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Seu gato odeia mudanças? Descubra como preparar seu felino para uma mudança de casa tranquila, desde o transporte seguro até a adaptação no novo lar. Dicas da especialista em comportamento felino, Dra. Joelma Silveira Fabro.

Por Pauline Machado

Os gatos são animais exigentes e metódicos, gostam das coisas nos mesmos lugares, e, portanto, não são adeptos às mudanças, nem mesmo as simples do dia a dia, como por exemplo, a troca de um sofá do lugar.

O que diríamos então, sobre a relação dos gatos com mudanças de residência?

Muitas vezes as famílias precisam se mudar, mas, não sabem como fazer o manejo catfriendly neste momento. Por isso, conversamos com a Médica Veterinária, Joelma Silveira Fabro, graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina. Portadora do CRMV/SC: 09721, Joelma é pós- graduanda em clínica médica e cirúrgica de felinos e concluiu cursos na área de adestramento e comportamento felino.

Acompanhe!

Pet Med – De modo em geral como podemos compreender o comportamento dos gatos?

Joelma Silveira Fabro – Compreender o comportamento dos gatos requer uma análise de vários fatores, incluindo sua biologia, ambiente, socialização e experiências de vida. É primordial entender que os gatos têm características ainda muito fortes provindas de seus ancestrais, essas características precisam ser mantidas para que o gato se sinta bem de maneira geral – física e mental. Por isso, compreender o comportamento dos gatos é um campo multidisciplinar que abrange biologia, psicologia e medicina veterinária. É importante lembrar que comportamentos alterados também podem indicar problemas no manejo do ambiente, território, socialização incorreta de outros animais, mudanças entre outros fatores importantes. Observar o comportamento natural dos gatos, fornecer um ambiente enriquecedor e seguro, e garantir cuidados veterinários regulares são fundamentais para o bem-estar deles.  Logo, comportamentos normais dos felinos incluem: brincar de caçar, exploração de lugares aéreos, autocuidado e marcação territorial, como detalhado abaixo.

Bem-Estar e Saúde Mental: O bem-estar físico e mental dos gatos é crucial, e o enriquecimento ambiental entra aqui. Fornecer brinquedos, arranhadores, oportunidades para escalada e exploração do território pode prevenir o tédio e comportamentos ansiosos ou destrutivos.

Saúde Física: Um dos mecanismos de proteção dos felinos é evitar mostrar sinais externos de fraqueza, dor ou doença. Infelizmente, esse importante comportamento de sobrevivência muitas vezes atrasa o reconhecimento de doenças por seres humanos e leva à impressão equivocada de que os gatos são independentes e não precisam de cuidados médicos regulares. É importante lembrar que dor, desconforto e doenças podem levar a mudanças de comportamento e que dietas inadequadas podem afetar a saúde física e o comportamento. 

Pet Med – Quais são as características mais evidentes dos felinos?

Joelma Silveira Fabro – Podemos dizer que as características mais evidentes são:

Características físicas: flexibilidade, agilidade e garras, que permitem movimentos rápidos e ágeis, e as garras que podem ser retraídas, ajudando na escalada, caça e autodefesa.

Sentidos aguçados como visão noturna, audição apurada, podendo ouvir frequências mais altas do que os seres humanos, o que é útil para detecção de presas, e olfato sensível bem desenvolvido, além de usarem o órgão de Jacobson (vomeronasal) para detectar feromônios.

Comportamento instintivo: Gatos domésticos mantêm muitos comportamentos de seu ancestral selvagem, Felis lybica, o gato selvagem africano. Isso inclui: caça (perseguir brinquedos), marcação territorial (urina, arranhões) e autolimpeza (autocuidado).

Comunicação: Gatos usam uma variedade de métodos para se comunicar: vocalizações (ronronados), linguagem corporal (posição das orelhas) e feromônios. Uma curiosidade em relação à linguagem corporal é que existe na medicina veterinária uma escala chamada de Feline Grimace Scale, ela serve para avaliação de dor em gatos a partir das características da face.

4. Socialização: Os gatos são geralmente vistos como animais solitários, mas muitos podem formar laços sociais fortes com outros gatos e humanos, desde que sejam corretamente socializados nas fases iniciais de vida (primeiras semanas). Eles precisam ser expostos a diferentes estímulos e interações. No entanto, essa socialização deve ser realizada de maneira correta. Nesses casos é sempre interessante procurar um profissional da área de comportamento felino para evitar comportamentos indesejáveis na fase adulta e poder fazer uma socialização segura e eficiente. 

Comportamento de brincar: Brincar é uma parte essencial do desenvolvimento e bem-estar dos gatos. A simulação de caça é muito importante e envolve perseguição e captura. Essa prática ajuda a satisfazer os instintos de caça. Se você quer estreitar seus laços com seu gato, brinque mais com ele.


Pet Med – Como essas características e os comportamentos mais comuns, mais visíveis dos gatos podem impactar na rotina das famílias que dividem suas casas com eles?

Joelma Silveira Fabro – Ter um gato como parte da família pode trazer muitos benefícios, mas também implica em ajustes na rotina para atender às suas necessidades e comportamentos específicos. Aqui estão algumas maneiras pelas quais as características e comportamentos dos gatos podem impactar a vida das famílias: 

Caça / Brincar: A família precisa se adaptar e tirar tempo de qualidade diário para brincar com o gato. 

Ambiente seguro: A família precisa fornecer um ambiente seguro e ideal para o gato, para que ele se sinta bem e tenha suas necessidades de espécie sendo atendidas. 

Marcação de território: Este comportamento pode afetar a rotina familiar, pois os gatos precisam marcar o território (arranhaduras nos móveis) que podem ser indesejadas para algumas famílias mas, que pode ser resolvido, ou marcação de urina, ou fezes em locais indesejados que podem já indicar problemas de comportamento ou saúde.

Pelos pela casa: Os gatos mais peludos precisam de escovação frequente, para evitar que o excesso caia pelo ambiente. 

Caixa de areia: Deve ser limpa com frequência, para fornecer um banheiro ideal. Além disso, é importante lembrar que o local é um fator primordial para que eles acertem o local. O número de caixas também deve ser levado em consideração em relação ao número de gatos no ambiente.

Introdução de novas pessoas ou animais no ambiente: Podem impactar a rotina e trazer estresse ao gato. Fazer da forma correta vai evitar problemas e desarmonia ambiental. 

Ajustar a rotina da família para acomodar um gato envolve fornecer estímulo mental e físico, manter a higiene e a limpeza, e criar um ambiente seguro e estável. Entender as necessidades e comportamentos dos gatos ajuda a promover um convívio harmonioso e satisfatório tanto para os humanos quanto para os felinos. 

A consultoria de comportamento felino pode ajudar a nova família a lidar com estes aspectos, ajustar o que estiver em desarmonia e ajudar o tutor a entender como ele deve manejar o ambiente para que seu gato possa se expressar em seu território sem trazer aspectos negativos para a convivência. Buscar um profissional nessas situações é primordial.


Pet Med – Sendo eles animais metódicos, como podemos reduzir o estresse dos felinos quando é preciso fazer alguma alteração na rotina deles?

Joelma Silveira Fabro – Reduzir o estresse dos gatos durante mudanças na rotina pode ser desafiador, mas existem estratégias baseadas em estudos científicos em comportamento felino e medicina veterinária que podem ajudar:

  1. Introdução Gradual: Alterações devem ser introduzidas de forma gradual. Isso permite que o gato se adapte a pequenas mudanças ao invés de enfrentar uma mudança abrupta. Por exemplo, se você precisa mudar o tipo de alimento, faça isso misturando gradualmente o novo alimento ao antigo.
  2. Ambiente Enriquecido: Manter um ambiente enriquecido é crucial. Proporcione locais para esconderijo, brinquedos, arranhadores e espaços verticais. Esses elementos ajudam a reduzir o estresse e a proporcionar um ambiente mais seguro e interessante.
  3. Feromônios Sintéticos: Utilizar produtos que imitam os ferormônios faciais dos gatos pode ajudar a reduzir o estresse. Esses produtos podem ser usados em difusores ou sprays no ambiente do gato.
  4. Manutenção da Rotina: Mantenha o máximo possível da rotina diária. Alimentação, brincadeiras e interações devem ocorrer nos mesmos horários. Gatos são animais de hábitos e qualquer mudança significativa pode ser estressante.
  5. Interação Positiva: Reforce comportamentos positivos com recompensas, como petiscos ou carinho, especialmente quando o gato se comporta bem durante a mudança.
  6. Espaços Seguros: Proporcione espaços seguros onde o gato possa se retirar e se sentir protegido. Esses espaços podem ser caixas, camas elevadas ou áreas escondidas.
  7. Música e Sons Calmos: Estudos indicam que música clássica ou sons calmantes podem ajudar a reduzir o estresse em gatos. Existem playlists específicas projetadas para animais de estimação.
  8. Monitoramento Veterinário: Consulte um veterinário, especialmente se a mudança envolver saúde ou bem-estar físico do gato. O veterinário pode fornecer orientações adicionais e, se necessário, prescrever medicamentos para ajudar a controlar a ansiedade.
  9. Enriquecimento Cognitivo: Jogos de puzzle e atividades que estimulem o cérebro do gato podem ajudar a desviar a atenção da mudança e proporcionar um estímulo mental positivo.

Implementando essas estratégias com paciência e observação cuidadosa, você pode ajudar a reduzir significativamente o estresse do seu gato durante alterações na rotina.


Pet Med – E quando as mudanças são de grandes proporções como mudanças de estado ou país, por exemplo? 

Joelma Silveira Fabro – Nesses casos, o ideal é consultar um Comportamentalista Felino Veterinário. Em casos mais severos de estresse, um comportamentalista felino pode fornecer estratégias personalizadas para gerenciar o estresse do seu gato. Em mudanças de grandes proporções como esta, é importante entender todos os pontos fundamentais para que tudo ocorra de forma menos estressante possível para o felino em questão. 

Antes da mudança é preciso fazer a preparação do transporte, treinar o gato para que ele goste da caixa de transporte, deixar a caixa no ambiente e positivar com petiscos é uma boa ideia nestes casos, dessa forma o gato pode entrar e sair livremente, pode usar a caixa como cama ou esconderijo. 

Nesses casos, uma consulta veterinária é indicada. Para avaliação de saúde, agende com antecedência para dar tempo de realizar todo o trâmite burocrático que algumas situações demandam. Neste caso os feromônios sintéticos também auxiliam, trazendo um conforto e reduzindo a ansiedade. 

No entanto, é fundamental que seja feito um planejamento da viagem, o que inclui a escolha da forma mais segura para o transporte do seu Pet, a procura por uma empresa com menor tempo de viagem, a certificação de que todas as regulamentações de transporte animal estejam cumpridas para não ter problemas, entre outras.

Pet Med – Quando falamos sobre mudança de residência na mesma cidade, parece ser mais simples. No entanto, muitas pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre como lidar com os gatos da família em situações como essa. Diante disso, por favor, oriente nossos leitores sobre cada tópico abaixo:


– Qual é a importância da caixa de transporte neste processo?

Joelma Silveira Fabro – Ela precisa fazer parte da vida do gato, ele precisa ser treinado para gostar de ficar dentro dessa caixa, lembrando que os gatos gostam naturalmente de esconderijos e tocas fechadas, então elas são perfeitas e eles se sentem seguros. Mas é necessário não negativar a caixa de forma que o pet sinta medo. Um erro de muitos tutores é colocar o gato à força na caixa somente em situações vistas pelo gato como ameaçadoras ou ruins, como, por exemplo, mudanças, viagens ou idas ao veterinário. Por meio de técnicas de treinamento, é possível fazer com que esse gato goste dessa ferramenta fundamental na vida de qualquer gateiro.

A caixa fornece segurança no transporte, previne fugas, reduz o estresse (quando a caixa é conhecida e familiar), isola o felino de estímulos externos visuais e outros, manuseio simples, controle e segurança, pois, a caixa pode ser fixada com cinto de segurança, é considerado um espaço temporário seguro, manter o gato na caixa durante a introdução do novo ambiente sendo que ele pode explorar o novo ambiente caso se sinta confortável. É importante ressaltar a importância deste felino ser habituado a caixa de transporte antes da mudança. 

– Os gatos devem / podem ver e participar dos momentos em que as coisas estão sendo embaladas, em que os móveis estão sendo desmontados ou isso causa ansiedade, medo e estresse a eles? O que fazer nesse sentido?

Joelma Silveira Fabro – De modo geral, a maioria dos felinos não tolera as mudanças de modo positivo. O evento de estímulos visuais, como ver as coisas sendo embaladas, pode trazer sentimentos de insegurança, estresse e medo.

O recomendado nestes casos é, antes de começar a embalar, criar um espaço seguro para o gato em um quarto tranquilo, longe da área principal de empacotamento e desmontagem. Inclua itens familiares, como cama, brinquedos, arranhadores e uma caixa de areia. 

Feromônios Sintéticos: Utilize difusores de feromônios sintéticos no espaço seguro para reduzir a ansiedade. 

Visitas Regulares: Visite o gato regularmente para oferecer conforto, brincar e garantir que ele esteja bem. Isso reforça a sensação de segurança e proporciona interação positiva. 

– Na hora efetiva da mudança, os gatos já devem estar na casa nova ou ainda na casa atual? 

Joelma Silveira Fabro – Espaço Seguro na Casa Atual: Como vendo dizendo, os gatos são animais sensíveis a mudanças e podem ficar extremamente estressados com toda a movimentação e barulho associados à mudança. Por isso, mantê-los na casa atual, em um ambiente familiar, ajuda a minimizar esse estresse. Para tanto, crie um espaço seguro em um quarto tranquilo, longe da área de movimentação, com cama, brinquedos, caixa de areia e comida. Use difusores de feromônios sintéticos e música clássica em volume baixo, pois podem ajudar a manter a calma. 

Durante a mudança, portas e janelas frequentemente ficam abertas, aumentando o risco de fugas. Logo, manter os gatos em um ambiente seguro evita que eles escapem ou se machuquem. Além disso, a movimentação de móveis e caixas pode representar um risco de acidentes para os gatos. Mantê-los longe da atividade reduz esse e outros tantos riscos. 

– Alguns gatos já percebem a movimentação diferente e já mudam o comportamento. Assim, alguns familiares não conseguem colocá-los dentro da caixa de transporte. Como deve ser feito esse manejo sempre pensando no menor estresse possível para os gatinhos?

Joelma Silveira Fabro – A maioria dos gatos vai entender a movimentação diferente, mesmo não vendo de fato as coisas acontecerem. Por isso, o planejamento da mudança é bastante importante para preparar o gato para este momento, de forma que a transição não seja assustadora e estressante. Seguindo as recomendações anteriores em relação ao treinamento para que o gato goste da caixa (por meio de estímulos positivos) e deixar a caixa no ambiente para que ele esteja familiarizado com ela, o felino estará em um ambiente separado dos demais, facilitando o manejo no momento de colocá-lo dentro da caixa de transporte para levar até a casa nova. 

Para alguns perfis de comportamento felino, pode ser necessário o uso de suplementos calmantes que deve ser prescrito por um médico veterinário após avaliação de saúde e comportamento do paciente e devem ser começados bem antes do dia da mudança. Além disso, feromônios sintéticos costumam ser uma boa ferramenta quando associados às demais práticas e recomendações descritas. 

Para pegar o gato você pode usar uma toalha grande, conhecida pelo gato, pode usar feromônios na toalha. Depois, enrole e acomode-o na caixa de transporte sem esquecer  de cobrir a caixa por fora, para tirar todos os estímulos externos. Tente fazer o mínimo de barulhos possíveis neste momento e durante a viagem até a nova casa.

– Como deve ser o transporte dos gatos durante o trajeto até o novo endereço?

Joelma Silveira Fabro – O transporte deve ser calmo e tranquilo. Tente fazer silêncio e não converse com o gato neste momento, pois, isso, poderá trazer agitação. Coloque uma música calma em volume baixo (os gatos gostam disso), use feromônios na caixa de transporte e a cubra com uma toalha de cor clara (branca, azul-claro ou verde-claro) e também pode colocar feromônio sintético na toalha. Fixe a caixa em local seguro, evite movimentações bruscas e tente dirigir o mais tranquilo possível. Em viagens longas, você poderá fazer pausas curtas para avaliar se o felino está bem, porém, nunca deixe que ele saia da caixa de transporte, pois, pode acontecer de você não conseguir mais o pegar, causando uma dor de cabeça bem grande neste caso.

– Chegando na casa nova, quais são as recomendações para uma melhor e rápida  adaptação dos felinos?

Joelma Silveira Fabro – Para ajudar os gatos a se adaptarem rapidamente à nova casa, siga estas recomendações:

  1. Espaço Inicial Restrito: Inicialmente, mantenha o gato a um único cômodo que contenha todos os itens necessários (comida, água, caixa de areia, brinquedos, etc.). Isso ajuda a reduzir o estresse e permite que ele se acostume gradualmente ao novo ambiente.
  2. Introdução Gradual: Aos poucos, permita que o gato explore outras áreas da casa. Isso deve ser feito de maneira controlada e supervisionada para evitar sobrecarga de estímulos.
  3. Objetos Familiares: Utilize objetos familiares do gato, como camas, cobertores e brinquedos, para fornecer um senso de segurança e continuidade.
  4. Rotina Consistente: Mantenha uma rotina alimentar e de interação consistente para ajudar o gato a sentir-se seguro e em controle.
  5. Feromônios Sintéticos: Utilize difusores de feromônios sintéticos, para ajudar a reduzir o estresse durante a transição.
  6. Interações Positivas: Dê atenção e carinho ao gato, mas permita que ele se aproxime e se acomode em seu próprio ritmo. Forneça brinquedos e atividades para mantê-lo mentalmente estimulado.

Essas práticas, baseadas em estudos de medicina veterinária e comportamental felina, ajudam a garantir uma adaptação mais tranquila e rápida ao novo lar.​

– Quais são os comportamentos mais propensos a eles terem nos primeiros dias na casa nova?

Joelma Silveira Fabro – Comportamentos fora do normal irão acontecer, em alguns gatos mais sociáveis em menor proporção do que em gatos extremamente territoriais e que podem sentir em mais alta intensidade essa nova mudança. É preciso ser paciente e tentar mudar o foco do felino quando perceber esses comportamentos para algo que ele goste como petiscos, sachê e brincadeiras. Assim pode ser que ele se sinta mais tranquilo e possa assimilar o novo ambiente de uma forma mais leve.

Nos primeiros dias é possível que ocorram alguns dos comportamentos abaixo: 

Esconder-se: Gatos frequentemente se escondem em locais escuros e fechados, como debaixo de móveis, para se sentirem seguros enquanto exploram o novo ambiente. 

Redução de apetite: É comum que gatos comam menos nos primeiros dias devido ao estresse da mudança. Garantir que a comida e a água estejam facilmente acessíveis é essencial. 

Exploração cautelosa: Gatos exploram geralmente o novo espaço de forma cautelosa, cheirando e investigando cada canto aos poucos. 

Comportamento Defensivo: Alguns gatos podem mostrar sinais de comportamento defensivo, como silvos, rosnados ou postura agressiva, especialmente se se sentirem ameaçados. 

Marcação de Território: Eles podem marcar o novo território com esfregões de rosto em móveis ou outros objetos para deixar seu cheiro e sentir-se mais seguros.

Alterações na Caixa de Areia: Pode haver uma mudança nos hábitos de uso da caixa de areia, incluindo acidentes fora da caixa devido ao estresse.

Menor Interação: Gatos podem evitar interações com humanos e outros animais no início, preferindo ficar sozinhos até se sentirem mais confortáveis. 

Esses comportamentos são normais e geralmente diminuem à medida que o gato se ajusta ao novo ambiente. É importante proporcionar um ambiente tranquilo, com acesso a todos os recursos necessários, para facilitar essa transição. 

– Quais cuidados devem ser tomados pelos familiares nos primeiros dias na casa nova, pensando em evitar riscos à saúde e à vida dos gatos?

Joelma Silveira Fabro – Primeiro ponto importante não forçar o gato a “explorar” o ambiente, eles têm um tempo, alguns dias deixe em um cômodo menor, após bem-adaptado, você pode abrir a porta e deixar que ele por si só escolha fazer a exploração. 

Deixe sempre este ambiente aberto, pois a qualquer sinal de insegurança ele terá o seu local seguro para retornar. Se perceber que já passaram alguns dias desde a mudança e ele não está retornando ao comportamento normal, cogite a possibilidade de consultar um especialista veterinário para uma avaliação de saúde. 

Vale reforçar que nos primeiros dias na casa nova, é importante tomar algumas precauções para garantir a segurança e o bem-estar dos gatos. Aqui estão algumas recomendações baseadas em estudos de comportamento felino e medicina veterinária: 

Espaço Inicial Restrito: Limite o gato a um cômodo seguro inicialmente;

Segurança doméstica: Verifique a casa em busca de possíveis perigos, como janelas abertas, fios soltos, plantas tóxicas e objetos pequenos que possam ser engolidos. Certifique-se de que todas as portas e janelas estejam bem fechadas para evitar fugas. 

Ambientação Gradual: Introduza gradualmente o gato a outras partes da casa. Deixe-o explorar um cômodo de cada vez, sempre supervisionando para garantir que ele não se machuque. 

Manutenção da Rotina: Mantenha a rotina alimentar e de cuidados do gato o mais semelhante possível à anterior. Isso ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade durante a transição. 

Atenção e paciência: dê tempo ao gato para se acostumar ao novo ambiente. Evite pressioná-lo a interagir e deixe que ele se aproxime no seu próprio ritmo.


Pet Med – Para finalizarmos, o que mais a senhora acha importante orientar aos leitores que precisam se mudar e em sua composição familiar existe a presença de gatos?

Joelma Silveira Fabro – Acredito que o sucesso de uma mudança de ambiente deve ser treinada bem antes dela de fato acontecer, para podermos ter uma redução de estresse. Na medicina felina sabemos que o estresse é um dos fatores que podem predispor a diversos problemas de saúde. Quando evitamos que o gato receba uma alta carga de estresse provinda deste tipo de situação podemos prevenir esses inconvenientes. 

É importante, também, procurar um médico veterinário especialista em comportamento felino para ter orientações prévias sobre todos os eventos que possam acontecer nesta trajetória. 

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