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Por Pauline Machado

As cardiopatias silenciosas em cães e gatos são mais comuns do que muitos familiares imaginam e, na maioria das vezes, evoluem sem apresentar sinais evidentes até que o quadro esteja em estágio avançado. 

Essas alterações no coração podem permanecer “escondidas” por meses ou anos, sendo descobertas apenas em exames de rotina ou diante de sinais clínicos inespecíficos, como cansaço fácil, tosse ocasional ou dificuldade para acompanhar atividades habituais. Por isso, assim como na nossa vida, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para garantir mais qualidade de vida e longevidade aos pets.

Nesta entrevista, a Médica Veterinária, Cláudia Patrícia Annuseck, especializada desde 2012 em Cardiologia Veterinária pela Anclivepa São Paulo, fala sobre como identificar os sinais discretos que podem indicar uma cardiopatia silenciosa em cães e gatos, quais exames auxiliam no diagnóstico precoce e quais são as principais abordagens terapêuticas disponíveis. 

Durante o nosso bate-papo, a Médica Veterinária também falou sobre a importância do acompanhamento periódico e da realização de medidas preventivas, mostrando como a intervenção antecipada pode mudar completamente o prognóstico desses pacientes.

Acompanhe a entrevista e compartilhe com seus amigos e familiares!

Pet Med – O que são cardiopatias silenciosas em cães e gatos? 

Cláudia Patrícia Annuseck – Qualquer cardiopatia que possa afetar cães e gatos pode apresentar-se de forma silenciosa nas fases iniciais, só manifestando sinais clínicos após evolução considerável da doença.

Entretanto, observamos que cães acometidos por cardiomiopatia arritmogênica de ventrículo direito, como o Boxer e mestiço Boxer, por exemplo, podem ter como único sinal a morte súbita.

Por que elas costumam passar despercebidas até estágios mais avançados?

Cláudia Patrícia Annuseck – De modo geral, inicialmente os sinais clínicos podem ser sutis e considerados como parte normal do envelhecimento dos pets. Muitos familiares acham que a diminuição do nível de atividade do seu animal pode ser comum pela idade, não considerando que isso possa ser um sinal de cardiopatia.

Pet Med – Quais são os sinais clínicos mais sutis que podem indicar problemas cardíacos, mesmo em animais aparentemente saudáveis?

Cláudia Patrícia Annuseck – Sinais clínicos mais sutis podem incluir redução de atividade com menor disposição para caminhadas, maior tempo em repouso, tosse e cansaço mais fácil.

Pet Med – Quais raças ou faixas etárias têm maior predisposição a desenvolver doenças cardíacas sem sintomas evidentes?

Cláudia Patrícia Annuseck – Algumas raças como Cavalier King Charles têm predisposição genética à doença valvar de mitral e, neste caso, muitos já nascem com alterações valvares.

Raças de pequeno porte como Poodle, Chihuahua, Pinscher, Spitz, Lhasa e Shih Tzu também são mais predispostas à doença degenerativa valvar, e notamos que muitos desses cães já começam a apresentar alterações em exames a partir dos seis anos de idade, sem, no entanto, demonstrar sinais clínicos.

Devemos, entretanto, lembrar que não somente pacientes com raça definida, tanto cães quanto gatos, são acometidos por doenças cardíacas. Nossos queridos SRD – sem raça definida, também podem apresentar as mesmas alterações.

Por outro lado, cães de grande porte a gigantes como Dogue Alemão e Dobermann têm maior predisposição às alterações no músculo cardíaco, a chamada cardiomiopatia dilatada, que também costuma ser mais notada a partir dos seis anos de idade, porém, pode passar pela fase oculta antes disso.

Não podemos nos esquecer também das cardiopatias arritmogênicas (como a do Boxer) e de outras que podem acometer cães e até mesmo gatos.

Os gatos, entretanto, podem sofrer mutações gênicas ao longo da vida e desenvolver cardiomiopatia hipertrófica, que é muito estudada em Maine Coons, mas não restrita somente a esta raça.

Vale lembrar ainda das cardiopatias congênitas, quando os pets já nascem com anomalia cardíaca.

Pet Med – Existem sinais comportamentais que os tutores podem observar no dia a dia e que podem estar ligados a alterações cardíacas?

Cláudia Patrícia Annuseck – Sim, entre eles podemos observar diminuição no nível de atividade, tosse, mucosas arroxeadas, respiração acelerada, aumento de volume abdominal, desmaio, paralisia de membros posteriores, como gatos em quadro avançado de cardiomiopatia cursando com trombo.

No dia a dia observamos que devemos dar atenção à dieta destes pacientes, que muitas vezes apresentam diminuição de apetite – um aporte calórico ideal é importante. Cuidados como evitar estresse e controlar o nível de atividade também fazem parte da terapia.

Pet Med – Qual é a importância do diagnóstico precoce para que o tratamento seja eficaz e o pet tenha boa qualidade de vida?

Cláudia Patrícia Annuseck – Hoje sabe-se que pacientes cardiopatas assintomáticos que enquadrem-se em alguns critérios podem ser beneficiados por terapias antes mesmo de apresentarem sintomas de doença cardíaca como, por exemplo, cães com doença valvar degenerativa de mitral, os quais já devem ser tratados a partir do estágio que chamamos de “b2 avançado”, onde ainda não apresentam sinais clínicos com a possibilidade de retardar os mesmos por até 18 meses.

Pet Med – Por que é importante realizar exames cardíacos preventivos mesmo quando o pet não apresenta sintomas?

Cláudia Patrícia Annuseck – Os exames cardiológicos são essenciais para diagnosticar alterações precoces tanto na estrutura do coração como no ritmo cardíaco. Isso permitirá o acompanhamento e, muitas vezes, até o tratamento antes do pet manifestar sinais clínicos, contribuindo em muitos casos para evitar sinais graves da doença cardíaca por um determinado tempo.

O ecocardiograma, por exemplo, avalia a estrutura cardíaca — músculo e aparato valvar — permitindo verificar alterações estruturais de válvulas cardíacas, diâmetros cardíacos e força de contração do coração. Através dele, conseguimos avaliar o impacto dessas alterações sobre o tamanho e o trabalho cardíaco, a fim de decidir a melhor hora de iniciar o tratamento.

O eletrocardiograma, por sua vez, avalia o ritmo cardíaco e a condução elétrica através do músculo cardíaco, sendo essencial para o diagnóstico das arritmias, que muitas vezes podem ter desfecho fatal.

Esses dois exames se complementam e são cruciais para uma boa avaliação cardiológica, direcionando tanto o tratamento quanto o acompanhamento da cardiopatia.

Pet Med – Por fim, como o estresse pode agravar um quadro cardíaco em pets, especialmente durante exames ou internações?

Cláudia Patrícia Annuseck – O estresse estimula o que chamamos de sistema nervoso simpático, alterando a frequência cardíaca (taquicardia) e elevando a pressão arterial sistêmica, o que prejudica uma boa avaliação e muitas vezes compromete a qualidade técnica do exame, quando o paciente vocaliza ou fica  taquipneico.

Já para realização do exame Holter, por exemplo, devemos proporcionar conforto para o paciente e segurança ao equipamento, além de diminuir ao máximo a possibilidade de intercorrências ao longo da gravação, e isto verificamos com uso de colete apropriado como o Cardio Pet da Pet Med – indicado para todos os casos em que se necessita realizar exame de Holter, proporcionando rotina normal ao pet e menor intercorrência durante a gravação do exame.

O coração do seu pet merece a mesma atenção que o seu. A prevenção é a chave para uma vida longa e saudável, especialmente quando lidamos com cardiopatias silenciosas.

Para auxiliar nesse cuidado preventivo e no conforto dos animais, a Pet Med desenvolve acessórios que fazem a diferença, como o Colete Cardio Pet, ideal para exames e monitoramento.

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