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Por Pauline Machado

⠀⠀⠀O dia 17 de novembro é conhecido como o Dia do Gato preto. Pelo fato de ainda termos preconceitos com gatos que tenham a pelagem preta,  também para prevenir riscos à saúde dos felinos, muitos profissionais da área de medicina veterinária recomendam que os gatos vivam em ambientes que não tenham acesso à rua.
⠀⠀⠀Mas, será que viver assim faz bem aos pequenos felinos?
⠀⠀⠀Para conhecermos os benefícios em manter os gatos sem acesso à rua, conversamos com exclusividade com a Médica Veterinária,  Renée Cristine Carvalho, portadora do CRMV/RJ: 13027.
⠀⠀⠀Acompanhe!

Pet Med – Para começarmos, primeiramente nos explique como é, de modo geral, o comportamento dos gatos?
⠀⠀⠀Renée Cristine – Os gatos são animais muito carinhosos, porém de uma forma diferente dos cães. Eles gostam de ter o espaço e o tempo deles respeitado, por isso que muitas vezes eles não gostam quando os pegamos no colo, mas adoram deitar no nosso colo, ou em cima do teclado do computador, do livro que estamos lendo. Quando eles deitam com a barriguinha para cima, é um dos maiores sinais de confiança que eles podem demonstrar, pois exibir sua região ventral é se mostrar vulnerável. Apesar da fama de independentes, nossos gatos são muito apegados e dependem muito de nós.

⠀Pet Med –  Por quais motivos os gatos são conhecidos como animais noturnos?
⠀⠀⠀Renée Cristine – Os gatos não são animais noturnos, são animais crepusculares, ou seja, eles têm sua maior atividade ao amanhecer e ao anoitecer. Essa característica é herdada dos seus ancestrais, pois são os melhores horários para caçar pequenos roedores. Por isso, nossos bichanos muitas vezes começam a correr e brincar pela casa por volta das três horas da manhã.

Pet Med – Também é comum ouvirmos que os gatos gostam de passear, namorar e alguns até passam dias fora e voltam como se nada tivesse acontecido. Por que os gatos agem assim, gostam de passar a noite fora com os amigos?
⠀⠀⠀Renée Cristine – Os gatos são animais sociais. E esse comportamento de sair para passar a noite fora varia muito com o estilo de vida que é oferecido a ele. Se é um animal que tem acesso a rua, ele vai preferir sair à noite, pois é quando há menos exposição, maior possibilidade de encontrar presas e, naturalmente, acasalar para perpetuação da espécie. Já os gatos que vivem confinados, provavelmente não vão desenvolver o interesse pela vida “boêmia” e vão se adaptar ao estilo de vida do seu tutor, dormindo nos mesmos horários que ele e ficando mais ativos quando ele está acordado.
⠀⠀⠀Atualmente, temos visto tutores de gatos acostumando seus animais a passear na coleira, como fazemos com os cães. Isso pode ser muito bom para os gatos, principalmente os que vivem em ambientes pequenos, porém não são todos os gatos que se adaptam e é importante respeitar os limites de cada um.

⠀Pet Med – Nessas noites em que passam fora, muitas vezes voltam machucados, mancando, sujos e magros. Esses episódios fazem parte da rotina do gato de vida livre. O que esse estilo de vida pode trazer de malefícios para a vida do gato?
⠀⠀Renée Cristine – Deixar o gato na rua sem supervisão é arriscado por inúmeros motivos. Primeiro, claro, as doenças às quais ficam expostos, como esporotricose, FIV, FeLV, entre tantas outras, adquirir parasitas, ingerir alimentos contaminados ou envenenados. Além disso, há o risco de acidentes, como atropelamento, ataque de cães e, claro, o risco de maus tratos, que, infelizmente, ainda é uma realidade.

Pet Med – E de benefícios, ainda levando em consideração a questão anterior?
⠀⠀⠀Renée Cristine – Pessoalmente, não vejo benefícios do gato passear sozinho. Porém, acompanhado do tutor, nos horários adequados, nos locais seguros, é muito bom para o animal se exercitar, além de estimular seus sentidos. Isso faz bem para a saúde física e mental do animal (e muitas vezes do tutor também).

Pet Med – Hoje em dia muito se fala sobre ser melhor para os gatos viverem em locais telhados, sem acesso à rua. Por quais motivos isso está virando um hábito adotado por grande parte dos gateiros?
⠀⠀⠀Renée Cristine – Justamente para evitar os riscos à vida e à saúde do animal. Quando ele tem acesso à rua sem supervisão do responsável, está exposto a uma série de riscos, como doenças, parasitas, acidentes, etc. O ambiente doméstico, quando devidamente enriquecido, pode ser bastante positivo para o animal exibir seus comportamentos naturais, manter bons níveis de atividade física e não se sentir entediado, tudo isso em segurança.

Pet Med – Quais são os benefícios e malefícios para a qualidade de vida do gato que mora em ambiente fechado sem acesso à rua?
⠀⠀⠀Renée Cristine – Sem acesso à rua, o gato não corre risco de contrair doenças como a esporotricose, por exemplo, tem menos chances de adquirir parasitas, como pulgas (que podem, inclusive, transmitir verminoses), não brigam com gatos errantes e acabam por desenvolver um vínculo maior com seu tutor, que tem mais chance de identificar problemas de saúde precocemente, uma vez que está sempre em contato com o gato.

Pet Med – De que modo as famílias podem reduzir o estresse do gato que vive em ambiente restrito dentro do apartamento ou casa sem acesso à vida livre?
⠀⠀⠀Renée Cristine – Através de enriquecimento ambiental, as famosas “gatificações” dos ambientes. Colocar prateleiras, nichos, brinquedos, recursos variados (recursos são os potes de comida, de água, caixas de areia, locais de descanso e itens de interação) e sempre tirar um tempo para brincar com o gato, pois essa interação é estimulante e mantém mais próximo o vínculo entre o tutor e o gato.

Pet Med – A quais riscos e doenças os gatos de vida livre ficam suscetíveis?
⠀⠀⠀Renée Cristine – As principais doenças que o animal pode contrair na rua são esporotricose, FIV (imunodeficiência felina), FeLV (leucemia felina), complexo respiratório. Podem também contrair pulgas e carrapatos, além de sarna. Podem ser atacados por cães, ingerir alimentos contaminados que tenham sido descartados, ingerir alimentos envenenados. Podem também sofrer maus tratos, como chutes, pauladas, banho de água ou óleo quente, tiro de arma de chumbinho, entre tantos outros, e sofrer acidentes, como quedas e atropelamento.

Pet Med – Para finalizar. Colocando na balança e pensando na saúde física e emocional do gato, o que é melhor para ele, viver em ambiente restrito ou com livre acesso à rua?
⠀⠀⠀Renée Cristine – O melhor é que ele viva em ambiente restrito, porém enriquecido. O acesso à rua é estimulado sob determinadas condições, como o animal ser vacinado, vermifugado, receber preventivo contra ectoparasitas, ser adaptado ao uso da guia, andar em locais com pouca movimentação, distante de animais errantes, em horários mais frescos.

Pet Med – acrescentando outras informações que entenda como importantes e não tenham sido abordadas durante a entrevista.
⠀⠀⠀Renée Cristine – A fase de socialização ideal para o gato ocorre entre a 8ª e a 12ª semana de vida. É quando ele está mais apto a receber e se adaptar a situações variadas. É quando devemos, com cuidado e gradativamente, adaptá-lo a estímulos externos, passeios supervisionados, interação com pessoas e animais (devidamente vacinados e saudáveis). Após esse período também é possível fazer essa adaptação, porém vai se tornando mais difícil com o passar do tempo.
⠀⠀⠀Tudo com o gato precisa acontecer de forma lenta, gradativa, com muita paciência e cuidado, respeitando os limites de cada indivíduo.

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