Por Pauline Machado
O diagnóstico de Diabetes Mellitus em cães e gatos ainda assusta muitos tutores, mas a boa notícia é que, com o acompanhamento adequado, é possível garantir uma vida longa, estável e feliz aos pets.
Essa condição, semelhante ao Diabetes humano, exige mudanças na rotina e uma atenção especial à alimentação, monitoramento da glicemia e aplicação de insulina — tudo isso feito com carinho, paciência e orientação profissional.
Para entender melhor como essa doença se manifesta e como lidar com ela no dia a dia, conversamos com a Médica Veterinária, Lucianne Brusco Moreira, clínica geral com especialização em Medicina Preventiva.
Nesta entrevista, ela explica as causas mais comuns do Diabetes em cães e gatos, os sinais de alerta que os tutores devem observar, e traz, ainda, dicas práticas para tornar o tratamento mais leve e eficaz, tanto para os pets quanto para suas famílias.

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Pet Med – O que é o diabetes mellitus em cães e gatos? Ele é igual ao diabetes dos humanos?
Lucianne Brusco Moreira – Diabetes mellitus é uma doença em que o pâncreas do animal não consegue metabolizar o açúcar (glicose) do sangue, por falta ou falha da insulina — um hormônio que ajuda a glicose a entrar nas células para virar energia. É bem parecido com o diabetes em humanos, e por isso os tratamentos também são parecidos, como o uso de insulina e cuidados com a alimentação.
Pet Med – Quais são as principais causas do diabetes em pets? Ele pode ser evitado?
Lucianne Brusco Moreira – As causas mais comuns são: obesidade, idade avançada, predisposição genética (raça), problemas hormonais ou uso de medicamentos como corticoides. Em alguns casos, não dá para evitar, mas manter o pet com peso saudável, alimentação equilibrada e visitas regulares ao veterinário pode ajudar bastante na prevenção.
Pet Med – Como o tutor pode perceber que algo está errado? Quais os sinais clínicos mais comuns?
Lucianne Brusco Moreira – Os principais sinais são o pet começar a beber muita água, urinar mais que o normal, comer muito e, mesmo assim, perder peso e em alguns casos a perda da visão. Se o tutor perceber esses sinais, é importante procurar o veterinário o quanto antes. Costumo dizer que é a doença dos 4 P: Perda de peso, Poliúria, que é o excesso de água, Polidipsia, excesso de urina e Polifagia, excesso de alimentação.
Pet Med – A partir de que idade ou condição um cão ou gato se torna mais propenso ao diabetes?
Lucianne Brusco Moreira – Geralmente o diabetes aparece em pets de meia-idade a idosos, ou seja, a partir dos 6 ou 7 anos. Animais acima do peso, fêmeas não castradas e algumas raças específicas também têm mais risco.
Pet Med – Como é feito o diagnóstico? Exige exames específicos ou monitoramento prolongado?
Lucianne Brusco Moreira – O diagnóstico é feito com exames de sangue e urina e após o diagnóstico da doença é preciso realizar uma curva glicêmica para ajustar a dose das medicações e acompanhamentos regulares.
Pet Med – Uma vez diagnosticado, o diabetes tem cura ou é uma condição crônica para o resto da vida?
Lucianne Brusco Moreira – O diabetes em pets é uma condição crônica, ou seja, dura a vida toda. Mas, com o tratamento certo conseguimos após um tempo reduzir a dose das medicações e o pet pode viver bem e com qualidade por muitos anos.
Pet Med – A rotina do pet muda muito? O que o tutor precisa adaptar no dia a dia após o diagnóstico?
Lucianne Brusco Moreira – Sim, principalmente no início é um pouco mais difícil devido às várias mensurações de glicose durante o dia que iremos precisar para a curva glicêmica, a rotina muda um pouco. O tutor vai precisar aplicar insulina, normalmente duas vezes por dia, manter horários fixos para alimentação e normalmente realizar no máximo de 2 a 3 refeições diárias e monitorar o pet com mais atenção. Mas com o tempo, tudo se encaixa e vira parte do dia a dia.
Pet Med – Como planejar uma dieta segura para cães e gatos diabéticos?
Lucianne Brusco Moreira – A alimentação é essencial no controle do diabetes. O ideal é uma dieta com baixo teor de carboidratos. Hoje em dia já existem alimentações específicas para pets diabéticos. O veterinário ou nutricionista podem montar um plano alimentar específico para cada animal.
Pet Med – A insulina é sempre necessária? Como fazer a aplicação com segurança e sem sofrimento para o animal?
Lucianne Brusco Moreira – Na maioria dos casos, sim, a insulina é necessária. A aplicação é feita com uma agulha bem fina ou caneta aplicadora, geralmente é realizada subcutânea na pele do dorso, e muitos pets nem sentem. Com paciência e prática, o tutor aprende e o pet se acostuma.
Pet Med – É possível monitorar a glicemia em casa? Como e com que frequência isso deve ser feito?
Lucianne Brusco Moreira – Sim, é possível sim. Hoje em dia existem aparelhinhos chamados Glicosímetros que ajudam a aferir a glicemia em casa, com uma pequena gotinha de sangue ou o monitor contínuo de glicose/sensor de glicose que fica aderido à pele fazendo várias medições durante o dia por até 14 dias. A frequência depende de cada caso, mas normalmente o veterinário indica medir antes das aplicações de insulina e em horários específicos ao longo do dia. O ideal é seguir sempre a orientação do profissional que cuida do seu pet.
Pet Med – Quais complicações são mais comuns em pets diabéticos, como catarata ou cetoacidose, e como evitá-las?
Lucianne Brusco Moreira – As complicações mais comuns são a catarata, que pode afetar a visão, a hipoglicemia por aplicações erradas e a cetoacidose, que são emergências e precisam de atendimento rápido. Para evitar isso, é super importante manter a glicemia bem controlada, dar a insulina certinha, cuidar da alimentação e fazer check-ups regulares com o veterinário. Com cuidados diários, dá para manter seu pet saudável e feliz!
Pet Med – Para finalizar, como acolher e acalmar um tutor que acabou de receber o diagnóstico de Diabetes em seu pet e está assustado com o que vem pela frente?
Lucianne Brusco Moreira – Primeiro de tudo: respira fundo, vai dar certo! Nos iremos triar esse caminho juntos. Receber o diagnóstico assusta mesmo, mas com carinho, atenção e acompanhamento veterinário, é totalmente possível dar uma ótima qualidade de vida ao seu pet. Você não está sozinho — conte com a ajuda dos profissionais e não tenha medo de perguntar sempre que precisar. Com o tempo, tudo vira rotina e o amor faz tudo valer a pena!
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