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⠀⠀⠀Por Pauline Machado

⠀⠀⠀O estresse cada dia mais vem fazendo parte do nosso dia a dia, seja nas pequenas coisas ou nas mais preocupantes.
Mas, será que o estresse é realmente nocivo à nossa saúde? E para a saúde dos cães e dos gatos? Eles também ficam estressados? Se ficam, como os familiares podem identificar se seus animais de estimação estão ou são estressados?
⠀⠀⠀Para esclarecer todas essas dúvidas conversamos, com exclusividade, com a Msc Professora Simone Moreira Bergamini, Médica Veterinária Comportamentalista diplomada pelo Colégio Latino Americano de Bem-Estar e Comportamento, no México, e portadora do CRMV/RJ:4.589.
⠀⠀⠀Acompanhe!

Pet Med – Primeiramente, o que podemos entender por comportamento animal?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Quando a  gente fala sobre o estudo do comportamento animal, temos que avaliar vários fatores. E esses fatores têm evoluído muito nos últimos anos devido às pesquisas e ao maior interesse que os pesquisadores estão tendo nessa área.
⠀⠀⠀Antigamente se dizia que o comportamento animal era inato, ou seja, que o animal age por instinto. Era como se ele já nascesse com um projeto daquilo que ele vai ser durante toda a vida dele. Hoje, devido aos estudos em relação à capacidade cognitiva e emocional do animal, em relação aos períodos de desenvolvimento comportamental dele, já se sabe que existem alguns comportamentos que são inatos, ou seja, que vão fazer o animal ter tendência a ter determinados comportamentos, como por exemplo um filhotinho que nasce e já vai procurar a mama da mamãe para se alimentar. No entanto, existem muitos outros fatores que vão interferir no comportamento do animal, como os genéticos, que podem influenciar, inclusive já com pesquisas feitas em ratos, que alterações que ocorrem com a mãe, como as de estresse que a mãe pode passar durante a gestação, podem já alterar o comportamento do filhote que ainda é um feto dentro da barriga da mãe. Então, a gente tem que considerar a relação com o ambiente que é muito importante, devido à influência nesse comportamento.
⠀⠀⠀Então, quando a gente pergunta o que é o comportamento animal, podemos dizer que é o conjunto de vários fatores: fatores genéticos, relacionados à espécies, fatores ambientais, fatores de desenvolvimento desse animal, das experiências de vida que esse animal teve, porque tudo isso contribui. Logo, a gente não consegue dizer que comportamento de uma pessoa, de um animal, é simplesmente causado por isso ou por aquilo.

Pet Med – E sobre o estresse?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Já o conceito de estresse, ele está relacionado às alterações que ocorrem em nosso organismo referente à alguma situação que tira esse organismo do equilíbrio. No entanto, é importante ressaltar que o conceito de estresse é muito usado como se fosse somente uma coisa patológica, como se fosse um estresse negativo. Mas, quando a gente fala em estresse, realmente, ele tem um conceito muito mais amplo do que isso, porque ninguém fica ou vive sem estresse o tempo todo.
⠀⠀⠀O nosso organismo, durante o dia, sofre variações para cima e para baixo, positivas e negativas, e ele vai tentando encontrar o equilíbrio, então, quando falamos sobre o conceito geral de estresse, nós temos estressores, agentes que causam estresse externos e internos, como a fome, por exemplo. Diante de um estado de fome, o organismo vai sinalizar, vai tentar criar mecanismos para equilibrar aquela situação, para a fome passar e ele poder voltar ao equilíbrio. Então, quando eu falo que nós temos flutuações de estresse diário, é o estresse que a gente pode considerar estresse normal.
⠀⠀⠀Agora, existe o que as pessoas utilizam com a terminologia de estresse negativo, é o que a gente chama de distresse, que com o tempo, vai levar o organismo à sofrer alterações. O estresse crônico causa problemas de saúde, mentais, estado de ansiedade, transtornos psiquiátricos, enfim, todos os problemas relacionados ao cortisol elevado que observamos nos pacientes com estresse crônico. Tudo isso a gente vai observar nesse distresse.
⠀⠀⠀E, quando a gente fala sobre estresse, esse estresse pode ser positivo, também. Por exemplo: se você recebe uma mensagem que você acabou de ganhar 200 milhões na loteria, você vai ter taquicardia e o seu organismo vai responder a uma situação de estresse momentânea. Você vai começar a suar, a gritar de alegria, então é uma situação de estresse também, mas só que positivo.
⠀⠀⠀Por isso, a gente tem que tomar muito cuidado, pois, apesar do termo estresse estar muito generalizado, é preciso entender  que tipo de estresse estamos nos referindo.

Pet Med –  Neste caso, de que modo o estresse afeta a qualidade de vida e a saúde dos pets? Quais são os malefícios do estresse para o dia a dia dos cães e para os gatos?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Como eu disse, quando a gente fala sobre estresse  negativo, temos que avaliar vários fatores. Primeiro, para avaliar o comportamento do animal precisamos considerar o estilo de vida dele até agora. O que esse animal vivenciou? Que experiências esse animal teve até aquele determinado momento? Pois, quando a gente fala de estresse, essa percepção de estresse negativo vai variar muito de animal para animal e de acordo com a bagagem de experiência de vida que esse animal tem. ⠀⠀⠀Então, se é um animal que desde filhote sai para passear na rua, ele vê bicicleta, ele está acostumado com barulho, ele tem uma experiência de vida ampla e rica, e, portanto, terá muito mais capacidade para se adaptar ao estresse porque algumas situações podem não causar estresse para ele. Um cão que está acostumado a viajar, a ir para praia, a passar por um carro, por uma motocicleta, quando sair na rua, não terá estresse. Diferente dos cães que ficam em casa, que nunca saem e nunca tiveram essa experiência de vida. Quando eles tiverem contato com esses barulhos, para eles, aquilo será um fator estressante.
⠀⠀⠀Além disso, vai variar muito como cada indivíduo lida com o estresse, como essas situações que vão alterar o seu equilíbrio. Um animal que tem uma bagagem maior, a gente diz que ele vai ter mais estratégias de coping, que é uma capacidade para encontrar soluções para um problema. Então, um animal que tem uma experiência muito ampla, ele pode se afastar do problema e tudo bem. Ele sabe lidar com uma situação estressante mais facilmente. Um outro animal que tem pouca experiência na vida, ele vai ter poucas estratégias de coping, então, esse mesmo estresse pode ser muito maior, muito mais difícil de lidar, e esse animal possivelmente vai desenvolver problemas relacionados ao estresse crônico. Ele vai viver situações que se repetem, pois, ele não consegue resolver o problema, porque ele não tem uma plasticidade grande cerebral, mental, e, portanto, continuará preso no problema, no estresse a longo prazo e que pode levar a doenças. Se for, gato, por exemplo, poderá ter doenças urinárias, doenças autoimunes, então, tem uma série de doenças que podem vir do estresse.
⠀⠀⠀Além das doenças clínicas e orgânicas, nós temos, ainda, alterações mentais devido ao estresse. Logo, o animal pode ter problemas compulsivos, estereotipias, viver numa crise de ansiedade, e, aí, desencadeia uma série de alterações psíquicas e também orgânicas.

Simone Moreira Bergamini
Médica Veterinária Comportamentalista

Pet Med – Pensando nas Cinco Liberdades dos animais:
●     1- Livre de fome e sede.
●     2- Livre de desconforto.
●     3- Livre de dor, ferimentos e doenças.
●     4- Liberdade para expressar comportamento normal.
●     5- Livre de medo e angústia.

Pet Med –  Que tipo de situações podem configurar maléficas por provocar estresse aos cães e aos gatos? Por quais motivos?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Quando a gente fala sobre as Cinco Liberdades, estamos falando no mínimo que devemos oferecer para a gente garantir o bem-estar dos animais. Em relação a elas, todos os fatores: dor, capacidade de promover o comportamento normal, nutrição adequada, como eu falei anteriormente, se a família não oferecer pode ser causa de estresse. Se o animal não tem uma alimentação adequada, sente dor, é limitado e não pode exibir o comportamento natural dele, então, isso tudo pode fazer, a longo prazo, com que ele tenha aquelas alterações explicadas anteriormente.

Pet Med –  Neste aspecto, de que forma os familiares em casa podem, no dia a dia, identificar se os pets estão estressados ou não?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – Não é fácil perceber o estresse do animal, até porque normalmente os tutores não têm muita ideia sobre o comportamento normal do animal, o que seria o ideal esperado para aquela espécie. Há pessoas, inclusive, que vão achar que o comportamento normal é se comportar como ela mesma se comporta, então é difícil as pessoas terem a capacidade para identificar.
⠀⠀⠀Quando as pessoas conseguem identificar, normalmente, são porque os comportamentos já estão em estágios bem avançados ou quando esses comportamentos estão trazendo problemas para as pessoas. Por exemplo: quando o animal late muito, não come muito ou come muito, quando um animal é muito medroso, quando não quer sair de casa, um animal que seja muito grudado no tutor, quando o gato faz xixi fora da caixa higiênica, quando o animal está ou é agressivo, que está mordendo as pessoas ou outros animais, são vários sinais. Realmente é difícil, principalmente quando a gente fala de estresse crônico. Podemos ter ainda, até feridas que não cicatrizam como deveriam, gatos com cistites recorrentes, ou seja, várias doenças clínicas podem estar relacionadas ao estresse negativo.

Pet Med –  De modo geral, quais são os tipos de tratamento de cães e gatos que sofrem com o estresse em sua rotina diária?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – O tratamento do estresse depende da causa, então, primeiramente a gente tem que identificar essa causa. Para tanto, esse animal deve ser atendido por um Médico Veterinário Comportamentalista, para que possa ser avaliado o estilo de vida desse animal, assim como para identificar os fatores estressantes, melhorar a qualidade de vida dele e trabalhar no enriquecimento ambiental, se for o caso. Dependendo do nível de problema que esse animal tiver, a gente tem que trabalhar com uma terapia comportamental e às vezes, com uma terapia que inclua fármacos, com remédios específicos para animais ansiosos, por exemplo, que já apresentem algum tipo de estereotipia ou um comportamento compulsivo devido ao estresse.

Pet Med –  Por fim, quais são as formas de prevenção do estresse para cães e gatos?
⠀⠀⠀Simone Bergamini – O mais importante é não deixar a situação chegar nesse ponto, é trabalhar na prevenção, e para trabalhar na prevenção, a pessoa responsável pelo animal deve buscar sempre informações prévias sobre o que aquele animal necessita, ou seja, quais são as necessidades básicas para aquela espécie, tanto para o cão, quanto para o gato e começar a trabalhar isso da melhor forma possível para não deixar chegar ao ponto em que a qualidade de vida não seja mais ideal para aquele animal e ele começar a apresentar uma série de sinais de estresse negativo.


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