvestres da nossa fauna, como cobras, lagartos, pássaros, araras, pequenos primatas e tantos outros vivendo fora do seu habitat natural, nas casas das pessoas, como pets. ⠀⠀⠀Por isso, neste mês de junho, mês da conscientização sobre os cuidados com o meio ambiente, conversamos com o Médico Veterinário Juliano Biolchi, especializado em atendimento clínico e cirúrgico de animais selvagens, portador do CRMV – PR: 19.211, para nos ajudar a entender como, e se é possível, dar melhor qualidade de vida a esses animais que vivem como animais domésticos, fora do habitat natural. ⠀⠀⠀O nosso bate-papo de hoje está imperdível. Vejam só!
Pet Med – O que podemos entender como animais silvestres? ⠀⠀⠀Juliano Biolchi – Os animais silvestres são espécies que vivem naturalmente em ambiente selvagem, sem intervenção humana direta. Eles não são domesticados nem criados em cativeiro, diferentemente dos animais domesticados como cães, gatos, bovinos, equinos, suínos e outras espécies que são mantidas sob cuidados humanos. Esses animais possuem características e comportamentos adaptados para sobreviver e se reproduzir em seus habitats naturais. A categoria de animais silvestres abrange uma ampla variedade de espécies em diferentes classes, incluindo mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados. Eles podem ser encontrados em diversas regiões do planeta, desde florestas tropicais a desertos áridos, passando por oceanos, rios e montanhas.
Pet Med – Qual é a importância dessas espécies para o meio ambiente? ⠀⠀⠀Juliano Biolchi – São inúmeras as razões que evidenciam a importância desses animais para o meio ambiente, uma vez que desempenham papéis cruciais nos ecossistemas em que habitam. A primeira e fundamental delas é a polinização de plantas, realizada principalmente por aves que transportam o pólen de uma flor para outra, garantindo assim a reprodução das plantas, produção de frutos, sementes e a consequente perpetuação das espécies vegetais. Além disso, várias espécies de mamíferos, aves e répteis silvestres também desempenham um papel significativo na dispersão de sementes, contribuindo para a colonização de novas áreas e a manutenção da diversidade vegetal. ⠀⠀⠀Outro motivo importante é o controle de pragas, pois muitos animais silvestres atuam como predadores naturais, regulando as populações de pragas. Aves de rapina e morcegos são exemplos notáveis, pois se alimentam de roedores e insetos prejudiciais às culturas, reduzindo assim a necessidade de pesticidas e promovendo um equilíbrio no ecossistema. Esses animais também desempenham o papel de indicadores da saúde dos ecossistemas. Alterações no número populacional, comportamento ou distribuição geográfica podem ser sinais de perturbações ambientais, como poluição, degradação do habitat ou mudanças climáticas. Portanto, monitorar essas espécies pode fornecer informações valiosas sobre a qualidade ambiental e auxiliar na tomada de decisões para a conservação. ⠀⠀⠀A diversidade biológica, por sua vez, é um aspecto crucial. Cada espécie desempenha um papel específico em sua cadeia alimentar, interagindo com outras espécies e influenciando o equilíbrio ecológico. A perda de qualquer espécie silvestre pode acarretar impactos negativos na estabilidade e na funcionalidade dos ecossistemas, comprometendo a dinâmica natural. Em suma, os animais silvestres desempenham um papel essencial para a saúde e a sobrevivência de um ecossistema inteiro. Sem a presença deles, todo o equilíbrio natural perece, levando ao colapso ambiental!
Pet Med – Em contrapartida, quais são os danos para o meio ambiente quando tais espécies estão ameaçadas ou já em extinção? ⠀⠀⠀Juliano Biolchi – Uma pergunta de elevado valor como essa merece um relato baseado em experiências reais, que testemunhamos e ainda vivemos nos dias de hoje. A extinção e a ameaça de espécies silvestres são fatos incontestáveis, e cada animal que “desaparece” leva consigo um pedaço valioso do meio ambiente. É com base nessas afirmações que podemos iniciar a condução dessa história, com o objetivo de melhor compreender as consequências que ainda podemos sofrer.
⠀⠀⠀Era uma vez uma floresta exuberante, repleta de vida e harmonia.⠀Diversas espécies de animais silvestres coexistiam em perfeita sincronia, desempenhando papéis vitais no equilíbrio do ecossistema.⠀A floresta era o lar de majestosas onças-pintadas, coloridos papagaios, ágeis macacos e uma infinidade de outras espécies que completavam a rica natureza. ⠀⠀⠀Porém, um mal silencioso começou a se instaurar na floresta.⠀A ganância humana, aliada à destruição de habitats naturais, caça ilegal e tráfico de animais, colocou em risco a sobrevivência dessas espécies.⠀As árvores foram derrubadas, dando lugar a fazendas e cidades, reduzindo o espaço vital dos animais.⠀Caçadores implacáveis perseguiram as presas mais valiosas, interrompendo a cadeia alimentar.⠀O comércio ilegal de animais levou espécies à beira da extinção, tirando-as de seu habitat natural e aprisionando-as em gaiolas.⠀À medida que os anos passavam, a floresta começou a mudar.⠀A perda de animais silvestres afetou profundamente o equilíbrio do ecossistema.⠀Sem os predadores naturais, as populações de presas cresceram descontroladamente, resultando em superpopulação e esgotamento dos recursos disponíveis.⠀As plantas não eram mais polinizadas, os frutos não eram mais dispersos e a regeneração natural era cada vez mais difícil.⠀Os danos para o meio ambiente se tornaram evidentes.⠀A falta de predadores naturais permitiu a proliferação de pragas que dizimaram plantações e devastaram colheitas.⠀Os agricultores passaram a depender cada vez mais de pesticidas, envenenando o solo e os recursos hídricos.⠀As mudanças climáticas, intensificadas pela destruição do habitat e pelas emissões de gases do efeito estufa, tornaram-se ainda mais prejudiciais, afetando não apenas os animais silvestres, mas também a própria sobrevivência humana.⠀ ⠀⠀⠀Percebendo a gravidade da situação, governos, organizações não governamentais e a sociedade em geral uniram forças para proteger e conservar as espécies silvestres.⠀Áreas protegidas foram estabelecidas, oferecendo refúgio seguro para os animais em perigo.⠀Legislações ambientais foram aprimoradas, visando a punição daqueles que exploravam ilegalmente a fauna e a flora.⠀Programas de educação ambiental foram implementados, conscientizando as pessoas sobre a importância da conservação e incentivando a mudança de comportamento.
⠀⠀⠀A luta pela preservação dos animais silvestres ganhou força. A sociedade passou a valorizar a riqueza biológica e a compreender que a sobrevivência de todas as formas de vida está interligada.
Pet Med – E quanto à legislação? O que diz a respeito da criação de animais silvestres em casa? ⠀⠀⠀Juliano Biolchi – A posse de animais silvestres como animais de estimação é regulamentada de acordo com as leis locais, visando o bem-estar dos animais, a preservação das espécies e a segurança pública. Geralmente, a criação de animais silvestres em casa requer autorizações específicas, como licenças ou registros. Essas regulamentações buscam controlar o comércio ilegal, evitar o tráfico de espécies ameaçadas e garantir condições adequadas para os animais. ⠀⠀⠀De modo geral, orienta-se que as pessoas busquem alternativas como visitas a reservas naturais, participação em programas de voluntariado em instituições de conservação ou apoio a projetos de preservação da fauna e flora. Dessa forma, é possível contribuir de maneira positiva para a proteção das espécies e seus habitats naturais.
Pet Med – O que deve ser feito ao encontrarmos, por exemplo, uma Maritaca, um passarinho ou qualquer outra espécie de animal silvestre caído de uma árvore ou perdido na estrada? Podemos acolhê-lo e levá-lo ao veterinário, e, posteriormente cuidar dele em casa? ⠀⠀⠀Juliano Biolchi – Ao encontrar um animal silvestre caído de uma árvore ou perdido na estrada, é fundamental agir com cautela e tomar as medidas apropriadas para auxiliá-lo. Seguem as diretrizes ideais a serem seguidas: ⠀⠀⠀1- Verifique a condição do animal à distância, observando se está ferido e se os pais estão presentes; ⠀⠀⠀2- Entre em contato com as autoridades locais de vida selvagem, como a polícia ambiental, IAT – Instituto Água e Terra e CAFS – Centro de Apoio à Fauna Silvestre (no caso do Paraná), para fornecer informações e obter orientações; ⠀⠀⠀3- Evite cuidar do animal em casa, pois requer cuidados especializados em alimentação e ambiente; ⠀⠀⠀4- Proteja o animal de perigos iminentes, se necessário, mas leve-o para atendimento veterinário especializado apenas se estiver ferido. É importante lembrar que o contato humano pode interferir negativamente na vida selvagem. Muitas vezes, as pessoas resgatam indevidamente filhotes de aves que estão aprendendo a voar com supervisão dos pais a uma certa distância.
Pet Med – A propósito, este cenário está se tornando cada vez mais comum, de as pessoas terem animais silvestres em casa, como pets, em ambientes longe da mínima realidade ou similaridade com seu habitat natural e longe do convívio de espécies como as suas. Existe algum benefício ou qualidade de vida para esses animais? ⠀⠀⠀Juliano Biolchi – Ter animais silvestres como pets em ambientes domésticos que não são semelhantes ao seu habitat natural e afastados do convívio com outras espécies não é benéfico para esses animais. ⠀⠀⠀Animais silvestres possuem necessidades específicas e adaptadas ao seu ambiente natural, incluindo dieta, espaço, interação social e estímulo adequado. Ao serem mantidos em cativeiro, essas necessidades são frequentemente negligenciadas, o que pode levar a problemas de saúde, estresse e comportamento anormal. ⠀⠀⠀A vida em cativeiro também limita a expressão natural de comportamentos, como voar livremente, caçar, construir ninhos e estabelecer interações sociais com membros de sua própria espécie. Isso pode levar a frustração e problemas emocionais para os animais. ⠀⠀⠀Além disso, a posse de animais silvestres como pets contribui para o tráfico ilegal de animais selvagens, que é uma prática prejudicial à conservação das espécies e pode levar à diminuição de populações selvagens. Portanto, não há benefícios ou melhoria na qualidade de vida para os animais silvestres mantidos como pets em ambientes não apropriados. É importante valorizar a vida selvagem em seu habitat natural e apoiar iniciativas de conservação e proteção dessas espécies.
Pet Med – Quais pontos de atenção as pessoas devem ter antes de pensar em ter animais silvestres em casa tidos como pets não convencionais em casa? ⠀⠀⠀Juliano Biolchi – Vale salientar que há uma diversidade de animais silvestres que se pode ter em casa como pet não convencional, como coelhos, porquinhos-da-índia, hamsters, papagaios, calopsitas, canário, jabuti, tigre d´água, peixes etc… Mas antes de ter esses animais silvestres como pets, é crucial considerar vários pontos de atenção. ⠀⠀⠀Primeiro, verifique a legalidade da posse dessas espécies em sua região. Em seguida, leve em conta o bem-estar animal, pois eles possuem necessidades específicas que podem ser desafiadoras de atender em um ambiente doméstico. Além disso, é fundamental possuir conhecimento prévio sobre a espécie em questão, seu habitat, alimentação e cuidados necessários. Garanta que possa fornecer um cativeiro adequado, que simule ao máximo seu ambiente natural. ⠀⠀⠀Também tenha em mente a saúde, segurança e riscos potenciais associados à posse de animais silvestres. Adquira-os de fontes legítimas e responsáveis. Lembre-se de que é um compromisso de longo prazo, pois muitas espécies têm uma vida longa e requerem cuidados especiais.
Pet Med – E quando na casa já existe a presença de um cão ou gato. É possível fazer a interação entre um animal silvestre e um já domesticado? ⠀⠀⠀Juliano Biolchi – É crucial lembrar que cada situação é única e que não é aconselhável realizar a interação entre um animal silvestre e um cão ou gato doméstico. Nem todas as espécies silvestres são adequadas para conviver com animais de estimação domésticos, e é primordial considerar a segurança e o bem-estar de todos os animais envolvidos. Além disso, é importante ter em mente que, na cadeia alimentar, os animais não convencionais geralmente são vistos como presas, enquanto os cães e gatos são considerados predadores, o que pode levar a um estresse crônico prejudicial e há vários acidentes e até a morte desse pet.
Pet Med – Por fim, e, de modo geral, como dar melhor qualidade de vida aos animais silvestres que vivem como pets, para que vivam em condições mínimas dentro das necessidades básicas da sua espécie, quando fora do seu habitat natural, mas, dentro das nossas casas? ⠀⠀⠀Juliano Biolchi – Para garantir uma melhor qualidade de vida aos animais silvestres que vivem como pets em nossas casas, é crucial atender às suas necessidades básicas. Isso inclui fornecer um espaço adequado para movimentação e exercícios, além de um ambiente enriquecido que estimule seu comportamento natural. ⠀⠀⠀É essencial oferecer uma alimentação adequada, seguindo as orientações específicas da espécie e cuidados veterinários especializados. Estimulação mental através de atividades desafiadoras e interação social, quando apropriado, também são importantes. ⠀⠀⠀É fundamental manter-se informado sobre as necessidades da espécie e buscar orientação profissional quando necessário. Sempre gosto de salientar que o sinônimo de qualidade de vida é uma boa ambiência e nutrição, essa é a chave do sucesso!
Oferecer uma alimentação saudável aos animais faz toda a diferença para a qualidade de vida deles. Os gatos, por exemplo, sabemos o quanto eles gostam de sachês, mas, ao mesmo tempo, esse tema é dúvida para muitos tutores, que não sabem até que ponto esse tipo de alimento pode fazer bem ou mal à saúde do seu felino de estimação. Por isso, nós conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária Karoline Vanelli, professora e doutora em Nutrição Animal, portadora do CRMV SC 11.614, que nos esclareceu inúmeras questões sobre o assunto. Acompanhe!
Pet Med – O que podemos entender por alimentos úmidos para gatos? Karoline Vanelli – De acordo com a classificação do MAPA do Ministério da Agricultura, um alimento úmido tem que ter pelo menos 88% de umidade para ser considerado úmido.
Pet Med – Quais são as diferenças entre alimentação natural dos alimentos úmidos para gatos? Karoline Vanelli – Quando a gente fala de alimento úmido para gatos, estamos falando de sachê e de patê. Podemos incluir, também, alguns alimentos in natura, como por exemplo: se eu vou fazer uma dieta caseira, temos que considerar que todo alimento natural tem um teor de umidade, e, lógico, esse teor de umidade varia de acordo com cada ingrediente da dieta, então, vegetais, frutas, tem mais teor de água, alguns tipos de cereais também, mas, vai depender da composição da dieta. No entanto, não podemos conceituar a dieta caseira como dieta úmida, mas, temos que considerar durante a formulação de alimentos que o teor da umidade dos alimentos in natura, influencia, principalmente, em consumo energético e digestibilidade.
A ingestão de alimento úmido vai auxiliar na prevenção de doenças renais e na formação de urólitos e cálculos urinários.
Karoline Vanelli
Pet Med – Quais são os benefícios da dieta úmida para os felinos? Karoline Vanelli – Podemos levar em conta vários fatores, o primeiro deles é com relação ao próprio consumo de água. Os felinos no seu comportamento natural são ruins na ingestão hídrica, muito porque na natureza mesmo, quando eles se alimentam de outros animais, eles estão inserindo vísceras e nas vísceras têm sangue que já tem o teor próprio de umidade, então. por isso, é extremamente importante fazer a inclusão do sachê pelo menos uma vez ao dia durante todos os dias, como uma grande ferramenta para estimular o consumo hídrico. Mas, hoje, já temos disponíveis no mercado várias opções como fonte, potinho específico para ingestão de água, mas, o mais importante é entender o comportamento de cada gato, do seu gato especificamente, para saber o que ele gosta: se ele gosta de beber água na água corrente, se ele prefere na tigela de vidro, de alumínio, de plástico. Por exemplo, aqui em casa eu deixo várias tigelas disponíveis pela casa com água sempre limpa e à vontade para isso. E, a principal importância, é que além da questão da própria ingestão hídrica, a ingestão de alimento úmido vai auxiliar na prevenção de doenças renais e na formação de urólitos e cálculos urinários.
Pet Med – E quanto aos malefícios? Karoline Vanelli – Pensando nos malefícios dos alimentos úmidos, é somente com relação a quantidade. Quando você não regula a quantidade do sachê somada a quantidade da ração seca, você pode estar dando excesso de quilocalorias para o animal, então, ele pode ganhar peso, entrar no estado de sobrepeso e obesidade, por isso tem que ter atenção, pois, toda vez que você for fazer a inclusão do sachê você tem que tirar um pouco da ração seca, mas, sempre com o auxílio do Médico Veterinário. E se for utilizar o sachê como alimento, tem que ver na embalagem do sachê tem o selo de alimento 100% completo e balanceado. Se o alimento não tiver esse selo, ele só pode ser utilizado como um petisco, não como um alimento completo. Esses sachês que não têm o selo de 100% completo e balanceado podem causar alguns riscos de deficiências nutricionais, mas, os que têm este selo, além de enriquecimento de água e proteína, eles têm vitaminas e minerais, então, podem ser utilizados em substituição à ração seca.
Se for utilizar o sachê como alimento, tem que ver na embalagem do sachê tem o selo de alimento 100% completo e balanceado. Se o alimento não tiver esse selo, ele só pode ser utilizado como um petisco, não como um alimento completo.
Karoline Vanelli
Pet Med –Dizem que, por serem carnívoros, o ideal seria que gatos domesticados se alimentassem mais de sachês do que ração seca. Essa recomendação é válida? Karoline Vanelli – Os gatos têm que receber o sachê, ou a quantidade de água mínima necessária por dia, e o sachê vem para complementar a ingestão hídrica, já que eles são difíceis de beber água sozinhos, então, ele vem para trazer essa complementação hídrica. Não tem nada relacionado a eles serem carnívoros, isso não influencia, o que influencia é o hábito alimentar deles, esse comportamento da baixa ingestão hídrica e pelo alto consumo de compostos nitrogenados da dieta, mas, isso não está relacionado. O sachê ou a ração seca vai ter o mesmo teor de proteína, não é isso que vai influenciar. É que a dieta deles são hiperproteicas, então, independentemente se ele come sachê ou ração seca, ele tem que ter uma ingestão hídrica maior para poder fazer a diluição e excreção apropriada desses compostos nitrogenados, ou seja, entrar no ciclo da ureia, ativar o ciclo da ureia e depois fazer a excreção via urinária. Mas, o que o sachê tem de vantagem? Ele já tem água junto com o teor de proteína, mas, reforço que o fato de ser seco ou úmido não influencia. O que influencia é que eles necessitam de dieta hiperprotéica, mas para poder fazer a diluição desses compostos nitrogenados, que são produtos resultantes do metabolismo, através do ciclo da ureia, eles teriam maior necessidade de fazer excreção disso, e só conseguiriam a partir de uma maior ingestão hídrica. Porém, às vezes, se o gato tem um bom hábito de ingerir água, por gostar de uma fonte, e coloca-se uma fonte, trabalha-se com manejo alimentar e com enriquecimento ambiental, aí também fica como uma alternativa viável.
Pet Med – Qual é a recomendação para alimentar os gatos em casa com sachê? (somente sachê, alternando com ração seca, misturando com água, qual quantidade diária, etc…) Karoline Vanelli – A quantidade é muito difícil da gente trazer, pois depende do peso metabólico de cada animal. A gente não calcula pelo peso corporal, a gente se baseia no peso metabólico, e aí precisa fazer algumas transformações, equações, para dar a quantidade exata para cada animal, para cada fase de vida e para cada estilo de vida. Então, de uma forma bem generalista, o recomendado é dar, no mínimo, um sachê por dia. Agora, por exemplo, se eu tenho um filhote, esse consumo pode aumentar; se eu tenho uma fêmea gestante ou lactante esse consumo aumenta; se eu tenho um paciente idoso, esse consumo pode diminuir, porque ele tem um metabolismo mais lento; se eu tenho um paciente que tem problemas de obstrução urinária por cálculo, eu vou ter que aumentar a ingestão de sachê para aumentar a quantidade de ingestão de água, e aí eu tenho que manejar de acordo coma necessidade do animal. Então, a gente tem que realmente passar por consulta com médico veterinário especialista em nutrição, nutrólogo ou nutricionista para que ele faça esse cálculo. Pode alternar?Aí tem que cuidar, é o manejo alimentar. Vai fazer junto com o sachê, então, tem que saber as recomendações corretas da quantidade de sachê associada a ração seca. Você pode fazer a inclusão de 10% de sachê na dieta. Vamos supor que você use 100% de ração seca e quer usar sachê. Você terá que utilizar 90% da ração seca e esses 10% que faltam para complementar, você usa em sachê. Agora se você quer dar um dia inteiro de sachê e no outro dia só dar ração, não tem problema. O problema é que você vai criar um paladar extremamente seletivo neste animal. Gatos já são assim porque eles têm 500 papilas gustativas, então, eles já são seletivos por natureza, e, então, pode ser que eles não queiram comer uma coisa ou outra, por isso, tem que cuidar com isso, para não gerar paladar seletivo. O segundo, porém, é que se você respeitar a quantidade mínima que o animal precisa. Vamos supor que o animal precise de 4 mil calorias por dia. Se você respeitar esse consumo calórico diário em ração seca ou em sachê, ok, a única coisa que tem que cuidar é para mensurar a quantidade correta e poder fazer isso da forma correta. Eu prefiro, assim, de forma bem generalista e falando de um paciente saudável, que não tenha nenhuma determinada condição patológica, é utilizar ração em 90% seca e 10% de inclusão de sachê. Alternar um dia sim e um dia não, eu acho um pouco complicado. Porém, às vezes acaba a ração, então só dar o sachê em uma emergência, pode sim, pode, também dar uma semana inteira só sachê e outra só ração, é só cuidar com relação a seleção do paladar do animal.
Pet Med –A partir de qual idade podemos oferecer alimentação úmida para os gatos? Karoline Vanelli – Já a partir do desmame, e pode manter até o último dia de vida dele. Não tem contra indicação, a menos que esse animal apresente alguma patologia, porém, hoje, a gente já tem disponível no mercado, sachês que atendem às determinadas condições patológicas. Temos patês para doença renal crônica, doença gastrointestinal, doença cardíaca, diabetes, obesidade, então eu só altero o tipo de sachê para cada condição patológica.
Pet Med –Na hora de comprar, a que devemos ficar atentos, tendo em vista a grande variedade de opções no mercado? Karoline Vanelli – Eu opto sempre pelos sachês que tenham o selo de 100% completo e balanceado. Os demais que são utilizados como petiscos, podem ser mais hipercalóricos, enriquecidos a base de gordura e não de proteína. Eles não têm muito valor nutricional, têm valor de manejo, de petisco, não nutricional. Quando você usa um sachê 100% completo e balanceado, você está optando por um alimento que vem com enriquecimento vitamínico e mineral, e aí sim, você pode usar ele como um caminho e direcionamento. A gente pode seguir dentro da mesma classificação na ração seca, classificação super premium, premium e econômica. Eu sei que o preço é um fator determinante, porque a gente acaba usando muito mais sachê, porém, optar por uma premium ou super premium que acompanha as marcas de ração dentro das mesmas classificações das rações, pode ser um norte e direcionamento para a escolha. Atentar, também, para a condição de vida que esse animal se encontra, idade e se ele está apresentando alguma doença, alguma comorbidade ou não.
Pet Med –Quanto aos mitos e verdades sobre alimentação úmida para gatos, por favor responda abaixo: Alimentos úmidos têm mais sódio: Karoline Vanelli – Sim, é fato, porém, o sódio não é nenhum problema. Cães e gatos são extremamente resistentes a altas concentrações de sódio na dieta. Você pode fazer a inclusão de 15kg em matéria seca. Isso, se você for parar para pensar que em ração de 15kg dá praticamente mais de 1,5kg de ração de sal na ração e a gente não utiliza isso tudo, é uma quantidade muito absurda, então, tem mais sódio por conta do preparo do alimento. Temos que lembrar que dentro das necessidades nutricionais de cada espécie, existe o mínimo e o máximo que eu posso trabalhar e as quantidades de sódio presentes no sachê, pelo menos dos que são 100% completo e balanceado, e de marcas idôneas, eles respeitam essa quantidade máxima limitada. Mas, mesmo que tivesse um pouquinho a mais, ainda assim não provocaria nenhum problema em um animal saudável, pois, por serem extremamente resistentes, eles conseguem controlar essas flutuações plasmáticas de sódio muito bem. Vale lembrar que causas de hipertensão em cães e gatos não estão associadas ao sódio, mas, sim, à doença renal crônica e hipoadrenocorticismo, então não tem nenhum problema o fato de o sachê ter mais sódio no alimento, muito pelo contrário. A única contraindicação é se eu tenho um animal renal ou que já é hipertenso por uma doença cardiovascular, caso contrário não tem nenhuma contraindicação.
Sachês para gatos engordam:
Karoline Vanelli – Sim, se eu utilizar em excesso e não respeitar a quantidade de kg/caloria a ser consumida no dia, então, eu tenho que entender qual é a necessidade energética metabólica desse animal, que é o veterinário que calcula. Ele vai trazer essa necessidade energética, vai fazer o cálculo da quantidade de alimento, seja úmido ou seco, a partir dessa necessidade, e aí vai determinar quanto esse animal vai consumir desse sachê. Se ele estiver consumindo quantidades maiores ele vai ganhar peso, assim como se ele estiver comendo mais quantidade de ração seca.
Não pode ser consumido por gatos com diabetes:
Karoline Vanelli – Mito. Muito pelo contrário, você pode indicar para um animal diabético, um paciente oncológico, porque ele não tem carboidrato. O sachê é proteína, água, vitamina mineral e pouquíssimo de gordura, quase nada de gordura. Tem sachês que são extremamente baixo em gordura e riquíssimo em proteína. Então, isso não altera curva glicêmica pós prandial, ou seja, depois da alimentação, e em paciente oncológico não favorece o crescimento de células neoplásica. Porque não tem a presença de carboidrato na dieta, então pode ser utilizado com segurança para pacientes diabéticos, até é uma alternativa para estimular consumo alimentar e saciar sensação de ansiedade.
Alimentos úmidos causam diarreia:
Karoline Vanelli – Somente se for consumido em excesso e se não utilizar um alimento bom e não conservar de maneira correta após aberto. O risco é você abrir o sachê e não conservar na geladeira após aberto. Como ele tem alto teor de umidade, ele fica muito suscetível a contaminação bacteriana, então, se algum paciente apresentar diarréia, tem que verificar de que forma o sachê foi armazenado. Normalmente está mais associado a erro de armazenamento do que ao sachê.
Alimentos úmidos são petiscos:
Karoline Vanelli – Depende. Eu tenho sachês que são petiscos e tenho sachês que podem substituir os alimentos completos.
Pet Med – Por fim, o que mais é importante acrescentar ao que conversamos? Karoline Vanelli – Vale acrescentar sobre o enriquecimento ambiental. O manejo alimentar para gatos não depende somente do alimento, mas, de como estamos oferecendo os alimentos para eles. Temos que nos atentar muito sobre cada fase e sobre a condição de que cada animal se encontra. Temos que saber que a suplementação é extremamente necessária.
Para gatos, a gente tem vários suplementos no mercado que podem atender a questões de ansiedade e hiperatividade, que podem facilitar a eliminação de bolas de pelos, de prevenir formação de cálculo urinário, entre outros. Então, a gente tem que começar a trazer esses conceitos dentro da Medicina Veterinária, assim como a gente traz para o consumo humano, reforçando que a suplementação, muitas vezes, o que a gente tem de necessidade mínima na dieta pode não atender a uma necessidade específica de um indivíduo.
Que a gente tem que trabalhar muito mais com a nutrição do gato tratando ele como um indivíduo do que como um coletivo, que cada vez está ficando mais claro que eles são muito individualistas, inclusive em seus comportamentos fisiológicos e patológicos.
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Lidar com algumas doenças ou transtornos como o Autismo, por exemplo, nem sempre é fácil, mas, a boa notícia é que já existem algumas terapias que ajudam amenizar as dores físicas, mentais e emocionais, não apenas dos pacientes, mas, também dos seus familiares e, até mesmo dos profissionais de saúde. Entre elas, estão a Terapia Assistida por Animais (TAA) e a Atividade Assistida por Animais (AAA), considerada uma atividade recreativa com resultados terapêuticos, sem gerar uma análise, histórico ou perfil dos pacientes. Para entendermos como a convivência com os animais pode trazer benefícios no tratamento e para o dia a dia de quem tem autismo, conversamos com a Psicóloga clínica e de Reabilitação Neurológica, Vivian Rodrigues Silva, portadora do CRP 08/29628, e, na sequência, com o Rafael Fernando Wisneski, adestrador especialista em Manejo Comportamental de Cães e Gatos; Mestrando em Ciência Animal; especializado em cães de ajuda social e animais para Intervenções Assistidas (IAAs). Acompanhe!
Vivian Rodrigues Silva – Psicóloga clínica e de Reabilitação Neurológica.
Pet Med – O que podemos entender por Autismo? Vivian Silva – O autismo é um transtorno em espectro que afeta o desenvolvimento típico esperado para pessoas de ambos os sexos, mas que afeta principalmente meninos/homens, nas áreas de interação social, comunicação e interesses restritos e estereotipados.
Pet Med – Quais são as principais características do autismo? Vivian Silva – As pessoas dentro do espectro têm atraso principalmente na área da linguagem/comunicação e interação com o meio, seja com pessoas, objetos ou ambiente. No dia a dia os autistas precisam de mais suporte para realizar atividades cotidianas, se comparado aos pares de idade em desenvolvimento típico.
Pet Med – Quais são as melhores formas de tratar o autismo? Vivian Silva – Intervenção com larga carga horária dentro da Análise do Comportamento Aplicada.
Pet Med – Existe alguma forma de prevenção? Se sim, quais? Se não, por quê? Vivian Silva – Não. Primeiramente porque ainda não se sabe sobre a principal causa do autismo, mas sabe-se que existe maior probabilidade de um pai ou mãe autistas terem uma criança autista, devido à carga genética. Sendo uma criança autista ou não, o ideal é sempre estimular e fornecer um ambiente rico para melhor desenvolvimento das habilidades esperadas para idade e quanto antes forem estimuladas, melhor será o prognóstico.
Sendo uma criança autista ou não, o ideal é sempre estimular e fornecer um ambiente rico para melhor desenvolvimento das habilidades esperadas para idade e quanto antes forem estimuladas, melhor será o prognóstico.
Vivian Silva
Pet Med – De que forma as famílias podem proporcionar melhor qualidade de vida para os familiares autistas? Vivian Silva – Participando ativamente da intervenção profissional e seguindo orientações fornecidas pelos profissionais.
Pet Med – E quanto ao convívio com os animais? É possível que a convivência com os animais possa trazer benefícios no tratamento e para o dia a dia de quem tem autismo? Vivian Silva – Pessoalmente, acredito que possa colaborar por ser mais uma estratégia para regular as condições emocionais do paciente e familiares, uma vez que a pessoa com TEA pode colaborar com o cuidado da rotina do animal, mas principalmente pela troca afetiva.
.Rafael Fernando Wisneski – especializado em cães de ajuda social e animais para Intervenções Assistidas (IAAs).
Pet Med– Neste cenário, como os animais podem auxiliar no tratamento das pessoas autistas? Rafael Wisneski – Animais podem ajudar pessoas do espectro autista de várias formas. O contato com animais motiva interações sociais e melhoram a condição emocional e cognitiva de qualquer pessoa. Eles também ajudam a diminuir os níveis de cortisol no organismo (estresse) e o contato físico com os animais também diminui a frequência cardíaca, e tudo isso colabora com a saúde física, mental e emocional dos autistas.
O contato com animais motiva interações sociais e melhoram a condição emocional e cognitiva de qualquer pessoa.
Rafael Wisneski
Pet Med – Como a convivência com os animais pode trazer benefícios e maior qualidade de vida para o dia a dia de quem tem autismo? Rafael Wisneski – O espectro do autismo é amplo, e envolve uma série de questões neurológicas, sociais e emocionais. De forma geral, os animais eliciam emoções positivas, que ajudam no equilíbrio e a sensação de bem estar ao nosso organismo. Em alguns casos, o autista pode ter problemas para dormir e precisa de um “tato profundo” – dormir encostado em alguém, e os animais – em geral cães – cumprem bem esse papel. Os animais também são considerados catalisadores sociais, ou seja, ajudam em contextos fora de casa e nas relações sociais.
Pet Med – Quais são os diferenciais dos cães neste sentido? De que modo eles conseguem dar este apoio emocional? Rafael Wisneski – Cães são os animais que melhor se adaptaram à convivência com os seres humanos e já são considerados bons companheiros. Historicamente cães sempre prestaram algum tipo de serviço aos seres humanos, então pra eles é um “trabalho moderno” servir de apoio emocional. O apoio emocional dado pelos cães vem justamente do vínculo de confiança criado entre humano e cão, onde é constituída uma relação de parceria e benefícios mútuos. E acredito que a prestatividade destes animais somado a capacidade de interpretação da comunicação humana, fazem destes animais bons prestadores deste serviço.
O apoio emocional dado pelos cães vem justamente do vínculo de confiança criado entre humano e cão, onde é constituída uma relação de parceria e benefícios mútuos.
Rafael Wisneski
Pet Med– Neste sentido existem raças mais indicadas para ajudar neste tipo de tratamento? Rafael Wisneski – Em geral as raças mais utilizadas para os trabalhos com autistas são Golden Retriever e Labradores, mas, isso não significa que outras raças não sejam boas para este trabalho, inclusive também é possível utilizar SRDs – cães sem raça definida. Algumas raças, que são consideradas “potencialmente perigosas”, não são indicadas para esse trabalho. Isso não é porque todos os cães destas raças não sejam capazes de realizar o trabalho com as pessoas autistas, mas sim porque é mais um estigma a ser quebrado socialmente – isso traz mais questões e mais debates sobre o tema. Já os vira-latas podem sim ser adequados para esse trabalho. No caso dos SRDs é sempre indicado aplicar testes de avaliação comportamental, principalmente naqueles que passaram por maus tratos.
Pet Med – Quais são os tipos de atividades feitas durante o tratamento com cães para as pessoas autistas? Rafael Wisneski – Isso depende dos objetivos. Dentro da odontopediatria, em uma necessidade de execução de uma profilaxia, o cão pode ser utilizado como um modelo ou simplesmente acompanha o procedimento. Já em sets terapêuticos, o cão pode pegar e trazer objetos, ser um agente de motivação ou até mesmo funcionar como recompensa. Aqui o que vale é a criatividade de quem atua utilizando os cães neste trabalho.
Pet Med – Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista. Rafael Wisneski – Hoje é observado um número crescente de pessoas autistas, seja pela melhoria diagnóstica seja em razão dos diagnósticos tardios. Fato é que os animais podem sim colaborar dentro dessa condição de saúde mental, ajudando desde o conforto emocional até no amparo técnico. Na outra ponta se tem um resgate da função dos animais na sociedade moderna, onde os cães remontam às suas raízes de trabalho e parceria com o ser humano, e os outros animais ganham um destaque social.
Fato é que os animais podem sim colaborar dentro dessa condição de saúde mental, ajudando desde o conforto emocional até no amparo técnico.
Conheça abaixo toda linha de Produtos Pet Med. A Pet Med nasceu da necessidade de dedicar esforços para cuidar e melhorar a qualidade de vida dos animais que tanto amamos.
O mês de abril traz duas comemorações importantes: uma pelo Dia Mundial da Saúde e do Dia da Terra, dois fatores fundamentais para a nossa qualidade de vida, assim como para os animais. Para falar sobre a importância do conceito de Saúde Única, que trata não apenas do indivíduo, mas, também dos animais e do meio em sua volta, conversamos com o Médico Veterinário Kamilo Rivera, gerente geral Ellatin e diretor de operações da LAVC – Latin American Veterinary Conference, Congresso Latino Americano de Veterinária. Acompanhe!
Pet Med – O que podemos entender por Saúde Única? Kamilo Rivera – Esta es una nueva mirada a la relación entre la salud humana, la salud animal y el estado del medio ambiente. Este é um novo olhar sobre a relação entre a saúde humana, a saúde animal e o estado do meio ambiente.
Pet Med – Quais são os três pilares da Saúde Única? Kamilo Rivera – Ambiente sano, animales sanos, gente sana.
Ambiente saudável, animais saudáveis, pessoas saudáveis.
Pet Med – Qual é a importância de falarmos sobre este conceito nos tempos atuais? Kamilo Rivera – El ecosistema está en un estado de desequilibrio, constantemente ocurren desastres naturales, de los cuales sufren tanto las personas como los animales, en el ajetreo de la vida moderna. Las personas se olvidan de cuidar su salud y, además, no tienen tiempo para pensar en el medio ambiente. Estas preguntas fueron, son y serán relevantes.
O ecossistema está em desequilíbrio, ocorrem constantemente desastres naturais, dos quais sofrem pessoas e animais. Na agitação da vida moderna, as pessoas se esquecem de cuidar da saúde e, além disso, não têm tempo para pensar no ambiente. Essas perguntas foram, são e serão relevantes.
Pet Med – De que modo na prática as empresas, escolas e profissionais da área de saúde podem aplicar na prática, o conceito de saúde única? Kamilo Rivera – En primer lugar, es la educación de adultos y niños. Una buena educación y conciencia en el campo de la ecología y la salud es la clave para el desarrollo de una vida sana y la moda para la pureza de la naturaleza y la salud de los animales y el medio ambiente.
Em primeiro lugar, é a educação de adultos e crianças. Uma boa educação e conscientização no campo da ecologia e saúde é a chave para o desenvolvimento de uma vida saudável, assim como para a pureza da natureza e a saúde dos animais e do meio ambiente.
Pet Med – E quanto aos Médicos Veterinários? De que forma podem aplicar na prática no seu dia a dia? Kamilo Rivera – Las clínicas veterinarias son visitadas diariamente por personas con sus mascotas. El veterinario es responsable tanto de la correcta prescripción del tratamiento a su paciente, como de informar plenamente a su propietario sobre las medidas preventivas de la convivencia con una mascota (vacunas, desparasitaciones, alimentación adecuada, etc.). Además, se pueden colocar pancartas en la clínica veterinaria en la sala de espera, que hablarán sobre la actitud correcta hacia los animales y el medio ambiente. También es importante que las clínicas veterinarias eliminen adecuadamente los desechos.
As clínicas veterinárias são visitadas diariamente por pessoas com seus animais de estimação. O veterinário é responsável tanto pela correta prescrição do tratamento para o seu paciente, como por informar cabalmente o seu dono sobre as medidas preventivas da convivência com um animal de estimação (vacinação, desparasitação, nutrição adequada, etc.). Além disso, na clínica veterinária, na sala de espera, podem ser colocados banners que informam sobre a atitude correta em relação aos animais e ao meio ambiente. Também é importante que as clínicas veterinárias descartem adequadamente os resíduos.
Pet Med – Neste sentido, como o conceito de Saúde Única impacta a vida dos animais e suas famílias? Kamilo Rivera – Influye directamente. Una persona, que adquiere un perro y se da cuenta de este concepto, camina más con él, controla su salud física y emocional, trata de clasificar la basura y lleva un estilo de vida más saludable. De hecho, cuanto más feliz, saludable y positivo sea el dueño de la mascota, mejor estará su mascota. Debo decir que lo mismo funciona en sentido contrario: cuanto más sana y feliz es la mascota, más feliz es su persona.
Influencia diretamente. Uma pessoa, tendo adquirido um cachorro e percebendo esse conceito, caminha mais com ele, monitora sua saúde física e emocional, procura separar o lixo e leva um estilo de vida mais saudável. Na verdade, quanto mais feliz, saudável e positivo for o dono do animal, melhor será para ele. Devo dizer que a mesma coisa funciona na direção oposta: quanto mais saudável e feliz o animal de estimação, mais feliz é sua pessoa.
Pet Med – E para aqueles animais que não têm família, como podem ser beneficiados com as ações de Saúde Única? Kamilo Rivera – Las asociaciones pueden trabajar en la gestión para ayudar a los refugios de animales. Las fotos de alta calidad con descripciones de animales ahora funcionan muy bien cuando se publican en las redes sociales. Es importante que el refugio tenga un acuerdo oficial sobre el mantenimiento responsable del animal y el seguimiento discreto de su destino por parte del refugio. Si se trata de animales de la calle sin hogar, entonces se necesitan programas de esterilización, astillado y vacunación de animales de la calle.
También es importante controlar el estado de salud de los animales salvajes, controlar su población y aclarar las circunstancias de la muerte.
As associações podem trabalhar na gestão para ajudar os abrigos de animais. Fotos de alta qualidade com descrições de animais agora funcionam muito bem quando postadas nas mídias sociais. É importante que o abrigo tenha um acordo oficial sobre a guarda responsável do animal e o monitoramento discreto de seu destino pelo abrigo. Se você está lidando com vadios sem-teto, então, são necessários programas de castração, chipagem e vacinação.
Também é importante monitorar o estado de saúde dos animais silvestres, controlar sua população e esclarecer as circunstâncias da morte.
Pet Med – Como o conceito de Saúde Única influencia a vida das pessoas? Kamilo Rivera – Directamente. Al mejorar el medio ambiente, el estado de la agricultura y los animales domésticos, mejoramos la vida de la humanidad.
Diretamente. Ao melhorar o meio ambiente, o estado da agricultura e dos animais domésticos, melhoramos a vida da humanidade
Pet Med – Eos impactos para o meio ambiente? .Kamilo Rivera – La estructura del entorno es muy delgada y depende en gran medida de cualquier cambio mínimo. Incluyendo cambios para mejor. A estrutura do ambiente é muito fina e altamente dependente de qualquer alteração mínima. Incluindo mudanças para melhor.
Pet Med – De que modo o conceito de Saúde Única pode agir como preventivo para a sociedade, os animais e o meio em que vivemos? Kamilo Rivera – One Health expresa un enfoque holístico de la salud humana, animal y del ecosistema. En la práctica, esto implica el intercambio de conocimientos y la interacción entre la medicina y la medicina veterinaria, la biología y las ciencias ambientales (y disciplinas afines). Las emergencias sanitarias internacionales recientes, como la pandemia de COVID-19, la mpox (viruela del mono), los brotes de ébola y las amenazas constantes de otras enfermedades zoonóticas, las preocupaciones sobre la inocuidad de los alimentos, la resistencia a los antimicrobianos y la degradación de los ecosistemas y el cambio climático demuestran claramente la necesidad de una cooperación internacional e intersectorial. la cooperación y la creación de sistemas de salud sostenibles.
One Health expressa uma abordagem holística para a saúde humana, animal e do ecossistema. Na prática, isso envolve compartilhamento de conhecimento e interação entre medicina e medicina veterinária, biologia e ciências ambientais, assim como disciplinas afins. Emergências internacionais de saúde recentes, como a pandemia de COVID-19, mpox (varíola dos macacos), surtos de Ebola e ameaças contínuas de outras doenças zoonóticas, preocupações com segurança alimentar, resistência antimicrobiana e degradação do ecossistema e mudança climática demonstram claramente a necessidade de e cooperação intersetorial, cooperação e a criação de sistemas de saúde sustentáveis.
Pet Med – E quanto ao futuro: podemos entender o conceito de Saúde Única como uma tendência ou já veio para ficar? Kamilo Rivera – El enfoque One Health ayudará a prevenir las amenazas para la salud al eliminar su fuente, incluso al abordar el riesgo de transmisión de zoonosis de animal a humano. La iniciativa One Health también implica el intercambio de conocimiento científico, resultados de investigación, desarrollos y transferencia de tecnología.
A abordagem One Health ajudará a prevenir ameaças à saúde, eliminando sua fonte, inclusive abordando o risco de transmissão de zoonoses de animais para humanos. A iniciativa One Health também envolve a troca de conhecimento científico, resultados de pesquisas, desenvolvimentos e transferência de tecnologia.
Pet Med – Qual é a importância da Saúde Única para a Medicina Veterinária? Kamilo Rivera – Este es un gran trabajo en beneficio de preservar una humanidad sana. Reducción del estrés en animales de granja, reducción del uso de antibióticos, agrotóxicos, vigilancia de la salud de las mascotas.
Este é um grande trabalho em benefício da preservação de uma humanidade saudável. Redução do estresse em animais de fazenda, redução do uso de antibióticos, pesticidas, monitoramento da saúde dos animais de estimação.
Pet Med – Por fim, se achar necessário, use o espaço abaixo para complementar a sua participação acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista. Kamilo Rivera – Creo que este es un trabajo común complejo de toda la humanidad, y mientras más personas aprendan sobre este concepto, mayores serán las posibilidades de que nuestros hijos vivan en un mundo más saludable.
Acredito que este seja um complexo trabalho comum de toda a humanidade, e quanto mais as pessoas aprenderem sobre este conceito, maiores serão as chances de nossas crianças viverem em um mundo mais saudável.
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A campanha Março Vermelho tem por objetivo conscientizar a população sobre a importância dos cuidados e do diagnóstico precoce de doenças renais, tendo como foco principal o câncer renal.
Nos animais a incidência de insuficiência renal é bastante importante na casuística clínica veterinária, embora a de câncer nesta região seja pequena.
Para nos esclarecer essas e outras questões, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária Josieny Portugal Roble Gonçalves, formada pela Universidade Federal do Paraná.
Portadora do CRMV-PR 4929, Josieny tem, também, especializações nas áreas de Clínica Médica de Pequenos Animais, Odontologia e Dermatologia. Acompanhe os esclarecimentos!
Pet Med – O que podemos entender por problemas renais em cães e gatos? Josieny Gonçalves – Os animais pets, neste caso cães e gatos, também podem apresentar doenças renais, como insuficiências renais agudas ou crônicas, nefrites, nefroses, neoplasias e parasitoses. Os problemas renais mais comuns nos pets são as insuficiências renais, as parasitoses e as neoplasias, sendo mais comum as insuficiências agudas, aquelas que permite reversão do quadro após tratamento, e a crônica onde o tratamento visa basicamente o retardo da progressão da doença e a melhora da qualidade de vida do paciente. Nos casos de neoplasias ou parasitoses o tratamento é cirúrgico removendo o órgão, quando possível.
Pet Med –O que leva os animais a desenvolverem doenças renais? Josieny Gonçalves – Atualmente os casos de insuficiência renal crônica em animais idosos têm aumentado substancialmente, sobretudo os animais de pequeno porte, que são considerados idosos a partir de sete anos em média. Logo, a prevenção de doenças e/ou evitar sua progressão acelerada são fundamentais hoje em dia. Os cuidados básicos como consultas periódicas ao médico veterinário e exames de rotina, boa alimentação, além de enriquecimento ambiental, vacinação anual e controle de ecto e endo parasitoses também permitem uma melhor qualidade de vida aos nossos pets. As doenças renais quando diagnosticadas precocemente permitem ao clínico possibilidades de tratamentos melhores e manutenção da qualidade de vida por mais tempo. Vale ressaltar que as doenças nos pets só apresentam sinais clínicos quando já há comprometimento de mais de 75% dos nefrons e, infelizmente, não existe atualmente cura clínica para as insuficiências renais.
Pet Med –Quais são os sintomas de um animal com problemas renais? Josieny Gonçalves – Os animais acometidos por doenças renais apresentam como sinais clínicos mais comuns perda de peso, principalmente massa magra, ingerem grande quantidade de água e urinam bastante, pois ocorre descontrole hídrico renal, e mesmo assim ficam desidratados, com a pelagem arrepiada e opaca. Podem apresentar redução ou falta total de apetite, vômitos e diarreias. Também pode ocorrer aumento da pressão arterial sistêmica.
Pet Med –E quanto ao diagnóstico, como é identificado? Josieny Gonçalves – O diagnóstico da doença é realizado associando a anamnese, que consiste no relato do responsável pelo pet sobre as alterações observadas e dos questionamentos do clínico, de um exame clínico criterioso e também por meio dos exames complementares que nesse caso envolvem principalmente hemograma (em que observamos anemia não regenerativa), bioquímica sérica avaliando os níveis de ureia, creatinina, cálcio, fósforo, urinálise completa (onde podemos observar a redução da densidade urinária, proteínas, leucócitos e hemácias), além de Ultrassonografia exploratória para avaliar possíveis alterações na ecogenicidade, tamanho e formato renal, além de também avaliar a pressão arterial sistêmica. Esses exames permitem o diagnóstico e o estadiamento da doença renal permitindo direcionamento quanto ao protocolo terapêutico mais adequado ao paciente.
Pet Med –Para cão ou gato diagnosticado com doença renal, quais são os possíveis tratamentos? Josieny Gonçalves – O tratamento dessas doenças tem por objetivo retardar a progressão da doença renal, redução dos sinais clínicos, melhora da qualidade de vida e também aumento do tempo de sobrevida do pet. A definição do protocolo mais adequado varia de acordo com o estágio da doença que o paciente se encontra. Os pacientes nos estágios I e II não apresentam alterações clínicas, apenas poliúria e polidpsia, e o tratamento visa retardar a progressão da doença. Já no estágio III ocorre também azotemia moderada, ou seja, os níveis de creatinina sérica estão entre 2,1 a 5 mg/dl para cães e de 2,9 a 5 mg/dl para gatos. No estágio IV ocorrem piora de todos os sinais e o tratamento visa reduzir os sinais clínicos e melhorar a qualidade de vida. O tratamento inclui como medicações o uso de Ômega 3 (EPA e DHA ) que realizam proteção dos néfrons, antioxidantes para reduzir os níveis de radicais livres, os inibidores da ECA, enzima conversora de angiotensina, vitamina D, fluidoterapia e ajuste de ingestão de água. 3 Com relação à dieta para pacientes renais, as rações comercias têm alto teor calórico e proteínas em menor quantidade e de alta biodisponibilidade, baixos níveis e fósforo.
Pet Med – Como identificar o grau da lesão renal nos pets? Josieny Gonçalves – A avaliação do grau de lesão renal é feita avaliando os sinais clínicos e alterações nos exames laboratoriais: hemograma, bioquímica sérica e urinálise, e de Ultrassom abdominal onde avaliamos a diferenciação córtico medular, o tamanho e a ecogenicidade do órgão. Também avaliamos a pressão arterial sistêmica que pode estar aumentada. Dessa forma conseguimos definir o estadiamento da doença e determinar o tratamento mais adequado.
Pet Med –A partir de que grau a doença é diagnosticada como grave? Josieny Gonçalves – A classificação da gravidade da doença renal é feita em 4 estágios sendo que o I e II são mais leves e o III e o IV mais graves. A definição do estágio basicamente é determinada pela creatinina sérica e o ideal é que a coleta de sangue seja realizada com o paciente estabilizado, hidratado e com o mínimo de sinais clínicos possíveis. Assim conseguimos mensurar a taxa de filtração glomerular.
Pet Med –E como medidas de prevenção, quais devem ser adotadas? Josieny Gonçalves – A melhor forma de prevenção de todas as doenças, nesse caso as doenças renais, são os cuidados para que o pet tenha qualidade de vida, uma alimentação saudável, água disponível à vontade, enriquecimento ambiental e tempo para se relacionar e interagir com seus responsáveis. A recomendação de consultas veterinárias periódicas, até os sete anos no mínimo uma vez ao ano e após, duas vezes ao ano, bem como a realização de exames laboratoriais e de imagem nessa periodicidade, permitem diagnóstico precoce de várias enfermidades. Escovação dental, vacinação anual e controle de ecto e endoparasitoses também permitem que o pet esteja saudável e maior sobrevida.
Pet Med –Por fim, as doenças renais podem levar os pets a desenvolverem câncer renal? Josieny Gonçalves – A inflamação de qualquer tecido do nosso corpo pode evoluir para algum tipo de câncer, porque o câncer nada mais é do que a multiplicação acelerada e errada de diversas células. Quando elas começam a se multiplicar em excesso, podem virar um tumor com perda da função. Então, a evolução da inflamação pode virar um tumor. No entanto, essas doenças renais que falamos aqui não viram câncer. O câncer, a neoplasia, surge porque as células começam a se multiplicar em excesso, e, aí, surgem células defeituosas. São essas células defeituosas que são o câncer. Nos pets a incidência de câncer renal é de 1% das neoplasias em cães e 1,5% das neoplasias em gatos. Quando unilateral sem metástases o tratamento de escolha é remoção cirúrgica do rim afetado. Quando linfossarcoma a indicação terapêutica é quimioterapia. Para finalizar, reforço que, como os sinais dessas doenças são muito inespecíficos a prevenção continua sendo sempre a melhor coisa a ser feita.
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