Por Pauline Machado
O Dia Nacional de Prevenção da Alergia (7 de maio) é uma data importante para conscientizar a todos sobre a saúde dos seus animais de estimação, especialmente no que diz respeito às reações alérgicas que podem afetar cães e gatos.
As alergias em pets têm se tornado cada vez mais comuns, e muitos tutores desconhecem como esses problemas podem se manifestar. Por isso, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária, Fernanda Almeida Porto Cardoso Araújo, que atua como clínica geral e é especializada em Dermatologia de cães e gatos.
Ela ressalta que essas reações podem ser desencadeadas por diversos fatores, incluindo alimentos, pólens, ácaros e produtos de limpeza, resultando em desconforto significativo para os animais, e que, portanto, é fundamental que os tutores estejam atentos aos sinais de alergia e busquem orientação veterinária o quanto antes, para garantir uma vida saudável e feliz para seus companheiros.

Acompanhe a entrevista e compartilhe com amigos e familiares!
Pet Med – O que caracteriza uma alergia em pets e por que ela é considerada uma condição crônica que exige atenção constante?
Fernanda Araújo – A alergia é uma resposta desregulada do sistema imunológico a alérgenos, que podem ser ácaros, pólens, grama, alimentos e parasitos.
Pet Med – Quais são os tipos mais comuns de alergia em cães e gatos, e como cada uma pode se manifestar?
Fernanda Araújo – Os tipos mais comuns de alergia em cães e gatos são a dermatite atópica, que está relacionada intimamente aos alérgenos ambientais; alergia à presença de ectoparasitas, como pulgas, carrapatos, ácaros e mosquitos, ou reações adversas aos alimentos, em geral à proteínas.
Pet Med – Além da coceira intensa, que outros sinais o tutor deve observar que podem indicar um quadro alérgico?
Fernanda Araújo – Sem dúvida a coceira intensa é o sinal clínico mais frequente, mas também é comum animais apresentarem otites, lambeduras de patas, queda de pelo, meneios de cabeça e até mesmo vômito e diarreia.
Pet Med – Alergia é apenas um problema de pele ou pode afetar outros sistemas do organismo do animal?
Fernanda Araújo – Não, a alergia não é apenas um problema de pele. A alergia pode sim, afetar outros sistemas, como gastrintestinal, causando vômitos e diarreia; oftálmico, ocasionando blefarite, úlcera de córnea, nas orelhas, as otites, podendo levar até à alterações neurológicas, quando a otite se agrava.
Pet Med – Como as alergias impactam o bem-estar emocional, o comportamento dos animais e a qualidade de vida de todos da família, incluindo o pet?
Fernanda Araújo – Quando a alergia não é controlada, os sintomas se intensificam e causam desconforto, tanto para o animal, quanto para a família. O animal não para de se coçar, inclusive durante a noite, podendo ficar irritado e agitado. Pode sentir dor e se tornar até agressivo. O odor da pele e das orelhas se intensifica e gera mal-estar, principalmente em animais que dormem nas camas ou ficam nos sofás de casa, e por isso, alguns tutores optam em deixar o animal mais isolado, sobretudo quando recebem visitas.
Pet Med – Que raças ou perfis de pets são mais predispostos a desenvolver doenças alérgicas? Há influência genética?
Fernanda Araújo – Algumas raças com predisposição a alergias são Shih-tzu, Bulls, Yorkshire, Lhasa apso, Golden Retriever, Dachshund e Beagle.
Pet Med – De que maneira o ambiente doméstico pode contribuir para o surgimento ou agravamento das alergias?
Fernanda Araújo – O ambiente doméstico é sim um fator relevante e merece bastante atenção. A poeira doméstica contendo ácaros é um dos principais deflagradores de crises. Podemos incluir também a poeira de obras.
Pet Med – Quais são os erros mais comuns no dia a dia quando os familiares tentam lidar com a alergia sem diagnóstico veterinário?
Fernanda Araújo – Com base na minha rotina, posso dizer que dentre os erros mais comuns no dia a dia estão repetir receitas sem a orientação do médico veterinário, comprar medicações por conta própria, buscar soluções mágicas pela internet e achar que produtos de limpeza são os maiores causadores de alergia. Esses equívocos podem acabar piorando o quadro alérgico ou até mesmo colocar a vida do pet em risco. Por isso, é de extrema importância que seu pet seja examinado por um médico veterinário, especializado em dermatologia, para orientar toda a conduta.
Pet Med – Por que é tão importante investigar a causa da alergia ao invés de apenas tratar os sinais clínicos?
Fernanda Araújo – Se a causa da alergia não for identificada, teremos quadros recorrentes com frequência e com o tempo a alergia se intensifica e o quadro se agrava, como por exemplo, otites de repetição, podendo levar o animal a apresentar perda de audição e/ou sintomas neurológicos. É fundamental investigar a alergia e sempre identificar a causa base para que assim as crises sejam evitadas. Não tratamos sintomas, tratamos a doença.
Pet Med – Quais são os recursos modernos e eficazes disponíveis hoje para o tratamento das alergias em cães e gatos?
Fernanda Araújo – O primeiro passo é identificar qual alergia o pet tem e a partir daí , de acordo com cada caso, traçar a melhor estratégia. Não existe uma receita de bolo. Mas hoje em dia temos excelentes opções de tratamento que vão desde shampoos até imunoterapia alérgeno específica, as vacinas de alérgenos. Estamos em constante avanço, hoje já temos no mercado medicações orais, injetáveis e excelentes rações hidrolisadas.
Pet Med – Que medidas simples os familiares podem adotar para prevenir ou reduzir os riscos de crises alérgicas?
Fernanda Araújo – Não há nada que possa impedir o cão ou o gato a ter uma predisposição alérgica, mas é possível sim criar hábitos que possam prevenir as crises, como por exemplo a dermatite alérgica à picada de parasitas. Nesses casos, as crises podem ser evitadas fazendo uso de preventivos de ectoparasitos de uso regular. A limpeza do ambiente também é muito importante.
Pet Med – Para finalizar, qual mensagem você deixa para conscientizar os familiares sobre o impacto real das alergias na vida dos pets?
Fernanda Araújo – É importante compreender que a dermatite não tem cura, requer tratamento e pode ser sim controlada, por isso é fundamental o acompanhamento com profissional especializado em dermatologia veterinária. Por isso, ao perceber algum desses sinais que falamos, agende o quanto antes uma consulta com o médico veterinário da sua confiança. Lembre que a saúde e bem estar do seu pet é muito importante e cuidar dele é sua função também, então, não espere ver seu animal perder qualidade de vida para procurar ajuda de um profissional especializado em dermatologia.
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